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CAPÍTULO 1 A Gestão Escolar

1.1. A Gestão Escolar na Perspectiva dos Documentos Oficiais

1.1.4. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN)

Em 1996, o Brasil promulgou a sua nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN destinando um capítulo, embora pequeno, ainda assim exclusivo, para tratar da educação especial, considerando-a como uma modalidade de educação escolar que deverá ocorrer preferencialmente na rede regular de ensino.

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;

VII – valorização do profissional da educação escolar;

VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino;

Estes princípios trazem dois aspectos fundamentais para a discussão proposta neste trabalho. Primeiro a questão do acesso e permanência na escola a todos, respeitando assim a diversidade. Em segundo lugar a LDBEN aponta a questão da valorização do profissional da educação, tão necessária neste momento em que a educação está desvalorizada em nosso país, por várias razões inclusive a de profissionais desqualificados. Além disso, a necessidade de gestão democrática, também aparece como pilar fundamental para a valorização do profissional e para melhoria dos processos educativos.

Ao tratar do direito à educação e do dever de educar, o artigo 4o. dispõe que como dever

do Estado, a educação escolar pública será efetivada mediante a garantia de, entre outras coisas:

III – atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidade educacionais especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;

IV – atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade. (BRASIL, 1996, p. 2).

Aqui temos especificamente a garantia de educação escolar a alunos com necessidades educacionais especiais, e sempre que possível na rede regular. Entretanto, mesmo que o entendimento da palavra “preferencialmente” possa trazer ambigüidades, temos condições de lutar para que a educação da criança com deficiência ocorra na rede regular, salvo em situações críticas.

Outro aspecto importante é a garantia do atendimento à criança de zero a seis anos, pois especialmente no caso da criança com deficiência, sabemos da urgência de uma intervenção educacional para que suas possibilidades de realizações sejam mais efetivas.

O Título IV da LDBEN trata da organização da Educação Nacional, sendo que os artigos 14 e 15 estabelecem que:

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola.

Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público. (BRASIL, 1996, p. 7 e 8).

Voltando a tratar da gestão democrática, a LDBEN dispõe sobre a necessidade da participação de todos os profissionais na elaboração do projeto pedagógico da escola, o que entendemos ser de grande importância para a inclusão escolar, uma vez que sendo discutido no projeto pedagógico tal questão, por todos os membros da equipe escolar, as possibilidades de compromisso com esse princípio se tornam maiores. A progressiva autonomia nos mais variados aspectos (pedagógico, administrativo e financeiro) também se constitui elemento chave para a concretização de ações para a construção de escolas mais inclusivas.

Em seu Título V a LDBEN dispõe sobre os níveis e modalidades de educação e ensino, sendo o capítulo V reservado para Educação Especial. Deste capítulo destacamos pontos do Artigo 59 descritos a seguir.

Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades educacionais especiais:

I- currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;

II- terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;

III- professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores de ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;

IV- educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora. (BRASIL, 1996, p.23 e 24).

Este conhecido artigo nos traz importantes elementos para a atuação com alunos com deficiência. Apesar de não fazer menção direta ao papel do diretor escolar sugere com a

finalidade de que muitas dessas ações se concretizem, o diretor atue para garantir esses elementos.

Em relação aos profissionais da educação, o Título VI da LDBEN estabelece no artigo 61:

Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e as características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos:

I- a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço. (BRASIL, 1996, p. 24).

Este item do artigo 61 trata da necessidade de formação adequada dos profissionais da educação para atender a diversidade e aborda especificamente a questão da capacitação em serviço, que no nosso entender se torna primordial no sentido de que o atendimento às diferenças tem que ser imediato, inviabilizando assim somente a formação inicial adequada. Os profissionais que já atuam precisam de capacitação emergencial para lidar com as novas necessidades que a inclusão de alunos com deficiências na rede regular demanda.

1.1.5. Parâmetros Curriculares Nacionais – Adaptações Curriculares -