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LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO: O LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

2 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E DAS BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE APREDIZAGEM

2.1 OS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Os jogos concedem as crianças a liberdade de ação do jogador auxiliado pela ação lúdica; o prazer (ou desprazer) a significância do processo de brincar, as imprecisões de seus resultados, a ilustração da realidade, a criatividade e a contextualização no tempo e no espaço.

Nas palavras de Kishimoto (2008, p.28):

Na realidade, há jogo quando a criança dispõe de significações, de esquemas em estruturas que ela constrói no contexto de interações sociais que lhe dão acesso a eles. Assim ela constrói no contexto de interações sociais que lhe dão acesso a eles. Assim ela co-produz sua cultura lúdica, diversificada conforme os indivíduos, o sexo, a idade, o meio social. Efetivamente, de acordo com essas categorias, as experiências e as interações serão diferentes.

Os jogos se apresentam eficientes no desenvolvimento educativo, pois além de contribuir na cognição, faz com que transparecem os sentimentos da criança. Diante dessas situações o profissional atento consegue captar que as crianças espelham e representam a sua vida cotidiana, além de perfeiçoar suas habilidades motoras. De acordo com Kishimoto (1996, p.100) “os jogos educativos ou didáticos estão orientados para estimular o desenvolvimento cognitivo e são importantes para o desenvolvimento do conhecimento.”

O jogar é um estimulo na vida da criança, pois através dos próprios, a criança entra em contato com situações diversas, desenvolve e incentiva sua linguagem, favorecendo o desenvolvimento afetivo, cognitivo, motor, social e moral.

Os jogos conquistam as crianças devido não associar a realidade que as cercam, permitindo o desenvolvimento de sua imaginação, inteligência, sensibilidade, habilidades e criatividade.

Nas palavras de Kishimoto (1996, p.24):

Entende-se que o jogo, por ser uma ação voluntária da criança, um fim em si mesmo, não pode criar nada, não visa a um resultado final. O que importa é o processo em si de brincar que a criança se impõe. Quando ela brinca, não está preocupada com a aquisição de conhecimento ou desenvolvimento de qualquer habilidade mental ou física. Da mesma forma, a incerteza presente em toda conduta lúdica é outro ponto que merece destaque. No jogo, nunca se sabem os rumos da ação do jogador, que dependerá, sempre, de fatores internos, de motivações pessoais e de estímulos externos, como a conduta de outros parceiros.

As atividades didáticas realizadas através de jogos contribuem para a formação de conhecimento do aluno, não deve ser confundida como um passatempo,

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e sim como um meio fundamental para promover a aprendizagem. De acordo com Kishimoto (1996, p. 17) “em tempos passados, o jogo era visto como inútil, como coisa não-séria. Já nos tempos do Romantismo, o jogo aparece como algo sério e destinado a educar a criança.”

Através dos jogos é possível desenvolver com as crianças as habilidades de persistir, resistir, perseverar, visto que os jogos possuem atribuições como o saber ganhar, o saber perder e também o tentar outra vez. De acordo com Kishimoto (1996, p. 21) “é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica.”

Pode-se verificar que os jogos podem ser utilizados em diversas situações educacionais sendo um meio para o docente analisar e avaliar a aprendizagens específicas, competências e potencialidades das crianças desenvolvidas, construindo seu processo de ensino-aprendizagem em diferentes meios e estratégias.

Nas palavras de Kishimoto (1996, p.96):

As crianças ficam mais motivadas a usar a inteligência, pois querem jogar bem; sendo assim, esforçam-se para superar obstáculos, tanto cognitivos quanto emocionais. Estando mais motivados durante o jogo, ficam também mais ativas mentalmente.

Jogando, a criança experimenta, inventa, reinventa, descobre, redescobre, aprende e confere habilidades. Também estimula a psicomotricidade, favorecendo a concentração, a atenção, o engajamento e a imaginação. Jogar é importante para o desenvolvimento integral da criança, por meio dos jogos a criança compreende que há momento para tudo, inclusive para pensar com calma e aguardar a vez. Os jogos propiciam o entendimento dos limites, ganhar, perder, esperar, prosseguir, por fim, acabam favorecendo as relações com outras crianças e adultos.

