• Nenhum resultado encontrado

Ninguém sabe quantas espécies existem na terra. O inventário das espécies é o enfoque mais antigo e o mais clássico para caracterizar a di- versidade biológica de uma região ou de um sistema ecológico.

De maneira geral, é um trabalho de longo alento que está bem longe de estar terminado, mesmo que numerosos cientistas tenham a isso con- sagrado suas carreiras, há vários séculos. Havia nove mil espécies inde- xadas na metade do século XVIII, ao passo que, em nossos dias, existem cerca de 1,7 milhão. No entanto, segundo estimativas recentes, existiriam

François Jacob nasceu

em 17 de junho de 1920 em Nancy, França. É um biólogo que, juntamen- te com Jacques Monod, originou a idéia de que o controle da enzima em to- das as células ocorre atra- vés do processo conheci- do como transcrição. Ele compartilhou, em 1965, o Prêmio Nobel de Medici- na com Jacques Monod e Lwoff André.

Jacob, F.

Fonte: nobelprize.org

Os animais gerados a partir de cruzamentos híbridos são estéreis. Por exemplo, o cruzamento de um jumento com uma égua: filhote macho – bur- ro; filhote fêmea – égua.

entre 7 e 20 milhões de espécies vivas. Certas extrapolações falaram até mesmo de 100 milhões de espécies. A Tabela 8.1 demonstra a extensão do que resta para descobrir (estimativa), especialmente nas regiões tropicais mais ricas em espécies.

Tabela 8.1 Inventários de espécies conhecidas por grandes grupos taxonômicos e avalia- ção do número potencial de espécies em cada um dos grupos. Fonte: LÉVÊQUE (1997).

Grupos taxonômicos N° de espécies recenseadas (aprox.) N° de espécies (potencial)

Vírus 4 mil 500 mil?

Bactérias 4 mil 1,0 milhão?

Fungos 72 mil 1 a 2 milhões?

Protozoários 40 mil 200 mil

Algas 40 mil 400 mil?

Plantas 270 mil 320 mil

Invertebrados 1,4 milhão ?

Aracnídios 75 mil 750 mil

Crustácios 40 mil 150 mil

Insetos 950 mil 8 milhões

Outros artrop. 125 mil ?

Moluscos 70 mil 200 mil

Outros 135 mil 650 mil

Vertebrados ? ?

Peixes 19 mil 21 mil

Anfíbios 4 200 4 500

Répteis 6 300 6 500

Pássaros 9 000 ― 9 200 9 200

Mamíferos 4 000 ― 4 200 4 200

O grupo dos vertebrados é aquele que está mais bem estudado, bem como certos grupos (moluscos, orquídeas, borboletas) pelos quais numero- sos amadores se interessaram. Mas, em relação aos outros grupos, notada- mente o dos insetos, que tem numerosas espécies, ainda mal explorados, pode-se esperar também numerosas descobertas. Dessa forma, o número de espécies de cogumelos poderá situar-se entre 1 e 2 milhões.

A maioria dos sistematas concorda que este quadro é ainda muito incompleto, com exceção de alguns grupos bem estudados, como os verte- brados e plantas com flores. Se incluirmos os insetos, de todos os grupos principais o mais rico em espécies, acredita-se que o número absoluto seja maior que 8 milhões.

Alguns habitats são muito pouco estudados e explorados, os recifes de coral, o solo do fundo do mar e o solo das florestas tropicais e savanas são alguns exemplos. Assim, notavelmente, não sabemos o verdadeiro número das espécies sobre a Terra, nem mesmo temos um número aproximado de sua magnitude.

