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1. Nutrição pode ser definida como o conjunto de processos que vão

desde a ingestão do alimento até a sua assimilação pelas células.

2. Dieta refere-se aos tipos e às quantidades dos alimentos que ingeri-

mos. A dieta humana precisa conter diversos tipos de substância, tais como carboidratos, lipídios, proteínas, sais minerais, vitaminas e água.

3. Nutrientes energéticos fornecem energia às células; são os

glicídios (ou carboidratos) e os lipídios. Nutrientes plásticos for- necem matéria-prima para a produção dos constituintes estru- turais do corpo; os principais são as proteínas que fornecem aminoácidos para a construção de nossas próprias proteínas.

4. Nutrientes essenciais são substâncias que nosso corpo necessi-

ta, mas não consegue produzir, tendo de obtê-las prontas no alimento. Vitaminas, por exemplo, são nutrientes essenciais. Outros exemplos de nutrientes essenciais são os aminoácidos que nossas células não conseguem produzir, conhecidos como aminoácidos essenciais.

5. Taxa metabólica basal é a quantidade de energia gasta por uma

pessoa em repouso para manter suas atividades vitais. Taxa me- tabólica total corresponde à quantidade de energia necessária à realização de todas as atividades do organismo.

6. Dieta protetora é aquela que contém a quantidade calórica mí-

nima necessária para impedir a subnutrição. Dieta balanceada é aquela que, além de fornecer a quantidade de energia de que o organismo necessita (aproximadamente 3 mil kcal/dia), apresenta uma proporção equilibrada dos diversos tipos de nutrientes: cer- ca de 50% a 60% de glicídios (carboidratos), 25% a 35% de gorduras e 15% a 25% de proteínas.

7. A partes do tubo digestório humano são: boca, faringe, esôfago,

estômago, intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso (ceco, colo e reto) e ânus.

8. Cárdia é a válvula muscular pela qual a cavidade esofágica se

comunica com a cavidade estomacal. Ela mantém-se fechada pela contração de um anel de musculatura lisa. Quando essa musculatura relaxa, a cárdia se abre e permite a passagem do bolo alimentar do esôfago para o estômago.

9. Piloro é a válvula muscular pela qual a cavidade estomacal se

comunica com a cavidade do intestino. Ele mantém-se fechado pela contração de um anel de musculatura lisa. Quando essa musculatura relaxa, o piloro se abre e permite a passagem do conteúdo estomacal para o duodeno.

10. Ceco intestinal é uma bolsa de fundo cego (daí seu nome), com

cerca de 7 cm de comprimento, situada perto da junção com o intes- tino delgado. Na extremidade fechada do ceco localiza-se o apêndi- ce vermiforme, uma pequena bolsa tubular, do tamanho de um dedo mínimo. O ceco e o apêndice parecem não desempenhar nenhuma função importante nos seres humanos; os cientistas acreditam que eles sejam “órgãos vestigiais”, isto é, que eram importantes na diges- tão de nossos ancestrais herbívoros e que hoje têm função reduzida.

11. Digestão é o conjunto de processos pelos quais os componentes

dos alimentos são transformados em substâncias assimiláveis pe- las células. Distinguem-se dois tipos de digestão: mecânica, que consiste na trituração dos alimentos, e química, que consiste na quebra de moléculas orgânicas por ação de enzimas hidrolíticas. Na espécie humana a digestão mecânica é realizada pelos den- tes, pela língua e pelas contrações da musculatura lisa presente na parede do tubo digestório. A digestão química é realizada por enzimas secretadas por células glandulares presentes no re- vestimento interno do tubo digestório e por glândulas anexas, as glândulas salivares e o pâncreas.

12. A saliva secretada pelas glândulas salivares contém a enzima

amilase salivar, ou ptialina, que atua sobre as grandes moléculas de amido e de glicogênio, quebrando-as em fragmentos meno- res, denominados dextrinas e, finalmente, no dissacarídio maltose.

13. O bolo alimentar é impulsionado por ondas rítmicas de contra-

ção, as ondas peristálticas, ou peristaltismo, que ocorrem ao longo de todo o tubo digestório.

14. A principal enzima ativa no estômago é a pepsina, que digere

proteínas pela quebra das ligações peptídicas entre certos aminoácidos. Os produtos dessa quebra são cadeias de aminoácidos relativamente longas, conhecidas como peptonas. Outra enzima presente no estômago é a renina, produzida em grande quantidade no estômago de recém-nascidos e de crian- ças, e em pequena quantidade no estômago de pessoas adultas. A renina provoca a coagulação da caseína (principal proteína do leite), o que faz com que ela permaneça por mais tempo no estô- mago e seja mais bem digerida.

