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UniAGES Centro Universitário Bacharelado em Fisioterapia

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Academic year: 2021

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UniAGES

Centro Universitário Bacharelado em Fisioterapia

OLÍVIA SANTOS OLIVEIRA

CÂNCER DE MAMA:

atuação fisioterapêutica na melhora da funcionalidade de mulheres pós-mastectomia

Paripiranga 2021

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OLÍVIA SANTOS OLIVEIRA

CÂNCER DE MAMA:

atuação fisioterapêutica na melhora da funcionalidade de mulheres pós-mastectomia

Monografia apresentada no curso de graduação do Centro Universitário AGES como um dos pré- requisitos para obtenção do título de bacharel em Fisioterapia.

Orientador: Prof. Me. Fábio Luiz Oliveira de Carvalho.

Paripiranga 2021

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OLÍVIA SANTOS OLIVEIRA

CÂNCER DE MAMA:

atuação fisioterapêutica na melhora da funcionalidade de mulheres pós-mastectomia

Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em Fisioterapia à Comissão Julgadora designada pela Coordenação de Trabalhos de Conclusão de Curso do UniAGES.

Paripiranga, 01 de Julho de 2021.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Fábio Luiz Oliveira de Carvalho UniAGES

Prof. Dalmo de Moura Costa UniAGES

Prof.ª Giselle Santana Dosea UniAGES

_________________________

UniAGES

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Dedico este trabalho a Deus, por toda proteção, sabedoria e força. Aos meus pais Gilson e Zenaide, por acreditarem e lutarem por mim e por todo amor. Aos meus avós Isabel e José Carlos, por todo amor e carinho. Ao meu noivo, Robenildo, por toda dedicação à mim, amor, carinho e por acreditar no meu sonho. Aos meus irmãos, por me darem forças e palavras de conforto sempre que precisei. Aos meus familiares e amigos, e aos colegas da faculdade. Gratidão!

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço ao meu maravilhoso Deus, por estar me abençoando todos os dias, cada vez mais. Agradeço por toda proteção dada, pela força para enfrentar esses 5 anos de luta e obstáculos constantes, por manter a minha fé sempre presente, por me sustentar em todos os momentos difíceis e por permitir a concretização desse sonho em minha vida. Obrigada, Deus! Sem ti, eu nada seria!

Aos meus pais, Gilson Batista de Oliveira e Zenaide de Jesus Santos Oliveira por acreditarem no meu sonho, por lutarem sempre por mim, por permanecerem ao meu lado em todos os momentos, por toda disposição prestada à mim para que eu pudesse chegar até aqui, por todo apoio, incentivo, amor, cuidado, preocupação.

Obrigada por acreditarem em mim e no meu sonho. Eu reconheço que não foi fácil para vocês. Mas Deus me permitiu chegar até aqui com essa vitória. E acreditem, foi tudo por vocês!

Aos meus avós, Izabel e José Carlos, por sempre me prestarem apoio, sempre me incentivando e acreditando nos meus sonhos, sempre me ajudando e fazendo o melhor por mim e para mim. Agradeço à Deus por Ele me permitir ter vocês em minha vida. Obrigada por tudo que fizeram e fazem por mim, por acreditarem que eu chegaria longe e realizaria o meu sonho. Vocês são exemplos de pessoas fortes e de muito amor.

Ao meu noivo, Robenildo Lima de Souza, por todo amor, companheirismo e dedicação. Agradeço por toda ajuda prestada à mim, por sempre me incentivar a seguir em frente mesmo com tantos obstáculos sempre me oferecendo palavras de incentivo e conforto. Por toda paciência que teve e tem comigo nesses longos anos em que em muitos momentos fiquei sobrecarregada e dedicando meu tempo para a faculdade, principalmente nos períodos de estágio. Obrigada por tudo que fez e faz por mim, e por sempre acreditar no meu sonho e na minha capacidade para conseguir alcançar os meus objetivos.

Aos meus irmãos, Uélder, Diogo, Gilson Júnior (Juninho), Bruna (que além de prima é uma irmã para mim) e ao meu primo Demison. Agradeço por sempre permanecerem ao meu lado, por suportar a minha ausência em muitos momentos, por me darem forças e palavras que, em muitos momentos tensos, acalentaram o meu coração, sempre dispostos a me ajudar. Essa vitória também é de vocês.

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As minhas tias maternas Carla, Valenice, Célia e Claudecy, por sempre me ajudarem sempre que precisei, por acreditarem que eu iria vencer, por me fazerem acreditar que eu sempre tive pessoas maravilhosas para contar e por todo amor e carinho dados à mim. Gratidão!

Aos meus(as) tios (as) paternos (as), Maria do Carmo, Marlene, Milza, José Neto, Cícero e José Raimundo, por todo incentivo prestado, por me induzirem sempre a seguir e me fazerem acreditar que tudo daria certo e que eu chegaria à vitória, vocês foram e são muito importantes para mim e para a realização desse sonho.

