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CAPÍTULO 1 FUNDAMENTAÇÃO CONCEITUAL

1.1 LICITAÇÃO

A palavra “licitação” vem do latim licitationem, dos verbos licitari ou liceri que significam: dar preço, oferecer lance, lançar em leilão ou venda por lances (DOMAKOSKI et

al., 2011).

1.1.1 Aspectos Históricos

A licitação foi introduzida no Direito Público Brasileiro, com a edição do Decreto nº 2.926, de 14 de maio de 1862, ou seja, há exatamente cento e cinquenta e um anos, o qual regulamentava as arrematações dos serviços a cargo do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Esse Decreto contemplava os elementos indispensáveis para as concorrências públicas: publicidade, sigilo das propostas e igualdade entre participantes (PAIVA, 2007).

Diversas leis que trataram do assunto foram criadas, sendo que o procedimento licitatório foi consolidado pelo Decreto nº 4.536, de 28 de janeiro de 1922, no âmbito Federal, que estabeleceu o Código de Contabilidade Pública da União. Esse Decreto foi um passo importante para as Concorrências Públicas e foi utilizado por 45 anos (CARVALHO, 2009).

Desde então, o procedimento licitatório veio progredindo e foi sistematizado pelo Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, dispondo as diretrizes para a reforma Administrativa Federal, com o objetivo de conferir maior eficiência às contratações públicas. Um ano mais tarde, foi estendido às Administrações dos Estados e Municípios através da edição da Lei nº 5.456, de 20 de junho de 1968 (MEIRELLES, 2004).

Em 1988, com a publicação da Constituição da República Federativa do Brasil, as licitações passaram a fazer parte de princípio constitucional, sendo assim, a análise do procedimento licitatório ocorre à luz do ordenamento jurídico (CAMARGO, 2010).

Em virtude do reconhecimento da importância do uso eficiente dos recursos públicos, a Constituição Federal salienta no inciso XXI, do art. 37, a obrigatoriedade de licitar pela esfera da Administração Pública direta e indireta de todos os poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, assegurando igualdade de condições a todos os concorrentes, apenas sendo dispensada ou inexigida nos casos expressamente previstos em Lei, sendo assim, ao ressaltar essa observância obrigatória a Constituição da República Federativa do Brasil, 1988 representou um enorme progresso nas licitações (PAIVA, 2007).

Diante dessa determinação legal foram elaboradas as Normas Gerais sobre Licitações e Contratos com a Administração Pública que deram origem a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 (“Lei das Licitações” ou “Estatuto Geral das Licitações”), revogando o Decreto-Lei nº 2.300/86 (SILVA, 2004).

As modalidades clássicas de licitação criadas por esta lei são: Concorrência, Tomada de preços, Convite, Concurso e Leilão. Todas com características próprias que as distinguem umas das outras e específicas a determinados tipos de contratação (PALAVÉRI, 2009).

Vasconcelos (2010), explica que o parágrafo 8º do art. 22 da Lei nº 8.666/1993, veda a criação de outras modalidades de licitação além das cinco mencionadas anteriormente ou suas combinações, salvo se introduzida outra norma geral, sendo assim, em 23 de agosto de 2001 foi editada a Medida Provisória (MP) nº 2.182-18, que instituiu, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, a sexta modalidade de licitação denominada Pregão.

De acordo com o art. 2º das Medidas Provisórias nº 2.026/2000 e nº 2.182-18/2001, ambas de igual redação.

Pregão é a modalidade de licitação, promovida exclusivamente no âmbito da União, que se aplica à aquisição de bens e serviços comuns de qualquer valor, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública, aberta aos interessados que atendam aos requisitos de qualificação definidos no edital.

Observa-se que essas MP limitam o campo de abrangência do pregão à esfera da União. Posteriormente, a Medida Provisória nº 2.182-18 de 2001 foi convertida na Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, estendendo esta abrangência aos Estados, Distrito Federal e Municípios (MAURANO, 2004).

A partir do Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005, foi regulamentada a modalidade de Pregão Eletrônico, conforme o dispositivo do art. 2º da Lei nº 10.520/2002, destinada à aquisição de bens e contratação de serviços comuns (CAMARGO, 2010).

Para Menezes (2004), entende-se por bens e serviços comuns, para os fins e efeitos do art. 1º, § único, desta lei:

[...] aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

1.1.2 Conceitos

No campo do Direito administrativo há uma rica doutrina disponível nas mais diversas obras com conceitos sobre o instituto da licitação pública (CAMARGO, 2010).

