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CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

4.1.2 Resultados do ALCESTE

4.1.2.2 Segunda Classificação Hierárquica Descendente

Conforme mostra o Dendrograma na Figura 04 observa-se pouca diferença com relação à primeira classificação obtida, sendo mantidas as junções das Classes 7 e 6-3, desta maneira, percebe-se nitidamente que ocorreu apenas novo arranjo no agrupamento das demais classes com ligações das Classes 5 com a Classe 2 e por fim devido a afinidade entre as Classes 4 e 1, observa-se assim a ligação também entre elas.

Ressalta-se que, a 2ª Classificação Hierárquica Descendente é que foi levada em consideração por ser a última realizada pelo programa demonstrando maior estabilidade.

De acordo com os resultados da análise do ALCESTE as classes foram apresentadas das de maior percentual de u.c.e., para a de menor percentual de u.c.e., segundo a Classificação Hierárquica Descendente, nesta ordem com os respectivos temas: Classe 7 – Adequações dos EPI: uniforme, touca, calçado e luvas aos trabalhadores da UAN/UFF e a participação destes sujeitos em opinar sobre as aquisições de insumos e equipamentos laborais (20,67%); Classe 5 - Necessidades de aquisições de insumos e equipamentos laborais e os improvisos elaborados pelos trabalhadores diante de condições adversas no trabalho (15,87%); Classe 1- Problemas de saúde relacionados ao trabalho em UAN (14,90%); Classe 2 – As dificuldades, as necessidades, os incômodos/sofrimentos e os improvisos ou estratégias defensivas/criativas organizadas pelos trabalhadores, relacionadas aos insumos e equipamentos laborais da UAN/UFF (14,42% ); Classe 3 - Incômodos ou não ocasionados pelos EPI máscara, avental, luva, japona térmica, protetor auricular e calçado e a adesão ou não ao seu uso, por partes dos trabalhadores (12,02%); Classe 4 - Dificuldades laborais do trabalhador, pautadas nos insumos e equipamentos utilizados na unidade (12,02%) e Classe 6 - Incômodos ou não ocasionados pelos EPI máscara, avental, japona térmica e luva e a adesão ou não ao seu uso, por partes dos trabalhadores ( 10,10%). A Tabela 01 apresenta as classes e os respectivos temas.

Tabela 01–CLASSES E RESPECTIVOS TEMAS

CLASSES TEMAS DAS CLASSES

CLASSE 1 Problemas de saúde relacionados ao trabalho em UAN;

CLASSE 2 As dificuldades, as necessidades, os incômodos/sofrimentos e os improvisos ou estratégias defensivas/criativas organizadas pelos trabalhadores, relacionadas aos insumos e equipamentos laborais da UAN/UFF;

CLASSE 3 Incômodos ou não ocasionados pelos EPI máscara, avental, luva, japona térmica, protetor auricular e calçado e a adesão ou não ao seu uso, por partes dos trabalhadores;

CLASSE 4 Dificuldades laborais do trabalhador pautadas nos insumos e equipamentos utilizados na unidade;

CLASSE 5 Necessidades de aquisições de insumos e equipamentos laborais e os improvisos elaborados pelos trabalhadores diante de condições adversas no trabalho;

CLASSE 6 Incômodos ou não ocasionados pelos EPI máscara, avental, japona térmica e luva e a adesão ou não ao seu uso, por partes dos trabalhadores;

CLASSE 7 Adequações dos EPI: uniforme, touca, calçado e luvas aos trabalhadores da UAN/UFF e a participação destes sujeitos em opinar sobre as aquisições de insumos e equipamentos laborais.

Fonte: Própria autora, RU/UFF. Niterói-RJ, 2013.

Visando corroborar com a análise apresenta-se a representação gráfica com os percentuais de u.c.e. por classes nas Figuras 05 a 08, a seguir.

Figuras 05 a 08 - Representações gráficas das classes e de u.c.e., segundo variáveis: nº de classes e de u.c.e., percentuais das classes, distribuição das palavras analisadas e u.c.e. válidas.

