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A luta por reconhecimento da existência de trabalho escravo no Brasil e a construção de

Capítulo 1: A escravização do sujeito livre

1.4. O trabalho escravo no ordenamento jurídico brasileiro

1.4.2. A luta por reconhecimento da existência de trabalho escravo no Brasil e a construção de

Na Carta Pastoral intitulada Uma igreja da Amazônia em conflito com o latifúndio

e a marginalização social, escrita pelo Bispo Pedro Casaldáliga em São Félix do Araguaia em

outubro de 1971, a escravização dos migrantes nordestinos no processo de derrubada da floresta amazônica para formação de pastos em território mato-grossense é denunciada e descrita em seu contexto de peonagem, de apoio da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) aos latifundiários, de usurpação das terras dos antigos moradores da região e da violência praticada contra sertanejos e indígenas.

Nesse importante documento histórico58 estão registradas importantes facetas do fenômeno do trabalho escravo contemporâneo em Mato Grosso, tais como a peonagem, a migração, a discriminação, a destituição de direitos, o caráter compulsório da migração e do trabalho, a presença ameaçadora da morte: a ausência eloquente de igualdade e liberdade.

Era de escravidão que se tratava, de fato, e a denúncia de Casaldáliga ecoou em mais um sem-número de denúncias semelhantes que atravessaram as décadas de setenta, oitenta e noventa quando, finalmente, o governo brasileiro, premido por pressões internacionais, reconheceu a existência de escravidão no país.

Apesar do Código Penal Brasileiro de 1940 prever o crime de “reduzir alguém à condição análoga à de escravo”, na década de 1970 as autoridades públicas passavam ao largo da questão: “a intervenção federal só se faz presente quando a opinião pública é mobilizada.

58 A Carta Pastoral de outubro de 1971 da Prelazia de São Félix do Araguaia é, também, um testemunho

emocionante de um bispo que, após 3 anos de trabalho naquela prelazia cuja população era formada pelos sofridos peões flutuantes, questiona-se: “Como se faz ‘comunidade de base’ com um povo em constante dispersão?”. Conclui ele: Com respeito aos fazendeiros – que normalmente não moram na região – e aos gerentes e pessoal administrativo das companhias latifundiárias – que moram aqui com intermitência – a ação pastoral é praticamente impossível, sempre que não se aceite o poder de opressão social que eles encarnam; sempre que não se queira amancebar a Missa, esporádica, com a injustiça permanente, e a presença do padre – da Igreja – na sede da Fazenda (com seus teco-tecos, nos seus refeitórios, nos seus escritórios paulistas ou gaúchos) com a ausência do Evangelho e da Justiça no conflito dela com os posseiros e nos barracões, nas derrubadas e na vida toda dos peões escravos (CASALDÁLIGA, 1971, p. 7). O texto continua: “Isso é o que a gente pensa depois de três anos de vida e de luta. Ajudar a libertação dos oprimidos é o meio mais direto e eficaz de contribuir para a libertação dos opressores. Nem todos poderão ‘entender’ esta atitude. É uma opção dolorosa, de pobreza, de risco e de ‘escândalo’ evangélico...” (1971, p. 6).

Não há nenhuma fiscalização com relação ao trabalho nas fazendas” (CASALDÁLIGA, 1971, p. 20).

As décadas de 1970 e 1980 terem sido marcadas por casos e denúncias de trabalho escravo na Amazônia, mas foi apenas na década de 1990 que um ampliado aparato jurídico foi sendo criado em torno do enfrentamento do trabalho escravo. Essa mudança foi consequência da exposição internacional do Brasil pelo caso José Pereira59, levado em 1992 à Corte Interamericana de Direitos Humanos, que em 1999 responsabilizou o Brasil por sua omissão ante as violações de direitos humanos cometidas (CAVALCANTI, 2016, p. 96).

A partir de 1995 vão sendo criados todos os instrumentos de enfrentamento do trabalho escravo que temos até hoje no Brasil. A continuidade das políticas de combate ao trabalho escravo observada entre os governos do PSDB e PT leva alguns atores a classificarem-na como uma verdadeira “política de Estado” (GOMES, M., 2019). Um dos auditores entrevistados ressalta que nas gestões de Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef sempre houve certa priorização do combate ao trabalho escravo, com o aporte de recursos e infraestrutura para viabilizar as fiscalizações. O apoio à pauta do combate ao trabalho escravo no poder executivo veio a ser claramente rompido a partir do governo de Michel Temer, quando foram feitas investidas dentro do próprio Ministério do Trabalho visando à suspensão da Lista Suja e à restrição do conceito de “trabalho análogo ao de escravo”, bem como à limitação dos poderes dos auditores-fiscais do trabalho.