À minha colega, que se tornou uma amiga muito importante, Natali Almeida Gama. Muito obrigada por toda ajuda, por toda paciência, por sempre estar disposta para sanar as minhas dúvidas e me ajudar, principalmente nesta última fase da graduação. Agradeço por tudo, e sorte minha de ter encontrado alguém tão especial como você no meu percurso. Menina... você é luz!

Aos meus amigos da república dos Cremosinhos por terem me ensinado tanto e aos da Casa Stark. A minha colega de turma, que se tornou amiga e hoje somos como irmãs, Kellem de Jesus Oliveira, que sempre me ajudou em todos os momentos que eu precisei, sempre me deu forças e incentivo, sempre acreditou em mim e onde eu poderia chegar. Obrigada por ser esse ser de luz, e por me mostrar que tenho pessoas boas ao meu lado. E aos demais, Sirlete, Breno, Gislaine, Monique, Joanderson, Guilherme, Débora, Bruna e Maicon.

À minha sogra, Maria Lima, por todo amor, carinho, empenho e incentivo para me manter firme nessa luta. À minha amiga Jaqueline Bispo, por sempre me impulsionar a seguir e não temer os obstáculos que eu teria que enfrentar. Aos meus amigos, Rosa, Antônio Carlos e Camila, por me acolherem como uma família no momento de estágio, mesmo em meio ao cenário atual de risco. Ao meu melhor monitor, Ernani dos Santos, agradeço por toda ajuda e paciência para ensinar.

Ao meu orientador e professor Fábio Luiz, e aos meus professores da Fisioterapia, Giselle, Beatriz, Elenilton, Maria Fernanda e Ananda. Obrigada por todos os ensinamentos.

Agradeço a todos, e também àqueles que não citei os nomes, mas que fizeram parte dessa minha jornada acadêmica, por acreditarem que eu realizaria o meu sonho e sempre estiveram ao meu lado nessa luta árdua, chamada Graduação.

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O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo.

Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.

José de Alencar

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RESUMO

O câncer de mama feminino é uma doença que ocorre a partir do desenvolvimento acelerado e anormal das células, onde implica numa desordem da funcionalidade do organismo celular da mulher. Para diagnóstico, da doença, é recomendada a realização de exames de imagem, como o uso da mamografia, onde este exame visa investigar casos assintomáticos e também confirmar os casos sintomáticos. Outros exames de imagem como a ultrassonografia e ressonância magnética também são exames bastante utilizados, onde funcionam como complementos da mamografia para confirmação diagnóstica mais detalhada, como calcificação e estadiamento tumoral. Assim como demais doenças, o câncer de mama também possui várias formas de tratamento. A mastectomia é uma das formas de tratamento que objetiva o controle e erradicação da doença. A cirurgia de mastectomia apresenta os seus tipos, onde cada tipo é determinado de acordo com as necessidades que cada paciente apresenta e do comprometimento do tumor. A cirurgia, assim como variados tipos de cirurgia, passa a influenciar no funcionamento do membro superior ipsilateral à cirurgia, e consequentemente, influenciando na qualidade de vida dessas mulheres.

A cirurgia para retirada da mama consegue atingir a mulher de forma negativa, pois a mama é considerada como um símbolo de feminilidade muito forte, passando a influenciar no surgimento de problemas psicológicos, que desenvolvem quadros de ansiedade, depressão, baixa autoestima e vergonha do próprio corpo. Na questão física, a cirurgia influencia para a ocorrência de dor, linfedema, redução da amplitude de movimento e da força e aquisição de posturas antálgicas, comprometendo a funcionalidade. A fisioterapia promove reabilitação dessas pacientes, através de condutas e recursos como a cinesioterapia, eletroterapia, terapias manuais e manipulações, hidroterapia e terapia no espelho. Ressaltando a importância de tratamento com equipe multidisciplinar. Este estudo foi realizado entre os meses de março e abril no ano de 2021, usando materiais das bases de dados: SciELO, PubMed, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Instituto Nacional do Câncer (INCA) e Google Acadêmico, com as palavras-chave: câncer de mama, mastectomia e tratamento fisioterapêutico. Os artigos selecionados para a construção são entre os anos de 2011 e 2021. Os resultados desse estudo abordam sobre a importância, eficácia e benefícios promovidos pela fisioterapia em mulheres com câncer de mama no pós-operatório da realização de mastectomia, enfatizando sobre as condutas necessárias como medidas de tratamento para redução da dor e linfedema, ganho de amplitude de movimento, flexibilidade e força, melhora da postura, e consequente melhora da qualidade de vida.

PALAVRAS-CHAVE: Câncer de mama. Mastectomia. Tratamento fisioterapêutico.

