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PORÍFEROS E CNIDÁRIOS GUIA DE ESTUDO

1. Quanto ao hábitat, todos os poríferos são aquáticos. A maioria

vive no mar, em águas costeiras, rasas e quentes, geralmente fa- zendo parte da comunidade dos recifes de corais. Quanto ao modo de vida, crescem aderidos a substratos submersos (madeira, ro- chas, conchas etc.) e praticamente não se movimentam, o que caracteriza um modo de vida que os biólogos denominam séssil.

2. As esponjas alimentam-se das partículas orgânicas presentes na

água que circula através de seu corpo, entrando pelos poros e saindo pelo ósculo, daí elas serem consideradas animais

filtradores. Além de alimento, a água que circula pelo corpo

da esponja traz gás oxigênio e minerais e leva produtos inúteis, como gás carbônico e excreções.

3. a) Pinacócitos são células achatadas e justapostas que revestem

a superfície externa e os canais condutores de água em certas esponjas. b) Porócitos são células dotadas de um canal central, por onde a água atravessa a parede do corpo da esponja, che- gando à cavidade interna denominada espongiocela. c) Coanócitos são células dotadas de um flagelo, cuja base é cir- cundada por projeções da membrana plasmática, formando um funil. As ondulações do flagelo dos coanócitos impulsionam a água através do corpo da esponja, criando uma corrente líquida que traz partículas nutritivas e gás oxigênio, além de remover excreções e gás carbônico resultantes da atividade celular. d) Amebócitos (ou arqueócitos) são células totipotentes, capazes de originar todos os outros tipos de célula da esponja, incluindo aquelas que produzem as estruturas esqueléticas. Uma impor- tante função dos amebócitos é distribuir nutrientes pelo corpo da esponja. Os amebócitos capturam, por endocitose, partícu- las alimentares transferidas pelos coanócitos. Em seguida, dige- rem intracelularmente os alimentos e se deslocam pelo mesohilo, transferindo nutrientes a pinacócitos, porócitos e outras células.

e) Escleroblastos são células responsáveis pela produção de es-

truturas esqueléticas microscópicas chamadas de espículas. Estas podem ser calcárias, constituídas de carbonato de cálcio (CaCO3), ou silicosas, constituídas de sílica (H2Si3O7).

4. Mesohilo é a fina matriz gelatinosa localizada entre as camadas

de pinacócitos e de coanócitos, onde se encontram os elemen- tos de sustentação esquelética das esponjas (espículas e/ou fi- bras). É também no mesohilo que se deslocam os amebócitos.

5. Quanto à estrutura corporal, as esponjas podem ser de três tipos

básicos: asconóides, siconóides e leuconóides. a) O tipo asconóide é o mais simples, apresentando a espongiocela completamente revestida por coanócitos. Nele a água percorre o seguinte trajeto: meio externo → poros → espongiocela → ósculo → meio exter- no. b) Nas esponjas siconóides, geralmente maiores e mais com- plexas que as asconóides, a parede apresenta fendas que levam a canais aferentes, nas paredes dos quais há porócitos que se abrem em canais radiais revestidos por coanócitos. O caminho da água é: meio externo → canais aferentes → poros → canais radiais → espongiocela → meio externo. c) As esponjas leuconóides são maiores e mais complexas que as siconóides, com parede espessa e dotada de aberturas que levam a canais aferentes, os quais desembocam em câmaras revestidas de coanócitos, as câmaras vibráteis. Estas, por sua vez, comunicam-se por canais eferentes com a espongiocela, um canal estreito e sem coanócitos, que leva ao ósculo. Nelas o caminho da água é: meio externo → canais aferentes → câmaras vibráteis → canais eferentes → espongiocela → ósculo → meio externo.

