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INTEGRAÇÃO E CONTROLE CORPORAL: SISTEMAS

NERVOSO E ENDÓCRINO

GUIA DE ESTUDO

1. O encéfalo humano pesa cerca de 1,4 kg nas pessoas adultas e

é composto das seguintes partes: cérebro, tálamo e hipotálamo, mesencéfalo, ponte, cerebelo e bulbo raquidiano. Ao conjunto formado pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo raquidiano, os cientistas dão o nome de tronco encefálico. O encéfalo é envolvido por três membranas de tecido conjuntivo, as meninges. O espaço entre as meninges e o sistema nervoso é preenchido por um fluido chamado líquido cerebrospinal (ou líquido cefalorraquidiano), que amortece eventuais choques do encéfalo e os ossos da caixa craniana.

2. O cérebro é a parte mais desenvolvida do encéfalo humano,

constituindo entre 85% e 90% da massa encefálica do crânio. Sua superfície é intensamente pregueada, marcada por sulcos e depressões, que definem os giros ou circunvoluções cerebrais. Um profundo sulco longitudinal divide quase que completamente o cérebro em duas metades, os hemisférios cerebrais, direito e esquerdo. A conexão entre os dois hemisférios cerebrais é feita pelo corpo caloso, constituído por mais de 200 milhões de fi- bras nervosas. A camada mais externa dos hemisférios cerebrais, cuja espessura varia entre 1,5 cm e 2 cm, é o córtex cerebral, constituído por mais de 20 bilhões de corpos de neurônios (subs- tância cinzenta). A região mais interna dos hemisférios cerebrais é constituída por substância branca, formada por fibras nervo- sas (dendritos e axônios) que levam informações ao córtex e trazem dele instruções para o funcionamento corporal.

3. Lobos cerebrais são áreas demarcadas por sulcos mais profun-

dos dos hemisférios cerebrais, responsáveis pela coordenação de funções específicas. A porção anterior de cada hemisfério, conhecida como lobo frontal, por exemplo, controla os múscu- los esqueléticos do lado oposto do corpo; o pensamento, a fala e o olfato também são relacionados a essa região. Os lobos parietais, localizados nas laterais superiores da cabeça, estão relacionados a sensações provenientes da pele, dos músculos, das articulações e dos tendões. Os lobos temporais, situados nas regiões laterais inferiores da cabeça, na altura das têmpo- ras, estão ligados à audição. Os lobos occipitais, situados na parte traseira da cabeça, estão ligados à visão.

4. O tálamo e o hipotálamo ficam localizados embaixo do cérebro.

O tálamo compõe-se de duas massas ovóides de substância cin- zenta encaixadas na base do cérebro. Todas as mensagens senso- riais, com exceção das provenientes dos receptores de olfato, pas- sam pelo tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Acredita-se que a região talâmica atue como uma estação integradora e retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral, sen- do responsável por seu direcionamento às áreas apropriadas do cérebro, onde devem ser processadas. O tálamo também parece exercer um papel importante na regulação do estado de consci- ência, alerta e atenção. O hipotálamo é uma estrutura do tama- nho aproximado de um grão de ervilha localizada sob o tálamo. Apesar de relativamente pequeno, ele é uma região encefálica importante na homeostase, isto é, no ajuste do organismo às va- riações externas. Por exemplo, é o hipotálamo que controla a tem- peratura corporal, o apetite e o equilíbrio hídrico no corpo, além de ser o principal centro da expressão emocional (por provocar alterações no estado fisiológico do corpo) e do comportamento

sexual. É ele também que faz a integração entre o sistema nervo- so e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glân- dulas produtoras de hormônios.