2.1.1 As brincadeiras na educação infantil

Ao brincar a criança aprende a se relacionar, amplia os seus conhecimentos no decorrer das conversações e até mesmo nas discussões que podem ocasionar durante a interação com as outras crianças. Aprendendo também quando está só, pois ela utiliza a sua imaginação e fantasias que há dentro de si mesma, fazendo com que brinquedos e objetos criem vidas e aprendam a dialogar.

Nas palavras de Kishimoto (1996, p.18):

Uma boneca permite à criança várias formas de brincadeiras, desde a manipulação até a realização de brincadeiras como “mamãe e filhinha”. O

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brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens que evocam aspectos da realidade.

As brincadeiras de faz-de-conta, também conhecida como simbólica, de representação de papéis ou sociodramática, é a que deixa mais evidente a presença da situação imaginária.

Nas palavras de Kishimoto (1996, p.39):

É alterando o significado de objetos, de situações, é criando novos significados que se desenvolve a função simbólica, o elemento que garante a racionalidade ao ser humano. Ao brincar de faz de conta a criança está aprendendo a criar símbolos.

As brincadeiras tradicionais infantis, filiada ao folclore, incorpora a mentalidade popular, passa-se de geração em geração, pode ser que o nome mude dependendo da parte do mundo em que a atividade se desenvolva, e que tenha algumas variações ou regras diferentes, mas se trata da mesma finalidade e tendo o mesmo objetivo.

Nas palavras de Kishimoto (1996, p.38):

A tradicionalidade e universilidade das brincadeiras assentam-se no fato de que povos distintos e antigos, como os da Grécia e do Oriente, brincaram de amarelinha, empinar papagaios, jogar pedrinhas e até hoje as crianças o fazem quase da mesma forma. Tais brincadeiras foram transmitidas de geração em geração através de conhecimentos empíricos e permanecem da memória infantil.

As brincadeiras também intervêm positivamente no desenvolvimento psicomotor e cognitivo da criança, resultando em situações importantíssimas que necessitam serem aprendidas e entendidas durante a infância, tais como: aguardar a sua vez, compreender que haverá situações onde ganharemos algo, e em outra perderemos, compreender que existem regras e limites que necessitam serem cumpridas, visto que vivemos em sociedade e não podemos realizar tudo o que queremos, por fim, compreender que determinadas situações não aconteceram sempre do modo que almejamos.

O ato de brincar proporciona flexibilidade, organização e objetivos. Existem determinados objetivos que se podem adquirir mediante o recurso de brincadeiras específicas e dirigidas, no entanto, todo método de ensino necessita de estudos e de planejamento, as informações necessitam serem nítidas e compreensivas, de modo que as crianças as compreendam e se relacionem.

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A escola é um elemento de transformação da sociedade, sua função é contribuir, junto com outras instâncias da vida social, para que essas transformações se efetivem. Nesse sentido, o trabalho da escola deve considerar as crianças como seres sociais e trabalhar com elas no sentido de que sua integração seja construtiva.

Pode-se verificar que o brincar contribuirá com o desenvolvimento da comunicação afetiva, amplifica determinados domínios de reações, intensificando o ensino de forma prazerosa, possibilitam as crianças maior segurança, amplia suas ideias e a sua própria postura, onde passa a se expressar de modo mais claro.

Nas palavras de Kishimoto (1996, p.21):

Hoje, a imagem da infância é enriquecida, também, com o auxílio de concepções psicológicas e pedagógicas, que reconhecem o papel de brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento e na construção do conhecimento infantil.

O prazer adquirido decorrente das brincadeiras é relevante, principalmente para constituir a identidade de grupo. Não importa o tipo de brincadeira nem o local, a alegria de brincar é semelhante em todo o mundo. De acordo com Kishimoto (1996, p. 18) “brinquedo é outro termo indispensável para compreender esse campo”.

As brincadeiras podem ser realizadas de modo construtivista e não como uma série de preenchimento de lacunas em lições, ou como atuações sem sentido. Por meio das brincadeiras podem solucionar problemas, auxiliar na superação das barreiras entre outras crianças, desenvolve-se interesses e despertam entusiasmo e a autoconfiança. A utilização da prática possui finalidade e eficácia, podendo se transformar em uma moldura na qual se potencializa todas as outras atividades.

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3 O PROCESSO DE APRENDIZAGEM A CRIANÇA ATRAVÉS DE ATIVIDADES