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CAPITULO 3 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO EM ESCOLAS DE ENSINO

3.5 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA PESQUISA

Para entender melhor os procedimentos adotados nessa pesquisa aborda-se abaixo o entendimento teórico sobre os procedimentos utilizados. O que é esse instrumento e a visão do pesquisador da utilidade e porque faz sentido sua utilização nessa pesquisa.

3.5.1 Entrevistas Semiestruturadas

De acordo com Gil (2002), a entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto,

mediante uma conversação de natureza profissional. E um procedimento utilizado na investigação, para a coleta de dados.

Segundo Ludke (1986, p.33) “A entrevista representa um dos instrumentos básicos para coletas de dados. Esta, aliás, é uma das principais técnicas de trabalho em que quase todos os tipos de pesquisas se utilizam nas ciências sociais”. Ainda de acordo com Ludke (1986), nesse tipo de pesquisa é possível criar um ambiente interativo, pois é necessário haver comunicação entre quem pergunta e quem responde.

A entrevista pode permitir a fundamentação de pontos levantados por outras técnicas de coletas de alcance superficial. Sua grande vantagem é que ela permite a captação imediata e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos.

Nesta técnica o entrevistador precisa estar atento não apenas ao roteiro pré- estabelecido e as resposta verbais que obtém ao longo da interação. É preciso estar ligado nas expressões, gestos, entonações, sinais não verbais, alterações de ritmos, enfim, toda uma comunicação não verbal, cuja captação é muito importante para compreensão e a validação do que foi efetivamente dito (THIOLLENT, 1980).

Para a realização das entrevistas foi utilizado a percepção do pesquisador que versam sobre: dados da escola, condições de trabalho dos professores, formação em informática dos educadores, uso dos recursos e laboratórios, dificuldades de professores e alunos no uso das ferramentas da tecnologia e desafios da informática educativa na educação. O uso de um gravador foi valoroso, e através desse instrumento pode-se perceber as contradições entre gestores e professores quanto à percepção do uso dos laboratórios.

3.5.2 Questionário

O questionário, segundo Gil (1999, p.128) pode ser definido “como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.”. Assim, nas questões de cunho empírico, é o questionário uma técnica que servirá para coletar as informações da realidade, tanto do empreendimento quanto do mercado que o cerca, e que serão basilares na construção da pesquisa.

Já, conforme o autor Parasunamam (1991), um questionário é tão somente um conjunto de questões, feito para gerar os dados necessários para se atingir os objetivos do projeto. Embora o mesmo autor afirme que nem todos os projetos de pesquisa utilizam essa forma de instrumento de coleta de dados, o questionário é muito importante na pesquisa científica, especialmente nas ciências sociais. Parasunamam afirma também que, construir questionários não é uma tarefa fácil e que aplicar tempo e esforço adequados para construção do questionário é uma necessidade, um fator de diferencial favorável. Não existe uma metodologia padrão para o projeto de questionários, porém existem recomendações de diversos autores com relação a essa importante tarefa no processo de pesquisa científica.

Os questionários servem para ter uma visão ampla. A entrevista possibilita perceber o que pensam os gestores, mas o diário de campo faz emergir as contradições entre o que é dito e o que de fato ocorre no cotidiano escolar que na percepção de professores é um espaço de construção do saber, mas também é um local de adoecimento e frustrações.

A Percepção tem como função a captação de informação dos acontecimentos dos meios exterior e interno através de mecanismos sensoriais. A velha questão de a percepção nos fornecer um conhecimento do mundo tal como ele é, questão frequente na reflexão dos filósofos, foi substituída, na psicologia cientifica, e mais particularmente na psicofisiologia moderna, por uma perspectiva completamente diferente. Numerosos dados empíricos demonstram que a percepção não realiza um simples registro do real: as diferentes modalidades sensoriais, por meio das quais os organismos das diversas espécies entram em contato com o mundo exterior, recortam seletivamente, na realidade física, informações específicas, excluindo outras. Os receptores sensoriais não constituem simples esquemas de entrada de certos estímulos, mas transdutores que transformam formas características de energia em ocorrências nervosas, de acordo com regras próprias do organismo que percebe. (DORON; PAROT, 1998, p. 579-580)

A citação anterior deixa bem claro que as atitudes são respostas orgânicas capazes de serem percebidas por um olhar atento.

