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2.5 Caracterização da área de estudo

3.2.2 Métricas de paisagem: Análise em escala de classe

Conforme mencionado em momento anterior desse capítulo, para a análise por meio das métricas de paisagem, a cobertura do solo foi subdividida em cinco classes, de modo que a classe 4 refere-se aos fragmentos florestais existentes na área de estudo. Neste sentido, os resultados apresentados a seguir terão enfoque unicamente nas métricas da classe supracitada, em razão da mesma se constituir como foco principal da presente pesquisa.

As métricas de paisagem selecionadas para análise da situação da fragmentação florestal, foram subdividas em cinco classes: métricas de área, de forma, de borda/área núcleo, conectividade e fragmentação/retalhamento. Na Tabela 11 são apresentados os resultados referentes às métricas supracitadas.

Tabela 11: Valores das métricas de paisagem para a classe de fragmentos florestais na área de estudo.

Classe da métrica Métrica Resultado Unidade de medida

Área CA 2,71 Hectares PLAND 26,72 Porcentagem (%) NP 61 Número inteiro PD 0.6007 Número/100 LPI 7,8 Porcentagem (%) AREA_MN 44,49 Hectares CPLAND 19,96 Porcentagem (%) Forma

LSI 14,40 LSI>1 até infinito GYRATE_MN 2,16 0 > GYRATE > até infinito

SHAPE_MN 2,17 0 até infinito

FRAC_MN 1,13 Varia de 1 a 2 PAFRAC 1,25 Varia de 1 a 2 Borda/área núcleo TE 2.977.500.000 Metros ED 293,195 Metros/hectares (ha) TCA 20.267.225 Hectares Conectividade

CONTIG_MN 0,8723 Varia entre 0 e 1 ENN_MN 1.022,615 ENN_MN > 0 (m)

COHESION 99,70 Porcentagem (%)

Fragmentação/Retalhamento

DIVISION 0,97 Varia entre 0 e 1

MESH 1.398.932 Hectares

SPLIT 72,59 De 1 até infinito

Fonte: Elaborado pelo autor.

As métricas de área para a classe referente aos fragmentos florestais conformam um panorama no qual é possível constatar que a área ocupada por essa classe é reduzida. Para a métrica Class Area (A) o resultado foi de 2,71 hectares, o que corresponde a área ocupada pelos fragmentos no município de Tibau do Sul/RN, equivalendo a 26,72% da métrica (PLAND), que por sua vez corresponde ao percentual de área ocupado pelos fragmentos no município de Tibau do Sul/RN. Esses valores são resultado da soma das áreas dos 61 fragmentos, retratados pela métrica Number of Patches (NumP). Desses 61 fragmentos, o maior deles ocupa 7,8% da área do município, conforme resultado da métrica Largest Patch Index (LPI).

No tocante as métricas de forma, para a métrica LSI, também conhecida como Índice de Forma, o valor de 14,4 fornece indícios sobre a desagregação da classe. O valor igual a 1 indicaria que a classe seria maximamente compacta. No entanto, o valor auferido para a área de estudo representa uma elevada desagregação da classe de fragmentos florestais.

Os resultados para as métricas SHAPE_MN (2,17), FRAC_MN (1,13), PAFRAC (1,25), que mensuram a complexidade da forma dos fragmentos, indicam que as formas dos fragmentos da área de estudo são pouco complexas, assemelhando-se, em sua maioria, a forma de quadrados. Os valores próximo de 1 referentes às métricas FRAC_MN e PAFRAC sugerem

semelhança das formas do fragmentos com quadrados. Essas métricas variam de 1 a 2, de modo que quanto mais próximo de 1 menos complexas serão as formas (semelhantes a forma de um quadrado), ao passo que valores mais próximos de 2 estarão relacionados a formas complexas/sinuosas, típicas de ambientes com pouca intervenção humana e/ou modelados pela dinâmica natural.

Os resultados para essas métricas podem estar relacionados com evidente influência humana no entorno dos fragmentos, originando formas simples, que estão principalmente associadas ao uso do solo pela cultura temporária de cana-de-açúcar, predominante no município de Tibau do Sul/RN.

Complementando a análise da forma da classe dos fragmentos florestais, a métrica GYRATE (Radius of Gyration), que calcula o raio de giro do fragmento com intuito de mensurar o alcance do mesmo, de modo que valores mais distantes de 1 estarão relacionados a fragmentos mais alongados, enquanto que valores mais próximos de 1 indicarão fragmentos mais compactos/menos alongados. Dessa forma, o valor de 2,16 obtido para essa métrica, denota que a média dos fragmentos possui formato mais alongado, o que pode representar uma maior influência do efeito de borda resultante das atividades antrópicas circundantes (TABARELLI et al., 2006).

Para cálculo das métricas de borda e área núcleo, foi adotado o valor de 35m para borda, valor esse sugerido por Rodrigues (1998). Dessa forma, a área de borda considerada foi mensurada em 35m a partir do limite externo do fragmento até atingir o valor supracitado em direção ao seu núcleo, esse por sua vez, foi calculado como sendo a área remanescente do fragmento florestal, descontado o tamanho de sua área de borda. A área total da borda dos fragmentos, obtida através da métrica Total Edge (TE) foi de 2.977.500.000 metros, sendo a densidade de 293, 195 m/hectare, conforme resultado da métrica Edge Density (ED). O tamanho total da área núcleo, auferido a partir da métrica Total Core Area (TCA) foi de 20.267.225 hectares.

No que diz respeito as métricas de conectividade, os valores dos índices de contiguidade (CONTIG_MN): 0,87 e de coesão (COHESION): 99,70% indicam que existe uma boa agregação para a classe de fragmentos florestais. O valor da métrica CONTIG_MN varia de 0 a 1, atingindo valores mais elevados à medida que a conexão entre as manchas vai aumentando. A métrica COHESION possui amplitude de 0 a 100%, de forma que apresenta valor mínimo quando a classe é bastante subdivida e com baixa conectividade. Apesar da distribuição espacial favorável a conectividade dos fragmentos, a distância para a mancha mais próxima (ENN_MN)

apresentou valor médio acima de 1000m, ou seja, a distância média para o fragmento mais próximo é acima de 1Km.

O valor pode ser considerado alto, tendo em vista que o município de Tibau do Sul/RN possui apenas 100 Km2. Ou seja, com base nas métricas de conectividade, constata-se que embora os fragmentos florestais estejam bem distribuídos ao longo da área de estudo, a distância entre os mesmos pode ser considerada alta.

Os resultados para as métricas de fragmentação: DIVISION, MESH e SPLIT, sugerem uma situação de fragmentação acentuada, corroborando com o que é possível ser observado in loco e através de interpretação de imagens orbitais. Vale destacar o resultado para o grau de divisão (DIVISION) da classe dos fragmentos florestais, que foi de 0,97 em uma amplitude de 0 a 1, onde o valor máximo (1) é atingido para classes de paisagens criticamente fragmentadas.