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Mais se determina a apreensão de todos os dados ou documentos informáticos cujo

Processo 3: Processo n.º /15.0PBBJA, no âmbito do qual foi apresentada queixa porquanto

IV. Buscas e apreensões

3. Mais se determina a apreensão de todos os dados ou documentos informáticos cujo

conteúdo seja necessário para a prova, caso o conteúdo de tais dados seja susceptível de revelar dados pessoais ou íntimos, que possam pôr em causa a privacidade do respectivo titular ou de terceiro, deverão tais dados ou documentos ser de imediato apresentados, pelo OPC, ao juiz de instrução, para que este pondere a sua junção aos autos, nos termos do artigo 16.º, n.ºs 1 e 3, da Lei n.º 109/2009, de 15 de Setembro.

Após a devolução dos autos, entregue o inquérito à Policia Judiciária, deixando traslado, para cumprimento dos mandados de busca e demais diligências de investigação.

Prazo 30 dias, nada sendo junto, solicite informações sobre o estado das investigações e a data em que previsivelmente estarão concluídas.

O Gabinete do Cibercrime da Procuradoria Geral da República

No dia 7 de Dezembro de 2011 foi criado por despacho do Procurador-Geral da República Gabinete Cibercrime, que tem sede na Procuradoria-Geral da República, de quem é diretamente dependente. Tem como propósitos a coordenação, a formação específica de magistrados do Ministério Público, a interação com o setor privado e os órgãos de polícia criminal e, residualmente, o acompanhamento de processos concretos.

O Gabinete Cibercrime é neste momento coordenado pelo Exmo. Procurador da República Dr. Pedro Verdelho, e segundo a informação institucional constante da página da internet de tal

O CRIME DE ABUSO DE CARTÃO DE GARANTIA E CRÉDITO E O CRIME DE BURLA INFORMÁTICA

6.Crime de burla informática e nas comunicações. Enquadramento jurídico, prática e gestão processual

gabinete35 “mantém uma rede de pontos de contacto em todo o território nacional (pelo menos, um magistrado por cada uma das Comarcas). Aos pontos de contacto da rede compete estabelecer a comunicação do Gabinete Cibercrime com os colegas da sua Comarca, partilhando, num sentido, as questões referentes a cibercrime e a obtenção de prova digital que se suscitarem nos processos concretos; no outro, o resultado dos debates que se forem suscitando.

Nalgumas Comarcas, o ponto de contacto é assegurado pelos magistrados a quem são distribuídos os inquéritos desta área (crimes previstos na Lei do Cibercrime e burlas informáticas) e os inquéritos em que haja particulares exigências na obtenção de prova digital ou em que se investiguem factualidades particularmente complexas, praticas com o uso de tecnologias. Nas restantes comarcas, sendo os pontos de contacto igualmente magistrados especializados nestas temáticas ou particularmente sensibilizados ou interessados nelas, são também um embrião de uma futura especialização na distribuição de processos deste tipo.”

Pelo Gabinete do cibercrime são ainda publicadas na sua página da internet e também através do SIMP – separador temático sobre o cibercrime – notas práticas, na sua maioria relacionadas com procedimentos quanto à recolha de prova em ambiente digital.

Desde o ano de 2015 o referido gabinete tem vindo a publicar anualmente duas notas práticas sobre a jurisprudência mais relevante do ano respectivo, uma sobre os tipos legais relacionados com a criminalidade informática e outra sobre a prova digital.

Sendo que, quanto ao crime de burla informática e nas comunicações, as notas práticas relativas aos anos de 2015 a 2017 referem que a maioria da jurisprudência relaciona-se com as situações de facto, relacionadas com levantamento de dinheiro em utilização indevida de cartões bancários. Sendo tal jurisprudência ainda escassa e em geral, as decisões conhecidas incidem sobre a essência do tipo de crime, quer na sua generalidade, quer na relação com outros tipos legais que com este conexos.

2.1.3. Encerramento do inquérito

Quanto às formas de encerramento do inquérito o crime de Burla informática e nas comunicações, previsto e punido no artigo 221.º do Código Penal, não tem qualquer especificidade que cumpra destacar, ou seja, realizadas todas as diligências úteis e pertinentes à descoberta da verdade e ao esclarecimento dos factos, visando investigar o crime em causa, determinar os seus agentes e a sua responsabilidade, haverá, conforme o caso, lugar ao arquivamento do inquérito – artigo 277º, n.ºs 1 e 2, do Código de Processo Penal ou caso sejam recolhidos indícios suficientes da prática do crime à suspensão provisória do processo, a requerimento para aplicação de pena em processo sumaríssimo ou a acusação pública para julgamentos em processo abreviado ou comum.

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Por se tratar de criminalidade reditícia, chama-se a atenção para a possibilidade da aplicação do instituto da perda de instrumentos, produtos e vantagens do crime – sem prejuízo dos direitos do ofendido, artigo 110.º, n.º 6, do Código de Processo Penal – (v.g. material informático usado na prática dos factos e valores monetários de que o agente se apropriou), nos termos artigos 109.º, 110.º e 111.º, todos do Código Penal.

V. Hiperligações e referências bibliográficas Hiperligações

Centro de Estudos Judiciários Comissão Europeia Parlamento Europeu www.dgsi.pt http://cibercrime.ministeriopublico.pt/ http://cibercrime.ministeriopublico.pt/notas-praticas http://www.ministeriopublico.pt/iframe/circulares Referências bibliográficas

Albuquerque, Paulo Pinto de, Comentário ao Código Penal à Luz da Constituição da República e da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, Universidade Católica, 3.ª edição, 2015;

Barreiros, José António, Crimes contra o Património no Código Penal de 1995, Universidade Lusíada, 1996;

Código Penal – Actas e Projecto da Comissão de Revisão, 1993;

Costa, Almeida, Comentário Conimbricense ao Código Penal, Tomo II, Coimbra Editora, 1999; Garcia, M, Miguez, Código Penal parte geral e especial com notas e comentários, Almedina, 2.ª edição, 2015;

José de faria Costa e Helena Moniz, Algumas Reflexões sobre a criminalidade informática em Portugal, in BFDUC, Vol. LXXIII, 1997;

Rocha, Lopes, A revisão do Código Penal, Soluções de neocriminalização, Jornadas do Direito Criminal do CEJ, 1993;

Santos, Manuel Simas e Leal-Henriques, Manuel, Código Penal Anotado, Volume III – Artigos 131.º ao 235.º, 4ª Edição, Rei dos Livros, 2016;

SILVA, GERMANO MARQUES DA, Direito Processual Penal Português do Procedimento (marcha do processo), Universidade Católica Editora, 2015;

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Schjølberg, Stein “The History of Cybercrime: 1976-2014”, Kindle Edition, 2014;

Teixeira, Paulo Alexandre Gonçalves, O Fenómeno do Phishing – Enquadramento Jurídico- Penal, Dissertação de Mestrado, Universidade Autónoma de Lisboa, 2013;

Venâncio, Pedro Dias, Lei do Cibercrime anotada e comentada, Coimbra Editora, 1.ª edição, 2011;

Verdelho, Pedro, a NOVA Lei do Cibercrime – revista de direito comparado português e brasileiro, Outubro a Dezembro 2009, Tomo LVIII, número 320;

Verdelho, Pedro – Phishing e outras formas de defraudação nas redes de comunicação, Direito da sociedade de informação, volume VIII, Coimbra Editora, 2009.

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