De acordo com a Lei 8.666/93, em seu art. 3º, caput, traz o conceito de licitação:

A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Analisando-se este e vários outros conceitos, podemos inferir que se trata da forma mais justa que encontrou o Estado em contratar, buscando a melhor proposta para a Administração Pública (CAMARGO, 2010).

1.1.3 Pregão

No campo do Direito Administrativo, pode-se constatar que o pregão vem sendo considerado como o modo pelo qual se realiza o leilão reverso, onde vence o licitante que oferece não o preço mais alto, mas o melhor preço e qualidade (VASCONCELOS, 2010).

Essa nova modalidade de licitação (pregão), traz como inovação a inversão das fases de habilitação e julgamento das propostas em relação às demais modalidades licitatórias, onde se verifica apenas a documentação do participante que tenha apresentado a melhor oferta, acarretando rapidez e eficiência a disputa (GASPARINI, 2009).

Diferente das demais modalidades de licitação, estabelecidas em função do valor do objeto licitado, o pregão aplica-se à aquisição de bens e serviços comuns, sem limite de valor estimado de contratação. Outra peculiaridade é que ele admite somente o menor preço, como critério de julgamento da proposta (VASCONCELOS, 2010).

O pregão é vinculado aos requisitos impostos pela legislação e a sua inobservância dá lugar à nulidade de todo o procedimento licitatório (DI PIETRO, 2000).

1.1.3.1 Pregão Presencial

De acordo com Machado (2011), essa modalidade de licitação conta com a presença física do pregoeiro e dos licitantes, após credenciarem as empresas concorrentes. Essa disputa é feita em sessão pública, por meio de proposta escrita e após, por lances verbais. As propostas iniciais são entregues ao pregoeiro, em envelopes lacrados, o qual fará a leitura das ofertas que serão lançadas no Sistema de Acompanhamento de Pregão Presencial, que classifica as propostas e as empresas concorrentes.

Esses resultados são projetados de modo a possibilitar sua visualização permanecendo na disputa, além da empresa com o menor preço, as que apresentarem propostas com valores superiores a este em até 10%, sendo eliminadas as demais. No caso da inexistência de ao menos três ofertas nessas condições, às três menores propostas podem participar do processo, independente do valor.

1.1.3.2 Pregão Eletrônico

Considerando que a licitação congrega o princípio básico da Lei 8.666/93, além de atender aos requisitos jurídicos e materiais, buscou-se utilizar novos instrumentos, aliados aos sistemas de informação que permitam auxiliar as comissões de licitações à tomada de decisão, conferindo transparência, dinamizando o processo, facilitando a economicidade, além de permitir a aquisição de produtos e materiais com mais qualidade, estando em consonância com a finalidade de compras governamentais, surge nesse cenário, o Pregão Eletrônico (CARVALHO, 2009).

O Pregão Eletrônico segue basicamente as mesmas regras dos procedimentos do pregão presencial, porém a confrontação dos envolvidos se dá em meio virtual, em razão das comunicações serem feitas através da internet. Trata-se da modalidade que introduziu na esfera das compras governamentais a utilização de recursos de tecnologia de informação (FERNANDES, 2000).

Segundo Araújo (2009), Pregão Eletrônico:

[...] modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços, de natureza comum, na forma eletrônica somente no âmbito da União, em que a disputa é feita via internet, por meio do sistema eletrônico, portal de compras do Governo Federal - Comprasnet.

O Pregão Eletrônico permite como inovação, dentro da ata vigente dos pregões de distintos órgãos, e no limite da quantidade definida na licitação por Sistema de Registro de Preço (SRP), a adesão a fim de se utilizar a mesma ata para o fornecimento dos materiais sem redução da quantidade para o órgão de origem, desde que o fornecedor aceite a manter o mesmo preço, evitando-se assim uma nova licitação (CARVALHO, 2009).

Segundo Fernandes (2003), o Governo por meio de seus procedimentos licitatórios representa um setor muito atraente para empresas fornecedoras de produtos e de serviços. Neste sentido, o Pregão Eletrônico concede a oportunidade e o alcance a qualquer empresa de participar da disputa de um processo de compras do Governo, sem necessidade de deslocamentos das mais distantes regiões do país, pois tudo é resolvido de forma eletrônica.

