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3 BOM JUÁ E PLATAFORMA TERRITÓRIOS SOTEROPOLITANOS

3.3 Bom juá e Plataforma no contexto soteropolitano atual

3.5.2 O Lazer nas vilas operárias

Em se tratando de Plataforma, observa-se que o território estava imbuído na história do Brasil desde a invasão dos holandeses até as lutas pela independência do Brasil fazia parte do processo de desenvolvimento brasileiro pela presença da indústria têxtil, este mesmo responsável pelo então desenvolvimento de Plataforma, na economia, na cultura, na politica e nos movimentos sociais. No que tange à industrialização a existência de uma vila operária que sua indústria têxtil foi antecedida por uma fábrica de sapatos quem empregavam os moradores. Mas as atividades de lazer, cultura e entretenimento faziam parte da vida dos operários.

Neste local existiam cinema, clubes e times de futebol, os últimos tinham subsídios oferecidos pela fábrica São Braz. Assim como em todo o Brasil a população negra se organizava, além das irmandades, nos clubes sociais e estes promoviam festas. Interessante narrativa do Sr. Galvão a informação a cerca da estratificação social em Plataforma entre os moradores que tinham melhores condições financeira e os que não tinham.

Estes frequentavam o e o mais o Clube Corinthians. Um dado importante é a introdução do Jazz nos clubes plataformenses. Ocorreu que na era do rádio, Salvador conheceu o estilo musical e é neste contexto que o território está entrelaçado com a cidade e

Figura 61 - Ornamento do altar da igreja de São Braz

com o mundo, mesmo guardando a sua especificidade. Plataforma estava inserida no contexto musical mundial pois neste período nos clubes sempre estavam presentes bandas e orquestras tocando os últimos sucessos do momento. Uma das orquestras mais importantes do local era a do Sr. Bertholdo Cirilo dos Reis, cujo nome é homenageado com seu nome numa escola pública da região.

A orquestra que animava o clube Corinthians era a Brasilian Boys e a do São João o Jazz85, que os soteropolitanos diziam e os mais antigos ainda denominam estas bandas como Jazy. O jazz é uma manifestação artística surgida em Nova Orleans, EUA e disseminada no mundo. Quanto à Brasilian Boys foi formada por Cacau do Pandeiro, Belmiro Cruz e João Cruz (irmãos) músicos negros, oriundos do Colégio São Joaquim, São Bento e eram preceptores experientes com alguns instrumentos de sopro, bateria e outros. É digno e nota que os conhecimentos percussivos tiveram nos terreiros de candomblé. Além disto estavam inspirados na música cubana mambo e que todos esses músicos estadunidenses cubanos e soteropolitanos.86

Os clubes e equipes de futebol tiveram origem na fábrica assim como destaca o Sr. Galvão, assim foi com Corinthians e o São João,

O time de futebol, depois desse clube de futebol fez um clube. A companhia deu uma casa ai a eles, na rua Úrsula Catarino ali em cima, deram uma casa a eles tinha uma casa ali e eles fizeram uma sede. Fizeram sede, daí apareceu um Oscar Neto que era sapateiro e achou que devia fazer o São João. São João era um clube de futebol, aí foi na companhia que o Bernardo e Luís Catarino, eram pessoas boas, aí deu a casa pra ele, ficou o Corinthians ai e o São João aqui do lado de cá. Então fez um campo lá no São João. Não tem, você viu aquele colégio que tem lá, César Borges.(Informação verbal)

É digno de nota que o futebol se disseminou para o mundo com a revolução industrial o que o popularizou nas vilas operárias. A estrada de ferro, a escola e a igreja católica na Inglaterra foram disseminadores do futebol, o que não deixou Plataforma longe do desenvolvimento industrial em sua forma plena no cenário mundial.87 um grande fator (Ver

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GUIMARÃES, Débora Carla Pereira. Música urbana em Salvador: o papel educativo das orquestras que se apresentavam no rádio nas décadas de 1940 e 1950. 2010. Disponível em: <http://livros01.livrosgratis.com.br/cp152361.pdf>. Acesso em: 30 maio 2015.

