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INTRODUÇÃO DA INOVAÇÃO NO DESIGN

No documento Criatividade e Inovação (páginas 11-86)

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

CHAMADA

TÓPICO 1 —

UNIDADE 1

O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA

1 INTRODUÇÃO

A fim de compreendermos a relação existente entre criatividade e inovação tecnológica, precisamos, primeiramente, olhar para traz para poder compreender o processo de construção do conhecimento. Para isso, além de conceitualizá-la, iremos compreender a diferença entre dados, informação e conhecimento, e investigar as teorias do conhecimento. Nesse sentido, no decorrer deste tópico iremos abordar as principais definições e conceitos evidenciados na literatura sobre o termo conhecimento para contribuir na sua concepção de criatividade e inovação.

Além disso, também iremos examinar de forma mais detalhada as crenças e principais características das seguintes categorias do conhecimento humano:

mitologia, senso comum, filosofia, teologia, ciência e tecnologia. Vamos analisar a evolução desses conhecimentos, sendo, em um primeiro momento, baseado, principalmente, em crenças e fantasias, e, posteriormente, uma visão científica e tecnológica.

2 O CONHECIMENTO HUMANO

Quando nos deparamos em pensar no significado da palavra

“conhecimento”, chegamos à conclusão de que a vida é um processo cíclico e contínuo. Mas o que é conhecimento? Como ocorre seu processo de construção, essencial para a vida, e que permitiu nossa evolução desde os primórdios?

Diversas são as teorias que visam explicar como construímos e nos apropriamos do conhecimento. Tais teorias se embasam em diferentes aportes teóricos, que abrangem visões das áreas de filosofia, sociologia, biologia, tecnologia, entre outras (MATURANA; VARELA, 2011).

UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE

FIGURA 1- APORTES TEÓRICOS PARA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

FONTE: Adaptado de Maturana e Varela (2011) Filosofia Sociologia

Tecnologia Biologia

Conhecimento

O conhecimento é um tema que sempre desperta interesse, é estudado desde a antiguidade, gerando, assim, diversos conceitos na literatura. Para compreendermos o conceito de conhecimento, inicialmente, listamos, no quadro a seguir, algumas das principais definições de sua evolução.

QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DAS DEFINIÇÕES DO TERMO CONHECIMENTO

Autor Abordagem

Confúcio (séc. IV a.C.) O "saber" é saber que nada se sabe.

Platão (428 a.C.) É uma “crença verdadeira justificada”.

Locke (1689) É o resultado da experiência.

Polanyi (1966) O indivíduo pode conhecer mais do que é capaz de expressar.

Pears (1972) É o estado da mente.

Nonaka e Takeuchi (1997) É composto por processo dinâmico de um sistema de crenças pessoais justificadas. É o resultado da interação entre o conhecimento explícito e o tácito.

Sveiby (1998)

É capacidade humana de caráter tácito, que orienta para a ação.

Baseado em regras, é individual e está em constante transformação.

O conteúdo revela-se em ações de competência individual, pois, na prática, se expressa através do conhecimento explícito, habilidades, experiências, julgamentos de valor e rede social. Não há como definir conhecimento de forma completa com apenas uma palavra.

Davenport e Prusak (1998) O conjunto de informações combinado com experiências, vivências e intuição, que possibilitam ao indivíduo interpretar, avaliar e decidir.

Choo (1998) É a informação modificada através da razão e da reflexão em crenças, e é composto pelo acúmulo de experiências.

Maturana e Varela (2001) É construído a partir de relações sociais sucessivas, é fruto de uma interação do homem com o mundo, estruturando se pelo viés da interpretação individual.

Spender (2001) Diferencia o conhecimento produzido pela ação (implícito) e o produzido pela comunicação (explícito).

Schreiber et. al., (2002) São os dados e informações que os indivíduos utilizam na ação, na prática diária, para a realização de tarefas e produção de novas informações.

