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Tratamento Cirúrgico: Mastectomia

Para a escolha do tipo de tratamento, Paredes et al., (2012), afirmam que irá depender do tipo e também do estádio do tumor, considerando que a cirurgia continua sendo a principal opção terapêutica, sendo que se pode contar com ressecção parcial ou total de uma ou de até mesmo, ambas as mamas. Para melhor atendimento à mulher no que diz respeito à cirurgia, é dever do cirurgião que assiste à mulher com câncer de mama dominar as opções cirúrgicas que são disponíveis, onde o mesmo precisa escolher a técnica cirúrgica mais apropriada para cada caso. Segundo Stallbaum et al., (2019), o procedimento cirúrgico localiza-se como primeira linha de escolha de tratamento, isso porque fornece possibilidade de erradicação do tumor e

consequente aumento da sobrevida das pacientes. Existem vários tipos de cirurgia, onde a setorectomia, ressecção ampliada ou quadrantectomia são classificadas como conservadoras, e a mastectomia classificada como não-conservadora.

O tratamento do câncer de mama consiste em primeira linha na retirada do tumor, por meio de cirurgia. Segundo Tournieux (2012), a cirurgia conservadora da mama tornou-se cada vez mais comum nos últimos 30 anos, onde foi aceita de forma mundial como tratamento de escolha em pelo menos 80% de casos em estágios primários de câncer de mama. A cirurgia conservadora apresenta vantagens que influenciam muito na questão estética e funcional da mulher, abrangendo redução da deformidade da mama, apresentando preservação da maior parte do parênquima mamário, conseguindo reduzir a morbidade e o impacto na funcionalidade da mama, tanto no aspecto estético, como no aspecto psicossocial da retirada do tumor.

A retirada do tumor de caráter primário é feita em blocos durante a realização da cirurgia e assim, pelo fato do câncer de mama se caracterizar como sendo uma doença sistêmica, verificou-se a necessidade de tornar-se mandatório a dissecção de ordem axilar completa homolateral, onde apresenta grande possibilidade de também estar acometida por células neoplásicas. Assim, a realização da dissecção axilar completa deve ser feita quando for extremamente necessário, isso após uma avaliação minuciosa do caso, visando evitar mutilação e danos funcionais desnecessários (GONÇALVES et al., 2012).

A cirurgia não conservadora consiste na implementação cirúrgica denominada mastectomia. Segundo Dias et al. (2017), a mastectomia preservadora de pele é indicada para aquelas pacientes que não apresentam critérios para tratamento por meio da cirurgia conservadora e radioterapia, onde as mesmas não apresentam comprometimento cutâneo, e também naquelas mulheres que preferem a retirada da mama por escolha própria. A mastectomia subcutânea, também conhecida como adenectomia mamária terapêutica, está indicada para ser feita em pacientes que não apresentam indicação de cirurgia conservadora que, de forma obrigatória, preencham os critérios de tumores únicos ou múltiplos que apresentam menos de 2 cm, tumores com mais de 2,5 cm do complexo aréolo-papilar; avaliação intraoperatória na região da margem areolopapilar, pelo serviço de anatomia patológica negativa para neoplasia. A mastectomia simples ou total é indicada para aqueles casos nos quais são indicadas a mastectomia juntamente com a biópsia do linfonodo sentinela. A

mastectomia radical é indicada nos casos em que há a presença de carcinomas invasivos que apresentam mais de 3 cm de diâmetro.

A mastectomia é citada como o tratamento mais utilizado para o câncer de mama, onde é responsável por uma série de alterações vivenciadas pelas pacientes que passam por esse processo, isso por se tratar de um processo cirúrgico agressivo, que apresenta-se acompanhado de várias consequências traumáticas para a vida e também para a saúde da mulher (ALMEIDA et al., 2015). De acordo com Cesnik; Santos, (2012), a mastectomia é a cirurgia feita com a finalidade de retirar toda a massa tumoral, onde as intervenções cirúrgicas podem variar de acordo com a extensão da mama em que é sofrida a mutilação, consistindo em intervenções radicais, apresentando uma total ablação da mama e músculos correlatos.

A mastectomia, de forma comum, acompanhada pela retirada dos linfonodos axilares, ou feito o esvaziamento axilar, onde este procedimento é importante no estadiamento e também no controle locorregional do câncer, isso porque é através do sistema linfático que o tumor apresenta chances de emitir metástases locais ou também à distância. O esvaziamento axilar nos últimos anos apresenta-se dando lugar à biópsia do linfonodo sentinela, onde essa técnica é considerada invasiva de forma mínima, sendo destinada aos casos em que ocorre estadiamento mais precoce, baseando-se na retirada dos primeiros linfonodos que recebem a drenagem de linfa do tumor. Assim, a biópsia do linfonodo sentinela reduz o risco de linfedema no membro superior e apresenta taxas de recorrência locorregional em oito anos semelhantes às do esvaziamento axilar. Com isso, parece apresentar melhor custo-efetividade, estimados em 20 anos (HADDAD; CARVALHO; NOVAES, 2015).

A mastectomia é um procedimento que visa à retirada total da glândula mamária, objetivando a redução da incidência e visando a melhora da expectativa de vida de mulheres pertencentes a populações que são consideradas de alto risco para o desenvolvimento da doença, onde é considerado quase sempre inevitável em fases adiantadas da doença. A mulher que passa pelo processo de mastectomia enfrenta uma realidade difícil de conviver após a amputação da mama. Embora o tratamento possa ser determinante para sua sobrevivência, a amputação gera muitos temores (MAJEWSKI et al., 2012). A cirurgia de mastectomia é feita retirando-se todo o tecido mamário e retirando também os tecidos próximos, além da retirada de tecidos adjacentes. A dupla é considerada o tipo mais agressivo de mastectomia, onde a

mesma consiste na remoção das duas mamas (OLIVEIRA; SILVA; CARVALHO, 2020).

A cirurgia é considerada o procedimento mais invasivo dos tratamentos cirúrgicos para o câncer de mama, trazendo sérias implicações para a vida da mulher. Apesar de não ser um recurso utilizado em todos os casos de forma única e obrigatória, o mesmo é bastante utilizado, com frequência elevada. A mastectomia consegue gerar repercussões emocionais importantes, onde altera não somente a imagem física, mas também a imagem psíquica que a paciente possui de si mesma. Bem como qualquer tipo de amputação, a mastectomia é um procedimento invasivo e bastante doloroso, no que tange o caráter físico e psicológico, pois é retirada parte do corpo da pessoa (PEREIRA; BRAGA, 2016).

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