Fonte: Resultado ALCESTE, Niterói-RJ, 2013.

A Figura 05 - apresenta o número de classes e de unidade de contexto elementar por classe resultado da análise do ALCESTE empregado nesta pesquisa. Sendo assim, este cenário é constituído por 208 u.c.e., divididas em sete classes. A classe 7 reúne o maior quantitativo de u.c.e. 43 (15,69%) em relação ao total analisado. As classes 5; 1 e 2 são constituídas por 33 u.c.e. (12,05%), 31 u.c.e. (11,31%) e 30 u.c.e. (10,95%), respectivamente o que evidencia pouca variação no percentual de u.c.e. entre elas. As classes 3 e 4 reúnem igual número de u.c.e. 25 (9,12%) e por fim a classe 6 apresenta o menor número de u.c.e., 21 o que corresponde a 7,67% do total do corpus analisado.

A Figura 06 exibe os percentuais das classes sobre o total das u.c.e. do corpus, conforme correlacionadas na Figura 05.

A Figura 07 mostra a distribuição das palavras analisadas por classe apontando o maior quantitativo na classe 7 com 68 palavras analisadas, seguida das classes 2 com 57

Figura 05 - Número de classes e de u.c.e.

por classe. Niterói- RJ, 2013

Figura 06 - Percentual das classes sobre o total

das u.c.e. do corpus. Niterói- RJ, 2013

Figura 07 – Distribuição das palavras

analisadas por classe. Niterói- RJ, 2013

Figura 08 - Percentual das classes sobre o total

palavras e da classe 1 com 50 palavras. As classes 5 e 3 apresentaram 49 e 46 palavras plenas analisadas, respectivamente e as classes 4 e 6 o mesmo número de palavras analisadas, ou seja, 38 palavras. Ao realizar a comparação entre as Figuras 06 e 08 com a Figura 07 percebe- se que as classes 2 e 1 apresentam o menor número percentual de u.c.e. em comparação com a classe 5, porém, possuem mais palavras analisadas do que a classe 5 ocupando a segunda e terceira ordem, respectivamente na distribuição das palavras analisadas. Este fato nos permite concluir que nas classes 2 e 1 há menor frequência de palavras repetidas nas u.c.e. do que na classe 5. Esse fato corrobora com as pesquisas de Marques (2006) e Chistovam (2009), estudos que afirmam que quanto maior o número de palavras plenas analisadas, menor é a frequência de palavras repetidas nas u.c.e..

Na Figura 08 destacam-se os percentuais de distribuição das classes sobre o total de u.c.e. válidas para análise mostrando uma correspondência de distribuição percentual das classes em relação à Figura 05, onde se percebe que há um aumento entre os percentuais das classes, mantendo-se as mesmas relações de proporcionalidades entre elas, ou seja, a classe 7 permanece com o maior percentual de u.c.e., 20,67%, seguida das classes 5 (15,87%); classe 1 (14,90%) e classe 2 (14,42%). As classes 3 e 4 exibem iguais percentuais (12,02%) e a classe 6 (10,10%), sendo o menor percentual de u.c.e. válidas. Essas distribuições percentuais de u.c.e. nas classes demonstram certa estabilidade em termos de comportamento geral da análise e da segmentação temática do texto.

Para desvelar os grupos temáticos formadores das classes foram considerados os agrupamentos das formas reduzidas similares, a partir do contexto semântico ou palavras plenas; a organização decrescente do Qui-quadrado (X2) das formas reduzidas; a comparação entre as u.c.e. e as formas reduzidas de palavras plenas de cada classe.

A partir da apropriação do conteúdo significativo de todas as classes e da aproximação das temáticas advindas de cada uma delas decorrente da 2ª Classificação Hierárquica Descendente, emergiram quatro categorias apresentadas na Figura 09, que se segue.

Figura 09 – Categorias da 2ª Classificação Hierárquica Descendente

Fonte: Adaptado do Dendrograma da 2ª Classificação Hierárquica

Descendente, pela própria autora. Niterói-RJ, 2013.