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Probst, Raub e Romhardt (2002)

É a junção de cognição com habilidades, uso da teoria, da prática, das regras diárias, do modo de agir do ser humano, para resolver seus problemas.

Siqueira (2005) É a combinação de fatores como contexto, interpretação, experiência pessoal, aplicabilidade e processo cognitivo, que se somam à informação.

Servin (2005)

Deriva da informação, mas é mais rico e significativo do que esta, pois inclui consciência, familiaridade e compreensão adquiridas pela experiência, possibilitando comparações, identificação das consequências e novas conexões.

Morin (2005) É, portanto, um fenômeno multidimensional, de maneira inseparável, simultaneamente físico, biológico, cerebral, mental, psicológico, cultural, social.

Angeloni (2008) É um conjunto de informações, elaborado crítica e

valorativamente, por meio da legitimação empírica, cognitiva e emocional.

Fialho et. al. (2010)

É o conjunto completo de informações, dados, relações que levam os indivíduos a tomar decisões, a desempenhar atividades e a criar novas informações ou conhecimentos. Um conjunto de informações contextualizadas e dotadas de semânticas inerentes ao agente que o detém.

Dalkir (2011) Informações subjetivas e valiosas que foram validadas e

organizadas em um modelo mental. Normalmente é originário da experiência acumulada, e incorpora percepções, crenças e valores.

FONTE: Adaptado de Freire (2012, p. 83-86)

A partir da leitura da evolução das definições do termo “conhecimento”

podemos constatar o seu devido potencial, o que pode alterar comportamentos e fornecer habilidades a fim de transformar informação em ação efetiva.

O conhecimento é uma relação (interação) entre o sujeito e o objeto.

Na visão epistemológica, os termos sujeito e objeto se referem aos dois polos envolvidos na produção do conhecimento: o homem, que tem por finalidade conhecer algo, e o aspecto da realidade a ser conhecido. Assim, a discussão do papel do sujeito torna-se central para se compreender a ciência, uma vez que se refere à forma como o cientista (o sujeito) deve se comportar para produzir conhecimento, e, assim, revela pressupostos subjacentes a toda pesquisa (ABRANTES; MARTINS, 2007).

Para Piaget (1988, p. 17), o conhecimento vem sempre associado a compreender, que por sua vez: “[...] é inventar, ou reconstruir através da reinvenção, e será preciso curvar-se ante tais necessidades curvar-se o que curvar-se pretende, para o futuro, é moldar indivíduos capazes de produzir ou de criar, e não apenas de repetir”.

ATENCAO

UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE

Ainda nesse viés, para a transformação dos dados (informações) em conhecimento há uma importante variável: a criatividade. A criatividade é o primeiro passo na direção da mobilização e aplicação do conhecimento, definindo criatividade como o princípio de uma nova ideia ou perspectiva derivada de uma dada base de conhecimento.

A partir da definição da palavra “conhecimento”, é possível perceber sua relação com os dados e informação. Dados, informação e conhecimento possuem o mesmo significado? Qual é a relação entre esses termos? Vamos investigar essas variáveis a seguir.

Se você gostou desse assunto, seguem algumas dicas de sites:

• http://eliana-rezende.com.br/dados-informacao-e-conhecimento-o-que-sao/; termos muito importantes: dados, informação e conhecimento.

Essas palavras, muitas vezes, são utilizadas de forma errada, como sinônimas, sendo necessário entendermos os principais pontos de sua diferenciação (DAVENPORT; PRUSAK, 2003).

QUADRO 2 - DIFERENCIAÇÃO ENTRE DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

FONTE: Vieira (2014, p. 537)

DADOS INFORMAÇÃO CONHECIMENTO

Simples observações sobre o estado do mundo:

facilmente estruturado;

facilmente obtido por máquinas;

requer unidade de análise;

exige consenso em relação ao significado;

exige necessariamente a mediação humana.