15. Quimo é a massa alimentar acidificada e semilíquida presente

no estômago. À medida que a digestão estomacal vai ocorren- do, o esfíncter pilórico relaxa-se e contrai-se alternadamente, liberando pequenas porções de quimo para o duodeno.

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RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DAS ATIVIDADES

Reprodu

çã

o proibida.

Art.184 do C

ó

digo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

16. Suco intestinal, ou suco entérico, é a solução de enzimas diges-

tivas produzidas e secretadas pelas milhares de glândulas pre- sentes na parede do duodeno. Suco pancreático é a solução de enzimas e de bicarbonatos secretados pelos ácinos pancreáticos e eliminados no duodeno.

17. Bile é uma secreção de cor esverdeada produzida pelo fígado e

armazenada na vesícula biliar. Ela não contém enzimas digestivas. Seus principais componentes são os sais biliares, que emulsionam gorduras, isto é, quebram gotas de gorduras em gotículas micros- cópicas, o que facilita a ação da lipase pancreática.

18. Quilo é o líquido esbranquiçado a que fica reduzido o bolo ali-

mentar após as últimas transformações químicas que ocorrem no intestino delgado.

19. A digestão dos polissacarídios amido e glicogênio inicia-se na

boca por ação da amilase salivar, que quebra essas grandes mo- léculas em fragmentos progressivamente menores (dextrinas) até transformá-los em maltose, um dissacarídio. O processo é interrompido no estômago com a inativação da amilase pela acidez estomacal. No duodeno a digestão dos glicídios é reto- mada pela amilase pancreática; amido, glicogênio e dextrinas contidos no bolo alimentar são transformados em maltose. Esta, por sua vez, é quebrada em duas moléculas de glicose pela ação da maltase, uma enzima do suco intestinal.

20. A digestão das proteínas tem início no estômago por ação da

pepsina, que a quebra transformando-as em grandes cadeias de aminoácidos denominadas peptonas. No duodeno, as enzimas pancreáticas, tripsina e quimotripsina, quebram as proteínas que passaram intactas pelo estômago e as peptonas resultantes da ação da pepsina em oligopeptídios e dipeptídios. As peptidases do suco intestinal degradam os oligopeptídios em aminoácidos, e as dipeptidases, também presentes no suco intestinal, que- bram os dipeptídios em aminoácidos.

21. O pâncreas é uma glândula alongada, com cerca de 15 cm de

comprimento e formato triangular, localizada sob o estômago, na alça formada pelo duodeno. Além de produzir os bicarbona- tos e as enzimas que compõem o suco pancreático, o pâncreas também produz hormônios, apresentando, portanto, função endócrina. As células pancreáticas secretoras de enzimas ficam reunidas em pequenas bolsas, denominadas ácinos pancreáti- cos, que se reúnem no ducto pancreático. As células secretoras de hormônios formam pequenos agrupamentos, as ilhotas de Langerhans, dispersos entre os ácinos.

22. O fígado participa da digestão produzindo a bile, secreção

esverdeada que é temporariamente armazenada em uma bolsa de forma oval, a vesícula biliar. Esta situa-se embaixo do fígado, e dela parte um canal que, junto ao ducto pancreático, forma o ducto colédoco.

23. As principais funções da bile são: eliminar do corpo substâncias

indesejáveis e atuar na emulsão das gorduras ingeridas, facili- tando, assim, a ação da lipase. As principais substâncias indese- jáveis eliminadas na bile são: toxinas; produtos da degradação de diversas drogas, inclusive de medicamentos; excesso de co- lesterol; e bilirrubina, uma substância de cor amarela produzida continuamente pela degradação de proteínas conjugadas com ferro, principalmente da hemoglobina de hemácias velhas.

24. A maioria dos nutrientes é absorvida pela mucosa do intestino

delgado, de onde passa para os capilares sangüíneos e linfáti- cos. Os aminoácidos e açúcares resultantes da digestão de pro- teínas e carboidratos, respectivamente, atravessam as células do revestimento intestinal e passam para o sangue. Os capilares sangüíneos intestinais formam a veia porta-hepática, que leva os nutrientes absorvidos até o fígado. Daí os nutrientes são con- duzidos ao coração, pela veia cava inferior, e, em seguida, distri-

buídos para todas as células do corpo pelo sangue que deixa o coração. O glicerol e os ácidos graxos resultantes da digestão de lipídios são absorvidos pelas células intestinais, reconvertidos em lipídios e agrupados, formando pequenos grãos. Esses grãos lipídicos são, então, lançados nos vasos linfáticos das vilosidades intestinais, pelos quais chegam à veia cava e ao coração, que se encarrega de sua distribuição pelo corpo.