Verificou-se que a CLASSE 7 é a maior classe de análise, apresentando de forma mais significativa dois temas, a saber: Adequações dos EPI: uniforme, touca, calçado e luvas aos trabalhadores da UAN/UFF e a participação destes sujeitos em opinar sobre as aquisições de insumos e equipamentos laborais. A partir desta análise elaborou-se a Categoria 1- Intitulada: Percepção do trabalhador acerca de utilização de EPI e a participação do trabalhador em opinar nas aquisições de seus instrumentos de trabalho.

Na sequência surgem as junções das CLASSES 6 e 3 que versam, respectivamente sobre: Incômodos ou não ocasionados pelos EPI máscara, avental, japona térmica e luva e a adesão ou não ao seu uso, por partes dos trabalhadores e incômodos ou não ocasionados pelos EPI máscara, avental, luva, japona térmica, protetor auricular e calçado e a adesão ou não ao seu uso, por partes dos trabalhadores. Baseada nestas análises elaborou-se a Categoria 2 - Denominada: Percepção do trabalhador acerca de utilização de EPI.

CATEGORIA 1- Diz respeito à CLASSE 7.

Percepção do trabalhador acerca de utilização de EPI e a participação do trabalhador em opinar nas

aquisições de seus instrumentos de trabalho.

CATEGORIA 2- Engloba as CLASSES 6 e 3.

Percepção dos trabalhadores acerca de utilização de EPI.

CATEGORIA 3- Congrega as CLASSES 5

e 2. Necessidades e dificuldades laborais e

estratégias defensivas/criativas dos

trabalhadores de UAN.

CATEGORIA 4 – Associa as CLASSES 4 e 1.

Dificuldades laborais e doenças ocupacionais de trabalhadores de UAN.

As CLASSES 5 e 2 foram igualmente aproximadas, levando-se em considerações suas temáticas, a saber: Necessidades de aquisições de insumos e equipamentos laborais e os improvisos elaborados pelos trabalhadores diante de condições adversas no trabalho e as dificuldades, as necessidades, os incômodos/sofrimentos e os improvisos ou estratégias defensivas/criativas, organizadas pelos trabalhadores, relacionadas aos insumos e equipamentos laborais da UAN/UFF, respectivamente. Assim surgiu a Categoria 3- Designada: Necessidades e dificuldades laborais e estratégias defensivas/criativas dos trabalhadores de UAN.

Por fim, as CLASSES 4 e 1 foram aproximadas pelo ALCESTE, também em decorrências de seus conteúdos temáticos que abordam, respectivamente: Dificuldades laborais do trabalhador pautadas nos insumos e equipamentos utilizados na unidade e problemas de saúde relacionados ao trabalho em UAN. Deste modo, originou-se a Categoria 4- Titulada: Dificuldades laborais e doenças ocupacionais de trabalhadores de UAN.

Para facilitar o entendimento segue abaixo, na Tabela 02 as Categorias com suas respectivas temáticas, que serão apresentadas e analisadas na sequência.

Tabela 02–CATEGORIAS E RESPECTIVAS TEMÁTICAS

CATEGORIAS TEMÁTICAS DAS CATEGORIAS

Categoria 1 Percepção do trabalhador acerca de utilização de EPI e a participação do trabalhador em opinar nas aquisições de seus instrumentos de trabalho;

Categoria 2 Percepção do trabalhador acerca de utilização de EPI;

Categoria 3 Necessidades e dificuldades laborais e estratégias defensivas/criativas dos trabalhadores de UAN;

Categoria 4 Dificuldades laborais e doenças ocupacionais de trabalhadores de UAN

4.1.3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DAS CATEGORIAS

 CATEGORIA 1- Percepção do trabalhador acerca de utilização de EPI e a participação do trabalhador em opinar nas aquisições de seus instrumentos de trabalho.

A CATEGORIA 1 é composta somente por uma classe, ou seja, pela CLASSE 7 que apresenta como tema: Adequações dos EPI: uniforme, touca, calçado e luvas aos trabalhadores da UAN/UFF e a participação destes sujeitos em opinar sobre as aquisições de insumos e equipamentos laborais. Esta classe foi a que apresentou o maior percentual de u.c.e. (20,67%) obtido na Classificação Hierárquica Descendente. As u.c.e. correspondentes a esta Categoria estão sendo mostradas no ANEXO 03.