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87 O documentário Origens do futebol, um jogo mágico aborda a criação, desenvolvimento e refino do futebol,

o que não deixa dúvida sobre a relação futebol, indústria, tempo de lazer, revisão das leis do trabalho para o grupo operário nas fábricas objetivando a disseminação do futebol, assim como a advento da estrada de ferro para tal feito. HISTÓRIA do futebol: um jogo mágico. Direção de Hereward Pelling. Produção de Hereward Pelling. Intérpretes: Pelé, Alfredo di Stefano, Zidane, Paolo Maldini, George Best, Sir Alex Ferguson, David Hill, João Havelange, Diego Maradona, Ronaldo, Carlos Alberto Parreira, Mário Jorge Lobo Zagallo, Zico. Roteiro: Hereward Pelling. Inglaterra: Fremantlemedia, 2001. 03 (217 min.), DVD, son., color. Legendado.

filme origem do futebol um jogo mágico)

Complementando com a informação de Sr. Galvão,

… o clube mais velho que tem aqui em Plataforma foi o Corinthians. Corinthians foi um clube que foi tirado daí da fábrica São Braz, pelo seguinte, o pessoal do escritório e todas as repartições, eu acho que toda a comunidade é assim tem aquele povo que se destaca, e aí na fábrica tinha o povo do escritório, que o escritório daí era grande. ( Informação verbal)

O clube São João foi criado devido a discriminação que existia, haja vista que foi idealizado por um sapateiro e negro com as pessoas de menor poder aquisitivo também usufruírem de outra opção de lazer. Mas também recebia colaboração financeira da fábrica São Braz, quanto ao campo de futebol, foi construído na antiga rota da linha ferroviária. O futebol sempre fez parte da vida dos plataformenses, e assim destaca o Sr. Galvão, falando sobre a área onde é construída a Escola Municipal André Rebouças.

Era um campo de futebol eles fizeram uma arquibancada e o trem passava ali, do lado do campo. O trem não passava pela ponte não, não tinha ponte, passava ali. Então tinha uma alvenaria de pedra grande e o campo ficava ali. Eles jogavam futebol ali fizeram campeonatos da várzea, vinha time de Periperi, vinha time de Coutos. Vinha Time de São Tomé, da Ribeira disputava por campeonato da várzea aí. Mas, aqui quem sempre se destacou foi o Corinthians, por que era um meio mais society.... gente de cor...? a gente é um povo tirado. Quando tinha um baile ai ficava aquela peãozada, naquele tempo tinha baile mesmo, olhe era um desfile de roupas, aí enchia de gente só pra ver as pessoas chegarem cada uma..., mas não vinha muito não, gente de cor…..mas naquele tempo tinha orquestra boa. Tinha aqui é, existia a Brasilian Boys não essa porcaria que tem ai. (Informação verbal).

Além dos clubes citados anteriormente outros foram citados pelo Sr. Djalma, além do saudosismo de não existirem mais do que representaram para os moradores. A informação verbal nos remete à seguinte afirmação,

…. Clubes Palestra, São João, Corinthians e Bragança. Aqui em Plataforma tinha esse 4 a 7 clubes. Eu mesmo sou sócio remido do Recreativo que ainda tem um restinho ai na Praça de São Braz. O clube social que tinha festa de mês em mês se pagava se associava, é coisa que hoje acabou não tem Periperi, não tem mais Recreativo, que tem um prédio lá festinha hoje outra pra semana, paroano não é como antigamente que tinha São João, Corinthians, Palestra, e tinha a sede. Hoje em dia acabou esse três acabou São João, Corinthians acabou, São joão acabou, Palestra tá acabou só tem um restinho do Recreativo Plataformense.(Informação verbal). O informante acima citado é sócio remido desde o ano de1959 do Clube Disponíveis os demais volumes em: https://vimeo.com/47779073 e https://vimeo.com/47779072. Disponível em: <https://vimeo.com/47691184>. Acesso em: 05 mar. 2005.

