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JUVENTUDE, MEIO AMBIENTE E MOBILIZAÇÃO SOCIAL: DIFUSÃO DE IDEAIS E CRIAÇÃO DE 32 COLETIVOS JOVENS

PELO MEIO AMBIENTE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

Graziela Rinaldi da Rosa Educadora: graduada em Filosofia (UFPEL), especialista em Metodologia do Ensino de História e Geografia (FACCAT) e mestranda em Educação ( Unisinos). É integrante do Coletivo Jovem pelo meio Ambiente do estado do Rio Grande do Sul. grazirinaldi@bol.com.br Marcio Felipe Marmitt Estudante: Concluinte do Ensino Médio, trabalhos com cultura Hip Hop, Mc, compositor de rap e Educador em projetos sociais. É integrante do Coletivo Jovem pelo meio Ambiente do estado do Rio Grande do Sul. mfmarmitt@ibest.com.br Sabrina Dinorá Santos do Amaral Educadora: graduada em Pedagogia (FACCAT), acadêmica em Ciências Biológicas (Unisinos), especialista em Educação Ambiental ( Unilasalle). É integrante do Coletivo Jovem pelo meio Ambiente do estado do Rio Grande do Sul. sabrina@tca.com.br Na busca pela construção de sociedades sustentáveis, com bases sólidas nas necessidades e limitações do ser humano e da natureza em sua relação interativa, encontram-se inúmeros empecilhos para seu desenvolvimento que, na sua maior parte, dificulta uma pátria verdadeiramente sustentável.

Entre os muitos obstáculos, descortina-se a globalização econômica, que divide o mundo em países desenvolvidos e subdesenvolvidos; o consumismo, que transforma a humanidade em vorazes compradores capitalistas; o

antropocentrismo, que é um fenômeno que faz com que o ser humano acredite ser dominante no planeta; também se apresenta o desafio da irresponsabilidade e da falta de ética humana, as quais acabam tornando a Terra um depósito de lixo e finalmente se apresentam a ciência e a tecnologia, que, com sua visão expansionista e de progresso a qualquer custo, propagam a dominação de tudo e de todos.

Todos esses desafios desencadeiam uma crise civilizacional que coloca a sobrevivência da humanidade à prova e proporciona uma nova mentalidade, que se manifesta como o início da busca de construção de sociedades sustentáveis, a qual deve primar pelo princípio de difusão da consciência ecológica, tendo então, para o alcance dessa finalidade, como principal instrumento a educação e a mobilização social.

Nesse contexto, surge nas diversas juventudes, e em suas variadas linhas de atuação, um considerável aumento da demanda por informações para orientar jovens a se organizar em coletivos preocupados com a temática ambiental em bairros, vilas, comunidades, municípios e outros espaços.

Os Ministérios da Educação – MEC e do Meio ambiente – MMA no ano de 2003, observando as necessidades juvenis descritas anteriormente, lançaram a proposta de Coletivos Jovens de Meio Ambiente para todos os estados do Brasil com o objetivo de apoiar as atividades já existentes na temática ambiental, e incentivar o desenvolvimento de novas ações.

Estes coletivos agilizam em suas realidades ações pelo meio ambiente e trocam entre estados, experiências na temática a partir de espaços como a Rejuma – Rede da Juventude pelo Meio Ambiente; de chats – na rede mundial de computadores; do e-ProInfo – plataforma de educação a distância do MEC onde vem ocorrendo ao longo de 2005 e 2006 um processo de formação para integrantes dos Coletivos Jovens e de encontros presenciais anuais como o Encontro Nacional da Juventude pelo Meio Ambiente e a Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo meio ambiente.

No estado do Rio Grande do Sul, a participação da juventude em movimentos ambientalistas sempre foi muito forte. Desde o início da década de 70, jovens se inserem em grupos pioneiros no Brasil, como a Agapan – Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, e o Comitesinos – Comitê de gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio do Sinos.

O Coletivo Jovem gaúcho sofreu em seus dois primeiros anos grande rodízio de integrantes, conseguindo se estruturar realmente no ano de 2005. Porém, a pouca participação de jovens do interior do estado sempre esteve em pauta, contando com inúmeras intervenções para possibilitar a inclusão de jovens das diversas regiões do estado.

Com a organização da II Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente surge através da COE – Comissão Organizadora Estadual, a possibilidade de se criar em cada CRE - Coordenadoria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul, um Coletivo Jovem.

Nessa perspectiva, foram criadas 32 COR – Comissão Organizadora Regional, seguindo a divisão de cada CRE. Sua principal função seria a de realizar um seleção prévia de materiais da II Conferência Infanto-Juvenil da região e enviá-las para a COE. Para tornar verídica a seleção regional, surgem então os Coletivos Jovens ligados às COR, respeitando o princípio de “Jovem Escolhe Jovem”.

Com o êxito das COR, surge então a etapa de formação e mobilização dos Coletivos Jovens criados, e as atividades de estruturação dos mesmos em suas microrregiões, necessitando, para que essas atividades ocorram, de auxilio e do continuo funcionamento das COR e da COE .

Com o apoio de diversas entidades, empresas e pessoas, busca-se reunir representantes do Coletivo Jovem de cada COR e propiciar a eles ferramentas organizacionais e formação para a ação coletiva em prol do meio ambiente.

Os trabalhos desenvolvidos nas 32 microrregiões do estado do Rio Grande do Sul, através de seus respectivos Coletivos Jovens, estão se intensificando e se tornando cada vez mais presentes nas comunidades envolvidas.

O Encontro Gaúcho da Juventude pelo Meio Ambiente, a realizar-se em Abril de 2006, reunirá todos os Coletivos Jovens do estado e tem como um de seus objetivos, sincronizar e tornar mais atuante o fazer sócio ambiental da juventude gaúcha.

Sendo assim, através de uma rede estadual, o Rio Grande do Sul intensifica suas atividades na temática ambiental em meio a juventud e colabora para a formação ética e sócio ambiental de gerações futuras, hoje já engajadas no movimento.

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