No Quadro 05 a seguir, são apresentadas as forma reduzida dos vocábulos mais significativos da Classe 7, ou seja, as palavras selecionadas e ordenadas pelo valor decrescente de Qui-quadrado (X2), os valores de X2, as respectivas frequências das u.c.e. no

corpus e na classe, os percentuais de relação (%), além das palavras plenas e contexto

semântico.

QUADRO 05 - Formas Reduzidas com Palavras Plenas do Grupo Temático: Adequações dos EPI uniforme, touca, calçado e luvas aos trabalhadores da UAN/UFF e a participação desses sujeitos em opinar sobre as aquisições de insumos e equipamentos laborais. Niterói - RJ, 2013.

Forma Reduzida X2 Freq. corpus

Freq. Classe

% Classe

Palavras Plenas e contexto semântico

uniforme_nao_me_inc 43 19 15 79% Uniforme não me incomoda

uniforme_me_incomod 39 14 12 86% Uniforme me incomoda

prefiro 31 14 11 79% Prefiro

touca_com_faixa_ver 31 14 11 79% Touca com faixa verde

proprio 28 17 12 71% Próprio

uff 27 25 15 60% Universidade federal fluminense

bone 24 6 6 100% Boné

touca_descartavel_n 24 16 11 69% Touca descartável não me incomoda

touca_descartavel 23 12 9 75% Touca descartável

calcado_me_incomoda 23 10 8 80% Calçado me incomoda

Forma Reduzida X2 Freq. corpus Freq. Classe % Classe

Palavras Plenas e contexto semântico

tenis 20 5 5 100% Tênis

touca_me_incomoda 20 5 5 100% Touca me incomoda

fech+ 19 9 7 78% Fechado, fechada

uso 17 63 24 38% Uso

calcado+ 17 22 12 55% Calçado, calçados

frente 16 4 4 100% Frente

fornecid+ 16 4 4 100% Fornecido, fornecida

opiniao 15 8 6 75% Opinião

compr+ 13 19 10 53% Compro, compram

uniforme 13 19 10 53% Uniforme

calcado_nao_me_inco 13 22 11 50% Calçado não me incomoda

cham+ 12 3 3 100% Chamo, chama, chamado

jaleco 12 3 3 100% Jaleco

bibico 12 3 3 100% Bibico

empresa 12 3 3 100% Empresa

estamos 11 7 5 71% Estamos

dado 11 5 4 80% Dado

cort+ 11 7 5 71% Cortei, corto

pedaco 11 5 4 80% Pedaço

numer+ 11 12 7 58% Numeração, número

tecido 11 5 4 80% Tecido

melhor 10 24 11 46% Melhor

deix+ 9 8 5 63% Deixa, deixa, deixam

tambem 8 11 6 55% Também

sempre 8 17 8 47% Sempre

gost+ 8 6 4 67% Gosto, gostam

opinar 8 6 4 67% Opinar

pec+ 7 15 7 47% Peço

ader+ 7 4 3 75% Adere, aderir

facilidade 7 4 3 75% Facilidade

luva_me_incomoda 6 10 5 50% Luva me incomoda

horrivel 5 5 3 60% Horrível

cair 5 5 3 60% Cair

solt+ 5 5 3 60% Solta, soltam

Forma Reduzida X2 Freq. corpus Freq. Classe % Classe

Palavras Plenas e contexto semântico

gross+ 5 5 3 60% Grosso. Grossos

quatro 4 3 2 67% Quatro

dia+ 4 8 4 50% Dia, diarista, diariamente

boa+ 4 15 6 40% Boa, boas

sab+ 4 8 4 50% Sabe, sabem

der+ 4 11 5 45% Deram

faz+ 4 22 8 36% Faz, fazem

geral+ 4 3 2 67% Geral, geralmente

alimento+ 4 8 4 50% Alimento, alimentos

luva_de_plastico_me 4 8 4 50% Luva de plástico me incomoda

luva_plastica_me_in 4 3 2 67% Luva plástica me incomoda

pequen+ 3 13 5 38% Pequena, pequeno, pequenas, pequenos

