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Local de instalação do experimento e descrição dos solos utilizados

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local de instalação do experimento e descrição dos solos utilizados

O experimento foi conduzido em condições naturais de luz e temperatura, junto ao Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos da Faculdade de Engenharia, UNESP - Universidade Estadual Paulista, Campus de Ilha Solteira, no período de 08/05/2010 a 08/05/2011. Os solos utilizados foram coletados na camada de 0-0,20 m na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da UNESP/Campus de Ilha Solteira, localizada em Selvíria-MS. Os mesmos foram encontrados na região, pertencem ao bioma Cerrado sensu stricto e foram escolhidos por conterem diferentes teores de óxidos de ferro e alumínio, como segue LATOSSOLO VERMELHO AMARELO Distrófico, A moderado, textura argilosa (20º20’13”S, 51º24’36”O) e LATOSSOLO VERMELHO Distrófico, A moderado, textura argilosa (20º20’90”S, 51º24’57”O). Ambos foram coletados em área sob rotação milho-soja- sorgo, em plantio convencional, que não estavam sob cultivo na ocasião da coleta. A caracterização textural (EMBRAPA, 1997) e mineralógica (MALTONI, 1994) dos mesmos estão apresentadas na Tabela 1.

Tabela1 - Caracterização textural e mineralógica dos dois latossolos, coletados na camada de 0-0,20 m na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão (FEPE) da UNESP, localizada município de Selvíria-MS.

Classificação do solo Legenda Areia Silte Argila Caulinita* Gibsita* Goethita* Hematita* --- g kg-1 --- ---%--- LATOSSOLO VERMELHO

AMARELO Distrófico, A moderado, textura argilosa

LVAd 478 92 430 74,2 4,8 17,1 3,4

LATOSSOLO VERMELHO Distrófico, A moderado,

textura argilosa LVd1 263 147 590 66,9 3,0 7,5 17,4

Fonte - Dados do próprio autor

*Fonte - Maltoni (1994)

Para caracterização química inicial, uma amostra peneirada (malha de 2 mm) e homogeneizada de cada solo coletado foi enviada ao Laboratório de Fertilidade do Solo do

Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos da Faculdade de Engenharia - UNESP/Campus de Ilha Solteira para a determinação dos teores de fósforo (resina), matéria orgânica, potássio, cálcio, magnésio, acidez potencial, alumínio e potencial de hidrogênio (CaCl2), além dos valores calculados de capacidade de troca catiônica, soma de bases e

saturação, de acordo com metodologia descrita por Raij et al. (2001). Os solos amostrados também foram submetidos às determinações dos teores de fósforo total, fósforo orgânico e ao cálculo do teor de fósforo inorgânico.

Para fósforo extraído pela resina de troca aniônica, acreditava-se não haver influência da capacidade tampão do solo, medida pelo fósforo remanescente. No entanto, trabalhos de Campello (1993) e Fernández Rojas (1995), onde se têm valores de 1ª extração de fósforo pela resina, segundo método de Raij et al. (2001), e valores da soma do teor de fósforo de extrações sucessivas (fósforo lábil), mostram que a relação entre o conteúdo de fósforo da 1ª extração e das extrações sucessivas, varia com o valor de fósforo remanescente dos solos. Essa relação representa o conteúdo de fósforo extraído pelo método da resina trocadora de ânions, que, conseqüentemente, varia com o fósforo remanescente do solo.

Sendo assim, diante dos teores encontrados para fósforo extraído pela resina foram calculados os teores de fósforo remanescente e a porcentagem da subestimação dos teores de fósforo pelo mesmo método para estimar o conteúdo de fósforo lábil do solo.

Quando em uma análise de solo não se dispuser do valor de fósforo remanescente, como no presente trabalho, esse pode ser estimado em função do teor de argila, a partir da equação de regressão obtida por Freire (2001):

P rem = 52,44 – 0,9646*Arg + 0,005*Arg2 R2 = 0,747

Onde:

P rem: fósforo remanescente em mg dm-3. Arg: teor de argila em %.

A porcentagem da subestimação dos teores de fósforo pelo método da resina e o teor de fósforo lábil foram determinados segundo Santos (2002) pelas fórmulas:

Subestimação (%) = 100 - (100*0,419*P resina)0,1281

Teor de fósforo lábil = P resina*100/ (100 – subestimação %) Onde:

Subestimação (%): porcentagem da subestimação dos teores de fósforo pelo método da resina.

Os resultados da caracterização química inicial dos solos utilizados estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 - Caracterização inicial dos dois latossolos coletados para fósforo lábil, matéria orgânica, potencial de hidrogênio, potássio, cálcio, magnésio, acidez potencial, alumínio, soma de bases, capacidade de troca catiônica, saturação por bases, fósforo total (P total), fósforo inorgânico (P inorg.) e fósforo orgânico (P org).

