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4.2 Categorias de Entretenimento Móvel

4.2.2 Músicas e Toques de Celulares

Essa categoria agrupa ao uso do celular as ações de ouvir rádio, fazer seleções ou download de música diretamente no aparelho (SIEMENS, 2006). Da mesma forma que para os jogos, os aparelhos evoluíram muito na sua capacidade de reproduzir música. Surgem hoje aparelhos que são verdadeiros sistemas de som em miniatura. Como tal, é natural que os telefones celulares passem a ser usados como tocadores de música concorrendo com leitores de MP3 como o iPod.

“Música, a cultura de uma geração, e o telefone celular, o fetiche de uma geração, inevitavelmente tinham que se encontrar” (Jean-Marie Messier, CEO da Vivendi Universal, in ANDERSEN, 2002 p.205).

A importância dessa área tem atraído empresas como a Apple que lançou em setembro de 2005, juntamente com a Motorola, um aparelho que permite o download de músicas do iTunes, o Motorola ROKR. Esse aparelho funciona como um iPod, ou seja, as músicas são descarregadas para o PC e o usuário pode sincronizar o seu iPod ou ROKR através do aplicativo desenvolvido pela Apple. O

aparelho ainda não é o que se pode chamar de consumidor de música móvel, uma vez que não está optando pelo acesso on-line às músicas, pois depende de um PC, mas é um importante passo para que a Apple repita no contexto móvel o sucesso que teve com o iPod (GANITO, 2005).

É digno de nota que, posteriormente, no início de 2007, a Apple voltou a flertar com a telefonia móvel através do anúncio do iPhone, que deve estar disponível para o público norte-americano em meados de 2007. Entretanto, segundo as análises, o iPhone parece transcender a categoria de música móvel, propondo um conceito de central mídia portátil (portable media center) (ESTADO, 2007)

Atualmente, a contribuição da venda de “música inteira” (fulltrack

download) para as receitas de SVA ainda é marginal no mercado brasileiro

principalmente por conta da restrição das redes de alta velocidade (3G) para a transmissão OTA (over the air), embora já seja um bom negócio nos mercados asiáticos, europeus e norte americano. Começam a se popularizar no mercado aparelhos de celular com capacidade de armazenamento e reprodução de música e a grande parte ainda passa pelo download no PC antes de ser transferido para o celular. .As distribuição de música móvel pode ser resumidas no quadro abaixo:

Tabela 9 – Formas de Distribuição de Música Móvel

As previsões dos analistas (SIEMENS, 2006; LOGICACMG, 2006; JUNIPER, 2006) apontam para um crescimento acentuado dessa categoria, principalmente no Brasil, desde que se encontrem modelos de negócio adequados. No que tange os modelos de negócio, os principais entraves têm surgido pelo lado das produtoras musicais, que temem a pirataria e conseqüente perda de receitas. Parece claro que a plataforma móvel acrescenta maior complexidade à questão da distribuição digital de músicas, como se pôde observar na discussão sobre DRM anteriormente nesse capítulo. A experiência da Internet não tem sido muito positiva para as produtoras, isso inibe seus investimento também na plataforma móvel. No entanto, a indústria como um todo vê o crescimento da música móvel como um passo inevitável.

O mercado da música é muito concentrado, sendo dominado por cinco grandes empresas fonográficas que representam cerca de 74% do mercado: Vivendi Universal, Sony Music, EMI, AOL Time Warner e Bertelsmann Media Group. São essas empresas que financiam todo o processo de gravação, controlam os processos de vendas e marketing e toda a relação com as lojas, os distribuidores, as rádios e a imprensa. Desta forma, o seu poder de negociação é muito elevado. Devido à pressão da distribuição digital e o surgimento de sites de compartilhamento de arquivos, como o Napster, essas indústrias vêm tendo muitos problemas e temido o mercado de distribuição digital (GANITO, 2005).

Pelo forte poder de negociação das empresas fonográficas, o preço do direito autoral por música tende a ser elevado e as operadoras de telefonia móvel teriam que estar dispostas a baixar o preço da transmissão de dados , bem como sua fatia na partilha de receita, para garantir um valor adequado ao usuário final. Juntando a questão de impostos a esse cenário, percebe-se que o modelo de negócios para a distribuição de músicas no Brasil continua incerto.

A situação é muito diferente para os ringtones ou toques que constituem, atualmente, a principal categoria geradora de receitas para as operadoras e são os tipos de conteúdo mais procurados (JUNIPER, 2006; GIBSON, 2006e).

Gráfico 7 – Receita de Música Móvel por Categoria de Produtos. Fonte: Juniper Research, anoxxxx, p.?

Devido à evolução das funcionalidades dos aparelhos, os toques monofônicos, deram origem aos toques polifônicos e, mais recentemente, aos toques reais (truetones) que são fragmentos das gravações originais. Os ring-back

tones, lançados em 2006 pelas operadoras, são uma derivação desse serviço e

permite personalizar o sinal de chamada de quem liga para o usuário.

Apesar de estarem juntos na mesma categoria, os toques e as músicas inteiras têm funções diferentes dentro do entretenimento móvel. A função dos toques é de personalizar o aparelho, enquanto que as músicas são colecionadas.

Agora música, está na veia dos Brasileiros. E o cara compra em quantidade. Jogo não se compra em quantidade, mas música você quer várias. Não se contenta com duas ou três. Tom musical [ringtones], você troca a cada mês, cada 3 meses, a cada ano. Mas música não, você quer uma nova a cada semana, você quer o lançamento novo, ou a música que você ouvia e quer ter (RICARDO SANGION, Vivo, entrevistado em 03/11/2006).

Com o aumento da importância de outros produtos de entretenimento móvel, como os jogos e o fulltrack download, espera-se que os toques venham a perder importância e peso relativo na receita total das categorias de entretenimento móvel, mesmo que continuem aumentando suas vendas absolutas.