luva_de_procediment 3 13 5 38% Luva de procedimento

luva_emborrachada_v 3 6 3 50% Luva emborrachada verde

par+ 2 4 2 50% Para

usar 2 21 7 33% Usar

rasg+ 2 4 2 50% Rasga, rasgam

branc+ 2 7 3 43% Branco, branca

propria 2 4 2 50% Própria

manuse+ 2 4 2 50% Manuseio

plastic+ 2 4 2 50% Plástico, plástica

anterior+ 2 4 2 50% Anterior, anteriores, anteriormente

equipamento+ 2 7 3 43% Equipamento, EPI

luva_plastica 2 7 3 43% Luva plástica

insuficiente+ 2 7 3 43% Insuficiente, insuficientes

um_numero_maior 2 7 3 43% Um número maior

Fonte: Resultado do ALCESTE. Niterói - RJ, 2013.

Ressalta-se que esta categoria constitui-se de 28 sujeitos de ambos os gêneros com participação majoritária de trabalhadores masculinos com 18 integrantes e 10 do gênero feminino, conforme se apresentam na Tabela 03 a seguir.

Tabela 03 – Distribuição dos participantes, por gêneros - Categoria 1.

Gêneros Nº de participantes

Feminino 10

Masculino 18

Total 28

Fonte: Própria autora. Niterói-RJ, 2013.

Na categoria 1 a idade dos sujeitos variou de 18 a mais de 65 anos, com maior participação na faixa etária de 46 a 55 anos representada por 12 integrantes, conforme Tabela 04, a seguir.

Tabela 04 – Distribuição das Faixas Etárias, por gêneros - Categoria 1.

Faixas Etárias Feminino Masculino Total

18-25 anos 0 1 1 26- 35 anos 1 4 5 36-45 anos 2 1 3 46-55 anos 4 8 12 56-65 anos 2 4 6 >65anos 1 0 1 Total 10 18 28

Fonte: Própria autora. Niterói-RJ, 2013.

Os servidores estatutários e os celetistas contribuíram com a análise da categoria 1 com 12 e 16 participantes respectivamente, evidenciando-se um maior quantitativo de funcionários contratados nesta categoria, de acordo com a Tabela 05 abaixo.

Tabela 05- Regime de contrato de trabalho, por gêneros - Categoria 1.

Contrato de Trabalho Feminino Masculino Total Estatutários 3 9 12 Celetistas 7 9 16

Total 10 18 28

Segundo a análise dos dados foram utilizados pela pesquisadora 10 setores distintos de trabalho, a saber: recepção e estocagem, pré-preparo de vegetais, pré-preparo de carnes, cocção, pré-preparo de refresco, área de sobremesas, refeitório, distribuição de refeições, higienização de pratos, bandejas e talheres e supervisão, com maior contribuição dos sujeitos que laboram no setor de pré-preparo de vegetais (9 participantes), conforme Tabela 06 abaixo. Esta variedade de locais de análise pode está contribuindo com uma representação mais próxima da realidade da UAN pesquisada.

Tabela 06 – Distribuição dos setores de trabalho, por gêneros dos participantes - Categoria 1. Setores de trabalho Feminino Masculino Total

Recepção e estocagem 0 1 1 Pré-preparo de vegetais 4 5 9 Pré-preparo de carnes 0 2 2 Cocção 0 4 4 Pré-preparo de refresco 0 1 1 Área de sobremesas 0 1 1 Refeitório 0 1 1 Distribuição de refeições 1 3 4

Higienização de bandejas, pratos e talheres

1 3 4

Supervisão 1 0 1

Total 07 21 28

Fonte: Própria autora. Niterói-RJ, 2013.

