• Nenhum resultado encontrado

Investigação da intensidade da dor musculoesquelética

2 Revisão de Literatura

2 REVISÃO DE LITERATURA

4.6 PROCEDIMENTOS CLÍNICOS E INSTRUMENTAIS

4.6.2 Investigação da intensidade da dor musculoesquelética

Para investigação de possíveis sintomas de dor musculoesquelética foi oferecido a cada participante um protocolo adaptado sobre pesquisa de sintomas de dor (SILVERIO et al, 2015) contendo um desenho corporal e da região de cabeça e pescoço. A participante era solicitada a assinalar a intensidade de dor nas regiões corporais a serem investigadas no momento da avaliação (Anexo E). As partes investigadas foram: região temporal, masseteres, submandibular, laringe, parte anterior e posterior do pescoço, ombros, parte superior e inferior das costas, cotovelos, punhos/mãos/dedos, quadril/coxas, joelhos, tornozelos/pés.

Para a mensuração da intensidade da dor musculoesquelética, foi utilizada a escala analógica visual (SCOTT, 1996). O comprimento desta escala era de 100 milímetros e, a participante era solicitada a marcar com um traço vertical, cruzando a linha no ponto que caracterizasse a sua sensação de dor, sendo o limite à esquerda referente a nenhuma dor, e à direita, pior dor possível. Posteriormente, esta marcação foi mensurada com régua para verificar a pontuação correspondente, em milímetros. Foi oferecida uma escala para cada local de dor referida.

72 4 Metodologia 4.6.3 Avaliação vocal

A avaliação da produção vocal consistiu da análise perceptivo-auditiva da qualidade vocal e da análise acústica da voz das participantes, a partir das gravações vocais realizadas antes e após cada etapa de intervenção fonoaudiológica. A gravação da voz foi realizada em ambiente silencioso, no Estúdio do Setor de voz da Clínica-escola de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo – FOB/USP.

Para a gravação da voz, as participantes foram posicionadas sentadas confortavelmente em uma cadeira, dentro de uma sala tratada acusticamente, e foram orientadas a realizar por três vezes cada, as tarefas: emissão da vogal /a/ de forma sustentada, isolada e após inspiração profunda, em pitch e loudness habituais e contagem de números de 1 a 10 por três vezes cada. Essas amostras de fala foram captadas por microfone posicionado a 45 graus à frente da boca, a quatro centímetros de distância da comissura labial. Foram gravadas diretamente em um sistema computadorizado formado por: computador Intel Pentium (R) 4, CPU 2.040 GHz e 256 MB de RAM, monitor LG Flatron E7015 17” e placa de som modelo

Audigy II, marca Creative. As gravações foram realizadas com utilização de um

software de edição de áudio profissional – Sound Forge 10.0, em taxa de

amostragem de 44.100Hz, canal Mono em 16Bit e microfone AKG modelo C 444 PP.

4.6.3.1 Análise perceptivo-auditiva

A análise perceptivo-auditiva da qualidade vocal foi realizada por três fonoaudiólogas com experiência em avaliação vocal, de forma cega. Foram calculados os valores de concordância inter e intra avaliador, repetindo-se 20% da amostra analisada. Analisou-se o parâmetro grau geral da qualidade vocal, que se refere à impressão global da alteração vocal, em que foi solicitado aos juízes que assinalassem se a Voz “A” era igual à “B” ou qual delas apresentava maior grau de desvio vocal. Posteriormente foi calculada a moda das avaliações dos três juízes. Também foram analisados os parâmetros rugosidade, que se refere à irregularidade na fonte sonora; soprosidade, que representa o escape de ar audível na voz e tensão, que reflete a sensação de esforço vocal. Para estes demais parâmetros, foi utilizada uma EAV (para cada parâmetro), em que o avaliador marcou com um traço

4 Metodologia 73

vertical cruzando a linha no ponto que caracterizava sua opinião sobre a intensidade do desvio vocal, sendo o limite à esquerda referente a nenhum desvio e à direita, desvio mais intenso. Posteriormente, esta marcação foi mensurada com régua para verificar a pontuação correspondente. Calculou-se a média das avaliações dos três juízes. Vale ressaltar que os juízes que analisaram as vozes, não participaram dos processos de avaliações e intervenção terapêutica.

4.6.3.2 Análise acústica da voz

Por meio do software Sound Forge 10.0, as gravações foram editadas, para que todas as emissões durassem o mesmo tempo. A amostra escolhida para ser analisada foi o melhor trecho da emissão da vogal sustentada /a/, descartando- se o início e o final da emissão, a fim de eliminar os principais trechos de instabilidade vocal. Assim, cada emissão apresentou três segundos de duração. Foram extraídos por meio do programa computadorizado Mult Dimension Voice

Program (MDVP), modelo 5105, da KayPENTAX®, os seguintes parâmetros

acústicos:

a) Jitter – medida acústica de instabilidade e refere-se à perturbação da frequência fundamental (variabilidade) ciclo a ciclo (TEIXEIRA; FERREIRA; CARNEIRO, 2011).

b) Shimmer – variabilidade da amplitude da frequência fundamental ciclo a ciclo (TEIXEIRA; FERREIRA; CARNEIRO, 2011). Desta forma, mede, portanto, a variação na intensidade dos ciclos de vibração das pregas vocais e altera-se com a redução da resistência glótica e lesões de massa nas pregas vocais, estando correlacionado com a presença de ruído à emissão e com a soprosidade (TEIXEIRA; FERREIRA; CARNEIRO, 2011).

c) Frequência Fundamental (F0) - número de vibrações por segundo produzidas pelas pregas vocais (TEIXEIRA; FERREIRA; CARNEIRO, 2011), ou seja, representa o parâmetro físico resultante da vibração das pregas vocais por unidade de tempo no comportamento vocal sustentado ou em fala encadeada.

d) Variação da Frequência Fundamental (vF0) - corresponde a variação do número de vibrações por segundo produzidas pelas pregas vocais (TEIXEIRA; FERREIRA; CARNEIRO, 2011).

74 4 Metodologia

e) Índice de Fonação Suave (SPI) - caracteriza-se por uma medida de ruído. Quanto maior for este parâmetro, mais suave e fluída é a fonação, dentro do limite da normalidade (CAPELLARI; CIELO, 2008).

f) Índice de Turbulência Vocal (VTI) - representa outra medida de ruído. Quanto menor for este parâmetro, dentro do limite da normalidade, menor será a turbulência no momento da fonação. Representa o oposto do parâmetro SPI (CAPELLARI; CIELO, 2008).

g) Proporção Ruído-Harmônico (NHR) - medida de ruído, assim como o SPI e verifica a relação entre a energia total e o componente de ruído presente no sinal vocal (BEHLAU; AZEVEDO; PONTES, 2001).

h) Variação da Amplitude - representa, como o próprio nome diz, uma variação de medida da magnitude da oscilação da onda sonora (BEHLAU; AZEVEDO; PONTES, 2001).