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Para a coleta de dados foram utilizados diversos instrumentos. Entre eles sete instrumentos não padronizados e elaborados pela pesquisadora: entrevista com os alunos; habilidades musicais; entrevista com os pais; ficha de monitoramento; avaliação de prática de piano, guias de performance e autoavaliação da performance no recital e na pesquisa. E três testes padronizados, para levantamento do perfil psicossocial dos alunos, aplicados por uma psicóloga: QUATI (Questionário de Avaliação Tipológica) de José Jorge de Moraes Zacharias - Vetor Editora; EPQ-J (Questionário de personalidade para crianças e adolescentes) de Hans J. Eysenck e Sybil B. G. Eysenvk - Vetor Editora; ETPC (Escala de traços de personalidade para crianças) de Fermino Fernandes Sisto - Vetor Editora; Cada um dos instrumentos será descrito detalhadamente.

3.4.1 Entrevista com os alunos

Para conhecer o perfil do aluno e fazer o levantamento das características musicais dos participantes foi elaborado um questionário com 15 perguntas semiabertas e 23 perguntas com respostas graduais partindo de nunca, e na sequencia indo para raramente, algumas vezes, frequentemente e sempre, para a totalidade do item. As perguntas foram em relação às razões do aluno estudar piano, o envolvimento dele

com a música, frequência de prática, gosto musical e estudo de novo repertório. O modelo da entrevista pode ser verificado no apêndice A.

3.4.2 Habilidades musicais

Para o levantamento das Habilidades Musicais foi desenvolvido um teste baseado nas competências que de acordo com Hallam e Gaunt (2012) são necessárias para se tornar um músico profissional competente, conforme apresentado na revisão de literatura.

O teste possui questões relativas a leitura rítmica, bater o pulso da melodia ouvida, cantar trechos musicais ouvidos, descobrir qual é a música apenas vendo a partitura, tocar uma melodia de ouvido, improvisar um acompanhamento para a melodia, fazer leitura à primeira vista, transpor um trecho musical, identificar a tonalidade, encadeamento harmônico e forma musical, ao conhecimento de compositores, a improvisação e análise de performance musical. Cada aluno tocou uma peça de livre escolha do seu repertório para avaliação de agilidade, articulação, expressividade e qualidade de toque. O teste pode ser verificado no apêndice B.

3.4.3 Entrevista com os pais

Este instrumento apresenta perguntas relativas ao interesse do aluno no estudo do piano e ao envolvimento da família em atividades musicais, para verificar a relação do ambiente familiar e o desempenho musical do aluno. Ver apêndice C.

3.4.4 Ficha de monitoramento

A ficha de monitoramento é uma adaptação da avaliação de delineamento de sujeito único, usada quando são registrados os dados individuais de cada participante, conforme rendimento e atuação própria, sem preocupação em atingir determinado grau de aprendizagem semanalmente.

Foram escolhidos dois componentes, que no entendimento para o ensino do piano são importantes na aquisição de uma boa performance musical: Aspectos Pianísticos e Discurso Musical.

Os aspectos pianísticos estão divididos em: aquisição técnico-motora (flexibilidade, ataque, controle, igualdade, nuance); senso rítmico (organização e controle, senso de pulso, duração, polirritmia); sentido melódico (dedilhado, organização de alturas, domínio do toque polifônico, articulação de frase - ligado e staccato). Em relação ao discurso musical, dividiu-se em expressividade (fraseado, dinâmica, planos sonoros, aquisição e reconhecimento de padrões) e agógica (andamento e timing). Ver apêndice D.

As notas variam de zero a quatro, sendo zero quando não houve atuação significativa do item e quatro quando o aluno alcançou o desempenho conforme apresentado na Figura 6:

Aquisição Técnico Motora possui ataque seguro e controle do

toque pianístico, com movimentos

flexíveis, igualdade e domínio da nuance;

Senso Rítmico capacidade de tocar os ritmos corretos,

mantendo a pulsação com controle e organização;

Sentido Melódico capaz de tocar as notas certas, com

dedilhado correto, independência de mãos, execução de fraseado com as articulações necessárias;

Expressividade tem domínio dos padrões musicais,

controle dos planos sonoros, fluência musical, fraseado claro e domínio da dinâmica;

Agógica tem capacidade de executar a peça no

andamento e possui controle das variações de andamento sugeridas na peça.

