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Mamografia, Ultrassonografia e Ressonância Magnética como Fatores

Os exames de imagem são indicados para fazer rastreamento e também como meio diagnóstico. Para o rastreamento, os exames de imagem buscam a detecção precoce do câncer de mama, criando assim possibilidades para um tratamento de caráter menos invasivo, bem como a melhora na qualidade de vida e ainda redução nas taxas de morbimortalidade. No que diz respeito aos diagnósticos, os exames de imagem são utilizados como meio para confirmar ou não a suspeita da existência de câncer a partir dos sinais que são apresentados pela paciente ou que são detectados na avaliação clínica. Assim, os principais exames que são empregados para essa finalidade são a Mamografia, a Ultrassonografia e a Ressonância Magnética (DIAS et al., 2017).

A mamografia (MMG) é apresentada como um exame radiológico, onde a sua realização é feita por meio de um equipamento específico, emitindo radiação com uma dose mínima. A MMG apresenta sensibilidade e especificidade e, para isso, depende de variados fatores. Esses fatores podem estar relacionados tanto à mulher, no que diz respeito à densidade das mamária, a idade e se usa terapia de reposição hormonal, como também de fatores que se relacionam à variabilidade técnica do exame. A MMG apresenta qualidades especificas, onde pode ser considerada como padrão ouro para realização de rastreamento da população de risco, considerada padrão (standard) (SILVA; HORTALE, 2012).

Para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil, Tomazelli et al. (2017), afirmam que são adotadas recomendações, onde as mesmas propõem o diagnóstico

precoce e também o rastreamento de mulheres que encontram-se na faixa etária de 50 a 69 anos, sendo esse rastreamento feito por meio da mamografia a cada dois anos. Nos últimos anos, a oferta de mamografias de rastreamento apresenta-se de forma crescente.

De acordo com Tomazelli et al, (2017), dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA/SUS), apresenta informações sobre ocorrência de aumento progressivo no que tange a realização de mamografias financiadas pelo SUS, onde se teve 1.869.285 exames, em 2002, passando a ter 4.713.530, em 2014. Porém, o aumento da utilização não garante diretamente o alcance dos resultados que são almejados pelas ações de rastreamento, isso porque depende da adequação desses exames no que diz respeito à qualidade, à população-alvo e também o tempo em que é realizado.

Agostinho; Lima; Ferreira, (2019), afirmam que as informações do Ministério da Saúde no que tange as medias para diagnóstico, é recomenda a todas às mulheres que estejam na faixa etária entre 40 a 49 anos, que as mesmas realizem o exame de Mamografia de forma anual, e as mulheres que têm de 50 a 59 devem realizar o exame a cada dois anos. Com isso, objetiva-se fazer avaliações visando diagnosticar a doença precocemente, pois o câncer de mama quando é diagnosticado em estágio inicial, de forma precoce, pode ser tratado garantindo altas chances de preservação da mama e potencialmente curado. Porém, a detecção tardia ainda acontece bastante em diversas regiões brasileiras.

A detecção precoce é fator importante para o tratamento do câncer de mama, uma vez que, detectando a doença em seu estágio inicial as chances de resultados positivos só aumentam. Dessa forma Santos; Chubaci (2011), enfatizam que a mamografia é o meio de detecção precoce mais eficaz. A mesma é uma radiografia da mama que apresenta a capacidade de detectar lesões em seu estágio inicial. Estudos evidenciam que a mamografia conseguiu reduzir em média 30% dos casos de óbitos por câncer em mulheres com idade superior aos 50 anos. O exame é indicado para mulheres assintomáticas, como forma de rastreamento da doença; e também para mulheres sintomáticas, objetivando achados clínicos com suspeita da neoplasia.

A mamografia consegue detectar em média de 80% a 90% dos casos de câncer de mama em mulheres que não apresentam nenhum tipo de sintoma. Assim, têm-se garantido ajuda positiva para redução da mortalidade por câncer de mama, pois a

mamografia permite a antecipação do diagnóstico, em cerca de dois anos. Com isso, a mamografia permite que a doença seja detectada precocemente, influenciando para um tratamento mais eficiente, apresentando menor dano estético e redução da morbidade. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) aborda sobre a necessidade da realização da mamografia com no máximo, a cada dois anos em mulheres com idade de 50 a 69 anos. Já em mulheres que possuem caso de câncer de mama na família, a mamografia e o exame clínico das mamas precisam ser realizados anualmente, sendo a partir dos 35 anos de idade (SANTOS; CHUBACI, 2011).

Abordando sobre a mamografia, Rocha et al, (2011), abordam sobre os tipos considerados mais comuns de anormalidades que são visíveis em imagens do exame de mamografia, onde essas anormalidades são a presença de calcificações, sejam elas benignas ou malignas; presença de massas circulares e bem definidas; massas espiculadas; massas com mal definição e ainda distorção de arquitetura. Essas massas correspondem a um aglomerado de células que se unem de uma forma mais densa quando relacionada ao tecido que a envolve. O aglomerado formado pelas células pode ser causado por câncer de mama, como também pode ter sido causado por condições benignas.