5. O mesencéfalo, localizado em seguida ao tálamo e ao hipotálamo,

está envolvido na recepção e coordenação de informações sobre o grau de contração dos músculos e a postura corporal. A ponte, originada do metencéfalo embrionário, é constituída principal- mente por fibras nervosas que ligam o córtex cerebral ao cerebe- lo. Nessa região encefálica também há centros coordenadores da movimentação dos olhos, do pescoço e do corpo em geral. Além disso, a ponte participa na manutenção da postura corporal cor- reta, no equilíbrio do corpo e no estado de tensão dos músculos (tônus muscular). O cerebelo, também originado do metencéfalo embrionário, fica encaixado entre a parte posterior do cérebro e a ponte. Conecta-se por meio de inúmeras fibras nervosas ao tálamo, ao tronco encefálico e à medula espinal. O cerebelo recebe infor- mações de diversas partes do encéfalo e da medula espinal so- bre a posição das articulações e o grau de estiramento dos mús- culos, bem como informações auditivas e visuais. Com base nes- sas informações, ele coordena os movimentos e orienta a postura corporal. Quando uma parte do corpo se movimenta, o cerebelo coordena a movimentação das outras partes corporais para man- ter o equilíbrio. É graças a ele que podemos realizar ações alta- mente coordenadas e complexas como andar de bicicleta, jogar tênis ou tocar violão.

6. O bulbo raquidiano, originário do mielencéfalo embrionário, é a

última porção do encéfalo, constituindo a parte dilatada locali- zada na base do tronco encefálico. Ela contém importantes cen- tros controladores de funções vitais como os que regulam os batimentos cardíacos e os movimentos respiratórios.

7. A medula espinal é um cordão cilíndrico com cerca de 1 cm a

1,7 cm de diâmetro que parte da base do encéfalo e percorre quase toda a coluna vertebral, alojada no canal formado pelas perfurações das vértebras. Ela é revestida pelas três meninges e possui um canal interno, preenchido por líquido cefalorraqui- diano, que também preenche o espaço entre as duas meninges mais internas. A medula espinal atua como uma estação nervo- sa retransmissora, ou seja, a maioria das informações colhidas nas diversas partes do corpo chega primeiramente até ela, para só então serem conduzidas ao encéfalo. Por outro lado, a maior parte das ordens elaboradas no encéfalo passa pela medula an- tes de chegar a seus destinos. Além de intermediar a comunica- ção do corpo com o encéfalo, a medula espinal elabora respos- tas simples para certos estímulos.

8. O sistema nervoso central é constituído pelo encéfalo e pela

medula espinal. O sistema nervoso periférico é constituído pelos nervos e pelos gânglios nervosos. Os nervos são fios finos e esbranquiçados, formados pela reunião de vários axônios que partem do encéfalo e da medula espinal, ramificando-se e atin- gindo todas as regiões do corpo. Os gânglios nervosos são pe- quenas dilatações presentes nos nervos.

9. De acordo com os tipos de neurônios que apresentam, os nervos

podem ser classificados em sensitivos, ou aferentes (contêm apenas neurofibras de neurônios sensitivos), motores, ou eferentes (contêm apenas neurofibras de neurônios motores), e mistos (contêm neurofibras de neurônios sensitivos e de neurônios motores). Tam- bém se classificam os nervos de acordo com a região do sistema nervoso central à qual estão unidos; nervos ligados ao encéfalo são chamados de nervos cranianos, e nervos ligados à medula são cha- mados de nervos raquidianos, ou nervos espinhais. A espécie hu- mana possui doze pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos raquidianos. Os nervos cranianos conectam o encéfalo a órgãos dos sentidos e a músculos, principalmente da região da cabeça; os ner- vos raquidianos conectam a medula espinal a células sensoriais e a músculos localizados nas diversas partes do corpo.

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RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DAS ATIVIDADES

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digo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

10. Os nervos raquidianos comunicam-se com a medula espinal por

meio dos espaços que há entre as vértebras; a cada espaço intervertebral há um par de nervos, um de cada lado da coluna vertebral. Cada nervo liga-se à medula por dois conjuntos de fibras nervosas, denominadas “raízes” do nervo. Uma das raízes de um nervo espinhal liga-se à parte dorsal da medula (raiz dorsal), e a outra liga-se à parte ventral da medula (raiz ventral). A raiz dorsal de um nervo raquidiano é formada exclusivamente por fibras sensitivas, enquanto a raiz ventral é formada somente por fibras motoras. Na raiz dorsal de cada nervo raquidiano há um gânglio espinhal, no qual se localizam os corpos celulares dos neurônios sensitivos. Já os corpos celulares dos neurônios motores ficam dentro da medula, na substância cinzenta.

