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5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

5.2 LÓCUS DA PESQUISA

A escolha para esta pesquisa se constituiu através de um estudo de campo, para apurar nas duas Gerências Regionais de Ensino da cidade do Recife quais as escolas ofertavam o maior número de sala de aulas na modalidade de Ensino Médio noturno. Optamos, então, pelo processo metodológico de estudo de campo, segundo Gil (2002, p. 52), por este conseguir representar de forma representativa o nosso trabalho de pesquisa. Assim, levando em consideração o nosso objetivo geral, trabalhamos na perspectiva de levantar, junto à Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, quais escolas ofertavam a etapa de ensino médio noturno. Em seguida, com este levantamento em mãos, delimitamos quais delas ofertavam o maior número de salas de aulas para o 1°, 2° e 3° anos. Com isso, definimos que a pesquisa seria realizada em duas escolas, respectivamente, para conseguirmos representar a divisão regional estabelecida na cidade do Recife. Uma das escolas representando a Gerência Regional Sul (GRE-SUL), e a outra escola representando a Gerência Regional Norte (GRE- NORTE).

Na figura a seguir, Figura 1, é apresentado o mapa das Gerências Regionais de Ensino no Estado de Pernambuco, e como estas são divididas na cidade do Recife. A capital de Pernambuco, Recife, é dividida em duas GRE’s – a Sul e a Norte. O intuito desta divisão é melhor atender a demanda e as políticas de ensino na cidade. Por isso, fizemos a opção de escolher uma escola para representar cada regional citada.

Figura 1 - Mapa da distribuição das Gerências Regionais de Ensino no Estado de Pernambuco

Fonte: Site da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco SEE PE (28/06/2019).

Como já elucidado, a Figura 1 diz respeito ao mapa descritivo das fronteiras de cada Gerência Regional de Ensino no Estado de Pernambuco, possibilitando visualizar as 16 GRE’s, sendo duas delas localizadas na cidade do Recife (01 e 02). Foi com base nas duas GRE’S de Recife que efetuamos o nosso estudo de campo e o levantamento dos dados para esta pesquisa, considerando que cada uma dessas escolas selecionadas consegue representar a capilaridade do atendimento do sistema de ensino na cidade do Recife.

O nosso estudo de campo foi realizado em duas escolas da rede pública estadual, situadas, respectivamente, na Gerência Regional de Ensino Metropolitana Norte e na Gerência

Regional de Ensino Metropolitana Sul. Nesta pesquisa, as duas escolas são denominadas de Escolas “A” e “B”. O critério de escolha destas escolas se configurou pelo fato delas ofertarem o maior número de salas de aulas na modalidade do Ensino Médio noturno (1°, 2° e 3° anos) da rede pública do Recife, consequentemente contendo o maior número de matrículas na referida modalidade. Cada uma das escolas representa uma região da cidade: a Região Sul, com 75 escolas; e a Região Norte, com o total de 86 escolas. Sobre o campo de pesquisa, no que diz respeito ao estudo de campo nas escolas, os números são: a escola (B) tem um total de 542 estudantes matriculados no 2° e 3° anos do Ensino Médio regular, sendo que 109 estudantes estão cursando o período noturno; a escola (A) tem um total de 926 estudantes matriculados no Ensino Médio regular, sendo que 570 estão matriculados no 2° e 3° anos, e desses, 239 estão no período noturno. Sendo assim, nas duas escolas encontramos um total de 348 estudantes matriculados no 2° e 3° anos do Ensino Médio noturno regular. Este é o público-alvo da nossa pesquisa. Gil (2002, p. 52) considera que alguns aspectos contemplam a escolha do método estudo de campo. São eles:

Tipicamente, o estudo de campo focaliza uma comunidade, comunidade de trabalho, de estudo, de lazer ou voltada para qualquer outra atividade humana [...]; basicamente, a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo [...]”. Como ferramenta de pesquisa para levantamento de dados pode-se ter “[...] entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo [...]

Ao delimitar as escolas, estabelecemos uma escolha do nosso campo de pesquisa. Assim, chegamos ao entendimento de que as turmas que fariam parte do levantamento de dados seriam as de 2° e 3° anos. Esta escolha se deu por alguns fatores: primeiro, a idade (jovens entre 15 e 21 anos); segundo, por estarem cursando do meio para o final desta etapa de ensino; terceiro, por preencherem o perfil dos sujeitos sociais da nossa pesquisa.

Os aspectos apresentados pelo estudo de campo podem ser considerados como uma contribuição significativa à nossa pesquisa, no sentido de enfatizar que no estudo de campo o pesquisador realiza a maior parte do trabalho de observação, aplicação de questionário e/ou entrevistas de modo presencial, sendo enfatizada a relevância de o pesquisador ter tido ele mesmo uma experiência direta com a situação de estudo (GIL, 2002). O que se pretende ao optar por este estudo de campo é possibilitar uma humanização tanto do processo de pesquisa, da elaboração do trabalho, e principalmente da relação entre jovens-estudantes-trabalhadores e o mundo acadêmico.

Dialogando neste sentido com o nosso referencial teórico, encontramos respaldo para a escolha dessa característica que contribuiu para o processo metodológico. Assim, ressaltamos que a escolha do nosso sujeito social também contribuiu para a metodologia. Deste modo, Dayrell (2006, p. 42) considera que “[...] o sujeito é um ser humano aberto a um mundo que possui uma historicidade; é portador de desejos, e é movido por eles, além de estar em relação com outros seres humanos, eles também sujeitos”.

Por fim, Gil (2002) considera que no estudo de campo o papel do pesquisador consiste em realizar a maior parte do trabalho pessoalmente, pois o estudo de campo enfatiza a importância de o pesquisador estabelecer uma experiência direta com o local de estudo.