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RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DAS ATIVIDADES Reprodu çã o proibida. Art.184 do C ó

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6. O filo Porifera é dividido em três classes: Calcarea, Desmospongiae

e Hexactinellidae. Os representantes da classe Calcarea são todos marinhos e caracterizam-se por apresentar, como elementos de sustentação esquelética, predomínio de espículas calcárias, consti- tuídas de carbonato de cálcio. A maioria dos representantes da classe Desmospongiae é marinha, com algumas espécies de água doce. Caracterizam-se por apresentar, como elementos de susten- tação esquelética, espículas silicosas, fibras de espongina ou am- bos. Os representantes da classe Hexactinellidae são exclusivamen- te marinhos, com espículas silicosas de seis raios, o que as distingue das espículas silicosas presentes nos desmospongiários (que têm de um a quatro raios). Por apresentar espículas de sílica, o mesmo material constituinte do vidro, as esponjas hexactinelídeas são cha- madas de esponjas-de-vidro. Em certas espécies, as espículas silicosas fundem-se formando uma trama entrelaçada no mesohilo.

7. A maioria das esponjas apresenta reprodução assexuada por

brotamento, que consiste na formação de expansões do corpo, os “brotos”, que crescem e mais tarde se separam do organis- mo genitor, passando a constituir novos indivíduos. Em muitas espécies de esponja, ocorre brotamento sem a posterior separa- ção dos brotos, formando-se, assim, colônias.

8. Gêmulas são estruturas formadas por certas esponjas de água doce;

têm parede espessa, com espículas, e em seu interior há um conjun- to de amebócitos cuja atividade metabólica encontra-se muito redu- zida, o que permite suportar longos períodos em estado de repouso. Quando as condições tornam-se favoráveis, os amebócitos retornam à atividade e saem por um pequeno poro na parede da gêmula, multiplicam-se e diferenciam-se, originando uma nova esponja.

9. a) A maioria das espécies é monóica, ou hermafrodita. Há tam-

bém espécies dióicas (de sexos separados), com indivíduos pro- dutores de óvulos (fêmeas) e indivíduos produtores de espermatozóides (machos). b) Na maioria dos poríferos, espermatozóides que entram no corpo da esponja-fêmea fun- dem-se a coanócitos, que se transformam em amebócitos e se deslocam pelo mesohilo até o óvulo. O amebócito transfere ao óvulo o núcleo do espermatozóide, fecundando-o. Na maioria das esponjas, portanto, ocorre fecundação interna. c) Em mui- tas espécies, a blástula flagelada liberada pelo corpo da es- ponja genitora logo se fixa a um objeto submerso e origina diretamente uma nova esponja semelhante à original. Fala-se, nesse caso, em desenvolvimento direto, porque a blástula de- senvolve-se diretamente em um organismo jovem bastante semelhante aos adultos. Algumas espécies de esponja apre- sentam desenvolvimento indireto; a blástula origina um orga- nismo bastante diferente da forma adulta, genericamente cha- mada larva, que em algumas espécies é a anfiblástula, e, em outras, a parenquímula.

10. A maioria dos cnidários é marinha; poucas espécies vivem em

lagos e rios de água doce e limpa. As anêmonas-do-mar e os corais são sésseis, vivendo fixados a objetos submersos. As águas- vivas nadam ativamente e as caravelas flutuam ao sabor das correntezas. Umas poucas espécies de cnidário são parasitas externos do corpo de peixes.

11. Os cnidários são chamados de diblásticos porque apresentam

apenas dois folhetos germinativos, ectoderma e endoderma, enquanto todos os outros animais (exceto as esponjas) têm três folhetos germinativos, sendo triblásticos.

12. A maioria das espécies de cnidário apresenta, em seu ciclo de vida,

duas formas corporais: pólipo e medusa. A forma de pólipo, ou polipóide, lembra um cilindro, com a base fixada a um objeto submerso e o topo livre, onde se situam a boca e os tentáculos. A forma de medusa, ou medusóide, lembra um guarda-chuva, com a boca situada em posição central na face côncava do animal. Pode haver tentáculos ao redor da boca e nas bordas do corpo.