11. São respostas elaboradas diretamente pela medula, sem interfe-

rência do encéfalo. Uma das mais simples é o reflexo patelar, testado pelo médico ao bater com um martelinho no joelho do paciente. Nesse reflexo tomam parte apenas dois tipos de neurônio, um sensitivo, que percebe a batida e leva o impulso nervoso até a medula espinal, e um motor, que conduz o impul- so medular até o músculo da coxa, provocando sua contração. A maioria das respostas reflexas medulares é, no entanto, mais complexa que o reflexo patelar e envolve um terceiro tipo de neurônio, denominado neurônio associativo. Esse fica localiza- do no interior da medula espinal e faz a conexão entre o neurônio sensitivo e o neurônio motor que participam da resposta refle- xa. Nesse caso, o impulso que atinge a medula pelo neurônio sensitivo é transmitido ao neurônio associativo e deste ao neurônio motor que conduz a resposta ao músculo. Além de estimular os neurônios motores responsáveis pela ação reflexa, o neurônio associativo estimula também outros neurônios que conduzem impulsos ao encéfalo, permitindo a tomada de cons- ciência do ocorrido.

12. O SNP voluntário, também chamado de SNP somático, tem por

função conduzir ao sistema nervoso central estímulos vindos dos ambientes corpóreo e externo, e levar aos músculos estriados esqueléticos impulsos nervosos vindos do sistema nervoso central. O SNP autônomo, ou SNP visceral, tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos sistemas digestório, cardiovascular, urinário e endócrino. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos não-estriados das vísceras e à musculatura estriada do coração.

13. São neurônios constituintes do SNP autônomo. O corpo celular do

neurônio pré-ganglionar localiza-se dentro do sistema nervoso cen- tral e seu axônio vai até um gânglio, onde o impulso nervoso é transmitido ao neurônio pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio pós-ganglionar fica no interior do gânglio nervoso e seu axônio conduz o estímulo nervoso até o órgão por ele controlado, que pode ser um músculo não-estriado ou o músculo cardíaco.

14. O SNP autônomo (SNPA) é dividido em dois ramos, SNPA simpá-

tico e SNPA parassimpático, que se distinguem tanto pela estru- tura quanto pela função. O SNPA simpático difere do SNPA parassimpático quanto à região do sistema nervoso central de onde partem as fibras e quanto à localização dos gânglios na via nervosa. O SNPA simpático é constituído por nervos raquidianos que partem das regiões torácica e lombar da medula espinal, possuindo, cada um deles, um gânglio nervoso localizado perto da medula. Já o SNPA parassimpático é constituído por nervos cranianos, que partem do encéfalo, e por nervos raquidianos que partem da região final (sacral) da medula espinal; esses nervos têm em comum o fato de, cada um deles, conectar-se a um gân- glio localizado próximo, ou mesmo dentro, do órgão que contro- lam. As fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas controlam os mesmos órgãos, mas trabalham em oposição: enquanto um dos ramos estimula determinado órgão, o outro o inibe. Essa ação antagônica garante o funcionamento equilibrado dos ór- gãos internos. De modo geral, o SNPA simpático estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a

situações de estresse. Por exemplo, o SNPA simpático é o respon- sável pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão sangüínea, pelo aumento da concentração de açúcar no sangue e pela ativação do metabolismo geral do corpo. Já o SNPA parassimpático estimula principalmente atividades relaxantes, como a redução do ritmo cardíaco e da pressão sangüínea, entre outras.

15. Os exteroceptores são células sensoriais especializadas em captar

estímulos provenientes do ambiente. Os proprioceptores se locali- zam nos músculos, tendões, articulações e órgãos internos, e sua função é informar o sistema nervoso central sobre a posição dos braços, das pernas e da cabeça em relação ao resto do corpo. Os interoceptores percebem condições internas do corpo como a com- posição do sangue, o pH, a pressão osmótica, a temperatura etc., o que nos permite sentir sede, fome, frio, náusea e dor, por exemplo.

