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2.3 Legislação pertinente

2.3.3 Legislação Municipal

No presente estudo foram seguidas as Leis Municipais Complementares n.º 29 (OURO PRETO, 2006), que institui o Plano Diretor da cidade de Ouro Preto, e n.º 93 (OURO PRETO, 2011), que estabelece normas e condições para o parcelamento, a ocupação e o uso de solo no Município de Ouro Preto.

2.3.3.1 Lei Municipal Complementar n.º 29

Foi sancionada em dezembro de 2006, instituindo o Plano Diretor da cidade de Ouro Preto. Foram utilizados neste estudo os Capítulos III (arts. 16, 17, 18, 19, 20 e 21). IV (arts. 61 e 62) e VI (art. 6), que seguem transcritos a seguir (OURO PRETO, 2007):

Art. 16º As diretrizes para a Política de Qualificação Ambiental compreendem o conjunto de políticas urbanas relativas ao saneamento, à proteção do meio ambiente, à utilização racional dos recursos naturais e à ocupação do solo, compatíveis com o objetivo maior de elevar a qualidade de vida da população.

Art. 17º Devem ser protegidos e preservados todos os elementos integrantes do patrimônio natural, paisagístico, arqueológico e espeleológico do Município, assim declarados pelo Poder Público.

Art. 18º No tocante à Política Municipal de Saneamento, o Poder Público Municipal observará as seguintes diretrizes:

(...)

VII – promoção do tratamento de fundos de vale, observada a mínima intervenção do meio ambiente natural, assegurando esgotamento sanitário, limpeza urbana e resolução das questões de risco geológico e de inundações;

VIII – condicionamento do adensamento e do assentamento populacional em locais sujeitos a riscos geológicos e inundações, de proteção cultural e natural de sítios arqueológicos às recomendações contidas na Carta Geotécnica de Ouro Preto e suas respectivas atualizações; (...)

IX – garantia da preservação dos mananciais de abastecimento de água existentes, estabelecendo controle sobre a ocupação e as atividades potenciais ou efetivamente poluidoras das águas nas bacias de contribuição;

X – promoção da integração das políticas e ações governamentais de saneamento, saúde, meio ambiente, habitação e uso e ocupação do solo;

Art. 19º No tocante as áreas de risco, o Poder Público Municipal observará as seguintes ações:

I – executar obras de contenção de terrenos e incentivar o emprego de técnicas de bioengenharia e plantio de mudas adequadas para tal fim;

II – controlar a ocupação e o adensamento do solo:

III – definir normas e exigências especiais para intervenções em áreas de risco;

IV – implementar programas de remanejamento de assentamentos localizados em áreas de risco. Art. 20º No tocante à Política Municipal do Meio Ambiente, o Poder Público Municipal observará as seguintes diretrizes:

I – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis, tendo em vista a manutenção do equilíbrio e a harmonia do meio ambiente e o legado desse patrimônio as gerações futuras; II – ampliação do acesso da comunidade às unidades de conservação ambiental propiciando condições adequadas de fruição das mesmas;

III – efetivação do controle sobre as áreas verdes públicas e privadas existentes e sobre aquelas a serem criadas, de forma a garantir sua adequada manutenção e preservação;

IV – garantia da proteção dos recursos naturais;

V – incentivo do estudo e da pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional da energia e a proteção dos recursos ambientais;

VI – garantia de reabilitação de áreas degradadas; VII – promoção e estimulo a educação ambiental;

VIII – reforço da atuação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (Codema). Art. 21º Em consonância com as diretrizes para a proteção e qualificação ambiental do Município, o Poder Público Municipal deverá, em associação com outros órgãos e com a sociedade civil organizada, ou isoladamente, elaborar e coordenar programas e ações específicos, tais como:

I – Programa Municipal de Saneamento, estabelecendo as ações relativas aos sistemas de esgotamento sanitário, abastecimento de água, drenagem e limpeza urbana, com previsão de utilização de tecnologias apropriadas para cada situação específica;

II – Programa de Áreas Verdes Urbanas, envolvendo a criação e a manutenção de parques e locais públicos de convívio nas áreas urbanas do município, articulado ao Programa de Reabilitação Urbana e integrado, no caso dos fundos de vale, ao Programa Municipal de Saneamento;

III – Programa de Proteção às Áreas Naturais, compreendendo a definição de ações para proteção e manutenção das áreas já legalmente instituídas e o desenvolvimento de estudos para a identificação de espaços de significativo valor natural, com vistas a estabelecer diretrizes para sua utilização, proteção e/ou conservação;

(...)

V – participação efetiva do Município nos sistemas de gestão das Unidades de Conservação existentes e naquelas que vierem a ser criadas;

(...)

XI – Programa de Reabilitação de Áreas Degradadas, incluindo ações destinadas à recuperação de áreas sujeitas a processos erosivos e de aterro;

XII – atualização, complementação e monitoramento da Carta Geotécnica de Ouro Preto, ampliando sua abrangência de forma a atingir todas as áreas urbanas do município;

Capitulo IV – Da operação urbana consorciada

Art. 61º Considera-se como Operação Urbana Consorciada o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Público Municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar, em determinada área da cidade, transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental.

