• Nenhum resultado encontrado

MÉTODO DE VALORAÇÃO DE IMPACTOS EM UCS DO IBAMA

No documento Apostila Pericia Ambienta (páginas 141-145)

Referência: www.eco.unicamp.br/ecoeco/artigos/parceria/1.pdf

I. INTRODUÇÃO

O Parecer Técnico do DIREC/IBAMA/2003 apresenta uma metodologia para a valoração econômica dos impactos ambientais em unidade de conservação. Esta metodologia foi desenvolvida pela equipe de técnicos do IBAMA coordenada pelo Dr. Peter Herman May. Esta metodologia foi desenvolvida para a avaliação de grau de impacto com conversão direta para compensação ambiental de empreendimentos pontuais de comunicação e telecomunicação, radiodifusão e outras atividades afins, pré-existentes em unidades de conservação.

II. OBJETIVO DA PROPOSTA

A metodologia tem como objetivo estabelecer os parâmetros para as compensações ambientais decorrentes dos impactos ambientais provocados pelos empreendimentos de comunicação localizados nas unidades de conservação, salvaguardando-se, porém, a importância e a necessidade de novos estudos que venham aprimorar ou propor novos métodos, tendo em vista a complexidade e as variadas abordagens sobre o assunto.

III. IMPACTO AMBIENTAl EMPREENDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO

Os impactos ambientais dos empreendimentos de comunicação localizados nas Unidades de Conservação (UCs) possuem magnitudes diferenciadas de acordo com a extensão das instalações, dos procedimentos locais de manutenção, da infra-estrutura e dos equipamentos existentes, da pressão das atividades antrópicas envolvidas, dentre outros aspectos. Os mais relevantes considerados na proposta do IBAMA são o desmatamento, alteração do meio biótico, poluição, alteração da paisagem, incêndios e perda de visitação.

deslizamentos; perda dos solos; aumento da taxa de nutrientes nos corpos aquáticos; assoreamento dos rios; inundações na época chuvosa; diminuição do volume de água nas nascentes, rios e lagos, durante a estiagem; desestabilização da relação solo/água/biota; e degradação dos ecossistemas.

As mudanças ambientais e os impactos no meio biótico, advindos dos processos de uso e ocupação da área pelos empreendimentos de comunicação, podem ocasionar a alteração da biota, incluindo-se o desaparecimento de espécies e inversão do padrão original de representatividade, favorecendo o aumento de espécies melhor adaptadas à sobrevivência em áreas degradadas. Nos locais onde se localizam os equipamentos dos serviços de telecomunicação, radiodifusão e atividades afins, constata-se poluição sonora provocada por geradores de energia elétrica, veículos, mão-de-obra operacional e de manutenção dos equipamentos.

No caso das áreas onde são encontradas cisternas também ocorre poluição hídrica, por conta de esgotos não tratados observados nas instalações. Além da poluição hídrica, há também poluição causada pela deposição de resíduos sólidos, por conta do lixo gerado pelos funcionários dos empreendimentos, podendo, inclusive, contaminar lençóis freáticos e corpos d’água próximos aos locais das instalações.

A presença de empreendimentos de comunicação em unidades de conservação pode aumentar a incidência de incêndios devido à redução de umidade relativa nas cercanias da instalação; à redução da evapotranspiração e aumento da temperatura; à probabilidade de incidência de fontes de ignição pela presença de pessoal de operação e manutenção, como fósforos, isqueiros, fogueiras, produtos inflamáveis, veículos; e devidos à liberdade de acesso. Quando os empreendimentos de comunicação encontram-se instalados nas áreas que possibilitam ao visitante uma visão panorâmica, há uma perda da área de uso público para os visitantes/usuários, resultando no impacto sobre a arrecadação financeira de ingressos, tendo em vista que estes recursos poderiam ser aplicados nos programas de proteção, manejo e uso público das UCs.

IV. PROPOSTA METODOLÓGICA

O modelo inicialmente determina o valor total dos impactos ambientais causado pelo empreendimento, pela seguinte relação,

VT= (P1 + P2+ P3+ P4 +P5)/ r

onde,

VT: Valor total

P1: Impacto de perda de área

P2: Impacto sobre perda de visitação

P3: Impacto sobre perda de produção de bens P4: Impacto sobre recursos hídricos

P5: Impacto sobre perda de serviços ambientais r: taxa de desconto oficial

A taxa de desconto (r) a ser aplicada, será definida pela Taxa de Juros de Longo Prazo–TJLP estabelecida pelo Tesouro Nacional. Por exemplo, uma porcentagem de 12% será convertida, na fórmula, para 0,12. A divisão por r faz com que o somatório dos valores atribuídos ao impacto ambiental, calculados em termos anuais, seja expresso como a totalidade do valor dos impactos associados à permanência do dano ao longo prazo.

A partir do valor total (VT) obtém-se o percentual de compensação, definido pelo art. 36 da Lei. 9985/2000, sobre o custo de implantação do empreendimento (CEMP). O

valor da compensação ambiental (VCEMP) é expresso pela seguinte equação,

VCOMP (%) = (VT/ CEMP) x 100

DETERMINAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

Todas as parcelas do modelo se baseiam na área de influência do empreendimento. Considera-se aqui que a mesma não se restringe à área edificada, tendo em vista que os impactos extrapolam a área física onde se localizam as instalações.

A equação abaixo determina o cálculo da área de influência do empreendimento (AEMP), definida a partir da análise de diversas áreas edificadas onde se localizam as

instalações. Verificou-se que a forma geométrica mais comum é o quadrado. Deste modo, assumindo o quadrado como forma geral (AE) da área edificada, incorpora-se

aos lados do quadrado a faixa de influência do impacto (F). Trata-se de um modelo matemático generalizável para estimar a área aproximada de qualquer figura geométrica.

O valor de F deve ser estabelecido através de vistoria técnica no local, identificando- se a distância do ponto máximo de influência do empreendimento a partir da área edificada, em direção à área florestada. A equação mostrada abaixo fornecerá diretamente a nova área do empreendimento acrescida da faixa de influência do impacto gerado.

AEMP = 4 F2 + 4 x F x (AE)½ + AE

onde,

AEMP = área de influência do empreendimento;

F = faixa de influência do impacto causada pela instalação a partir de sua

fronteira edificada ou cercada;

No documento Apostila Pericia Ambienta (páginas 141-145)

Documentos relacionados