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A formação do banco de dados se deu através da ferramenta de pesquisa disponibilizada nos sites do Superior Tribunal de Justiça e Superior Tribunal Federal, sendo o a palavra-chave utilizada “direito ao esquecimento”.

O resultado da pesquisa no site do Superior Tribunal de Justiça apresentou um total de 19 acórdãos, 299 decisões monocráticas e 7 informativos de jurisprudência. Após identificação dos 19 acórdãos, procedeu-se a seleção, mediante leitura de suas ementas, daqueles que versavam sobre o direito ao esquecimento no âmbito civil e constitucional, deixando-se de analisar aqueles sobre a aplicação do instituto no âmbito penal, diante do recorte temático do presente trabalho. Assim obtivemos os seguintes números:

A classificação deu-se em direito civil/constitucional e direito penal, porquanto verificou-se que nos acórdãos a temática dos direitos fundamentais e direitos de personalidade são tratados conjuntamente, não sendo possível fazer uma segunda classificação quanto a estas duas áreas. Assim, conforme se verifica do gráfico, de acordo com o recorte temático proposto, foram objeto de análise neste trabalho 7 acórdãos do Superior Tribunal de Justiça.

De mesmo modo procedeu-se na pesquisa no site do Supremo Tribunal Federal, aonde foram localizados um total de 5 acórdãos, 182 decisões monocráticas, 3 decisões da presidência, 1 questão de ordem, 1 repercussão geral e 4 informativos. Dentre os acórdãos, procedeu-se a leitura das ementas e seleção daqueles que tratavam sobre direito ao esquecimento no âmbito civil e constitucional, deixando-se de analisar aqueles que tratavam do âmbito do direito penal, obtendo os seguintes números:

12 7 0 2 4 6 8 10 12 14 Penal Cível/Constitucional

ACÓRDÃOS

Penal Cível/Constitucional

Fonte: produção da própria autora (2019)

Novamente, da leitura dos acórdãos não foi possível proceder a uma classificação que diferenciasse os acórdãos que versam sobre os direitos fundamentais e direitos da personalidade. Assim, de acordo com o a proposta do trabalho, foi analisado 1 acórdão do STF.

Importante notar, que mediante as pesquisas formou-se um banco de dados com o total de 24 acórdãos, sendo que destes, apenas 8 tratam sobre a temática com enfoque no âmbito constitucional/civil e os outros 16 abordam a aplicação do direito ao esquecimento na esfera do direito penal. Assim, vejamos:

4 1 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 Penal Cível/Constitucional

ACÓRDÃOS

Penal Cível/Constitucional

Fonte: produção da própria autora (2019)

O número de acórdãos a serem analisados no presente são 8, correspondendo apenas 33% da aplicação do instituto do direito ao esquecimento. Ou, seja, vislumbra-se que a aplicação na sua origem, no direito penal, ainda é maior.

Importante destacar que não se teve acesso a íntegra dos autos, portanto o estudo ocorreu com base no inteiro teor dos acórdãos. Deste modo, em que pese há de se comentar acerca dos fundamentos e dos pedidos que originaram os processos em questão, não se poderá classificá-los por esses critérios, sob pena de insurgir em eventual imprecisão.

Inicialmente, verifica-se que os fundamentos que ensejam o pedido de direito ao esquecimento são os mais variados, podendo ser encontrados expressamente nos acórdãos fundamentos como: direito à imagem, direito à honra, direito à privacidade e ainda, há quem fundamente com base na dignidade da pessoa humana.

De outro modo, os pedidos realizados dividem-se em: desindexação, indenização e apagamento. Aqui deve-se apontar uma exceção, o Recurso Especial nº 1.434.498-SP14, que

14 O Recurso Especial nº 1.434.498-SP permaneceu dentre os acórdãos analisados, mesmo após verificado que

ele não se encaixaria de fato no recorte temático abordado neste trabalho, porquanto a Ministra Nancy Andrighi em seu voto discorreu acerca do conceito do direito ao esquecimento de maneira bastante interessante que

67% 33%

ACÓRDÃOS

Penal Civil/constitucional

Fonte: produção da própria autora (2019)

em que pese ter sido incluído na pesquisa, trata de uma ação declaratória de existência de relação jurídica, de modo que suas características não se compatibilizam com nenhum dos parâmetros adotados para classificação dos demais julgados.

Ainda, questão bastante interessante é quanto aos meios pelos quais as informações15 pretéritas foram divulgadas, dividindo-se em: televisão, internet e outro. Assim, 2 casos foram vinculados a rede televisiva e 5 a internet, aqui novamente faz-se a ressalva do RE nº 1.434.498-SP. Ambos os casos relacionados a televisão foram julgados no de 2013. O primeiro caso relacionado a internet foi julgado no ano de 2016, distribuindo-se as demais decisões da seguinte maneira:

merece ser analisado. Mas de fato, trata-se de ação declaratória de existência de relação jurídica que tem seu cerne relacionado à anistia e crimes ocorridos durante a ditadura, portanto, não se relaciona diretamente com os demais acórdãos selecionados.

15 Informações pretéritas, no sentido de dados pessoais ou notícias de crimes ocorridos no passado, tendo em

vista que os acórdãos tratam de casos que englobam ambas as hipóteses.

0 0,5 1 1,5 2 2,5 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Julgados ao longo do tempo

Televisão Internet Outro Anistia

Fonte: produção da própria autora (2019)

Deste modo, percebe-se que há uma modificação na frequência com que os casos sobre direito ao esquecimento têm chegado aos Tribunais Superiores, tendo em vista que a partir de 2016 somam-se 4 julgados, enquanto de 2013 a 2016, foram julgados apenas 3. Ainda, percebe-se uma modificação do quanto ao meio de divulgação das informações, sendo que 4, dos 5 julgados posteriores 2016, são referentes a informações veiculadas online.

A seleção dos acórdãos foi realizada mediante preenchimento de tabela na qual constavam as seguintes informações: número do processo, relator, turma, data do julgamento, data da publicação, área temática e ementa do julgado.

Por sua vez, a análise destes foi realizada mediante preenchimento de uma segunda tabela na qual constavam: número do processo, nome do relator e do relator do acórdão, síntese do pedido, se foi dado provimento ou não ao recurso, principais argumentos do acórdão, argumentos dos demais votos, construção conceitual sobre “direito ao esquecimento” e seu fundamento.

4.2 APRESENTAÇÃO DOS CASOS E VERIFICAÇÃO DOS CONCEITOS APLICADOS

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