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2.8 INTEGRAÇÃO ELÉTRICA PERU BRASIL

2.8.3 Interligação Elétrica Peru Brasil

Em relação à interligação elétrica entre os sistemas elétricos de Peru e Brasil, será desenvolvida de forma conjunta, no Peru, com a construção dos projetos hidrelétricos das bacias amazônicas do centro e sul do Peru e as linhas de transmissão que interligarão ao SEIN e a fronteira entre os dois países; no Brasil, com a construção de linhas de transmissão que interligarão ao SEIN peruano. A interligação está baseada na exportação dos excedentes produzidas nas usinas implantadas dentro do convênio de integração elétrica Peru - Brasil.

O estudo do primeiro plano de transmissão do COES define um sistema de transmissão de interligação das usinas ao SEIN e interligação ao Brasil, em extra-alta tensão. Deve-se mencionar que as frequências de transmissão elétrica em ambos países é de 60 Hz.

aproximadamente, desde a futura usina em estudo, hidrelétrica Inambari, até a fronteira peruano-brasileira, em 500 kV de corrente alterna e 60 Hz de frequência. Ali conectar-se-ia à rede elétrica brasileira, onde uma linha de 600 kV em corrente contínua e 810 km de extensão a uniria a Rio Branco32, Porto Velho e as usinas do

rio Madeira, pelo que está sendo considerado uma estação elétrica retificadora na fronteira e uma inversora em Porto Velho, (SERRA, 2010).

Por outro lado, no sistema elétrico brasileiro, está previsto no planejamento da transmissão a construção de linhas de transmissão de alta tensão e sua interligação elétrica a seu sistema interligado nacional (SIN) com a cidade de Porto Velho em 600 kV, daí a Rio Branco cidade importante mais próxima à fronteira com Peru com duas linhas de 230 kV.

Além disso, Brasil vem construindo em Rondônia (estado fronteiriço ao Peru e Bolívia) a aproximadamente 700 km da fronteira peruana, duas usinas hidrelétricas (as usinas de Santo Antonio e Jirau) na bacia do rio Madeira em Porto Velho, com uma capacidade de potência instalada total de 6500 MW aproximadamente. Estas novas usinas brasileiras terão uma direta interação com a usina hidrelétrica de Inambari, pelo fato da interação das bacias dos rios Madeira, Inambari e Beni na Bolívia.

Pelo que está previsto, o projeto hídrico Inambari que será uma usina de regulação integrada ao sistema hídrico brasileiro, por sua capacidade de regularizar o volume do rio Inambari, que tem direta interação com os aproveitamentos hídricos do rio Madeira, melhorando consideravelmente a energia assegurada e a capacidade de geração destas duas usinas hidrelétricas no Brasil, que por sua concepção não tem capacidade de represamento ou regularização de suas águas.

Também se deve mencionar que na mesma bacia hidrográfica se prevê na Bolívia, no rio Beni, a construção da usina hidrelétrica Cachuela Esperanza, que atualmente encontra-se em etapa de estudo, pelo que a usina hidrelétrica Inambari poderia melhorar a rentabilidade de ambas centrais, assumindo um papel de regulador mediante o aumento de sua energia firme. Isto requer uma estratégia operativa conjunta entre Peru e Brasil.

A seguir, na figura 21, se apresenta a localização da interligação elétrica dos dois países e a configuração das usinas na bacia dos rios Inambari, Beni e

Madeira.

Figura 21 – Localização geográfica da futura interligação elétrica Peru - Brasil __________________

Fonte: ELETROBRÁS, Apresentação: Integração Energética na América Latina.

Por outro lado com a possibilidade da construção da hidrelétrica Inambari, poderia-se viabilizar a intenção de aproveitar a navegabilidade dos rios Madre de Dios, Beni e Madeira, permitindo conexão ao Atlântico pelo rio Amazonas, mediante hidrovias e sua interligação com o pacifico, pelas estradas interoceânicas do Peru, Brasil e também Bolívia.

Nesse sentido, entende-se a importância da integração elétrica de Peru e Brasil, que permitiria a exportação de energia ao Brasil e uma maior confiabilidade de suprimento no SEIN, pelos benefícios comuns que possam trazer a ambos países na consolidação da segurança energética, eficiência econômica nos custos globais de energia, entre outros aspectos. Todavia é possível gerenciar melhor os aspectos técnicos e regulatórios que possam permitir o melhor o aproveitamento dos recursos energéticos comprometidos no acordo de integração bilateral.

Também é possível permitir a consolidação do objetivo futuro da integração elétrica Sul Americana, incluindo integralmente o caráter estratégico da

zona e a localização das cidades fronteiriças entre Peru e Brasil como novos eixos comerciais e de trânsito, em torno da cidade brasileira de Porto Velho como cidade de enlace de saída ao Atlântico para o Peru e Bolívia, bem como a saída do Brasil para o Pacifico. Isto permite observar que a integração elétrica de Peru e Brasil é estratégica por sua importância na integração energética e econômica da America do Sul.

Desta forma, são construídas as alternativas para integração econômica da região, estabelecendo as condições iniciais, sendo que a integração efetiva se fara mediante infraestrutura já em processo de definição pelos países envolvidos. Logo, linhas de transmissão elétrica não será um impedimento à convergência econômica e desenvolvimento dos países sul-americanos.

3 GERAÇÃO EÓLICA E TERMELÉTRICA A GN NO PERU

Este capítulo visa apresentar as características dos recursos energéticos em estudo no presente trabalho. Na primeira parte são apresentadas as particularidades da implantação da geração eólica, já na segunda parte é tratada a geração termelétrica a gás natural.

Esta abordagem trata da evolução e atual situação do recurso eólico e térmico a gás natural na geração elétrica do SEIN; além disso, são descritas as principais perspectivas de seu desenvolvimento futuro, como os incentivos outorgados à geração eólica e a competitividade dos custos baixos do gás natural na geração termelétrica.