25. Logo após uma refeição rica em gorduras, o sangue fica com

aparência leitosa, devido ao grande número de gotículas de lipídios em circulação. Após uma refeição rica em açúcares, gran- de parte da glicose presente no sangue é absorvida pelas células do fígado e convertida em glicogênio. Nos períodos entre as refeições, quando a taxa de glicose no sangue diminui, as célu- las hepáticas reconvertem glicogênio em glicose, liberando esse glicídio na circulação.

26. A superfície interna do intestino delgado é intensamente preguea-

da, com milhões de pequenas dobras, chamadas vilosidades intes- tinais. As membranas das próprias células do epitélio intestinal apre- sentam dobrinhas microscópicas, denominadas microvilosidades. O intenso pregueado da superfície interna do intestino delgado proporciona uma ampla superfície de contato entre as células e o quilo, o que garante a alta capacidade de absorção intestinal. Os cientistas calculam que, se esticássemos todas as pequenas dobras da superfície das células intestinais, a área total seria de mais de 30 m2, o tamanho de uma sala de 6 m x 5 m.

27. Os restos de uma refeição levam cerca de nove horas para che-

gar ao intestino grosso, onde permanecem, em média, de um a três dias. Durante esse período há intensa proliferação de bacté- rias na massa de resíduos e parte da água e dos sais nela conti- dos é absorvida. Assim, na região final do colo, os resíduos soli- dificam-se, formando as fezes. Cerca de 30% da parte sólida das fezes compõe-se de bactérias vivas e mortas, e os 70% res- tantes são constituídos por sais, muco, fibras de celulose e ou- tros componentes não-digeridos. A cor escura das fezes é devi- da à presença de pigmentos provenientes da bile.

28. No intestino grosso proliferam diversos tipos de bactéria, muitos

dos quais mantêm conosco relações amistosas, produzindo as vitaminas K, B12, tiamina e riboflavina, entre outras; em retribui- ção, fornecemos abrigo e alimento a esses microrganismos. Es- sas bactérias úteis constituem nossa flora intestinal, e sua pre- sença no intestino evita a proliferação de bactérias patogênicas, as quais poderiam nos causar doenças.

29. O processo da digestão dos alimentos é controlado pelo sistema

nervoso autônomo e por hormônios. A visão, o cheiro e o sabor do alimento estimulam nosso sistema nervoso central, e este, por meio de nervos, estimula as glândulas salivares a secretar saliva, fenômeno conhecido como salivação, e as glândulas es- tomacais a secretar enzimas digestivas e ácido clorídrico.

30. Gastrina é um hormônio liberado por células da parede estoma-

cal em resposta à presença de alimento rico em proteínas no es- tômago; pela corrente sangüínea atinge as glândulas da mucosa estomacal, estimulando-as a secretar grandes quantidades de suco gástrico. Esse hormônio atua também sobre o esfíncter pilórico, relaxando-o, e sobre o esfíncter cárdico, contraindo-o.

31. Secretina é um hormônio liberado por células da parede do

duodeno em resposta à acidez do quimo que entra no intestino vindo do estômago. Ela exerce várias funções: inibe a secreção gástrica no estômago, reduz a mobilidade intestinal e estimula a liberação de secreção pancreática rica em bicarbonatos, a pro- dução de bile pelo fígado e a secreção de suco entérico pela parede intestinal. A secreção de bicarbonatos é importante por neutralizar a acidez do quimo, tornando a massa alimentar li- geiramente alcalina, o que é ideal para a ação das enzimas pan- creáticas e intestinais.

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RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DAS ATIVIDADES Reprodu çã o proibida. Art.184 do C ó

digo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

32. Colecistoquinina, ou pancreozimina, é um hormônio liberado por

células da parede do duodeno em resposta à presença de gordu- ras ou proteínas parcialmente digeridas no intestino delgado. Pela circulação sangüínea, a colecistoquinina atinge a vesícula biliar, estimulando a contração de sua musculatura, de modo a lançar bile no duodeno. A colecistoquinina atua também sobre o pân- creas, estimulando-o a liberar as enzimas do suco pancreático.

33. Certas bactérias que vivem na boca humana alimentam-se dos

restos de comida que ficam entre os dentes. Na presença de açúcar, essas bactérias multiplicam-se rapidamente, grudando nos dentes e formando as chamadas “placas bacterianas”. As bactérias das placas produzem ácidos que corroem o esmalte dental, causando cáries. Podem-se prevenir as cáries dentárias evitando-se o consumo excessivo de alimentos ricos em açúcar e mantendo os dentes sempre limpos, por meio da escovação e do uso de fio dental. Deve-se, também, consultar regularmente um dentista, que pode indicar a melhor forma de cuidar da higie- ne bucal e tratar eventuais problemas dentários.

