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INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS

No documento JOSÉ DE ALBUQUERQUE NOGUEIRA FILHO (páginas 128-133)

Na pesquisa qualitativa, Creswell (2010) pontua que, geralmente, utiliza-se mais de um instrumento de coleta de dados. Neste estudo foram utilizados dois instrumentos de coleta de dados - pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas - analisadas a partir de técnicas de análise de conteúdo, de acordo com as orientações de Franco (2012). Faz-se necessário, todavia, revisitar o campo teórico relativo à aplicação da pesquisa bibliográfica, realizada conforme orientações de Creswell (2010) e Koller, De Paula Couto e Hohendorff (2014), disponível no início do referencial teórico, que teve como propósito aprofundar o conhecimento produzido acerca dos temas: gestão de pessoas; dimensionamento da força de trabalho; gestão da inovação; processo de inovação; e inovação no setor público. Essa técnica de pesquisa propiciou acesso e análise ao rol das principais publicações científicas para a construção de arcabouço teórico do presente estudo.

Para a coleta de dados, a pesquisa utilizou dados primários e secundários. Os dados primários foram obtidos nas entrevistas individuais aplicadas no âmbito do Ministério da Saúde, unidade referência deste estudo. Para melhor execução desses procedimentos, as entrevistas foram agendadas previamente, tendo a duração máxima de uma hora, no local de trabalho dos participantes.

No início de cada entrevista, o pesquisador solicitou autorização ao participante para gravação, com finalidade única de registro das informações, sendo assegurado o sigilo da identificação das respostas. Após o término das entrevistas, as mesmas foram degravadas e, em seguida, suas informações foram devidamente analisadas, com apoio de software Atlas.ti - versão 7.5, apropriado para a análise de dados de pesquisa qualitativa, posto que desenvolve interface de edição de textos, facilitando a execução do processo de categorização. Ao final, essas entrevistas foram excluídas, conforme critérios de ética (CRESWELL, 2010).

Os dados secundários foram obtidos por meio de documentos institucionais relacionados ao dimensionamento da força de trabalho no âmbito do MJ e do MS, após a anuência dessas unidades, conforme Apêndice I, pois existiam fontes que não eram de acesso público. Além disso, foram realizadas buscas em bibliotecas, periódicos científicos e bases de dados. A execução dessa pesquisa permitiu a análise desses temas em profundidade, buscando uma nova abordagem, como também gerar novos conhecimentos, não sendo mera repetição de conteúdos sobre a temática em epígrafe, conforme evidenciam Marconi e Lakatos (2017).

A pesquisa documental objetiva o aprofundamento de conhecimento acerca das unidades, MJ e MS, e da implementação do DFT nesse último. Foi realizada análise de documentos internos e externos, dentre esses: notas técnicas, informações, apresentações, instruções, relatórios, atas, projetos, portarias, termos, manuais, leis, organograma, além de informações disponibilizadas nos sítios do MJ e do MS.

A pesquisa documental tem como principal característica o fato da coleta dos dados ser restrita a documentos, podendo ser escritos - documentos oficiais, publicações, documentos jurídicos, estatísticas, publicações administrativas e documentos particulares - como também de demais formas: documentação por imagem, fotografias, objetos e outros (MARCONI; LAKATOS, 2017).

Logo, a pesquisa documental utilizou de dados secundários, todavia caso existam fontes de acesso restrito, ou seja, que não seja de acesso livre ao público, toma-se necessária a autorização para que o pesquisador aplique a pesquisa sem restrição às informações necessárias ao estudo (MARCONI; LAKATOS, 2017).

Nesse sentido, foram encaminhados ao MJ e MS, Carta de Apresentação e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Institucional, em que consta a solicitação de autorização para a realização da pesquisa nessas instituições, conforme Apêndices A, B, C e D os quais dispõem sobre os preceitos éticos da investigação, conforme orientado por Creswell (2010). Vale destacar que, apesar de ter apresentado ao MS o termo supracitado, esse órgão solicitou que o pesquisador utilizasse documento próprio da Pasta, com a mesma finalidade, autorizando a pesquisa sem restrição quanto ao uso do nome da instituição na pesquisa.

Na fase de coleta de dados, é necessário estabelecer os protocolos para registros dos dados, bem como esclarecer os tipos de dados a serem coletados (CRESWELL, 2010). Assim, o levantamento e a coleta das informações ocorreram no período de maio a outubro de 2018.

No MS, logo após a autorização para realização da pesquisa, foi definido colaborador responsável por repassar as informações e os documentos necessários à realização da pesquisa. Esse profissional foi o contato do pesquisador na instituição referência, como também facilitou o processo de aplicação de entrevistas (agendamentos e contatos). Assim, ao longo dessa aplicação, foram identificados documentos pertinentes à pesquisa, sendo parte de uso restrito à equipe de gestão responsável pelo processo de DFT, como também às unidades

organizacionais do MS que demandam essa iniciativa, dentre esses: manuais; relatórios; portarias; termos; e estudos aplicados.