Nesta categoria conforme mencionado inicialmente, os trabalhadores abordam as adequações dos EPI: uniforme, touca, calçado e luvas aos trabalhadores da UAN/UFF e a participação destes sujeitos em opinar sobre as aquisições de insumos e equipamentos laborais. Segundo Santos Junior (2013), os estabelecimentos alimentícios devem assegurar a utilização pelos manipuladores de alimentos, durante as atividades produtivas, um conjunto de itens de vestuário, de modo a promover a segurança dos alimentos, neles incluídos: uniforme, contenção dos cabelos, avental permeável, luvas e máscaras descartáveis quando aplicáveis.

No cenário de pesquisa, os uniformes não são padronizados, a empresa contratada para serviços de mão de obra preconiza o conjunto de calça comprida em tecido branco com elástico no cós e jaleco branco de gola com bolsos e botões frontais e a empresa terceirizada

de serviço de limpeza não possui uniforme na cor branca. O uniforme da universidade vinha sendo ofertado nas versões calça comprida ou saia e jaleco branco, sendo que o jaleco podia ser fechado na frente com decote em “V” ou de gola com botões frontais.

De acordo com os dados coletados e analisados nessa pesquisa os trabalhadores emitiram opiniões acerca dos itens de vestuário utilizados na manipulação de alimentos no seu cotidiano laboral sendo, o uniforme oferecido pela UFF o que causou mais desconforto entre os participantes do estudo. Nesse contexto, as u.c.e. que se seguem, apresentam as informações referentes ao uniforme que é ofertado pela universidade.

Segundo Santos Junior (2013), o uniforme deve ser padronizado e completo, de coloração clara, fechado, sem botões acima da cintura, sem bolsos e adequado a cada atividade, visto que, os botões expressam o perigo físico para as preparações alimentares, enquanto que a presença de bolso no uniforme acaba sendo utilizado para guardar objetos pessoais tais como: celulares, relógios e outros e consequentemente, pode levar a contaminação das mãos aos pegá-los e contaminação dos alimentos, aos manipulá-los sem a devida higienização prévia das mãos.

Embora a legislação não estabeleça a obrigatoriedade de uso de uniformes com mangas ou gola sabe-se que esses complementos podem favorecer a segurança dos alimentos, tendo em vista que auxiliam na contenção de pelos e suor dos membros superiores dos manipuladores.

[...] o uniforme me incomoda para trabalhar com coisa quente ele

sendo fechado dificulta a retirada em caso de acidente. (u.c.e.: 93

Classe: 7 X2: 55)

[...] o último que compraram com decote em “V” não gostei ficava

tudo de fora, quando precisamos abaixar. (u.c.e.: 159 Classe: 7 X2: 5)

[...] o uniforme me incomoda o modelo fechado na frente [...] o

problema também é a quantidade que é pouca. (u.c.e.: 259 Classe: 7

X2: 41)

[...] o uniforme me incomoda acho muito quente, o modelo fechado

na frente em tecido não deixa transpirar bem [...]. (u.c.e.: 62 Classe:

Essas determinações, quanto ao uniforme não vem sendo seguidas pelas empresas contratadas na UAN pesquisada, conforme verificada na Figura 10A, a seguir.

Figura 10 A- Uniforme da empresa terceirizada de serviço de mão de obra, com bolsos e botões frontais.

Fonte: Acervo pessoal da autora. Niterói - RJ, 2013.

As queixas também foram devido à inconstância no fornecimento de uniforme pela UFF, outros se queixaram de não ter sua numeração, em ambos os casos os trabalhadores acabam adquirindo seu próprio uniforme. Nestes aspectos as u.c.e. a seguir exemplificam estes fatos.