Solos P lábil MO pH K Ca Mg (H+Al) Al SB CTC V P total P inorg. P org.

mg dm-3 g dm-3 CaCl

2 ---mmolc dm-3--- % ---mg dm-3---

LVAd 32 24 5,5 2,9 32 21 31 0 55,9 86,9 64 1038 970 68

LVd1 24 23 5,3 3,1 24 19 38 0 46,1 84,1 55 1056 972 84

Fósforo lábil: teor de fósforo resina/(100 – subestimação %); (LVAd: LATOSSOLO VERMELHO AMARELO e LVd1: LATOSSOLO VERMELHO).

*Fonte - Dados do próprio autor

O fósforo total foi determinado segundo Vettori (1969) por meio de ataque sulfúrico. Foram pesados 2 g de terra fina seca ao ar (TFSA) em erlenmeyer de 500 mL, juntou-se 50 mL de H2SO4 de peso específico 1,47 e procedeu-se a fervura por 1 hora. Após o esfriamento

adicionou-se 50 mL de água destilada e filtrou-se em balão de 250 mL completando o volume do filtrado. Colocou-se 5 mL de extrato sulfúrico e 10 mL de solução de bismuto e molibdato em balões de 50 mL, completou-se o volume para cerca de 35 mL e acrescentou-se 30 mg de ácido ascórbico. Agitou-se até completa dissolução do ácido ascórbico e completou-se o volume. Depois de 30 minutos procedeu-se a leitura da absorbância no comprimento de onda de 660 nm. O teor de fósforo total foi calculado com base numa curva padrão determinada com solução de 0,0958 g de KH2PO4, 3 mL de H2SO4 concentrado e 1L de água destilada.

A determinação do fósforo orgânico ocorreu pelo método proposto por Saunders e Willians (1955). Foram pesados 4 g de TFSA em cadinho de porcelana, levando a mufla a 550°C, por 30 minutos. Após a ignição, deixou-se esfriar e o solo foi transferido para um erlenmeyer de 250 mL. Como controle foi colocado diretamente 4 g de solo seco nos erlenmeyers. Foram acrescentados 100 mL de solução de ácido sulfúrico 0,05 N e agitou-se por 15 minutos, em agitação circular vigorosa. Filtrou-se o conteúdo em papel de filtro para em seguida, proceder à determinação. Foram pipetados 4 mL do filtrado em tubo de ensaio e adicionados 0,1 mL de solução ácido sulfúrico 5 N, 0,25 mL de solução de molibdato de sódio e 0,1 mL de solução de cloreto estanhoso 1,0 %, a mistura foi agitada e repousou por 10 minutos, procedendo a leitura da absorbância no comprimento de onda de 660 nm. O teor de fósforo orgânico foi calculado com base numa curva padrão determinada com solução composta de 0,04393 g de KH2PO4 dissolvido em 100 mL de água destilada. Dessa solução,

tomou-se 10 mL e completou-se o volume para 100 mL com ácido sulfúrico 0,05 N, obtendo- se 10 μg P mL-1.

O teor de fósforo inorgânico foi determinado subtraindo-se o fósforo orgânico do fósforo total.

Ainda como caracterização inicial dos solos foi realizada a contagem do número de esporos dos fungos micorrízicos arbusculares autóctones. Esta empregou 100 g de solo peneirado por repetição e seguiu uma associação de métodos de decantação e peneiramento úmido (GERDEMANN; NICOLSON, 1963) e de centrifugação e flutuação com sacarose (JENKINS, 1964). Cada amostra foi misturada em 1 L de água em um béquer e agitada vigorosamente. Após decantação por alguns minutos para sedimentação das partículas maiores e/ou mais densas, o sobrenadante foi passado por duas peneiras com aberturas de 710 e 50 μm na seqüência da maior para a menor abertura da malha, e o procedimento foi repetido 4 vezes. Com o auxílio de uma pisseta o material depositado na peneira de 50 μm foi recolhido, transferido para tubos de ensaio e centrifugado por 3 minutos a 1200 rpm.

O sobrenadante foi cuidadosamente descartado e o precipitado ressuspenso em sacarose 50% para novamente ser centrifugado por mais 1 minuto. Os esporos presentes no sobrenadante foram transferidos para a peneira de malha de 50 μm, lavados com água em abundância, para retirar o excesso de sacarose e recolhidos em um béquer. A contagem dos esporos do fungo micorrízico arbuscular foi realizada usando uma placa de acrílico com anéis concêntricos, sob microscópio esteroscópico. Foram encontrados 42 e 56 esporos por 100 g solo-1 seco para LVAd e LVd1, respectivamente.

3.2 Multiplicação, inoculação dos fungos Glomus clarum e Aspergillus niger e instalação

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