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O recrutamento das puérperas foi realizado no AC do Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana por um período de quatro meses (outubro de 2016 a janeiro de 2017) sempre às segundas, quartas e sextas no período diurno.

Estabeleceu-se um intervalo de um dia entre as coletas de dados para evitar a repetição das puérperas internadas nos dias da pesquisa, uma vez que as mulheres permanecem internadas nessa unidade no mínimo por 24 horas após o parto normal e 48 horas após o parto cesáreo. Iniciando a coleta na segunda-feira foi possível abordar também as mulheres que pariram no domingo e que ainda estavam aguardando a alta hospitalar. Dessa forma, foi possível captar uma amostra representativa da população estudada, pois as únicas mulheres que não foram incluídas no estudo são aquelas que foram admitidas na maternidade no sábado e receberem alta no domingo.

A equipe de pesquisa foi composta pela pesquisadora responsável pelo estudo; pela orientadora do projeto que integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Ceará; de uma bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) da Universidade Federal do Ceará; de uma professora e três enfermeiras que integram o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Promoção da Saúde Sexual e Reprodutiva (NEPPSS).

O início da etapa de campo ocorreu com o treinamento dos auxiliares de pesquisa que participaram da coleta de dados quanto à utilização e compreensão da BSES-SF e dos formulários. Além disso, os auxiliares receberam o Procedimento Operacional Padrão (POP) com as respectivas orientações acerca das etapas de coleta de dados e da aplicação dos instrumentos (APÊNDICE I).

O POP para aplicação da BSES-SF foi adaptado de Rodrigues (2015), enquanto os demais POPs foram construídos pela própria pesquisadora e serviram como guia durante o período de coleta dos dados. Além disso, foram realizados encontros semanais com todos os envolvidos na coleta de dados no alojamento conjunto para discussão dos procedimentos e das dificuldades que surgiram durante a aplicação dos instrumentos, e para entrega dos instrumentos preenchidos para que se pudesse proceder à randomização dos sujeitos e realização das demais etapas da pesquisa.

O recrutamento das puérperas no alojamento conjunto foi realizado pelas enfermeiras e acadêmicas de enfermagem previamente treinadas.

As participantes foram abordadas na enfermaria obstétrica, com apresentação dos auxiliares de pesquisa e explicação do objetivo da pesquisa e seus benefícios, após isso foi solicitado o seu consentimento, por meio da leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A). Quando a participante era adolescente foi solicitado o TCLE do seu responsável legal, bem como o Termo de assentimento livre e esclarecido da adolescente, respeitando a sua liberdade em participar da pesquisa (APÊNDICE B).

Após isso, todas as participantes responderam a um formulário adaptado de Uchoa (2012), contendo características sociodemográficas, obstétricas, comportamentais e variáveis relacionadas à gravidez atual, parto e puerpério (APÊNDICE C).

Além deste instrumento, foi aplicada a BSES-SF (ANEXO A), para avaliar a autoeficácia das puérperas na linha de base. Optou-se pela versão reduzida da escala que é composta somente por 14 itens, por ser de fácil aplicabilidade, tornando viável seu uso no alojamento conjunto e por telefone.

Deve-se ressaltar que a aplicação da BSES-SF nesse momento teve como objetivo possibilitar a posterior comparação da autoeficácia dos grupos durante as avaliações dos desfechos, além de possibilitar o diagnóstico inicial acerca das necessidades de cada puérpera, evidenciando os itens que deveriam ser priorizados na primeira intervenção educativa.

Randomização

Foi realizada a randomização dos sujeitos, que consiste na alocação aleatória dos indivíduos para o tratamento experimental ou para o grupo controle. Essa técnica permite estudar os efeitos específicos de uma intervenção clínica isentos de outros efeitos (FLETCHER, 2006).

As puérperas foram divididas em dois grupos (GI: grupo intervenção que recebeu a intervenção educativa por telefone e GC: grupo controle que recebeu a intervenção comparação – orientações de rotina do serviço). A randomização foi realizada de forma aleatória, para que as puérperas tivessem chances iguais de

serem incluídas nos grupos, gerando grupos verdadeiramente comparáveis. A designação aleatória dos sujeitos impede que haja parcialidade sistemática nos grupos, com respeito aos atributos que possam afetar a variável dependente (POLIT; BECK; HUNGLER, 2011).

As duas características mais importantes da randomização são a alocação aleatória dos tratamentos e que as alocações sejam invioláveis, de forma que seja impossível que fatores intencionais ou não-intencionais influenciem na randomização (HULLEY et al., 2008). Dessa forma, a randomização não foi realizada pelo pesquisador principal, e sim por outro membro da equipe de pesquisa. Devido às características específicas do ensaio clínico proposto, em que a primeira intervenção educativa teve início sete dias após a captação inicial da puérpera alocada para o GI, optou-se por realizar a técnica de randomização em blocos.

Mediante uma ferramenta contida no próprio SPSS 20 foi utilizado uma ferramenta automática para realizar a randomização em blocos (HULLEY et al., 2008). Optou-se por este tipo de randomização para garantir a distribuição equitativa de puérperas nos grupos controle e intervenção. Além disso, a randomização em blocos proporcionou a melhor operacionalização da coleta de dados durante o seguimento das pacientes nas etapas posteriores. Neste estudo, a randomização foi feita a partir de 12 blocos de 20 puérperas. Assim, à medida que 20 formulários iam sendo preenchidos, um membro da equipe pesquisadora, que não tinha tido contato com as participantes, randomizava a amostra.

ETAPA II: Intervenção educativa centrada nos princípios da autoeficácia e com