Art.62º Da lei específica que aprovar a operação urbana consorciada constará o plano de operação urbana consorciada, contendo, no mínimo:

1- a definição do perímetro da área a ser atingida: 11 - as finalidades da operação;

III - o plano urbanístico básico para a área, contendo, no mínimo, a localização das intervenções e das propostas de alteração de parâmetros de uso e ocupação do solo;

Capítulo VI – Da política tributária

Art.67º O Município poderá estabelecer cobrança progressiva ou regressiva de alíquotas do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), como instrumento auxiliar à ordenação territorial e ao desenvolvimento sócio-econômico do Município, em conformidade com o artigo 156 da Constituição Federal, visando:

(...)

II - à preservação e manutenção de áreas de interesse cultural, ambiental, arqueológico e paisagístico;

(...)

IV - à regularização de edificações ou parcelamentos irregulares;

V - ao incentivo à instalação de atividades estratégicas para o desenvolvimento econômico ou no âmbito de operação urbana consorciada.

2.3.3.2 Lei Municipal Complementar n.º 93

Esta Lei (OURO PRETO, 2011) estabelece normas e condições para o parcelamento, a ocupação e o uso do solo urbano no Município de Ouro Preto. Criada em 2006, desde então vem passando por revisões. Atualmente, encontra-se na terceira revisão, aprovada na Câmara Municipal, em janeiro de 2011, e apresenta alguns artigos que justificam a realização deste estudo.

Foram utilizados os Capítulos I (art. 1.º), III (seção I, arts. 19º e 20º), transcritos a seguir:

Capitulo I - Disposições preliminares

Art. 1º Esta Lei estabelece as normas e as condições para o parcelamento, a ocupação e o uso do solo no Município, em atendimento à Lei Orgânica Municipal e às diretrizes definidas pelo Plano Diretor de Ouro Preto.

Capitulo III – Do parcelamento do solo, Seção I - Disposições preliminares. Art. 19 º Não é permitido o parcelamento do solo em terrenos:

I. com frente para vias públicas que não possuam caixa viária suficiente para a acessibilidade de veículos de emergência, exceto na ZEIS.

II. sujeitos a inundações, enquanto não forem tomadas providências que assegurem o escoamento das águas;

III. que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública; IV. com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes, observado o disposto nos §§1º e 2º deste artigo;

V. nas áreas degradadas ou naquelas em que seja tecnicamente comprovado que as condições geológicas não aconselham a edificação;

VI. contíguos a mananciais, cursos d'água, águas dormentes e demais recursos hídricos; VII. em que a poluição impeça a existência de condições sanitárias suportáveis; VIII. alagadiços;

IX. em áreas contínuas, com vegetação natural de importância ambiental declarada pelo Município com dimensão igual ou superior a 5.000 m² (cinco mil metros quadrados); X. em áreas de preservação ambiental, nos termos da legislação vigente.

§1º No caso de parcelamento de glebas com declividade de 30% (trinta por cento) a 45% (quarenta e cinco por cento), o projeto deve ser acompanhado de laudo emitido pelo Responsável Técnico, atestando a viabilidade de se edificar no local.

§2º A declaração a que se refere o parágrafo anterior deve estar acompanhada da anotação de Responsabilidade Técnica do laudo geotécnico respectivo, conforme exige o Conselho Regional de Engenharia, Agronomia e Arquitetura - CREA/MG.

§3º Em todos os projetos submetidos à aprovação da Secretaria Municipal de Patrimônio e Desenvolvimento Urbano, as áreas não passíveis de parcelamento devem ser claramente identificadas e ter destinação específica, a ser definida pelo Poder Executivo, buscando, nessa definição, a participação da sociedade civil organizada, de modo a evitar invasões e processos de degradação e risco.

Art. 20° Os parcelamentos devem atender às seguintes condições: I. é obrigatória a reserva de faixas non aedificandae:

a) ao longo de águas correntes, com largura mínima de 30,00 m (trinta metros) em cada lado, a partir da margem;

b) ao longo de águas dormentes, com largura mínima de 50,00 m (cinqüenta metros) em cada lado, a partir da margem;

c) num raio mínimo de 50,00 m (cinqüenta metros) ao redor de nascentes ou olhos d’água, ainda que intermitentes;

d) nos parcelamentos realizados ao longo das faixas de domínio público de rodovias, ferrovias e dutos, com largura mínima de 15,00 m (quinze metros) de cada lado das faixas de domínio;

e) nos projetos de parcelamento realizados ao longo de drenagens pluviais e interceptores e emissários de esgotamento sanitário, com largura mínima de 5,00 m (cinco metros) de cada lado;

f) nos parcelamentos realizados ao longo de linhas de transmissão de energia elétrica, a largura será aquela determinada pelas concessionárias.

II. o plano de arruamento deve ser elaborado considerando as condições topográficas locais e observando as diretrizes do sistema viário e a condição mais favorável à insolação dos lotes;

III. as vias previstas no plano de arruamento dos lotes devem ser articuladas com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizadas com a topografia local; IV. os lotes devem ter área e testada mínimas conforme previsto no Anexo III desta lei complementar para a zona em que se inserirem e máxima de 5.000 m² (cinco mil metros quadrados), e relação entre profundidade e testada não superior a 7 (sete);

V. os lotes devem confrontar-se com via pública, vedada a frente exclusiva para vias de pedestres, exceto nos casos de loteamentos ocorridos em ZEIS.

§1º São admitidos, excepcionalmente, lotes com área superior a 5.000 m² (cinco mil metros quadrados), observados os critérios estabelecidos para o parcelamento vinculado.

§2º Para ser admitida como delimitadora de quarteirão, a via de pedestre deve, obrigatoriamente, promover a ligação entre duas vias de circulação de veículos.

§3º As áreas non aedificandae devem ser identificadas na planta de aprovação do parcelamento.