3.4.5 Avaliação da prática de piano

Este teste foi uma adaptação de Hallam (2013) o qual contém perguntas sobre estratégias de prática, organização da prática, concentração e atitudes em relação a prática. As respostas foram dadas de acordo com a escala Likert de cinco pontos, na qual o aluno deve escolher uma resposta entre os termos: nunca, raramente, algumas vezes, frequentemente e sempre. Ver apêndice E.

3.4.6 Guias de performance

Esta guia foi desenvolvida para a avaliação do processo de aquisição e realização da performance. Para cada peça foram apontadas ações específicas que precisam ser observadas e executadas pelo aluno. Estas ações foram marcadas na partitura com números vermelhos para representar o local da partitura que precisa da atenção especial do professor e do aluno. Este instrumento foi utilizado para avaliar quatro momentos relativos a performance dos alunos. A primeira avaliação aconteceu entre o primeiro e quinto encontro; a segunda entre o quinto e décimo; a terceira entre o décimo e décimo quinto e a última foi referente a performance no recital. Os dados foram marcados na guia de performance, preenchendo os espaços quando a ação foi realizada, com uma cor para cada aluno

3.4.7 Autoavaliação da performance

Este último questionário é composto de cinco questões relativas a percepção do aluno em relação a sua apresentação, para saber o que ele pensou enquanto estava tocando, verificar a avaliação pessoal do desempenho e do preparo durante o semestre, como o aluno percebeu o seu crescimento durante o semestre e qual foi a opinião dele em participar do projeto. Ver apêndice F.

3.4.8 Descrição dos testes psicológicos

A aplicação dos diferentes testes está relacionada à idade dos alunos. Para tanto, foram usados os seguintes testes:

a) Questionário de Avaliação Tipológica QUATI

O questionário QUATI avalia a personalidade por meio das escolhas situacionais que são realizadas pelo avaliado. Esse instrumento mostra a tipologia da personalidade, e seu resultado é fornecido na forma de um conjunto de três letras códigos (tipo psicológico) que representam a atitude consciente e as funções mais e menos desenvolvidas da pessoa que respondeu ao questionário. O foco de atenção está relacionado à atitude predominante da pessoa: introversão ou extroversão. As funções psíquicas dividem-se em duas naturezas: 1. Percepção e recepção de informações denominadas: sensação ou intuição; 2. Julgamento e tomada de decisões denominadas: pensamento ou sentimento. Toda pessoa apresenta as duas atitudes e as quatro funções em sua personalidade, o que cria um tipo psicológico é a disposição e dinâmica entre estas instâncias

b) Questionário de Personalidade para Adolescentes - Epq-J Eysenck Personality Questionare

Este questionário tem por finalidade avaliar a personalidade através das escolhas situacionais que cada adolescente (10 a 16 anos) faz. Foram avaliados três aspectos: Introversão, Extroversão e Emocionalidade (neuroticismo). O fator extroversão é considerado como a dimensão responsável pela impulsividade, e algumas características apresentadas são: ser excitados, gostar de estar sempre acompanhados, otimistas e gostar de mudanças. O fator introversão apresenta as características inversas. O fator emocionalidade relaciona-se ao funcionamento do sistema nervoso autônomo e, portanto reações fisiológicas, tais como ansiedade, nervosismo ou emotividade, estão aqui relacionadas.

c) Escala de traços de personalidade para crianças - ETPC - Hans Jurgen Eysenck Este questionário tem por finalidade avaliar a personalidade através das escolhas situacionais que cada criança (5 a 10 anos) faz. Foram avaliados três aspectos: Introversão, Extroversão e Emocionalidade (neuroticismo). Crianças com alto percentil para extroversão tendem a ser sociáveis, falantes, amantes do barulho e de sair de casa com os amigos, mostram alta vitalidade, sempre ativos, espontâneos e tendem a ser alegres e bem dispostos. São positivos, enérgicos e otimistas. O oposto, crianças com baixo percentil são consideradas introvertidas, apresentam-se

retraídas (não necessariamente tímidas), reservadas, preferem o lar a sair às ruas, são sossegadas, introspectivas e desconfiam dos impulsos do momento.

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