34. Quando comemos ou bebemos demais, ou se a comida ingerida

está deteriorada, nosso sistema nervoso faz entrar em ação uma operação de emergência: o vômito. Contrações violentas da muscu- latura abdominal e do estômago fazem o conteúdo estomacal subir pelo esôfago e sair pela boca. O gosto ácido, característico do vômi- to, deve-se ao suco gástrico que está misturado com o alimento.

35. Diarréia é um processo de eliminação rápida do conteúdo intestinal

e pode ocorrer por diversas causas, como a ingestão de alimento deteriorado, nervosismo ou alergia a certos tipos de substâncias alimentares. Como o trânsito intestinal é acelerado, não há tempo para a absorção normal da água, o que resulta em fezes liquefeitas. Apesar de ser um processo de defesa do corpo, a diarréia continua- da leva à perda de água e de sais, causando desidratação.

QUESTÕES PARA PENSAR E DISCUTIR

QUESTÕESOBJETIVAS

36. b 37. a 38. c 39. c 40. b 41. b 42. c 43. c 44. d 45. e 46. b

QUESTÕESDISCURSIVAS

47. 1. Ácido clorídrico; 2. Pepsinogênio; 3. Proteínas; 4. Oligopeptídios. 48. 1. Glândulas salivares; 2. Amido; 3. Lipase; 4. Pâncreas; 5. Alca-

lino; 6. Pepsina; 7. Ácido; 8. Pâncreas; 9. Intestino delgado; 10. Proteína.

49. a) As regiões A, B e C são, respectivamente, estômago, boca e

intestino delgado. Sua identificação deve-se aos respectivos va- lores de pH: ácido, neutro e alcalino. b) Tabela a seguir.

53. O bolo alimentar é conduzido do esôfago (3) ao estômago por

meio de ondas peristálticas, ou seja, contrações musculares su- cessivas. Essas contrações garantem o deslocamento contínuo e unidirecional do alimento por todo o tubo digestivo.

54. a) O suco gástrico atua no estômago (4) e é produzido nas glândulas

da parede estomacal. b) A enzima atuante é a pepsina. c) Tem início a digestão das proteínas, que se transformam em oligopeptídios (pe- quenas cadeias de aminoácidos). d) A gastrina é um hormônio pro- duzido pelo estômago e que atua na produção do suco gástrico, estimulando sua secreção e eliminação pelas glândulas estomacais.

55. a) No duodeno atuam o suco entérico (produzido no intestino

delgado), o suco pancreático (produzido no pâncreas) e a bile (produzida no fígado). b) Enteroquinase, tripsina, peptidases, carboidrases e lipase. c) Oligopeptídios, dissacarídios e lipídios transformam-se, respectivamente, em aminoácidos, monossa- carídios e ácidos graxos e glicerol. d) Secretina, hormônio que estimula o pâncreas a liberar secreção rica em bicarbonato de sódio; colecistoquinina, hormônio que age, ao mesmo tempo, estimulando a liberação da bile pela vesícula biliar e a liberação de enzimas digestivas pelo pâncreas.

56. Os valores aproximados de pH no estômago (4) e no duodeno (5)

são, respectivamente, em torno de 2 e de 8. O pH ácido do estô- mago e o pH alcalino do duodeno favorecem a atuação de suas respectivas enzimas digestivas. A manutenção do pH em cada um desses órgãos é garantida pela atuação de hormônios: gastrina, no estômago, e secretina, no duodeno. Esses hormônios estimulam a produção, respectivamente, de substâncias ácidas e alcalinas, com a conseqüente manutenção do pH, em cada um desses órgãos.

57. O fígado (7) produz a bile, que é armazenada na vesícula biliar.

A bile contém sais biliares, que emulsionam as gorduras e facili- tam a ação das lipases.

58. No intestino delgado (9) ocorre o término da digestão dos ali-

mentos e a absorção da maior parte dos nutrientes digeridos; estes atravessam as células do intestino e penetram na corrente sangüínea dos capilares presentes na parede intestinal.

59. Quando parte do intestino grosso (10) é removida, há redução

da área de absorção de água e sais presentes no material fecal. Assim, as fezes tenderão a ser mais líquidas ou semilíquidas.

CAPÍTULO

17

CIRCULAÇÃO SANGÜÍNEA