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58 9 th International Conference on Digital Exclusion in the Information and Knowledge Society(Ambientes Virtuais de Aprendizagem) Kensk

(2007) reforça que o professor precisa ter mais consciência de que sua ação profissional competente não será substituída pelas tecnologias. Harasim et al. (2005, p.197) complementa que “a adoção das redes de aprendizagem exige que os indivíduos mudem sua visão dos processos e dos papéis educacionais e das oportunidades de utilizar e tirar proveito das redes”. Okada (2013) aponta que as habilidades tecnológicas precisam ser desenvolvidas e integradas com habilidades científicas e para isso o papel do professor é fundamental. Nesse novo ambiente, os professores terão que propor a seus alunos novas metodologias e práticas de ensino acompanhadas de desafios compatíveis com a sua realidade. Propor atividades que eles possam selecionar, descrever, executar, depurar, analisar os resultados e refletir (individualmente ou coletivamente) com ou sem a ajuda do professor.

Levy (1999, p.171) reconhece que:

[...] o professor não pode mais ser uma difusão de conhecimentos, que agora é feita de forma mais eficaz por outros meios. O professor torna-se um animador da inteligência coletiva dos grupos que estão a seu encargo. Sua atividade será centrada no acompanhamento e na gestão das aprendizagens: o incitamento à troca de saberes, a mediação relacional e simbólica, a pilotagem personalizada dos percursos de aprendizagem etc. (grifo dos autores).

O novo perfil do profesor: Diante do contexto acima apresentado, fica então a grande interrogação: como deve ser o perfil do “novo professor” no ambiente virtual e como fazer para atingi-lo? Para Mello e Barros (2014) “o tempo histórico da sociedade da qual estamos vivenciando é permeado por uma profunda profusão de tecnologias, por rompimento de barreiras entre tempos e espaços e por novas formas de pensar o conhecimento humano, as ciências, as pedagogias e as didáticas”. Com base na citação acima, necessitamos repensar o perfil do professor. Elencamos abaixo, alguns aspectos que consideramos relevantes. O professor que atua em processos de ensino aprendizagem necessita:

-criar um ambiente de confiança, de parceria e comprometimento (em um grupo heterogêneo) na sala de aula virtual;

-ser o consultor, o articulador, o orientador e o facilitador do processo de desenvolvimento do aluno;

-respeitar os diferentes ritmos e estilos de aprendizagem dos alunos;

-estimular a aprendizagem colaborativa; -desafiar o aluno em um nível de pensamento superior ao trabalhado, para que ele possa pesquisar e se aprofundar cada vez mais nos diversos temas;

-incitar o aluno a aprender sempre, desenvolvendo assim suas próprias estratégias de aprendizagem, seus métodos, suas técnicas, e sua autonomia intelectual. -articular cenários de aprendizagem, possibilitando ao aluno coautoria do processo. -promover espaços de reflexão e participação; Novas formas de ensinar e de aprender: Essa nova ação-docente, indireta provocará outras mudanças, principalmente na forma de ensinar:

-a sequência dos conteúdos deixa de ser linear e passa a ser flexível;

-as atividades e exercícios deixam de ser “modelos prontos” para ter uma análise mais global da realidade;

-o conteúdo não mais gerará o problema e sim o problema irá gerar o conteúdo dentro de um contexto estabelecido;

-o acesso a diversas fontes de consultas: livros, artigos, apostilas e bibliotecas virtuais. -o aluno passa a ser ativo, questionador, conhecedor de seus direitos e também de seus deveres, participando ativamente do processo de construção de sua aprendizagem e desenvolvimento, com uma autonomia intelectual.

Conclusões: É fato que as possibilidades geradas pelas tecnologias digitais e aprendizagem online, também possibilitam que surjam novas metodologias e práticas de ensino e, consequentemente, de aprendizagem que estejam em total sintonia/sinergia com as demandas do mundo do trabalho e com o desenvolvimento de competências (ACHA) por elas requeridas. As mudanças nas Tecnologias, também implicam necessariamente em mudanças pedagógicas. Para Dias (2013) é uma mudança centrada nas facilidades que as tecnologias disponibilizam para construir uma experiência de educação e comunicação aberta e global, que tem o seu maior impacto nas formas emergentes de interação social nas redes de conhecimento. Assim é propício para reflexões e inovações pedagógicas e assim buscarmos novos caminhos para os processos de ensinar e aprender.

