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ANEXOS Nome do Curso de Mestrado

7.2 Instrumentos de análise Guião de entrevista.

Transcrição das entrevistas realizadas. Mapa transversal das entrevistas praticadas. 7.3 Documentação CAF

Guião de autoavaliação 10 passos para aplicar a CAF - Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (Mar 2007).

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ANEXOS

7.1

Documentos

Relatório avaliação interna do Agrupamento 2008/2009 Relatório avaliação externa do IGE (nov, 2008)

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Autoavaliação

do

Agrupamento

Relatório

Avaliação

Interna

Ano Letivo 2008/2009

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1 - Introdução

A invocação repetida, até à exaustão, da qualidade no ensino não vai desencadear qualquer processo de melhoria da qualidade, se primeiro não definirmos o que se deve entender por qualidade e como enquadrar essa qualidade nas escolas.

Dos nove Objectivos do Sistema de Avaliação enunciados no artº 3º do Dec. Lei nº 31/2002, cinco dizem respeito directa ou indirectamente à qualidade:

(al. a.) - Promover a melhoria da qualidade do sistema educativo, da sua organização e dos seus níveis de eficiência e eficácia, apoiar a formulação e o desenvolvimento das políticas de educação e formação e assegurar a disponibilidade de informação de gestão daquele sistema;

(al. c.) - Assegurar o sucesso educativo, promovendo uma cultura de qualidade, exigência e responsabilidade das escolas;

(al. d.) - permitir incentivar as acções e os processos de melhoria da qualidade, do funcionamento e doa resultados das escolas, através de intervenções públicas de reconhecimento e apoio a estas;

(al. f.) - Garantir a credibilidade do desempenho dos estabelecimentos de educação e de ensino;

(al. h.) - Promover uma cultura de melhoria continuada da organização, do funcionamento e dos resultados do sistema educativo e dos projectos educativos.

Falar de qualidade na Educação implica ter em consideração a complexidade do conceito, que inclui várias dimensões:

A eficácia – uma educação de qualidade é aquela que consegue que os alunos realmente aprendam o que se supõe que devem aprender - aquilo que está estabelecido nos planos e programas curriculares – no final de um determinado ciclo. Nesta perspectiva a ênfase é posta no que os estudantes aprendem na sua passagem pelo sistema. Esta dimensão do conceito põe em primeiro plano os resultados da aprendizagem efectivamente alcançados pela acção educativa. Citando a perspectiva de Mayston, MARIA CONCEIÇÂO SILVA PORTELA e SANDRA GUERREIRO (2006, pp. 20) referem “os estudos de eficácia da escola em geral medem o seu “value added” (onde os resultados dos alunos no início e no fim de um dado estágio educacional são comparados eventualmente tendo em conta outros factores do contexto) ”.

Uma segunda dimensão do conceito de qualidade, complementar da anterior – a relevância - está referida no que é que se aprende no sistema e a sua pertinência em termos individuais e sociais. Neste sentido uma educação de qualidade é aquela cujos conteúdos respondem adequadamente ao que o individuo necessita para se desenvolver como pessoa – intelectual,

8 afectiva, moral e fisicamente – e para actuar nos diversos âmbitos da sociedade – o político, o económico e o social –. Esta dimensão do conceito põe em primeiro plano os fins atribuídos à acção educativa e a sua realização nos desenhos e conteúdos curriculares.

Uma terceira dimensão é a que se refere aos processos e meios que o sistema oferece aos alunos para o desenvolvimento da sua experiência educativa. Um sistema educativo para ser de qualidade deve partir do reconhecimento de que acedem ao sistema educativo diferentes tipos de alunos, com diferentes pontos de partida. Ao fazê-lo, propõe-se oferecer apoios diferenciados a fim de assegurar que os objectivos da educação se atinjam, de forma equiparável, para todos. A equidade implica dar mais, apoiar mais, aos que mais o necessitem. A equidade ver-se-á reflectida na eficácia. Nesta perspectiva uma educação de qualidade é aquela que oferece ao aluno um adequado contexto físico para a aprendizagem, um corpo docente convenientemente preparado para a tarefa de ensinar, bons materiais de estudo e de trabalho, estratégias didácticas adequadas. Esta dimensão do conceito põe em primeiro plano a análise dos meios empregues na acção educativa.

Finalmente a eficiência – um sistema será de maior qualidade na medida em que comparado com outro obtenha resultados similares, com menores recursos. ISABEL MARIA VENÂNCO e AGUSTIN GODAS OTERO (2002, pp. 41) referem que escola eficiente “ é aquela que utiliza os recursos de modo a obter a maior rentabilidade, significando altas taxas de utilização de equipamentos ou elevado número de alunos transitados” e que na perspectiva de Mayston, referida por MARIA CONCEIÇÂO SILVA PORTELA e SANDRA GUERREIRO (2006, pp. 20) ”os estudos e eficiência das escolas medem “value for money” (onde os recursos utilizados pela escola, como despesas por aluno, professores, etc, são considerados na explicação de medidas de output da escola)”.

Quando falamos em qualidade na educação não podemos deixar de ter em conta os factores que influenciam essa qualidade:

a) O nível socioeconómico – directamente através dos custos directos associados à escolaridade, indirectamente através do que significa para os pais ter os seus filhos na escola, sacrificando parte do seu vencimento. Mas além disso o nível socioeconómico influencia a qualidade da educação através dos factores associados à pobreza e muito particularmente à precariedade da saúde e a ausência de uma alimentação adequada. As diferenças ao nível socioeconómico têm a capacidade de explicar as diferenças no acesso, na permanência, nas taxas de transição, nos resultados da aprendizagem e também no acesso ao emprego;

b) Outro factor de grande importância é o capital cultural da família de onde procede o aluno. O contexto familiar dos alunos influencia a estimulação precoce, o desenvolvimento da linguagem, o desenvolvimento de capacidades cognitivas, a interiorização de valores relacionados com a educação e o apoio aos processos de aprendizagem dos filhos. Desta forma os filhos de famílias mais escolarizadas progridem de forma mais regular no sistema educativo.

9 Do lado da oferta educativa são também múltiplos os factores que podem influenciar a qualidade das escolas:

a) As práticas pedagógicas na sala de aula, nomeadamente, o aproveitamento do tempo escolar para o ensino-aprendizagem, a diversificação das experiências de aprendizagem, o ensino individualizado, o estímulo à participação do aluno, a existência de oportunidades para que os alunos exercitem as suas capacidades de raciocínio e o tempo dedicado na sala de aula à leitura e à escrita;

b) As características da escola e do órgão de gestão – e a capacidade de uma liderança de desenvolver um estilo participativo de administração escolar contrapondo-se a um mais autoritário;

c) Os recursos materiais – espaços adequados, abundante material de leitura, um adequado ratio professor – aluno.

1.1 A avaliação interna das escolas