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Conforme observamos no Quadro 2, os dados são os fatos brutos, são os números, as palavras, os símbolos, as figuras, entre outros, sendo que não há interpretação de um dado, não é considerado seu contexto. Angeloni (2008, p. 1) define dados como “elementos descritivos de um evento” sem tratamento lógico ou contextualização.

Já a informação refere-se à interpretação dos dados sendo considerado seu contexto, ou seja, a informação pode modelar os dados. Para isso é necessária a análise dos dados, proporcionando um novo ponto de vista para a interpretação de eventos ou objetos, que tornam visíveis os significados previamente.

A informação é entendida por Angeloni (2008, p. 1) como “um conjunto de dados selecionados e agrupados segundo um critério lógico para a consecução de um determinado objetivo”. Nesse viés podemos perceber que a informação depende de um conjunto de dados, isto é, sem dados para interpretação não há informação (CARVALHO, 2012).

A partir da informação é que podemos construir conhecimento, desse modo, o conhecimento é a compreensão da informação (DAVENPORT; PRUSAK, 1998; MARTINS FILHO, 2016). Quando a informação é trabalhada na mente humana, ela possibilita a realização de comparação e análise da consequência de tal informação, podendo, assim, gerar o conhecimento.

FIGURA 2 - RELAÇÃO ENTRE DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

FONTE: Adaptado de Davenport e Prusak (1998)

Conforme podemos perceber na Figura 2, temos inicialmente os dados que, quando agrupados e interpretados, geram informação. Essa informação, por sua vez, quando passa a ser compreendida, guardada em nossa mente torna-se conhecimento.

UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE

Primeiro, o conhecimento, ao contrário da informação, diz respeito a crenças e compromissos. O conhecimento é uma função de uma atitude, perspectiva ou intenção específica.

Segunda, o conhecimento, ao contrário da informação, está relacionado à ação. É sempre o conhecimento “com algum fim”. E terceira, tanto o conhecimento como a informação, dizem respeito ao significado. É específico ao contexto e relacional (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 63, grifos nossos).

IMPORTANTE

Assim, constatamos que o conhecimento resulta de misturas que abrangem crenças e verdades, sendo que a interação entre essas variáveis possibilita a identificação de novas informações e criação de novos conhecimentos (DAVENPORT; PRUSAK, 1998).

FIGURA 3 – CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Crenças Conhecimento Verdades

FONTE: Adaptado de Davenport e Prusak (1998)

Percebemos, no decorrer desta seção, que o estudo sobre o conhecimento humano é extremante complexo e gera uma nova área de investigação denominada de Epistemologia ou Teoria do Conhecimento (do grego episteme ciência, conhecimento; logos, discurso), que é um ramo da filosofia dedicado aos problemas filosóficos relacionados ao conhecimento.

Até aqui abordamos as principais definições da palavra conhecimento e compreendemos melhor seu significado, agora vamos aprofundar nossos estudos. Para isso, será necessário investigar sobre a “Epistemologia” ou também denominada de “Teoria do Conhecimento” (TESSER,1995).

TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA

Veja alguns sites interessantes sobre Teoria do Conhecimento:

• http://www.criticanarede.com/fil_conhecimento.html;

• https://descomplica.com.br/artigo/teoria-do-conhecimento/4nS/;

• https://www.todamateria.com.br/teoria-conhecimento/.

DICAS

4 A EPISTEMOLOGIA OU TEORIA DO CONHECIMENTO

Você deve pensar, o que é epistemologia? Etimologicamente, de acordo com Tesser (1995) "Epistemologia" significa discurso (logos) sobre a ciência (episteme). Assim, epistemologia: é a Ciência da Ciência ou Filosofia da Ciência, em outros termos, é o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências. É a teoria do conhecimento.