Recreativo Plataformense, o único que resistiu ao tempo, ele explica que

O sócio remido é o elemento que praticamente compra um título para participar do clube. Os sócios colaboravam por um determinado período que tinha um valor, de maneiras que quando chegava em um valor X que era o título, automaticamente o cidadão deixava de pagar e continuava como sócio nas festas nas brincadeiras que tinha. Através desse título ai ele tinha livre acesso juntamente com a família. O clube era um prédio grande com mesas cadeiras esse recreativo. Já teve mesas de sinuca pra os sócios, um esporte no caso, clube de campo, futebol. Quando ia fazer um casamento, uma brincadeira festa o remido falava com a diretoria e tinha livre acesso sem nada pagar. (Informação verbal)

Além das festas com as bandas, a atividade social dos clubes eram intensas, principalmente para o convívio familiar, não apenas nos momentos felizes, mas nos tristes como a morte. Em Plataforma ainda existe o cortejo fúnebre depois do velório. Estes também acontecem nas residências, é uma tradição local. Atualmente a igreja católica não preservou esta tradição para os devotos não praticantes, mas permanece nas evangélicas, sendo assim ao velório da esposa de Sr. Djalma foi realiza do no Clube Recreativo Plataformense.

Agora no subúrbio acabou esse negócio de defunto ir para a igreja. Só que tem direito de ir para a igreja é o católico carola aquele que tem frequência assídua, quando não é da igreja não vai pra lá. Antigamente a gente passaria nos nossos bairros e tinha de passar na igreja para o pedre benzer com aquela aguazinha mentirosa, mas depois que se passou a velar corpo no clube a igreja não aceita mais. Então minha mulher mesmo faleceu no Hospital da Bahia […] depois que a gente organizou o que tinha de organizar aqui, que o hospital deu o que deveria dar à minha família, e deveria vir para cá, mas com a escada como eu tinha essa condição como Clube Recreativo, e ele disse pode trazer. Aí ficou lá uns tempo, agente foi fazer o velório la e arrumou a sala do clube e trouxe ela entrou no Clube Recreativo, foi velada poucas horas, de lá saiu pro cemitério. (Informação verbal).

Além destas atividades de lazer, outras eram realizadas sem a interferência da fábrica. Estas eram as comemorações cívicas organizadas por D. Tutuca como a do 2 de Julho, no mesmo dia que o da Independência da Bahia; a semana de festa comemorativa do padroeiro de Plataforma, São Braz. Esta é mais relevante para os plataformenses, sempre acontecendo no último domingo do mês de Janeiro. Podemos citar também o Bloco do Bacalhau do qual a mesma fazia parte. Nas comemorações cívicas D. Tutuca mobilizava os moradores e especialmente as crianças. Ela se responsabilizava desde a ornamentação da rua até a indumentária das crianças.

A festa do padroeiro acontece durante uma semana, no mês de Janeiro, no último domingo é realizada a tradicional lavagem das escadarias da igreja de São Braz. A sequência de imagens falam por si como se realiza a festa de São Braz e a forma de participação das pessoas. Na (Figura 52), é notável a faixa que não deixa dúvidas sobre como a festa foi expropriada da população. Por outro, nos mostra lado a educação negativa no território,

quando moradores deixam as suas prerrogativas de organizacionais a depositando sobre a dos políticos. Ou sejam, aceitam pagamento para participarem das festas populares do território. Os moradores atualmente estão atrelados e dependentes dos políticos de forma que não conseguem realizar as festas tradicionais plataformenses sem que sejam subsidiados com recursos oferecidos pelos políticos.

As (FIGURA, 62, 64, 65, 66, 67 e 68) mostram a forma de participação e alegria do povo com a festa. As baianas, as fanfarras, os pierrôs, a banda de pagode, a capoeira e o povo na antiga Praça São Braz. É digno de nota que a “revitalização” dela não possibilita a reunião de pessoas como a antiga, o espaço ficou restrito por que construiu-se muitos

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

brinquedos infantis, sem considerar a utilidade da praça para a utilização da população por ser o principal ponto de encontro, comícios, reuniões, protestos e festas locais. Além de ser um território efêmero.

A igreja de São Braz, é também uma arquitetura art decor, com frontão contendo binóculo nas platibandas, além de pilastras ressaltadas nas laterais. É uma construção que data do século XVII, mas modificada no decorrer do tempo, (FIGURA 54).

Fonte: Arquivo Pessoal (2015). Figura 63 - Igreja de São Braz

Ela foi construída como uma espécie de palhoça e reconstruída no decorrer do tempo. Não conserva a sua estrutura original devido à quantidade de representantes da igreja que passaram pelo templo e cada um fez as modificações que lhe eram convenientes. Contudo, existe o interesse dos moradores de que não sejam feitas mais nenhuma alteração. Voltando à forma original de participação dos plataformenses na Lavagem de São Braz. Não apenas plataformenses participam da lavagem, também ex-moradores, visitantes e

Fonte: Arquivo pessoal (2015).

pesquisadores(as).