No âmbito do MJ, os documentos referentes às iniciativas de gestão da força de trabalho, estrutura organizacional, gestão estratégica e demais assuntos pertinentes ao estudo estão localizados nos seguintes canais de informação: Sistema Eletrônico de Informações - SEI sob a tutela da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas do MJ, sendo necessário a solicitação de acesso; Diário Oficial da União - DOU e sítio do órgão.

Dessa forma, no MS foram identificados 19 documentos e 8 no MJ, totalizando 27 arquivos para análise. O Apêndice I apresenta a relação e descrição desses documentos utilizados para a realização dessa pesquisa no âmbito dos órgãos respectivos.

3.5.2 Entrevistas

A entrevista semiestruturada busca compreender os significados que os entrevistados atribuem à determinada questão e situação relativas ao objeto de estudo. Assim, para a realização dessa entrevista, foi estruturado um roteiro (APÊNDICE G) para direcionar o diálogo entre o pesquisador e o respectivo participante, tendo como diretriz o alcance dos objetivos propostos em cada quesito a ser explorado e descrito (FRANCO, 2012).

Essa técnica teve como objetivos explorar e descrever, de forma aprofundada, a implementação do dimensionamento da força de trabalho sob a perspectiva do processo de inovação (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008), em específico, no contexto do Ministério da Saúde, a unidade de referência. Assim, para a realização da entrevista semiestruturada utilizou-se um roteiro para orientar o diálogo do pesquisador com o participante, de modo que as respostas pudessem atingir o objetivo proposto em cada questão.

Inicialmente, foi realizada entrevista semiestruturada de caráter preliminar, no dia 3 de junho de 2018, com a gestora participante dessa iniciativa de gestão no âmbito do MS, profissional considerada referência em DFT no contexto administrativo. Essa ação teve como propósito melhor delimitar o objeto desta pesquisa, planejar, executar a metodologia a ser executada, bem como estabelecer contato inicial com equipe responsável pelo processo de implementação do dimensionamento da força de trabalho - DFT, no âmbito do MS.

Assim, elaborou-se questionário com cinco questões, Apêndice E, a fim de identificar: o contexto em que surgiu o método DFT no MS; como foi realizada a composição da equipe para o DFT; qual o entendimento sobre o método DFT para o MS; quais as etapas seguidas

para implementação do DFT; informações complementares sobre o método. A partir da análise da entrevista semiestruturada de caráter preliminar, Apêndice F, foi possível identificar os participantes para aplicação dos instrumentos de entrevistas semiestruturadas, Apêndice G, compostos com base em critérios relacionados aos objetivos da pesquisa. A aplicação das entrevistas contou com a participação de servidores que estavam envolvidos com o processo de implementação do DFT no âmbito do Ministério da Saúde. Usualmente, foram escolhidos os que atuam no nível de gestão desse modelo e que possuem domínio do tema a ser pesquisado.

O roteiro, Apêndice G, apresenta os principais pontos debatidos no decorrer da entrevista, e, por ser do tipo semiestruturado, era possível que demais perguntas fossem elaboradas durante a condução, todavia o roteiro contemplou o escopo de informações necessário para o estudo. As entrevistas foram agendadas com o apoio do gestor da área responsável pelo processo de gestão do DFT, sendo realizadas no próprio órgão, com a utilização de sala de reunião dessa área, proporcionando maior comodidade aos participantes. Foram agendadas sete entrevistas, porém, após a participação do quarto entrevistado, verificou-se pontos de saturação das informações. Conforme recomendado por Franco (2012), a agenda foi cumprida com todos os participantes.

Antes da aplicação de cada entrevista, realizou-se leitura e explicação do roteiro, pedido autorização ao participante para gravação, com a finalidade de registro das informações, sendo assegurado o sigilo da identificação das respostas, conforme disposto no texto introdutório do próprio roteiro. Após o término das entrevistas, as mesmas foram degravadas com o objetivo de facilitar a análise das informações, e, ao final do trabalho, excluídas, conforme critérios de ética. Durante a análise do conteúdo degravado das sete entrevistas realizadas, as informações foram comparadas com o resultado da entrevista preliminar, demonstrando coesão e coerência com relação às críticas e exposições acerca do objeto de estudo.

Por fim, apresenta-se Tabela 4, com dados referentes a aplicação das sete entrevistas, que totalizou mais de cinco horas de áudio degravadas, originando 74 páginas de transcrição para análise. Observa-se que o tempo médio de realização foi de, aproximadamente, 43 minutos.

Tabela 4 - Entrevistas realizadas no Ministério da Saúde

Participante Nome Data da

entrevista Tempo de Gravação Quantidade de páginas E l Não identificado 02/08/2018 00:55:07 13

E2 Não identificado 02/08/2018 00:57:11 12 E3 Não identificado 02/08/2018 00:41:59 11 E4 Não identificado 02/08/2018 00:43:38 13 E5 Não identificado 07/08/2018 00:30:28 8 E6 Não identificado 07/08/2018 00:42:54 10 E7 Não identificado 15/08/2018 00:33:42 7 TOTAL 05:04:59 74

Fonte: Elaborada pelo autor.

No documento JOSÉ DE ALBUQUERQUE NOGUEIRA FILHO (páginas 128-133)

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