A construção dos instrumentos de enfrentamento do trabalho escravo no Brasil ocorreu num contexto político caracterizado por alguns fatores importantes: a) visibilidade da existência de trabalho escravo no país em razão do “Caso José Pereira” e posteriormente, através de campanhas oficiais; b) pressão da comunidade internacional para que o Brasil

59 “Em 1989, o adolescente de 17 anos de idade chamado José Pereira era escravizado na Fazenda Espírito

Santo, localizada em Sapucaia, no Estado do Pará. Ele e outros companheiros (sessenta trabalhadores, posteriormente resgatados), que trabalhavam, sob vigilância armada, no preparo do solo e na formação da pastagem para alimentação do gado, eram trancados no barracão na hora de dormir e possuíam dívidas impagáveis decorrentes da compra de produtos inflacionados no armazém da fazenda. Juntamente com um colega de trabalho conhecido por Paraná, José Pereira aproveitou um breve momento de folga durante a madrugada para evadir-se do local. Na tentativa de fuga, no entanto, os dois foram perseguidos e emboscados pelos capatazes, que logo abriram fogo contra os fugitivos. José Pereira levou um tiro no olho, fingiu-se de morto para despistar os algozes, conseguiu sobreviver e pediu socorro à Fazenda Brasil Verde e à Comissão Pastoral da Terra. Paraná, no entanto, não teve a mesma sorte do seu colega, falecendo no local. A Comissão Pastoral da Terra, que já havia denunciado a Fazenda Espírito Santo pela prática de trabalho escravo desde 1987, acompanhou o caso do adolescente. A demora na responsabilização criminal dos envolvidos e a ineficácia e o desinteresse do aparato estatal na recomposição dos bens jurídicos lesados fizeram a CPT levar o caso a uma ONG internacional denominada Center for Justice and International Law (CEJIL), responsável por denunciar o Estado brasileiro perante a Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos” (CAVALCANTI, 2016, p. 96).

tomasse medidas contra o trabalho escravo e ampla atuação da Organização Internacional do Trabalho no fortalecimento das instituições envolvidas nas ações de prevenção, repressão e assistência às vítimas; c) alinhamento do governo federal em favor de políticas de erradicação do trabalho escravo, permitindo a criação de instrumentos legais e implementação de políticas sem solução de continuidade entre diferentes gestões; d) papel fundamental exercido pelas entidades da sociedade civil na rede de enfrentamento do trabalho escravo, que conferiu à luta contra a escravidão certa autonomia em relação ao jogo da política partidária.

Assim, no ano de 1995, foi criado o Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), através da Portaria nº 550 do Ministério do Trabalho, que atua até os dias de hoje na fiscalização do trabalho escravo e cujos relatórios são as principais fontes desta pesquisa.

Já em 1998, foi promulgada a Lei n. 9777, que previu “o aumento das penas e a previsão de modalidades assemelhadas dos crimes de frustração de direito assegurado por lei trabalhista e de aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional” (CAVALCANTI, 2016, p. 98), crimes conexos ao trabalho análogo a escravo.

Em 2002, através da Lei 10.608, foi instituído o seguro-desemprego para trabalhadores que fossem encontrados em regime de trabalho escravo pela fiscalização do trabalho.

Logo em seguida, no ano de 2003, criou-se a Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo (CONATRAE), órgão colegiado composto por representantes governamentais, de entidades da sociedade civil e por observadores, responsável por coordenar o Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo.

Também em 2003 foi implementado o cadastro hoje conhecido por “Lista suja” através da Portaria 1.234 do Ministério do Trabalho. Trata-se de um cadastro que exibe os dados dos infratores pelo período de dois anos, após trânsito em julgado administrativo do auto de infração que indique a prática de reduzir alguém a condição análoga a de escravo. Ao lado da exposição pública dos infratores, o instrumento tem também efeitos econômicos, sendo utilizada por bancos públicos para restringir créditos e financiamentos a escravagistas, na esteira de recomendação contida em portaria do Ministério da Integração Nacional do mesmo ano. Os infratores permanecem na lista por dois anos, sendo então excluídos caso paguem as multas devidas e não haja reincidência.

Foi nesta sequência de medidas legislativas que, também em 2003, alterou-se o próprio texto do art. 149 do Código Penal através da Lei nº 10.803, que conferiu maior detalhamento à caracterização da prática de reduzir alguém a condição análoga a de escravo.