16. As papilas gustatórias são pequenas saliências distribuídas sobre a

língua e o palato mole, constituídas por células sensoriais detectoras de paladar. Existem quatro tipos básicos de papilas gustatórias: circunvaladas, fungiformes, foliáceas e filiformes. As papilas filiformes não contêm células receptoras de sabor, estando envolvidas ape- nas em sensações táteis. Os outros três tipos são capazes de detec- tar os quatro sabores básicos: doce, azedo, salgado e amargo.

17. O epitélio olfatório, localizado no teto das cavidades nasais, é

um conjunto de células nervosas especializadas (quimioceptores de olfato) que possuem prolongamentos sensíveis (cílios olfatórios), mergulhados na camada de muco que recobre as cavidades nasais. As moléculas dispersas no ar difundem-se no muco e atingem os prolongamentos sensoriais, gerando impul- sos nervosos que são conduzidos até o corpo celular da célula olfatória, de onde atingem o axônio, que se comunica com o bulbo olfatório.

18. A orelha é o órgão responsável pela audição e pelo equilíbrio do

corpo. Ela costuma ser dividida em três regiões, denominadas, de fora para dentro, orelha externa, orelha média e orelha interna. A orelha externa é o canal que se abre para o meio exterior no pavilhão auditivo, conhecido popularmente como orelha. Ele é revestido por um epitélio rico em células secretoras de cera, cuja função é reter partículas de poeira e microrganismos, protegendo assim as partes internas da orelha. O pavilhão auditivo funciona como uma concha acústica, que capta os sons e os direciona para o canal auditivo. As ondas sonoras fazem vibrar o ar dentro do canal da orelha, e as vibrações são transmitidas à membrana timpânica, ou tímpano, uma fina película que separa a orelha externa da orelha média. A orelha média, localizada dentro do osso temporal, é um canal estreito e cheio de ar; nele se localizam três pequenos ossos denominados martelo, bigorna e estribo. Um canal flexível, a tuba auditiva (trompa de Eustáquio), comunica a orelha média à garganta, e sua função é equilibrar a pressão no interior da orelha com a do meio externo. A vibração do ar causada pelas ondas sonoras, ao atingir a membrana timpânica, faz com que ela vibre, movimentando o martelo, a bigorna e o estribo. Esses pequenos ossos da orelha média, alinhados em seqüência, atuam como amplificadores e transmissores das vibrações à orelha interna. A orelha interna, encravada no osso temporal, é um complexo labirinto membranoso, conhecido como aparelho ves- tibular, onde se localizam células sensoriais especializadas na captação de estímulos mecânicos, genericamente chamados mecanoceptores. Os principais componentes do aparelho vesti- bular são a cóclea, responsável pela audição, e o sáculo, o utrículo e os canais semicirculares, responsáveis pelo equilíbrio.

19. A cóclea é um longo tubo cônico, enrolado como a concha de

um caracol, com o interior dividido em três compartimentos cheios de líquido. No compartimento mediano (ducto coclear) localiza-se o órgão espiral (orgão de Corti), que contém as célu- las sensoriais fonoceptoras. Essas células entram em contato com uma estrutura membranosa chamada de membrana tectórica, que se apóia, como se fosse um teto, sobre os cílios das células sensoriais. A base do estribo conecta-se a uma área da cóclea

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denominada janela oval, fazendo-a vibrar e comunicando a vi- bração ao líquido coclear. Por meio desse líquido, as vibrações fazem os cílios das células sensoriais roçar a membrana tectórica, gerando impulsos nervosos, que são conduzidos pelo nervo au- ditivo ao centro de audição do córtex cerebral.

20. O sáculo e o utrículo são duas bolsas cheias de líquido, localizadas

sobre a cóclea. Em suas paredes internas existem as máculas, for- madas por células sensoriais ciliadas sobre as quais ficam os otólitos, pequenos grãos de carbonato de cálcio. As várias máculas têm di- ferentes graus de inclinação em relação ao nosso corpo, de modo que, quando uma está em posição horizontal, outras estão em posição vertical ou inclinada. Mudanças na posição da cabeça fa- zem com que o deslocamento dos otólitos, sob a ação da gravi- dade, estimule os cílios das células sensoriais das máculas. Os im- pulsos nervosos gerados nas diversas máculas são comparados no cérebro permitindo-lhe determinar a orientação da cabeça em re- lação à força gravitacional. Assim, percebemos se estamos de ca- beça para cima ou para baixo e a velocidade com que estamos nos deslocando.