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Referências

Dias, P. (2013) Inovação pedagógica para a sustentabilidade da educação aberta e em rede. In:

Educação, Formação & Tecnologias (julho

dezembro, 2013), 6(2). Disponível em:

http://eft.educom.pt/index.php/eft/article/view/399 Fujita, O.M. (2010). Educação a Distância, currículo e competência: uma proposta de formação on-line para a gestão empresarial. Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação - Universidade de São Paulo. Brasil. São Paulo-SP.

Harasim, L. et al. (2005). Redes de aprendizagem:

um guia para ensino e aprendizagem on-line. São

Paulo: SENAC.

Kenski, V.M. (2007). Educação e tecnologias: o

novo ritmo da informação. Brasil. Campinas-SP:

Papirus.

Levy, P. (1999). Cibercultura. São Paulo: Editora 34.

Mello, D.E., Barros, D.S.M. (2014). Didática no eLearning: aspectos teóricos e comunicacionais. In: Atas digitas III Congresso Internacional das TIC na Educação. Lisboa, oct.2014. Disponível em: http://ticeduca2014.ie.ul.pt/index.php/pt/

Okada, A. (2014). Competências chave para

coaprendizagem na era digital: fundamentos,

métodos e aplicações. Lisboa, Portugal, White

Books.

MOOC: towards a discurse on Higher Education change

João José Leal, Luís Borges Gouveia

Universidade Fernando Pessoa, Portugal

Keywords: MOOC, Learning, University information

Os Massive Open Online Courses (MOOC) poderão ser considerados como conteúdos e/ou cursos normalmente abertos em rede para muitos participantes (Inuzuka e Duarte, 2012). Muitos destes MOOC têm tido notória popularidade, causando alguma agitação em várias instituições escolares, sobretudo universitárias, devido sobretudo à quantidade de participantes que nos cursos mais populares atingem dezenas de milhares de participantes. Também pela sua capacidade mobilizadores e pela dimensão destes novos públicos, faz sentido perceber como a tecnologia está a mudar a maneira como se ensina na Universidade e, sobretudo, a forma como os alunos aprendem. Esta mudança ou simples alteração de “pedagogia” assenta num “novo” modelo que obedece a uma reconfiguração do ensino numa perspectiva da “educação aberta” e tem como objectivo principal evidenciar as opções que melhor aparentem favorecer a aprendizagem, bem como, compartilhar com a comunidade as principais descobertas e constrangimentos. MOOC e as Universidades: A OCDE, desenvolveu o projeto “University Futures”, que tem como objetivo alertar e sensibilizar as instituições de ensino superior para as mutações existentes ao nível da educação. Este projecto foi apresentado na conferência “Higher Education to 2030: What Futures for Quality Access in the Era of Globalisation?” realizada em 2008 em que foram propostos vários cenários que demonstram a preocupação sobre as instituições do ensino superior a nível mundial e a forma como estas

poderiam ser afectadas pela emergência de novas propostas como a do surgimento dos MOOC. Estes exercícios de prospectiva envolvendo o futuro das instituições universitárias levaram também a um movimento de oferta de cursos livres seguindo o modelo dos MOOC. Existem assim, outras soluções possíveis e que emergem sobretudo após a crescente crise económica e o elevado custo do Ensino Universitário, sendo o aparecimento de cursos MOOC uma delas (tendo na sua raíz a criação de conteúdos de livre acesso e sem custos para o aluno). Poderemos afirmar que as Universidades estão perante novos desafios e um alargamento do seu âmbito de acção, em especial, no que diz respeita às tradicionais universidades com infraestruturas físicas e vocacionadas para o ensino presencial com recurso a grandes estruturas físicas. Segundo Nathan Harden (2013): “Technology will also bring future students an array of new choices about how to build and customize their educations. Power is shifting away from selective university admissions officers into the hands of educational consumers, who will soon have their choice of attending virtually any university in the world online”.

Conclusão: Cada vez mais, a escola deixa de ser o único centro de aprendizagem. Os alunos têm acesso facilitado a múltiplos produtores de conteúdos educativos, como os meios de comunicação social e as tecnologias de informação, aumentando as possibilidades e a consequente liberdade de escolha. A aula deve ser um momento de reflexão, de

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