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TIPO DE PESQUISA

No documento JOSÉ DE ALBUQUERQUE NOGUEIRA FILHO (páginas 118-121)

A partir da concepção filosófica construtivista, Creswell (2010) destaca que os pesquisadores, geralmente, buscam estudar ambiente específico em que as pessoas interagem e desenvolvem atividades laborais, e, em paralelo, realizam análise social e cultural desse, objetivando compreensão ampla do objeto de estudo. Nesta pesquisa, a abordagem qualitativa é utilizada como estratégia de investigação, pois o exame tem como objetivo um estudo empírico no âmbito do MJ e MS, no sentido de entender a implementação de dimensionamento da força de trabalho - DFT sob a ótica do processo de inovação proposto por Tidd, Bessant e Pavitt (2008).

Vale esclarecer que, nesta pesquisa, o MJ é definido como unidade adotante do DFT, que se configura como novo instrumento de gestão a ser adotado por essa organização governamental (DAMANPOUR, 1988; ROGERS, 2003). Logo, o MS constitui-se na unidade de referência na implementação desse tipo de instrumento, pois, conforme descrito no subcapítulo 4.1, ‘Dimensionamento da força de trabalho no MS na perspectiva do processo de inovação’, o objeto de estudo advém de pesquisa científica realizada a partir de cooperação firmada entre os órgãos Universidade de Brasília-UnB e MS (DOC. 1 e 11), sendo basilar para posterior disseminação de métodos e práticas de dimensionamento no âmbito da Administração Pública Federal (SERRANO; FRANCO, 2018). Além disso, possui estudo científico aplicado que avalia o nível de robustez e assertividade do método DFT no contexto organizacional respectivo, conforme evidenciado por Pereira et al. (2018).

Dessa forma, considerando a concepção supracitada, pode-se afirmar que esta pesquisa foi aplicada com a participação de indivíduos diretamente ligados ao contexto organizacional a ser explorado. Assim, tornou-se necessária análise aprofundada sobre o fenômeno estudado, pois, a partir das informações coletadas e extraídas dos participantes e de demais fontes de pesquisa, construiu-se, de forma indutiva, um padrão de significados. Nesse contexto, indução é o processo de desenvolvimento de uma verdade geral ou universal a partir de dados particulares (MARCONI; LAKATOS, 2017). Geralmente, essa construção é de cunho social, visto que surge dentro e fora do ambiente de interação com determinada comunidade de indivíduos humanos (CRESWEL, 2010).

Como estratégia de investigação utilizou-se o estudo de caso descritivo-interpretativo, cuja escolha deve-se à natureza do objeto de estudo, uma vez que se busca explicar determinada situação a partir da prática, visando analisar e verificar a qualidade e relevância dos resultados de projetos, programas ou modelos de natureza social, conforme preconiza Godoi (2006).

O estudo de caso qualitativo trata-se de método que busca investigar e compreender fenômenos sociais complexos a partir de um conjunto de técnicas de pesquisa, geralmente utilizadas em investigações sociais, que são: a realização de entrevistas; uso de documentos inerentes ao objeto de estudo; a coleta do histórico de fatos sobre o fenômeno a ser pesquisado, que é a implementação do DFT sobre a perspectiva do processo de inovação (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008).

Além disso, Godoi (2006) destaca que, no quesito qualitativo, busca-se descrição de um fenômeno bem delimitado, podendo ser uma organização, um modelo ou programa de gestão, ou determinado grupo de pessoas que compartilham a mesma experiência. Assim, o fenômeno é analisado no contexto de duas organizações governamentais, sendo uma considerada unidade adotante de novo instrumento de gestão, MJ, e a outra, MS, referência na implementação desse. Desse modo, a presente investigação pretende compreender como ocorreu a implementação do dimensionamento da força de trabalho no âmbito do MS, considerado referência nesse tema. Posteriormente, propõe-se um modelo equiparado àquele para o MJ, podendo ser considerado uma inovação na perspectiva dessa Pasta.

Com relação à natureza, trata-se de pesquisa exploratória e descritiva, com a finalidade de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos futuros (CRESWELL, 2010),

ou seja, busca-se conhecer e compreender o tema DFT sob a ótica do processo de inovação (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008) em unidade de referência, o MS, pois se trata de algo novo para a unidade adotante, o MJ (DAMANPOUR, 1988; ROGERS, 2003). Além disso, é também descritiva, pois tem o objetivo de descrever e interpretar o fenômeno no contexto e na forma em que ocorre, por isso pesquisas desse tipo descrevem de forma criteriosa fatos e fenômenos de determinada realidade, obtendo informações sobre aquilo que foi evidenciado como um problema a ser investigado (TRIVINOS, 2008).

Essa pesquisa foi desenvolvida no âmbito do MJ e do MS, utilizando-se como instrumentos de coleta de dados: pesquisa bibliográfica (CRESWELL, 2010; KOLLER; DE PAULA COUTO; HOHENDORFF, 2014); pesquisa documental (MARCONI; LAKATOS, 2017); e entrevistas semiestruturadas individuais, com categorização a posteriori (FRANCO, 2012). E, para análise das informações, foi empregada a técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2010) com o apoio de software Atlas.ti - versão 7.5, apropriado para a análise de dados de pesquisa qualitativa, cuja função é desenvolver interface de edição de textos, facilitando a execução do processo de categorização.

O Quadro 25, a seguir, apresenta, de forma resumida, o arcabouço metodológico utilizado nesta pesquisa, a ser detalhado ao longo desse capitulo.

Quadro 25 - Metodologia da pesquisa

M etodologia da Pesquisa Abordagem Qualitativa

Estratégia Estudo de caso

Natureza Descritiva e exploratória

Técnica da pesquisa Documental Entrevista semiestruturada Bibliográfica Instrumentos Documentos escritos, internos e externos

Roteiro de entrevista Pesquisas em base de dados e bibliotecas

Fonte de dados Secundário Primário Secundário

Levantamento e coleta de dados Arquivos, intranet e internet Agendamentos e aplicação do roteiro

Base de dados, Portal de Periódicos, repositórios e bibliotecas Tipo de material Leis, portarias, relatórios gerenciais e apresentações Transcrições das entrevistas

Artigos, dissertações, teses e livros Registro dos dados Leitura, cópias e marcações Anotações, gravações e degravações Fichamentos, resumos e marcações nos textos Análise de Conteúdo

Análise dos dados Software Atlas.ti - versão 7.5

Leitura em profundidade Fonte: Dias (2016), adaptado pelo autor.

No documento JOSÉ DE ALBUQUERQUE NOGUEIRA FILHO (páginas 118-121)

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