As probabilidades de malignidade são estabelecidas a partir de algumas características das massas, sendo elas: o tamanho, a forma e a disposição de suas margens. As calcificações são consideradas depósitos de cálcio que são vistas como pontos brancos na mamograma. Essas calcificações são classificadas de dois tipos: as microcalcificações e as macrocalcificações. No que diz respeito às microcalcificações, as mesmas são depósitos pequenos e indicam uma possível presença cancerígena, dependendo de sua forma. Já as macrocalcificações são apresentadas como grandes depósitos de cálcio e, de forma normal, estão associadas a condições benignas, onde são causadas por inflamações ou envelhecimento das artérias, por exemplo (ROCHA et al, 2011).

Figura 4: Exame de mamografia mostrando mama normal, com cisto e com câncer, respectivamente. Fonte: OLIVEIRA; SILVA; CARVALHO, (2020).

Demais exames de imagem também são implementados como meio para o diagnóstico do câncer de mama, onde os mesmos procuram a ocorrência de alguma lesão mamária. Segundo Nastri; Martins; Lenharte (2011), a ultrassonografia (US) é um método diagnóstico importante e muito difundido em nosso meio, podendo ser utilizado como adjuvante à mamografia quando se têm achados clínico ou mamográfico de caráter anormal, ou também como primeira escolha em determinadas situações especiais, como ocorre nos casos de gravidez, da lactação, de mulheres jovens e também quando se têm estados inflamatórios da mama. Quando há a presença de lesões mamográficas, a US trabalha como um auxílio, não só na caracterização e coleta de biópsias, mas o mesmo também é capaz de identificar lesões adicionais em pelo menos 14% das mulheres que apresentam mamas densas. Silva; Riul, (2011), afirmam que a ultrassonografia é o exame que pode ser feito conforme escolha da mulher que apresente menos de 35 anos de idade, empregado também para mamas mais densas, para nódulos palpáveis com ou sem mamografia negativa, para processos inflamatórios e também para grávidas com sintomas mamários. Segundo Marques et al. (2011), a US tornou-se uma ferramenta de avaliação considerada muito importante no manejo do câncer de mama, onde apresenta alta capacidade de identificar nódulos pequenos e de elucidar lesões que foram inconclusivas na mamografia.

Figura 5: Ultrassonografia apresentando a presença de nódulo mamário. Fonte: VASCONCELOS et al., (2011).

Outro exame de imagem bastante utilizado é a ressonância magnética (RM), onde tem sido muito utilizada para o manejo de pacientes com câncer de mama. A RM das mamas apresenta como uma das principais indicações a verificação do estadiamento locorregional no pré-operatório, pois esse exame apresenta alta sensibilidade no que diz respeito à avaliação da extensão do tumor e também na detecção de tumores, sendo eles: multifocais e multicêntricos (FRANÇA et al., 2017). A RM das mamas apresenta alta capacidade que permite fazer a distinção do tecido normal do câncer através do aumento da vascularização e da permeabilidade capilar nos casos de lesões malignas, podendo ser considerado um exame complementar à mamografia, principalmente no que tange a avaliação da doença que apresenta características sem calcificações e ainda, consegue avaliar o grau de extensão do tumor. A RM apresenta alta sensibilidade para o diagnóstico de CDIS, principalmente os que são de alto grau (TAJIMA et al., 2019).

A ressonância magnética permite o estudo da vascularização das lesões através da administração intravenosa de contraste paramagnético, e apresenta maior sensibilidade, sendo considerada de 94% a 99%. Muitos pacientes apresentam indicação de RM com a finalidade de esclarecer o diagnóstico de resultados que foram considerados inconclusivos nos métodos de imagem convencionais, servindo também para diferenciação entre uma recorrência tumoral e cicatriz cirúrgica em pacientes que já foram tratados anteriormente, estadiamento e planejamento pré-operatório em pacientes com diagnóstico de câncer confirmado e também rastreamento de pacientes de alto risco (MARQUES et al., 2011).

A RM demonstra bons resultados com o uso do gadolínio (Gd-DTPA) no que diz respeito à distinção de lesões mamárias benignas de malignas. É preconizado que

o exame seja feito entre o sétimo e o vigésimo dia do ciclo menstrual, isso porque em outros períodos o parênquima mamário apresenta mais chance de se impregnar de forma precoce, assimétrica ou com padrão nodular, principalmente nas mulheres na pré-menopausa, podendo limitar o diagnóstico e assim fornecer achados falso-positivos. É um método tridimensional, por isso consegue fornecer resolução exata das extensões do tumor. No momento que é dado o diagnóstico de foco de câncer mamário, pode existir outras lesões na mesma mama, sendo multifocalidade, ou na outra mama, sendo bilateralidade, e que não são detectados nos exames de mamografia ou ultrassonografia (SANTANA; BORGES, 2015).

Figura 6: Ressonância Magnética mostrando a presença de nódulo na mama. Fonte: TAJIMA et al., (2019).

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