De acordo com Mário Bunge (1980, p. 17 apud TESSER, 1995, p. 92):

Uma epistemologia é útil se satisfaz às seguintes condições:

• refere-se à ciência propriamente dita;

• ocupa-se de problemas filosóficos que se apresentam no curso da investigação científica ou na reflexão sobre os problemas, métodos e teorias da ciência;

• propõe soluções claras para tais problemas, soluções consistentes em teorias rigorosas e inteligíveis, adequados à realidade da investigação científica;

• é capaz de distinguir a ciência autêntica da pseudociência;

• é capaz de criticar programas e mesmo resultados errôneos, como conseguir novos enfoques promissores.

Para Silvano, Silva e Silva (2018, p. 141), a epistemologia trata de quatro áreas fundamentais:

• análise filosófica da natureza do conhecimento e como o conhecimento se relaciona com a verdade, crença e justificação;

• problemas relativos ao ceticismo ou questões derivadas deste;

• critérios para se afirmar que algo é conhecido e justificado;

• o alcance do conhecimento e as fontes da crença justificada.

Como podemos compreender, a Epistemologia, ou Teoria do Conhecimento, investiga, ao longo da história humana, os diversos tipos de “conhecimentos”

utilizados para explicar, entender e compreender o mundo a sua volta e, também, a sua relação com a natureza. Os principais tipos de conhecimento desenvolvidos pelo homem de acordo com essa teoria são: mitologia, senso comum, filosofia, teologia, ciência e tecnologia (SCHMAELTER, 2018).

UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE

FIGURA 4 – PRINCIPAIS TIPOS DE CONHECIMENTO

FONTE: Adaptado de Schmaelter (2018) EPISTEMOLOGIA

Senso Comum

Filosofia

Teologia Ciência

Tecnologia

Mitologia

A partir da ilustração apresentada na Figura 4, observamos que os principais tipos de conhecimentos são formas de compreender o mundo a partir de diferentes abordagens. Cada um, a seu modo, tem como objetivo desvendar os segredos do mundo, explicando-o e/ou atribuindo-lhe um sentido.

Veja mais sobre os tipos de conhecimento em:

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/conhecer-o-mundo-mitologia-religiao-ciencia-filosofia-senso-comum.htm?cmpid=copiaecola

DICAS

Agora que você já sabe quais são os principais tipos de conhecimento identificados na literatura, vamos examinar mais de perto cada um deles.

TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA

QUADRO 3 - TIPOS DE CONHECIMENTO

FONTE: Adaptado de Schmaelter (2018) e Tesser (1995) MODOS DE

Senso comum Costumes e hábitos Experiência pessoal e

cultural Natureza e cultura Filosofia Reflexão racional Razão discursiva e

dialética Natureza e Pólis (comunidade)

Teologia Fé e Razão Conciliação entre a

razão discursiva e a

revelação divina Deus

Ciência e Tecnologia Razão crítica e

sistematizada Observação e

experimentação Homem

Analisando o Quadro 3, percebemos que cada tipo de conhecimento é baseado em critérios que são considerados verdadeiros a partir de um fundamento distinto (filosofia, mitologia, ciência, tecnologia), mas você deve questionar: por que estudar os tipos de conhecimento? Compreender como ocorre o processo de construção do conhecimento e suas abordagens, seus diferentes tipos, irá nos permitir, no percurso desta unidade, entender os conceitos de criatividade e inovação que serão abordados mais à frente.

Para auxiliar sua compreensão sobre os tipos de conhecimentos, vamos brevemente conceituar e exemplificar cada um deles.

4.1 MITOLOGIA

A palavra “mitologia” não é um termo incomum na nossa vida, geralmente, vários filmes ou livros são baseados ou abordam algum tipo de mitologia. Mas você sabe qual é o significado da palavra mitologia? A palavra mito vem do grego mythos e deriva de dois verbos: do verbo mytheyo (contar, narrar, falar alguma coisa para outros) e do verbo mytheo (conversar, contar, anunciar, nomear, designar).

No princípio dos tempos, quando o homem começou a refletir, surgiu-lhe automaticamente a necessidade de explicar o mundo. As explicações que o homem primitivo dava aos fatos eram repletas de fantasias e crenças, sem bases racionais (ilusões). Foram essas explicações fantásticas da realidade que deram origem aos mitos. Os mitos explicavam o desconhecido com base na experiência particular de cada comunidade (CHAUÍ, 2005).

UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE

Na sua acepção original, mito é a narrativa tradicional, integrante da cultura de um povo, que utiliza elementos simbólicos e sobrenaturais para explicar o mundo e dar sentido à vida humana. Conforme Eliade (1972, p. 11) “O mito conta uma história sagrada: ele relata um acontecimento ocorrido no tempo primordial [...]. O mito narra como, graças às façanhas dos entes sobre naturais, uma realidade passou a existir [...]”.

Percebemos que os seres humanos, desde os seus primórdios, utilizaram muita “criatividade” para explicar os seus acontecimentos diários, como, por exemplo, suas caçadas; a queda de um raio; o nascimento de uma criação; a morte de um familiar etc.

Aprenda mais sobre mitologia em:

• https://www.infoescola.com/mitologia/o-que-e-mitologia/.

DICAS

Os mitos assumem em praticamente todos os povos da antiguidade — assírios, babilônicos, chineses, indianos, persas, egípcios e hebreus — o importante papel de tornar a realidade inteligível ao homem.

O recurso às explicações mitológicas, portanto, não aparece como uma opção, mas sim como uma necessidade de povos que se deparam todos os dias com acontecimentos para os quais não encontram outras explicações se não as forças de criaturas com poderes sobrenaturais.

Esta criatividade já estava registrada desde a Pré-História (antes do surgimento da escrita) na chamada Arte Rupestre — nome da mais antiga representação artística da história do homem.

Os mais antigos indícios dessa arte são datados no período Paleolítico Superior (40.000 a.C.), e consistiam em pinturas e desenhos gravados em paredes e tetos das cavernas. Isso demonstra que o homem pré-histórico já sentia a necessidade de expressão através das artes, algo inerente ao ser humano.

As representações feitas nas cavernas eram de grandes animais selvagens, na tentativa de tentar reproduzir as caçadas da forma mais real possível.

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FIGURA 5 - PINTURA EXISTENTE NO COMPLEXO DE CAVERNAS LASCAUX – FRANÇA

FONTE: <https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/pinturas-de-lascaux-4/Pintu-ras-de-Lascaux-11.jpg>. Acesso em: 22 jun. 2020.

Já no período denominado História Antiga, após o surgimento da escrita, podemos identificar diferentes tipos de mitologias, como a mitologia grega que iremos estudar na próxima seção.

4.1.1 Mitologia grega

Ao escutarmos a palavra "mitologia" quase automaticamente a associamos à palavra "grega". De fato, a mitologia grega ganhou destaque sobre a mitologia de vários outros povos pela própria influência que a civilização e o pensamento grego exerceram sobre o mundo, em particular sobre o Ocidente (PESQUISAR ESCOLA, 2019).

Três obras podem ser consideradas fontes básicas para o conhecimento da mitologia grega: a "Teogonia", de Hesíodo (século IX a.C.) e "Ilíada" e "Odisseia", de Homero (Século VIII a.C.). No quadro 4, a seguir, temos algumas informações dessas obras.

O homem pré-histórico usava ossos de animais, cerâmicas e pedras como pincéis, além de fabricar suas próprias tinturas por meio de folhas de árvores, sangue de animais e excrementos humanos (PINTO, 2018).

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QUADRO 4 – TEOGONIA, ILÍADA E ODISSEIA

FONTE: <http://estudosliterariosculturaafinsppgl.blogspot.com/2012/10/teogonia-iliada-e- odisseia.html>. Acesso em: 21 nov. 2019.

Teogonia

"Teogonia", de Hesíodo, narra a origem dos deuses (theos, em grego, significa deus), no qual o narrador é o próprio poeta. É um poema mitológico em 1022 versos hexâmetros (seis pés métricos iguais por verso). O poema se constitui da descrição da origem do mundo, a partir dos mitos dos gregos, que se desenvolve com geração sucessiva dos deuses e na parte final, com o envolvimento destes com os homens originando assim os heróis.

