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ENFERMAGEM E MEDICINA DA FESO/UNIFESO”

4.6.13 Módulo de prática profissional

Cenários externos de prática

O módulo de prática profissional tem como referencial central a Integração

Ensino-Trabalho-Cidadania (IETC). Nele desdobram-se, a dimensão da formação,

da produção de cuidado nos serviços de saúde e de uma ética que os coloca como sujeitos da realidade social e que por dela co-emergirem, nela intervém. Este módulo pode ser ressaltado pelo uso das tecnologias envolvidas em prol da produção do conhecimento-cuidado. São elas, a tecnologia dura (equipamentos, medicamentos), leve-dura (clínica, epidemiologia) e leve (relacionais).

No Curso de Medicina estas atividades são desenvolvidas do 1º ao 4º períodos na atenção básica em saúde e, do 5º ao 8º períodos na atenção secundária.

No Curso de Enfermagem estas atividades são desenvolvidas do 1º ao 4º períodos na atenção básica em saúde, em creches municipais e comunitárias, em escolas de ensino médio e em organizações de apoio ao adolescente, em empresas e coletividades em seus ambientes de trabalho, e nos serviços de Saúde Mental. Também são desenvolvidas do 5º ao 6º períodos na atenção secundária e terciária.

LINHAS DE CUIDADO

No Curso de Enfermagem do 5º ao 6º períodos, a organização das atividades de IETC permite que os estudantes construam linhas de cuidado, tendo como princípios norteadores o acolhimento, a responsabilização pela cura, o desenvolvimento da autodeterminação dos usuários, a ampliação e qualificação da assistência, além da participação. Já está em andamento, há alguns anos, a

promoção de linhas de cuidado no 4º. período, as quais são desenvolvidas a partir dos cenários da atenção básica em saúde e no centro de apoio psicossocial.

Cenários internos de prática

Composto por atividades nos cenários internos de prática (CIP) em que consistem as atividades de instrutorias, consultorias, no laboratório de habilidades, laboratório multidisciplinares, e centro de capacitação em base de dados (CCBD).

LABORATÓRIO MULTIDISCIPLINARES (LAB. DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - LCS)

Conjunto de laboratórios (Anatomia, Histologia, Fisiologia, Microbiologia, Anatomia Patológica, Biofísica, Bioquímica, Farmacologia) que tem como função primordial atender aos estudantes dos cursos do Centro de Ciências da Saúde. O propósito é de realizar atividades diferenciadas, na perspectiva da aprendizagem significativa, integradoras da relação teoria-prática, com o objetivo de oferecer ao estudante um espaço permanente de trabalho e estudo.

LABORATÓRIO DE HABILIDADES (LH)

Cenário onde os estudantes são divididos em pequenos grupos, sob a supervisão de um docente-instrutor, de modo a desenvolverem técnicas de comunicação e destrezas manuais, sensíveis, visando a prática profissional. O objetivo é o desenvolvimento de habilidades e atitudes de complexidade crescente de acordo com a proposta curricular.

Como espaço de ensino-aprendizagem é constituído por salas para entrevista equipadas com câmeras de filmagem, salas com manequins técnicos, salas com simulação de um centro cirúrgico e uma sala de convivência equipada com TV e computador. É também disponibilizado para utilização nos períodos destinados à atividade autodirigida dos estudantes, tendo como facilitadores os monitores.

Centro de capacitação em base de dados (CCBD)

Cenário equipado com computadores com acesso à Internet, onde os estudantes são capacitados para acessar os principais sites de busca de informação na área da saúde, sob a supervisão de um docente-instrutor. É também

disponibilizado para utilização nos períodos destinados à atividade autodirigida dos estudantes.

Instrutoria

É realizada por docentes-instrutores, especialistas nas diferentes áreas, que orientam e supervisionam os estudantes no desenvolvimento de conhecimentos teórico-práticos específicos, tendo como disparador os temas elencados no período. Trata-se de um espaço em que cabe o uso de metodologias transmissionais e ativas e geralmente se desenvolve nos laboratórios do LCS ou em salas de aula.

Consultoria

Atividade complementar à aprendizagem em uma área específica do conhecimento, tendo como disparador as necessidades identificadas nas sessões de tutoria, ou nas atividades de IETC. Em geral, é agendada pelos estudantes como atividade individual ou em grupo, pertinente à autonomia dos estudantes na identificação de suas necessidades e na busca de soluções. Esta atividade é conduzida por docentes-consultores em sua área de especialidade.

