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2.3 A TEORIA DE CUSTOS DE TRANSAÇÃO (TCT)

3.4 Instrumentos de produção de dados.

Segundo Almeida Filho (2001), “Um dado é um signo. Mas especificamente, trata-se de um signo construído a partir de um atributo observado em objeto qualquer, que recebe um significado”. De acordo com o referido autor, os dados não fazem sentido sozinho, e para que possam fazer sentido, precisam ser transformados em informação.

Os documentos utilizados na pesquisa foram classificados como fontes primárias e secundárias. As fontes primárias foram os documentos que geraram análises para posterior criação de informações, tais como as entrevistas com técnicos da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS). As fontes primárias “proporcionam dados colhidos em primeira mão, quer dizer, as coleções de dados originais produzidos pelas pessoas que os recolheram” (MANN, 1975, p 65). As fontes secundárias são as obras nas quais as informações já foram elaboradas. São “dados obtidos de segunda mão; quer dizer, conjuntos de dados não recolhidos em primeira mão, mas sim retirados dos dados originais de outras pessoas” (idem).

Os documentos utilizados como fontes secundárias foram os Relatórios da COPEL, livros que tratam do referido tema; dissertações, artigos, teses, dados coletados nos sistemas de monitoramento e avaliação na área de DST, portal de compras da prefeitura de Salvador e de outros Municípios do Brasil e os editais disponibilizados online. Com esses documentos, foi possível descrever e comparar a modalidade de licitação Pregão Eletrônico com as demais modalidades de licitação para compra de medicamentos para DST na Secretaria Municipal de Saúde de Salvador.

Essas fontes secundárias foram, na sua maior parte, originadas de registros oficiais publicados no site de compras de Salvador8 e em relatórios elaborados pelos profissionais responsáveis pelo setor de licitação. Esses relatórios continham informações resumidas dos processos de compras no momento em que eram abertos os processos (solicitação da Assistência Farmacêutica) até a fase de homologação. Foram identificados também alguns processos para serem analisados, porém encontravam-se no Ministério Público, impedindo, assim, o acesso aos mesmos, no tempo previsto.

8 Ver www.compras. salvador.ba.gov.br

A entrevista semi-estruturada foi o instrumento de produção de dados escolhida, com temas pré-definidos, realizada com funcionários das áreas estratégicas da Secretaria Municipal de Saúde por onde tramitaram os processos de compras, tais como: o Fundo Municipal de Saúde (FMS), Coordenação Permanente de Licitação (COPEL), a Assistência Farmacêutica (AF), o Almoxarifado Central, Gabinete do Secretário, a Coordenação Municipal de DST/AIDS:

o que torna a entrevista instrumento privilegiado de coleta de informações é a possibilidade da fala ser reveladora de condições estruturais, de sistemas de valores, normas e símbolos (sendo ela mesma um deles) e ao mesmo tempo ter a magia de transmitir, através de um porta-voz, as representações de grupos determinados, em condições históricas, sócio–econômicas e culturais específicas. (MINAYO, 1996, p.64).

Foi utilizada a entrevista individual, caracterizada como um diálogo intencional entre pesquisador e pesquisado, em busca de informações que se revelaram, tanto pela fala, como pelos gestos, obtendo dessa forma, informações subjetivas, considerando as atitudes e opiniões desses entrevistados. Segundo Hühne (1987), a entrevista é um encontro entre pesquisador e pesquisado, guiado por um objetivo determinado e apresenta limites, tais como: a imprecisão de muitas informações fornecidas a interpretação do entrevistado quanto ao que foi perguntado, gerando algumas distorções.

A entrevista contou com um roteiro que compreendia a coleta de informações gerais (profissão, tempo que ocupa no setor, atividades desenvolvidas e setores com quais se relaciona) e informações específicas (informações sobre o conhecimento a cerca das modalidades de licitação, fluxo de trâmite dos processos, mudanças ocorridas e dificuldades). Foi realizada na própria SMS, no horário de trabalho dos referidos profissionais, o que possibilitou estar no ambiente em que os agentes atuam, interagindo e participando das suas rotinas.

Além da entrevista, outras técnicas de produção de dados foram utilizadas, tais como, a observação participante e o diário de campo, onde foram registradas as informações não ditas pelos entrevistados, mas, observadas pela pesquisadora. Observação participante é considerada aqui como um processo pelo qual se mantém a presença do observador numa situação social com a finalidade de realizar uma investigação científica. O observador está em relação face a face com os observados e,

ao participar da vida deles, no seu cenário natural, produzem dados. Segundo Deslandes (1993):

A técnica de observação participante se realiza através do contato direto do pesquisador com o fenômeno observado para obter informações sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios contextos (...). A importância dessa técnica reside no fato de podermos captar uma variedade de situações ou fenômenos que não são obtidos por meio de perguntas, uma vez que, observados diretamente na própria realidade, transmitem o que há de mais importante e evasivo na vida real.

A pesquisadora parte do contexto que está sob observação, ao mesmo tempo modificando e sendo modificada por este contexto. Desse modo, no ambiente, o observador e o observado são modificados no processo de interação, que caracteriza a participação. Nestes momentos de encontro, foi identificada a estrutura física dos setores, além do contexto gestual, aspectos não ditos, expressões, comentários e demais informações relevantes para a pesquisa e referenciados na análise.

Na relação entre a SMS e as empresas, foram identificadas as ações de coordenação, monitoramento e avaliação, além da existência de oportunismo e forma de resolução de conflitos, procedimentos disciplinares e salva guardas.