13. a) Células mioepiteliais epidérmicas desempenham papéis de reves-

timento e contração do corpo. b) Células intersticiais são totipotentes, capazes de originar os diversos tipos celulares do cnidário, partici- pando do crescimento e dos processos regenerativos. c) Células sen- soriais têm capacidade de perceber estímulos ambientais e transmiti-los a células nervosas presentes na mesogléia. d) Células glandulares da epiderme secretam muco, cujo papel é lubrificar o corpo, protegen- do-o; no caso das formas sésseis, o muco também permite a aderên- cia do animal ao substrato. e) Cnidoblastos são células que contêm em seu interior uma cápsula ovóide, o nematocisto, com um líquido tóxico sob pressão. O nematocisto se prolonga por um longo tubo, o filamento urticante, o qual se encontra invertido sobre si mesmo e enrolado no interior do nematocisto. Seu papel é participar da captu- ra de alimento e da defesa contra inimigos.

14. As células mioepiteliais digestivas apresentam, na região de con-

tato com a mesogléia, fibrilas contráteis; assim, elas participam da movimentação corporal. Elas também apresentam dois flagelos, cujas ondulações movimentam o conteúdo da cavidade gastrovascular, facilitando a mistura do alimento com as enzimas digestivas produzidas por certos tipos de células glandulares. As células mioepiteliais digestivas também participam ativamente da absorção e da digestão intracelular dos alimentos.

15. Mesogléia é a massa gelatinosa secretada por certas células da

epiderme e da gastroderme do cnidário e que dá suporte ao cor- po, constituindo um esqueleto elástico e flexível. É na mesogléia que se localiza a rede de células nervosas que constitui o sistema nervoso difuso dos cnidários.

16. Enzimas digestivas secretadas por células glandulares especiais da

gastroderme iniciam a digestão do alimento extracelularmente, na cavidade gastrovascular. Partículas de alimento parcialmente digeridas vão sendo englobadas pelas células mioepiteliais digesti- vas, em cujo citoplasma a digestão se completa. A digestão nos cnidários, portanto, inicia-se extracelularmente e termina intracelu- larmente. Os produtos úteis da digestão são distribuídos às diversas células do corpo por difusão. Restos não digeridos permanecem na cavidade gastrovascular até serem eliminados pela boca.

17. Zooclorelas são algas verdes (clorofíceas) presentes no interior das

células de cnidários de água doce (hidra); as clorofíceas realizam fotossíntese e fornecem substâncias orgânicas ao cnidário; este, por sua vez, garante às algas o ambiente adequado para viver. Esse tipo de associação é chamado de endossimbiose. Zooxantelas são algas fotossintetizantes, geralmente dinoflagelados, que vi- vem endossimbioticamente dentro das células de corais e de outros cnidários.

18. O filo Cnidaria é subdividido em quatro classes: Hydrozoa

(hidrozoários), Scyphozoa (cifozoários), Cubozoa (cubomedusas) e Anthozoa (antozoários). A maioria dos hidrozoários vive em água salgada, mas há espécies de água doce. No ciclo de vida dos hidrozoários predomina a forma polipóide. Na maioria das espécies os pólipos originam, assexuadamente, pequenas medusas de vida relativamente curta; estas reproduzem-se sexuadamente originan- do pólipos, que fecham o ciclo. Exemplos de hidrozoários são a

Hydra (hidra), Obelia e Physallia (caravela). Cifozoários são cnidários

marinhos em que a forma medusóide é a predominante no ciclo de vida. O tamanho das medusas varia nas diferentes espécies, desde de 2 cm até 4 m de diâmetro. A maioria das águas-vivas, comuns nas praias em certas épocas do ano, pertence à classe Scyphozoa. Ex.: Aurelia. Cubozoários (ou cubomedusas) são cnidários marinhos em que predomina a forma de medusa, como ocorre nos cifozoários. A medusa dos cubozoários é relativamente compacta e lembra um sino de forma cúbica. Ex.: Chiropsalmus quadrumanus. Antozoários são organismos exclusivamente marinhos e que, diferentemente dos outros cnidários, apresentam apenas formas polipóides no ciclo de vida. Ex.: anêmonas-do-mar e corais.