No ano de 2008 foi criado o Projeto Ação Integrada na Superintendência Regional do Trabalho em Mato Grosso, que inspiraria o Movimento Ação Integrada60, de caráter nacional, lançado em 2012. O projeto promove articulações com entidades públicas, privadas e da sociedade civil com o objetivo de romper o ciclo vicioso da escravidão, a partir da identificação dos fatores de vulnerabilidade dos indivíduos e suas famílias e da promoção de ações coordenadas de atenção às vítimas de trabalho escravo e às populações vulneráveis, oferecendo-lhes capacitação técnica e formação cidadã e buscando, por fim, inseri-las em postos de trabalho decente.

Em outubro de 2011 foi publicada a Instrução Normativa nº 91 da Secretaria de Inspeção do Trabalho, cristalizando em normas as rotinas de fiscalização do trabalho escravo.

Na esfera estadual, a política de erradicação do trabalho escravo teve também sua história própria. Apesar do reconhecimento da existência de trabalho escravo no Brasil por parte do governo federal em 1995 (no contexto da pressão internacional suscitada pelo caso Zé Pereira), no estado de Mato Grosso o reconhecimento das autoridades públicas só viria depois, também através de embates e pressões da sociedade civil.

Uma das mais atuantes lideranças nos movimentos de defesa dos trabalhadores de Mato Grosso, que participou do momento inicial de articulação social e interinstitucional pela erradicação do trabalho escravo, contou-me em entrevista que na esfera estadual o combate ao trabalho escravo teve seu ponto de inflexão no ano de 2003. Seu depoimento permite o resgate desse importante marco histórico:

foi naquela época que nós também construímos, em 2002 e 2003, o Fórum Social de Erradicação do Trabalho Escravo, que (...) precedeu toda uma estrutura de estado que desembocou então na COETRAE61.[...] Construímos

60 O Movimento Ação Integrada foi objeto de Termos de Cooperação Técnica, dentre os quais o firmado em

2015 no Supremo Tribunal Federal, por representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Tribunal Superior do Trabalho (TST), Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) e do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (SINAIT) O objetivo do movimento é “conjugar esforços para promover a modificação social, educacional e econômica dos resgatados do trabalho escravo e vulneráveis por meio do exemplo vindo de Mato Grosso e pela replicação e adequação dessa iniciativa em estados e municípios que queiram aderir ao Movimento” (http://www.acaointegrada.org/movimento-acao-integrada/)

61 O entrevistado refere-se à Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo – Mato Grosso. As

Comissões Estaduais para a Erradicação do Trabalho Escravo são integradas por agentes atuantes na erradicação do trabalho escravo contemporâneo em cada estado federativo, reunindo membros do governo estadual, do governo federal e da sociedade civil. O Decreto n. 985, de 07/12/2007, que criou a COETRAE em Mato Grosso, conferiu-lhe as seguintes competências: I – elaborar e acompanhar o cumprimento das ações constantes do Plano Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo, propondo as adaptações que se fizerem necessárias; II – acompanhar e avaliar os projetos de cooperação técnica firmados entre o Governo do Estado e os organismos nacionais e internacionais; III – propor a elaboração de estudos e pesquisas e incentivar a realização de campanhas relacionadas à erradicação do trabalho escravo; IV – elaborar e aprovar seu regimento Interno”.

um fórum estadual de erradicação do trabalho escravo. [...] Então a partir desse fórum a gente foi pressionando o governo, aí começaram aquelas ações. Aí logo no governo Maggi62, quando o governo Maggi assumiu falando que o Mato Grosso não tinha trabalho escravo, então chamando para um evento junto com a OIT (...), [para] fazer uma grande encenação pra dizer que Mato Grosso não tinha mais trabalho escravo (...). E naquele momento tinha justamente trabalhadores que tinham vindo denunciar trabalho escravo. [...] Então o quê que a gente fez? (...). Eles dizendo que não tinha trabalho escravo e nós colocamos os trabalhadores para falar como é que eles tinham conseguido fugir, o que estava acontecendo. Então no dia seguinte, ao invés de sair que no Mato Grosso não tinha trabalho escravo, na verdade então estava justamente mostrando que tinha trabalho escravo.[...] E a partir daí seguiu que caiu um pouco a máscara, então... foi um ponto crucial: que nós criamos um fórum, esse fórum fez esse contraponto, (...) caiu a máscara (...) Tinha sido feito resgate na fazenda dele [de Blairo Maggi], então ele fazendo todo aquele discurso sobre as imagens da fazenda dele, as práticas que eles têm, restaurante, tudo para mostrar, para desmentir que ele não tinha trabalho escravo. Aí então acho que foi um elemento, um marco para Mato Grosso.