Essa modalidade de compras destaca-se sobremaneira por expressiva contribuição pela agilidade, transparência, racionalização e economia (CASAGRANDE, 2005). Neste contexto, reafirma Carvalho (2009), que no Pregão Eletrônico evidencia-se a total visibilidade da concorrência entre os fornecedores e por qualquer pessoa interessada em acompanhar e consultar as licitações, através dos registros em atas, mediante acesso ao endereço do Comprasnet (http://www.comprasnet.gov.br/). Vale informar a existência de demais sistemas como: Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, sendo o comprasnet o sistema utilizado pela UFF (VASCONCELOS, 2010).

O Pregão Eletrônico possibilita a redução considerável de preços ofertados pelos fornecedores, por meio de lances decrescentes sendo assim, são beneficiários da implantação desta nova modalidade, além do Governo com a estimativa de redução de até 25% dos custos iniciais, a sociedade, como também as micros e pequenas empresas (VASCONCELOS, 2010).

Na unidade estudada, especificamente nas licitações voltadas para a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAES) no ano de 2011, em termos monetários esperava-se gastar R$ 5.664.564,73 com os contratos, alvo de onze pregões, que receberam uma proposta de R$ 3.305.670,40 por parte dos fornecedores. Sendo assim, ao término dos pregões eletrônicos,

os valores contratados situaram-se abaixo das estimativas desta Pró-Reitoria em R$ 2.351.954,33 com redução percentual média por pregão de 34,70% (www.uff.br/proaes)

(ANEXO 01) o que demonstra resultado satisfatório com a utilização desta modalidade de licitação.

Segundo Freitas (2011), os excelentes resultados obtidos pelo Pregão Eletrônico tem motivado a Administração Pública no sentido de adotar preferencialmente esta modalidade de compras sendo, consequentemente, preferência na unidade pesquisada.

A Divisão de Alimentação e Nutrição por pertencer a um órgão Federal, sua política de compras obedece aos princípios da Constituição Federal que salienta, conforme dito anteriormente no inciso XXI, do art. 37, a obrigatoriedade de licitar pela esfera da Administração Pública, sendo inexigida ou dispensada nos casos previstos em Lei (PAIVA, 2007).

No cenário atual, com o aumento na demanda do número de refeições na DAN faz-se necessário a reformulação do quantitativo dos insumos e dos equipamentos destinados ao funcionamento do RU/UFF o que tem gerado um crescente aumento no número de licitações sendo assim, a unidade contabilizou de janeiro a novembro de 2013, vinte e quatro (24) pregões específicos para atender a essa Divisão e uma adesão a pregões de outros órgãos o que representa um aumento expressivo em comparação ao ano anterior, quando foram realizados cinco Pregões Eletrônicos e duasadesões.

Nesse contexto, os gestores promovem a infraestrutura básica para a realização dos objetivos desta unidade. Para tal consecução, precisam adquirir os insumos necessários e contratar os serviços inexistentes na DAN, desse modo utiliza-se dos processos licitatórios para esse fim. Os procedimentos para aquisições de bens e contratações de serviços quer por processo de licitação na modalidade Pregão Eletrônico quer por compra direta, quando indicado, ocorrem na própria unidade por meio eletrônico, tendo em vista a existência de setor específico destinado a esta atividade.

As licitações procedidas para abastecer a DAN com gêneros alimentícios e demais materiais são realizadas, de modo geral, por Pregões Eletrônicos com a finalidade de obtenção dos seguintes grupos de gêneros, como os exemplificados das licitações de 2013: hortifrutigranjeiros, hortifrútis orgânicos, hortifrútis minimamente processados, carnes e derivados, pães e produtos de panificação, biscoitos, condimentos e patês, sucos e bebidas diversas, doces, laticínios e massas, materiais estocáveis, materiais de limpeza, materiais descartáveis, canecas personalizadas, post mix, dedetização, utensílios de cozinha, equipamentos de cozinha (forno, caldeirão industrial e lavadora de louças industrial) e adesão a manutenção de equipamentos de cozinha.

Os Pregões Eletrônicos da DAN são realizados pelo Sistema de Registro de Preços (SRP), o que não obriga a Administração Pública em adquirir todos os gêneros e nem todas as quantidades licitadas. Sendo assim, o fornecedor poderá entregar as mercadorias após solicitação parcelada dos produtos e mediante a Nota de Empenho fornecida pelo órgão.

Nesse ponto, vale ressaltar que, o empenho dá início à relação contratual entre o órgão e seus fornecedores e prestadores de serviços, é o registro da despesa, o qual resulta na Nota de Empenho que é o documento emitido pelo órgão público para comprovar o comprometimento de um determinado valor de uma dotação orçamentária e a existência de fornecimento de bens ou serviço a ser executado pelo licitante junto aquele órgão, servindo como controle dos gastos.

1.2 UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

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