Na (FIGURA 55), observamos as baianas vestidas de branco com indumentárias do candomblé, na escadaria da igreja de São Braz.

A (FIGURA 56), mostra a roda de capoeira plataformenses, mas não só, outros grupos também participaram da festa. A roda aconteceu na Praça São Braz, esta depois da revitalização feita pela prefeitura perde a característica de local onde aconteciam os eventos, comícios, protestos, shows a exemplo do pagode neste mesmo dia da lavagem. De certa forma, sob a égide da “requalificação”, o município promoveu na desarticulação popular. Restou apenas o final de linha, (FIGURA 61) neste, caso aconteça qualquer atividade que demande uma grande quantidade de pessoas se torna inadequado devido a circulação de ônibus e outros veículos que circulam. No final de linha outrora existia o tanque, uma represa por onde passava uma cachoeira. Hoje ela está canalizada no subterrâneo das residências.

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Assim como o Parque de São Bartolomeu, Plataforma é o território das águas.

Na (FIGURA 67), a presença dos pierrôs embeleza a alegra a festa. Os pierrôs estão presentes por mais de 30 anos em Plataforma, eles são: Tradição, Tradição de Plataforma, apaixonado e Teimoso. No que tange á música, ela sempre esteve presente em Plataforma com as orquestras sinfônicas. As fanfarras ainda existem no território e elas alegram a lavagem plataformense (Figura 58). Na (Figura 60) observamos a nova praça, “revitalizada”, nela encontramos os espaços fragmentados, com disposição de brinquedos infantis em toda a sua extensão, assim impossibilitando a execução até de uma roda de capoeira. A Praça São Braz também é um território efêmero, e este não foi contemplado com

Fonte: Arquivo Pessoal (2014)

a revitalização.

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Figura 67 - Pierrôs na lavagem de São Braz

Figura 68 - Fanfarra na lavagem de São Braz

Fonte: Arquivo Pessoal (2016)

Figura 69 - Nova Praça São Braz

Figura 70 – Palco no final de Linha de Plataforma

No ano de 2015, na semana festiva de São Braz, aconteceram as celebrações e procissão. É notável a satisfação na participação dos moradores destas atividades religiosas (FIGURAS 62 e 63). A disposição de se reunir, traçar o todas as estratégias para a semana de atividades, camisas padronizadas, inclusive a de fitinhas vermelhas tendo escrita a frase: Lembrança de São Braz dentro de um cesto, este é – um elemento da cultura afircano- brasieira e indígena, ambas presentes no território plataformense.

Figura 71 - Senhora portando as lembranças de São Braz

A etnografia nos permitiu observar a dedicação dos homens participando ativamente destas atividades religiosas. Por exemplo, no dia da procissão de São Braz, eles ajudaram a colocar a imagem de São Braz, da praça do mesmo nome numa pick up, daí para a igreja de N. Srª de Nazaré, no Mabaço (FIGURA 64). Lá teve início a missa festiva, a última atividade da programação festiva, (FIGURAS 65).

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Na imagem acima mostramos o início da procissão de São Braz. Ela percorreu toda o bairro, no percurso as ruas estavam enfeitadas com palhas de coqueiro e o padre parava em cada estação saudando as pessoas principalmente as mais velhas. Inclusive com a presença de um assessor político que indicava as estações, ou seja, casas onde aconteceram as paradas durante o cortejo, (FIGURA 66). Na festa católica tende a participação ser maior do que a

Fonte: Arquivo pessoal (2015).

lavagem, se constatando pelo interior da igreja no último dia de festa (Figura 68). A igreja estava repleta e ornamentada de vermelho e branco.

Outro detalhe relacionado à política partidária, o Vereador Joceval Rodrigues (PPS), cedeu uma Kombi carro de som para acompanhar a procissão. De dentro do veículo, soava a voz do devoto entoando cânticos católicos num clima festivo, envolvendo toda o

Figura 76 - Procissão de São Braz, kombi do vereador Fonte: Arquivo pessoal (2014).

Figura 75 - Procissão de São Braz

território, (FIGURA 67). É digno de nota que as festas populares de Plataforma, embora existisse a colaboração da fábrica, a organização era dos moradores, mesmo quando recebiam a colaboração do ex-vereador Lourival Evangelista (1930-2013), do Partido da Frente Liberal (PFL).