Em anos recentes, biólogos, ecologistas e conservacionistas voltaram suas atenções para as florestas tropicais, por duas razões principais. Pri- meiro, embora esses habitats cubram apenas 7% da superfície terrestre, eles contêm mais da metade das espécies da biota mundial (Tabela 8.2) e o Brasil ocupa um dos primeiros lugares em riqueza de espécies. Segundo, as

Holótipo representa o or-

ganismo modelo utilizado por um taxonomista para descrevê-lo e classificá-lo em um grupo taxonômico. O holótipo pode ser um organismo vivo ou um or- ganismo inanimado (ima- gem, modelagem, fósseis, outros).

florestas estão sendo destruídas tão rapidamente que, provavelmente desa- parecerão dentro do próximo século, levando com elas centenas de milhares de espécies à extinção. Outros biomas ricos em espécies também estão em perigo, mais notadamente os recifes tropicais de corais, lagos geologicamen- te antigo e terras úmidas costeiras, cada qual merecendo atenção especial. As florestas tropicais, ou mais precisamente, as florestas tropicais fe- chadas, são definidas como habitats com um topo relativamente fechado e uma maioria de árvores sempre verdes e de folhas largas, que são sustenta- das por um índice pluviométrico anual de 1000 mm ou mais. Tipicamente, duas ou mais camadas de árvores e arbustos ficam embaixo da cobertura superior. Uma vez que pouca luz do sol chega ao solo da floresta, o cresci- mento da parte de baixo é esparso e os seres humanos podem andar através dela com alguma facilidade.

Apesar de sua extraordinária riqueza, as florestas tropicais estão en- tre os mais frágeis dos habitats. Elas crescem nos chamados desertos úmi- dos, um solo de base frágil castigado por muita chuva. O equivalente a dois terços da área da superfície da floresta consiste de terra tropical vermelha e amarela, que são tipicamente acídicas e pobres em nutrientes. Altas con- centrações de ferro e alumínio formam compostos insolúveis com o fósforo, diminuindo assim a disponibilidade de fósforo para as plantas. O cálcio e o potássio são lixiviados no solo, pela chuva, assim que seus compostos são separados. Apenas 0,1% dos nutrientes aí existentes, vão além dos 5 cm, abaixo da superfície do solo.

Quando o homem começa a explorar o espaço mediante recursos mui- to sofisticados, a informação relativa à descrição e o recenseamento da di- versidade das espécies terrestres são, muito freqüentemente, esparsa e não existe ainda sistema coordenado que permita facilmente o acesso.

Tabela 8.2 Classificação mundial em diversidade (riqueza) total. Fonte: CONSERVATION INTERNATIONAL (2007).

País SuperioresPlantas Mamíferos Aves Répteis Anfíbios

Brasil 1 1 3 5 2 Colômbia 2 4 1 3 1 Indonésia 3 2 5 4 6 China 4 3 8 7 5 México 5 5 10 2 4 África do Sul 6 14 11 9 15 Venezuela 7 10 6 13 9 Equador 8 13 4 8 3 Peru 9 9 2 12 7 Estados Unidos 10 6 12 16 12

Papua Nova Guiné 11 15 13 10 10

Índia 12 8 7 6 8

Austrália 13 12 14 1 11

Malásia 14 11 5 14 14

Madagascar 15 17 17 11 13

Congo (ex Zaire) 16 7 9 14 16

Filipinas 17 16 16 7 17

A taxonomia consiste em nomear e descrever os se- res vivos. Sistemática é o estudo da diversidade dos organismos e das relações entre os organismos. Ela tem por objetivo classifi- car as espécies e buscar quais são as filogenias, ou seja, os graus de pa- rentesco entre espécies. A classificação consiste em reconhecer e definir os grupos ou taxa (ou seja, um conjunto de organis- mos que possuem um ca- ráter particular). As bases foram formalizadas por

Carl von Linné, no século

XVIII.

Cada espécie é designada por um nome científico, formado por dois nomes latinos ou latinizados. O primeiro corresponde ao gênero ao qual pertence à espécie e o segundo é o nome da espécie. Assim, Cyprinus carpio corres- ponde à espécie carpio (a carpa), que pertence ao gê- nero Cyprinus ao qual são ligadas outras espécies.

Linné (1707-1778), bo- tânico, zoólogo e médico sueco; foi o criador da nomenclatura binomial e da classificação científica. Considerado o “pai” da ta- xonomia moderna.

Fonte: www. linnaeus.uu.se