Foram utilizados questionários aos professores e alunos, com questões abertas e fechadas referentes à temática: Informática educativa. No caso dos professores, o questionário abordou: experiência com informática, informática na escola, percepção sobre informática educativa, percepção sobre o uso de computadores na escola. Esses aspectos estão distribuídos em 19 questões.

(Apêndice D). Na sequência será abordado à percepção dos gestores, professores e alunos sobre informática educação.

Para os alunos, o questionário refere-se a: conhecimento básico de informática, informática na escola, percepção sobre as atividades dos professores no uso das ferramentas tecnológicas e educativas. Contendo aspectos distribuídos em 09 questões. (Apêndice E).

A aplicação dos questionários nessa pesquisa foi de fundamental importância, pois possibilitou um recorte histórico, visando ter a percepção de estudantes e professores sobre as novas tecnologias para assim analisar os impactos no espaço educacional.

3.5.3 Conversação

Foi utilizada a conversação neste trabalho, tendo em vista o que considera Tauste (2000), para quem a conversação é uma produção conjunta, interpessoal, que tem lugar e tempo reais e que implica um feedback, requerendo participação ativa e empatia. Locutor e interlocutor são unidos pela tarefa comum de produzir conjuntamente sua conversação, combinando interesses e fins de acordo com o contexto. Formamos assim as Relações Interlocutoras.

Em uma citação de Bange (apud KOCH, 2004, p. 75), encontramos que a conversação é vista como “a forma base para a organização das atividades da linguagem, pois ela é a forma da vida cotidiana, interativa e situacional”.

A característica mais evidente da conversação é o “fato dos interlocutores alternarem-se nos papéis de falante e ouvinte, os quais estão em permanente troca” (GALEMBECK, 2003, p. 65).

Contudo, todos estes autores concordam que a conversação é organizada em turnos, estes têm dados pela troca de falantes e suas intervenções, que se agrupam em intercâmbios (mínima unidade dialogal), os quais formam um conjunto de intercâmbios que compartilham o mesmo tema ou finalidade, as chamadas sequências.

A conversação nessa pesquisa foi muito importante, pois longe do gravador e das perguntas dos questionários os atores envolvidos se revelam e expressam indignação, desmotivação, decepção com o sistema. Ou desejos de que realmente as ações propostas pelos governos sejam uma resposta aos seus anseios.

3.5.4. Diário de Campo

Também foi adotado o diário de campo na investigação, pelo que se considerou a visão de Marandola Jr.; Paula; Pires (2006). Os autores observam o diário de campo como recurso metodológico para análise da experiência do pesquisador em seu envolvimento com o campo pesquisado. Incita imersões que proporcionam um conhecimento diferenciado, e que muitas vezes só se revela quando o artista-pesquisador, de posse dos seus registros, se ausenta desse campo.

Minayo (1999) destaca a importância do uso do diário de campo. Segundo a autora, o diário de campo é um instrumento ao qual podemos recorrer em qualquer momento da rotina do trabalho que estamos realizando. Nele, diariamente, são colocadas as percepções, as angústias, os questionamentos e as informações que não são obtidos com as entrevistas semiestruturadas.

O diário de campo expressa os dados referentes aos contextos físico, cultural, social e afetivo que se está estudando: tudo o que se observa no ambiente, acompanhado de todas as expressões verbais e não verbais que ocorrem (PATRÍCIO, 1995, 1999).

No diário são registradas as reflexões referentes ao método empregado, ao tema e aos seus sentimentos em relação ao estudo. O registro no diário de campo foi importante e nessa pesquisa fez sentido visto que o pesquisador adentrou e conviveu por um tempo no espaço educacional e algumas atitudes eram observadas e registradas como fonte para posterior averiguação entre o que havia sido respondido nos formulários e entrevistas e o que de fato ocorria na execução das ações e práticas educativas.

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