Atividades autodirigidas

Momentos presenciais ou não, que possibilitam ao estudante assumir papel ativo e responsável em seu aprendizado, permitindo a busca do conhecimento de forma autônoma, nos diversos cenários de aprendizagem (laboratórios, consultorias das diversas especialidades disponíveis, monitorias, biblioteca etc.). São fundamentais no processo de formação profissional ao permitir que o estudante identifique suas necessidades de aprendizagem e encaminhe, com criatividade e criticidade e sob a supervisão docente, estratégias de superação.

Educação Permanente (EP) – espaço de aprendizagem inventiva

Espaço destinado aos tutores e, desde 2012, também aos instrutores do Curso de Medicina, onde os estudantes, acompanhados por docentes facilitadores previamente formados, compartilham reflexões sobre a experiência docente, identificam conflitos e auxiliam a busca de soluções, assim como discutem sobre os

conteúdos a serem abordados em cada situação problema. O objetivo também é o de aprimorar a metodologia assumida, sustentando-a.

Cabe registrar ainda que, atualmente, a estratégia de educação permanente também é desenvolvida no cenário externo de prática, isto é, nos ambulatórios do hospital de ensino, recém-criados, em que participam os trabalhadores da saúde, médicos, enfermeiros, técnicos, funcionários e estudantes.

Os encontros precedem as sessões de tutoria. Nos ambulatórios os encontros têm duração média de 60 minutos e aqueles que precedem as instrutorias, têm duração média de 30 minutos.

EP da EP

Espaço utilizado apenas pelo Curso de Medicina, destinado aos facilitadores de EP de todos os períodos (dos espaços tutorias, de instrutorias e ambulatórios), que se destina a apoiar os facilitadores de EP a atingir os objetivos dos encontros de educação permanente.

A EP da EP figura também como possibilidade de disparar questões abordadas nas EPs dos períodos, instrutorias e ambulatórios, para as outras instâncias do curso, como as comissões de currículo e avaliação e de construção de situações problemas, as coordenações de período e do LH, assim como as Instrutorias de Curso.

Esta capacidade de identificar questões, de articular-se as outras instancias e de problematizar, emprestam à EP da EP um carácter de dispositivo-analisador das práticas docentes e dos trabalhadores da saúde, da metodologia assumida e das relações (de poder) que a tornam real.

Fruto de várias problematizações acerca das práticas e conceitos que delineiam a EP, foi proposto um rol de competências aos facilitadores de EP, do qual transcrevo do documento (FESO, 2011a; 2011b).

Competências/Atribuições dos facilitadores de EP:

1. Criar ambiente de livre circulação de ideias.

2. Objetivar a construção de um saber compartilhado.

3. Garantir que a EP seja espaço de pertencimento para tomada de decisões pertinentes e definição de responsabilidades.

4. Detectar e gerenciar situações de conflito, auxiliando na elaboração de sugestões.

5. Garantir a pactuação do processo de trabalho nas EP e o direito de que, a qualquer momento, esse pacto possa ser revisto.

6. Significar para os grupos de professores a importância de cada um no desenvolvimento do trabalho pedagógico em grupos, respeitando a proposta do Projeto Pedagógico do Curso (PPC).

7. Acompanhar a sedimentação de conceitos relativos à essência da mudança curricular.

8. Levantar demandas do processo de trabalho dos professores, discutir estratégias de resolutividade e, sempre que possível, de retorno.

9. Estimular a transversalidade no sentido de viabilizar a capilaridade das ideias e ações.

10. Trabalhar na lógica de que a EP tem função de apoio à gestão do período.

11. Manter parceria com o coordenador de período para encaminhar questões e planejar as atividades a serem realizadas durante a reunião de EP, que surjam por percepção ou demanda do grupo.

12. Produzir resumos das sessões de EP para serem discutidos e apresentados como questões e encaminhamentos, nas reuniões semanais.

13. Participar das reuniões semanais de rotina (“EP da EP”) para trazer as demandas dos grupos de professores/coordenador de período e garantir que este seja um espaço de reflexão.

14. Fazer-se representar nas reuniões de Colegiado e de Coordenadores.

15. Manter o espaço da EP como recurso de formação de facilitadores para outros cenários do UNIFESO.

Figura 2. Educação Permanente no Ensino