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19. Certos pólipos de hidrozoários e de antozoários podem formar

pequenos brotos, que posteriormente se soltam e originam in- divíduos independentes. Fala-se, neste caso, em brotamento. Em certas espécies, os brotos se desenvolvem unidos, formando colônias. No ciclo de vida de muitas espécies de cnidários os pólipos reproduzem-se assexuadamente, por um processo de- nominado estrobilização, que leva à formação de medusas.

20. a) Há espécies monóicas (hermafroditas) e dióicas (sexos separados). b) Muitos cnidários têm fecundação externa: óvulos e esperma-

tozóides são liberados e a fecundação ocorre na água. Há também espécies com fecundação interna, em que os óvulos são retidos den- tro do corpo da fêmea, em geral na cavidade gastrovascular, onde são fecundados pelos espermatozóides que penetram pela boca. c) Poucas espécies de cnidário apresentam desenvolvimento direto, sem estágios larvais. Nas hidras, o óvulo permanece grudado ao corpo da hidra-mãe, onde é fecundado e se desenvolve até formar um peque- no embrião. Este se solta e se fixa a algum objeto submerso, transfor- mando-se em uma hidra semelhante aos pais. Na maioria dos hidrozoários, cifozoários e cubozoários, o ciclo de vida apresenta alternância de gerações assexuadas polipóides e gerações sexuadas medusóides, fenômeno também chamado de metagênese. As me- dusas machos sempre libertam seus espermatozóides na água, e as medusas fêmeas, dependendo da espécie, podem liberar os óvulos na água ou retê-los no interior do corpo, onde serão fecundados. O zigoto desenvolve-se em uma larva ciliada de corpo achatado, a plânula. Depois de nadar livremente durante algumas horas ou dias, a plânula se fixa a um objeto submerso, perde os cílios e transforma- se em um pólipo. Este se desenvolve e origina, assexuadamente, novas medusas, fechando o ciclo.

QUESTÕES PARA PENSAR E DISCUTIR

QUESTÕESOBJETIVAS 21. d 22. c 23. b 24. b 25. c 26. e 27. d 28. a 29. a 30. c 31. a 32. c 33. a 34. c 35. a 36. a 37. c 38. c 39. d 40. a 41. c 42. b 43. a 44. c QUESTÕESDISCURSIVAS

45. A impossibilidade de encontrar poríferos terrestres deve-se ao

fato de eles serem essencialmente aquáticos, dependendo do movimento da água pelo interior do corpo para obter nutrien- tes e gás oxigênio, e para eliminar gás carbônico e excreções.

46. e 47. Os estudantes devem ser orientados quanto às medidas de

segurança básicas (calçados adequados para caminhar sobre rochas molhadas, material necessário para observar os animais, escolha de horários em que a maré está baixa etc.) e de cuida- dos com a preservação do ambiente durante a pesquisa (guar- dar o lixo, não coletar desnecessariamente animais etc.).

48. a) A taxa de crescimento da hidra diminui à medida que a tem-

peratura vai diminuindo. b) O tamanho final do corpo da hidra é maior em temperaturas mais baixas.

49. Para os gregos, a hidra representava um monstro de nove cabe-

ças, que vivia num pântano próximo à cidade de Lerna, na Grécia. Quando uma de suas cabeças era cortada, cresciam outras duas em seu lugar; a cabeça central era imortal. A medusa era descri- ta como uma das filhas de Phorcys, o deus do mar. Tinha o corpo coberto por escamas douradas e serpentes como cabelo. Vivia no lado mais afastado do oceano, isolada, porque seu olhar transformava as pessoas em pedra. As semelhanças entre esses seres lendários e os cnidários podem ser estabelecidas a partir da: presença de estruturas múltiplas em uma de suas extremida- des (cabeças e cabelos como serpentes, nos monstros, e tentá- culos, nos cnidários); capacidade de regeneração.

CAPÍTULO

11

Platelmintos