21. Os canais semicirculares são três tubos curvos, também cheios de

líquido, localizados sobre o utrículo. Na base de cada canal semi- circular existe uma dilatação, chamada ampola, onde há um aglo- merado de células sensoriais ciliadas revestidas por uma massa gelatinosa. Quando movimentamos a cabeça, o movimento do líquido sobre os cílios das células sensoriais estimula-as, gerando impulsos nervosos que são transmitidos ao encéfalo. Se rodarmos a cabeça a uma velocidade constante, o líquido no interior dos ca- nais semicirculares passa a se mover em consonância com os canais, estimulando as células sensoriais. Entretanto, se pararmos bruscamente de rodopiar, o líquido dos canais semicirculares con- tinua a se mover devido à inércia, estimulando as células sensoriais e causando uma sensação de tontura. Isso ocorre devido ao confli- to de duas percepções: os olhos informam ao sistema nervoso que paramos de rodopiar, mas o movimento inercial do líquido, nos canais semicirculares da orelha interna, informa que nossa cabeça ainda está em movimento.

22. Os órgãos responsáveis por nossa visão são os bulbos do olho, popu-

larmente chamados de olhos. Eles são duas bolsas membranosas cheias de líquido, embutidas em cavidades ósseas do crânio, as órbi- tas oculares. Os bulbos do olho são revestidos por uma membrana transparente, dotada de finíssimos vasos sangüíneos, a conjuntiva, que se estende pela superfície interna das pálpebras. Sob a conjuntiva fica a parede do bulbo do olho, formada por três camadas de tecido: esclera, corióide e retina. A esclera é a camada mais externa, consti- tuída por um tecido conjuntivo resistente, que mantém a forma esfé- rica do bulbo do olho e serve de ponto de ligação para os músculos responsáveis por sua movimentação. A esclera tem cor branca, mas, na parte anterior do bulbo do olho, ela apresenta uma área transpa- rente à luz e com maior curvatura; é a córnea, a lente do olho. Ime- diatamente abaixo da córnea há uma câmara preenchida por um líquido transparente chamado humor aquoso. A corióide, localizada imediatamente abaixo da esclera, é uma película pigmentada rica em vasos sangüíneos que nutrem e oxigenam as células do olho. Sob a córnea, a corióide forma a íris, o disco colorido do olho. No centro da íris há um orifício de tamanho regulável, a pupila, por onde a luz penetra no globo ocular. Atrás da íris localiza-se a lente, uma estrutu- ra protéica com forma de uma lente biconvexa, que dá nitidez e foco à imagem luminosa formada na córnea, projetando-a na área sensí- vel do fundo do bulbo do olho. A lente está ligada aos músculos ciliares, cuja contração modifica ligeiramente sua forma, de modo a focalizar a imagem corretamente sobre o fundo do olho. Atrás da lente há uma grande câmara, preenchida por um líquido viscoso e transparente chamado corpo vítreo. A retina reveste internamente a câmara ocular; ela contém dois tipos de fotoceptores, isto é, de célu- las estimuláveis pela luz: os bastonetes e os cones.

23. Os bastonetes são fotoceptores extremamente sensíveis à luz, mas

incapazes de distinguir as cores. Neles, a substância responsável pela detecção de luz é um pigmento constituído por uma parte protéica, denominada opsina, e uma parte não-protéica, o II-cis

retinal, derivado da vitamina A. Os cones são menos sensíveis à luz que os bastonetes, mas possuem, em conjunto, a capacidade de discriminar diferentes comprimentos de onda, permitindo a visão em cores. Em um ambiente pouco iluminado apenas os bastonetes, por serem mais sensíveis, são estimulados. É por isso que, na pe-