Ilíada gregos. O poema concentra-se na figura do herói “Aquiles”, que se negou a combater os troianos devido a sua cólera contra Agamenon que lhe roubou a escrava Briseida.

Odisseia

Odisseia descreve um momento mais estável e pacífico repleto de sucessos legendários.

Nessa obra, Homero ilustra o retorno do guerreiro Odisseu (Ulisses) ao seu reino na ilha grega de Ítaca. Ela pode ser dividida em três temas fundamentais: a viagem de Telêmaco; as viagens de Ulisses; e o massacre dos pretendentes da esposa de Ulisses,

TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA

Sugestões de filmes que apresentam contextos mitológicos:

• Troia, 2004. Direção: Wolfgang Petersen.

• Helena de Troia, 2004. Direção: John Kent Harrison.

DICAS

Além de Teogonia, Ilíada e Odisseia, temos outra importante obra da mitologia grega: o Mito de Prometeu. Há várias versões sobre o Mito de Prometeu, herói da mitologia grega, nelas ele era considerado um Titã, que, em defesa da humanidade, enganou Zeus roubando-lhe o fogo e a esperança. Assim, Prometeu cria um novo destino para a humanidade. A partir do roubo do fogo divino, ele permite que a existência dos homens seja inteligente e proativa, e deu o pensamento aos homens, uma vez que faziam tudo sem razão, revelando, assim, como surgiu a sabedoria humana (SANTOS, 2015).

FIGURA 6 - PROMETEU COM O FOGO DIVINO. PINTURA DE HEINRICH FUEGER (1817)

FONTE: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/prometeu-245x350.jpg>.

Acesso em: 17 jun. 2020.

Quer conhecer outras mitologias? Acesse:

• https://brasilescola.uol.com.br/mitologia/.

DICAS

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4.2 SENSO COMUM

O senso comum é o modo de pensar, noções admitidas no cotidiano, soma de saberes formado a partir de hábitos, costumes, crenças criadas pelos indivíduos. Na epistemologia, o termo senso comum é utilizado para explicar as interpretações feitas pelos indivíduos a partir de experiências e vivências da realidade que os circundam sem provas científicas, ou estudos anteriores (BEZERRA, 2019).

Ele é transmitido de geração em geração, sendo considerado como uma herança cultural. Em termos gerais é um saber que não possui como base os métodos científicos, nos quais o homem tem como alicerce ações do cotidiano para explicar a realidade em que vive. Sua principal característica é a subjetividade, individualidade que reflete sentimentos e opiniões construídos por um grupo de indivíduos que interagem entre si, podendo variar de pessoa para pessoa e de grupo para grupo (BEZERRA, 2019).

O filósofo norte-americano, John Dewey, procura refletir sobre o que é senso comum afirmando:

[...] visto que os problemas e as indagações em torno do senso comum dizem respeito às interações entre os seres vivos e o ambiente, com o fim de realizar objetos de uso e de fruição, os símbolos empregados são determinados pela cultura corrente de um grupo social. Eles formam um sistema, mas trata-se de um sistema de caráter mais prático que intelectual. Esse sistema é constituído por tradições, profissões, técnicas, interesses e instituições estabelecidas no grupo.

As significações que o compõem são efeito da linguagem cotidiana comum, com a qual os membros do grupo se intercomunicam (DEWEY, 1949, p. 170 apud MENEGHETTI, 2007, p. 5).

A exemplificação que ajuda a definir o senso comum são os ditados populares descritos por Olivieri (2010, s.p.):

"Cada cabeça, uma sentença."

"Quem desdenha quer comprar."

"Quem ri por último ri melhor."

"A pressa é a inimiga da perfeição."

"A pressa é a inimiga da perfeição."

No documento Criatividade e Inovação (páginas 11-86)

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