Ainda em se tratando da lavagem de São Braz no ano de 2015. Neste ano o vereador J. Carlos Filho Partido da Solidariedade Nacional (PSN) não se elegeu, desta forma boicotou a lavagem no ano supracitado, muito menos colaborou com a festa de São Pedro. Nas semanas que antecederam a lavagem várias notícias sobre ela deu margem a inúmeras interpretações, onde os moradores ficaram confusos em relação à sua realização. Os moradores, convidados, inclusive o 'Quase, quase', bloco de travestidos locais ficaram aguardando o cortejos. Caminhamos todo o território, inclusive na frente da igreja de São Pedro (Figura 69). o local onde tem início o cortejo da lavagem e nenhum vestígio de cortejo, carro de som, baianas. Apenas moradores perguntando se teria a lavagem ou não! Neste momento avaliavam o quanto era negativa a presença e colaboração dos políticos para organização da festa, assim ficam reféns deles e com grandes possibilidades de apagarem uma

Fonte: Arquivo pessoal (2014).

forma de expressão local!

Em 2015, no dia da lavagem, em Plataforma, estávamos todos(as) em expectativa para a lavagem como podemos ver nas (Figura 69, 70, 71) com os 'Quase quase', cavalaria, e movimento durante o dia na Praça São Braz. Na (Figura 70) a praça estava movimentada em todos os aspectos, mesmo sem o elemento essencial, as baianas, mas com o outro elemento a população e os comerciantes. É digno de nota o carro da PM-BA fazendo a “segurança”. Na (figura 71), a cavalaria, algo tradicional da Lavagem do Bonfim, que foi banida por causa dos protestos do grupo de defesa dos animais, estava presente em Plataforma eles ainda acompanham a lavagem.

Fonte: Arquivo pessoal (2015). Figura 78 - Igreja de São Pedro

Figura 79 - Componentes das Quase, quase Fonte: Arquivo pessoal (2015).

Fonte: Arquivo pessoal (2015).

Fonte: Arquivo pessoal (2015). Figura 80 - Praça São Braz

Foi frustrante a não realização da lavagem da escadaria da igreja de São Braz para os moradores, tanto, que um grupo resolveu reunir forças e fazer a lavagem com seus esforços mobilizando a comunidade. Assim a forma de expressão invisibilizada neste ano e abatida pelos interesses políticos partidários e religiosos aconteceu no domingo posterior, sem a mesma estrutura do domingo anterior devido a desmobilização anterior. Neste clima aconteceu a lavagem de São Braz, no intuito de não deixar morrer a tradição que é um patrimônio cultural africano-brasileiro plataformense, assim como os pierrôs. O conjunto de figuras seguintes apontam o relato acima e mostra o cortejo da lavagem (Figura 71, 72, 73 e 74), onde mostramos a simplicidade, mas vontade de ver uma tradição viver. Foram crianças, adultos homens e mulheres que apoiaram o evento. Ele aconteceu com apoio de moradores e comerciantes locais. Moradores que creem que a tradição está além dos interesses políticos partidários.

Fonte: Santos (2015)

Fonte: Santos (2015).

Figura 83 - Cortejo da Lavagem de São Braz

Figura 84 - Baianas na frente de igreja de São Braz Fonte: Santos (2015).

Fonte: Santos (2015).

Figura 85 - Lavagem da escadaria da igreja de São Braz

Fonte: santos 2015

Pudemos observar alguns contrastes no território observando a participação popular na festa e no seu cotidiano. Primeiro entre a participação dos moradores na festa católica e profana (Lavagem) como afirma a mídia soteropolitana. Considera-se profano a festa que tem características da religião de matriz africana tanto pela indumentária das baianas, quanto pela forma de expressão dos participantes. Segundo a falta de apoio dos moradores na candidatura dos políticos locais impediram a realização da tradicional lavagem. É digno de nota que o mesmo político que dificultou a realização da lavagem com anúncios distorcidos no bairro, sobre a realização da mesma, foi o mesmo que propôs a inserção da festa no calendário de festas populares de Salvador. O resultado foi a realização de três lavagem no ano de 2016. Terceiro a quantidade de pessoas que participam da festa católica e

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