Outro episódio emblemático mencionado por muitos entrevistados foi a troca de tiros entre a Polícia Federal e a Polícia Militar de Mato Grosso durante um resgate de trabalhadores escravizados numa propriedade rural em 200663. Esse caso foi citado pela mesma liderança entrevistada como outro momento crucial de escancaramento da realidade do trabalho escravo em Mato Grosso no processo que conduziu à criação da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (COETRAE):

o que fez, na sequência, o governo perceber foi a partir daquele incidente daquela operação que teve em Nova Lacerda e que a Polícia Federal foi chamada e que houve aquela troca de tiros entre a Polícia Federal e a Estadual. [...] O fazendeiro disse que a fazenda estava sendo assaltada, então os policiais federais foram considerados como assaltantes e a partir daí, a partir de uma investigação, uma apuração de trabalho escravo, esse incidente sim provocou o governo do estado a realmente dizer que no Mato Grosso tinha trabalho escravo e a partir daí começou a construir oficialmente essa perspectiva que em 2008 se afirma enquanto COETRAE (Entrevista, Cuiabá, 2014).

Em Mato Grosso, a COETRAE foi criada pelo Decreto nº 985, de 07/12/2007. Em agosto de 2008 foi aprovado o primeiro “Plano de Ações para Erradicação do Trabalho Escravo para o Estado de Mato Grosso” através do Decreto nº 1545. Desde então, a comissão

62 Blairo Borges Maggi foi governador do estado de Mato Grosso de 01/01/2003 a 31/03/2010. Conhecido como

“rei da soja” e como o braço político do poderoso grupo André Maggi, recebeu em 2006 o troféu “motosserra de ouro” do Greenpeace, que o considerou responsável por metade da devastação ambiental brasileira entre 2003 e 2004.

obteve destaque dentre as demais comissões estaduais, recebendo menções e apoio técnico da OIT. Segundo Aurora, que foi uma das primeiras e mais atuantes integrantes da COETRAE em Mato Grosso,

diante de todas as propostas que vinham surgindo, das reuniões, da dinâmica que [a COETRAE-MT] tinha, ela passou a ser referência para a ONU também. E aí, em 2008, nós recebemos a visita da relatora da ONU, que veio ao Brasil, a Mato Grosso, para conversar com a COETRAE.

Em Mato Grosso, o envolvimento efetivo da Secretaria de Segurança Pública na pauta do combate ao trabalho escravo teria desempenhado um importante papel, segundo a servidora Aurora:

Mato Grosso está no topo da lista dos estados que mais têm profissionais na segurança pública capacitados nessa área dos cursos online. Mato Grosso desponta. Nós temos hoje, no último relatório da EAD – EAD é o Ensino à Distância da Justiça - tinha quase 8 mil servidores capacitados nos cursos de Direitos Humanos. Na atual grade curricular das academias de polícia militar e civil, toda a formação de soldado, pra quem tá entrando, e oficiais, também tem essa disciplina presencial de 60 horas e 120 horas tratando dessa questão também. [...] Temos relatos de soldado no interior que foi atender uma diligência numa fazenda e percebeu que tinha alguma coisa lá, denunciando. Aí os auditores fiscais do trabalho foram lá e verificaram que realmente era questão do trabalho escravo. Foi o primeiro caso no Brasil de prisão por trabalho escravo, uma pessoa foi presa por cometer esse crime.

Importante lembrar que, em duas ocasiões, a COETRAE-MT foi abandonada em massa por diversas entidades da sociedade civil e do poder público federal em razão de descontentamentos com os andamentos do trabalho e oposição das entidades participantes em relação a medidas do governo estadual. Ainda assim, a coesão do trabalho desenvolvido permitiu, em boa medida, a continuidade dos projetos. Em 2012, por exemplo, a retirada das entidades da sociedade civil e do poder público federal da COETRAE foi acompanhada pela criação do Grupo de Articulação para Erradicação do Trabalho Escravo (GAETE), esfera em que os trabalhos tiveram prosseguimento até a reconstituição da COETRAE.

Por fim, tanto em Mato Grosso como nacionalmente, o que se observa é que as políticas, leis e instrumentos de enfrentamento do trabalho escravo sobreviveram a momentos de ameaça principalmente em razão da mobilização da sociedade a partir das instituições que atuam diretamente sobre o problema. Por um lado, observa-se a institucionalização crescente da atuação da Inspeção do Trabalho, do Ministério Público, de quadros da Segurança Pública

e de outros órgãos públicos no enfrentamento do trabalho escravo em Mato Grosso. Por outro, o compromisso e seriedade da constante atuação das entidades não governamentais, o impacto da ação de organismos internacionais e a força da mobilização social no país foram e continuam sendo alicerces fundamentais nos avanços e manutenção do instrumental de combate ao trabalho escravo no Brasil.

1.4.3. Disputas em torno do conceito jurídico de “trabalho análogo ao de escravo” no