[...] a UFF não tem dado uniforme. (u.c.e.: 93 Classe: 7 X2: 55) [...] a quantidade de uniforme é insuficiente, só ganhei dois

conjuntos há muito tempo. (u.c.e.: 62 Classe: 7 X2: 16)

[...] a UFF é quem me dá uniforme, mas faz tempo que não dá. (u.c.e.: 124 Classe: 7 X2: 12)

[...] para mim nunca tem meu número tenho que mandar fazer por

conta própria. (u.c.e.: 175 Classe: 7 X2: 5)

Entretanto, alguns profissionais consideram que o uniforme não os incomoda, conforme as u.c.e. a seguir, destacadas para corroborar com esta afirmativa:

o uniforme não me incomoda prefiro uniforme fechado, o de botão cai muito o botão. (u.c.e.: 76 Classe: 7 X2: 10)

o uniforme não me incomoda o modelo com botões na frente. (u.c.e.:

uniforme não me incomoda uso o uniforme com botão frontal fornecido pela empresa. (u.c.e.: 267 Classe: 7 X2: 45)

Outro aspecto observado foi o não uso de uniforme completo pelos técnicos de nutrição, este fato deu-se por parte dos funcionários públicos ao ser identificado que os mesmos, embora estivessem com o jaleco branco, vestiam calça comprida jeans, conforme Figura 10 B, e de acordo com a u.c.e. a seguir:

Uso calça jeans, a UFF não tem dado uniforme. (u.c.e.: 93 Classe: 7

X2: 55)

Figura 10 B –Servidor UFF sem o uniforme preconizado pelo serviço Fonte: Acervo pessoal da autora. Niterói - RJ, 2013.

Outro item mencionado pelos trabalhadores foi o recurso para contenção dos cabelos, que dependendo do modelo oferecido os trabalhadores citam os possíveis incômodos/sofrimentos informado os motivos pelos quais não se sentem confortáveis ao utilizar o produto, conforme as u.c.e. que se seguem:

touca me incomoda, uso boné, qualquer touca me incomoda, o boné também incomoda, uso para não ser chamado atenção. (u.c.e.: 93

Classe: 7 X2: 55)

a touca me incomoda a de elástico fornecida pela UFF, o bom dela é que é touca descartável prefiro usar o meu próprio bibico. (u.c.e.:

151 Classe: 7 X2: 35)

a touca com faixa verde me incomoda dá pressão na cabeça [...].

touca descartável me incomoda, a touca fornecida pela UFF não é boa arrebenta com facilidade. (u.c.e.: 241 Classe: 7 X2: 29)

a touca com faixa verde me incomoda faz cair o cabelo é o que a maioria das mulheres reclama a touca descartável não me incomoda, fornecida pela UFF. (u.c.e.: 267 Classe: 7 X2: 45)

A empresa contratada fornece as toucas em tecido telado branco com cós em malha verde ao redor da cabeça com fechamento na altura da nuca. O outro modelo é ofertado pela universidade em material descartável, Tecido Não Tecido (TNT), sanfonada com elástico fino contornando a cabeça. Outra proteção encontrada foi o bibico e o boné, ambos são em tecidos brancos. Foi verificado que o modelo de touca de melhor aceitação é a de material descartável relatada nas u.c.e. a seguir:

[...] touca descartável não me incomoda. (u.c.e.: 259 Classe: 7 X2: 41), (u.c.e.: 183 Classe: 7 X2: 33), (u.c.e.: 155 Classe: 7 X2: 30) e (u.c.e.: 118 Classe: 7 X2: 31).

[...] uso a touca descartável compro e deixo no armário. (u.c.e.: 195 Classe: 7 X2: 33)

O bibico e o boné foram mencionados como confortáveis, pelos cozinheiros e técnicos de nutrição, respectivamente. Todavia, esses modelos não exercem o papel de proteger os alimentos, portanto, não são indicados para contenção dos cabelos e não são fornecidos pelo serviço, sendo adquiridos pelos funcionários com recursos próprios. O modelo de touca que, segundo os sujeitos, causam incômodos/sofrimentos é o oferecido pela empresa contratada, conforme apontam as u.c.e. abaixo:

[...] a touca com faixa verde me incomoda atrapalha o sangue

aperta a cabeça. (u.c.e.: 86 Classe: 7 X2: 25)

[...] a touca com faixa verde me incomoda dá dor de cabeça. (u.c.e.: 101 Classe: 7 X2: 17)

As Figuras 11 A e 11 B a seguir mostram as variedades de toucas e similares encontradas no cenário de pesquisa.

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