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ABSTRACT

Female breast cancer is a disease that occurs from the accelerated and abnormal development of cells, which implies a disorder of the functionality of the woman's cellular organism. For diagnosis of the disease, imaging tests such as mammography are recommended, where this test aims to investigate asymptomatic cases and also confirm symptomatic cases. Other imaging tests such as ultrasound and magnetic resonance imaging are also widely used exams, where they function as complements of mammography for more detailed diagnostic confirmation, such as calcification and tumor staging. Like other diseases, breast cancer also has several forms of treatment.

Mastectomy is one of the forms of treatment aimed at controlling and eradicating the disease. Mastectomy surgery presents its types, where each type is determined according to the needs that each patient presents and tumor involvement. Surgery, as well as various types of surgery, begins to influence the functioning of the upper limb ipsilateral to surgery, and consequently, influencing the quality of life of these women.

The surgery for breast removal can reach the woman in a negative way, because the breast is considered as a symbol of very strong femininity, starting to influence the emergence of psychological problems, which develop anxiety, depression, low self- esteem and shame of the body itself. In the physical issue, surgery influences the occurrence of pain, lymphedema, reduction of range of motion and strength and acquisition of antalgic postures, compromising functionality. Physiotherapy promotes rehabilitation of these patients, through conducts and resources such as kinesiotherapy, electrotherapy, manual therapies and manipulations, hydrotherapy and mirror therapy. Emphasizing the importance of treatment with multidisciplinary team. This study was conducted between March and April in 2021, using materials from the databases: SciELO, PubMed, Virtual Health Library (BVS), National Cancer Institute (INCA) and Google Scholar, with the keywords: breast cancer, mastectomy and physical therapy treatment. The articles selected for construction are between 2011 and 2021. The results of this study address the importance, efficacy and benefits promoted by physiotherapy in women with breast cancer in the postoperative period of mastectomy, emphasizing the necessary approaches as treatment measures to reduce pain and lymphedema, gain range of motion, flexibility and strength, improved posture, and consequently improve quality of life.

KEYWORDS: Breast cancer. mastectomy. Hewasotherapeutic treatment.

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LISTAS

LISTA DE FIGURAS

1: Demonstração anatômica da mama feminina de forma externa e interna...17 2: Apresentação anatômica da vascularização das artérias presentes na mama...19 3: Vasos linfáticos e ganglionares presentes na estrutura mamária...20 4: Exame de mamografia mostrando mama normal, com cisto e com câncer, respectivamente...33 5: Ultrassonografia apresentando a presença de nódulo mamário...34 6: Ressonância magnética mostrando a presença de nódulo na mama...35 7: Demonstração de imagem corporal de uma mulher mastectomizada unilateralmente...40 8: Movimentos realizados pela articulação glenoumeral: (A) flexão e abdução, (B) rotação interna e externa...51

LISTA DE TABELAS

1: Esquema do processamento para obtenção de corpus...56 2: Apresentação sintética dos estudos abordados...57-61

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LISTA DE SIGLAS

ADM Amplitude de Movimento AVDs Atividades de Vida Diária CA Câncer

CDI Carcinoma Ductal Invasivo CDIS Carcinoma Ductal In Situ CLI Carcinoma Lobular Invasivo CLIS Carcinoma Lobular In Situ CM Câncer de mama

CPI Compressão Pneumática Intermitente DLM Drenagem Linfática Manual

EEAV Estimulação Elétrica de Alta Voltagem INCA Instituto Nacional do Câncer

MMG Mamografia

MMSS Membros Superiores

PNF Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva QV Qualidade de Vida

RM Ressonância Magnética

SIA/SUS Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde SIL Sociedade internacional de Linfologia

SMF Síndrome da Mama Fantasma TDC Terapia Descongestiva Complexa

TENS Neuroestimulação Elétrica Transcutânea TFC Terapia Física Complexa

TRH Terapia de Reposição Hormonal US Ultrassonografia

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...12

2 DESENVOLVIMENTO...16

2.1 Referencial Teórico...16

2.1.1 Anatomia da Mama...16

2.1.2 Principais Tipos, Sintomatologia e Fatores de Risco do Câncer de Mama...20

2.1.3 Epidemiologia e Fisiopatologia...26

2.1.4 Mamografia, Ultrassonografia e Ressonância Magnética como Fatores Diagnosticadores do Câncer de Mama...30

2.1.5 Tratamento Cirúrgico: Mastectomia...35

2.1.6 Diferenças e Conceitos dos Tipos de Mastectomia...38

2.1.7 Alterações Psicológicas durante o Tratamento...41

2.1.8 Prejuízos Funcionais apresentados por Mulheres após a Mastectomia...44

2.1.9 Intervenções Fisioterapêuticas aplicadas com base nas Perdas Funcionais das Mulheres após o Processo de Mastectomia...48

3 METODOLOGIA...55

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...57

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...67

REFERÊNCIAS...70

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1 INTRODUÇÃO

O câncer (CA) é considerado como uma doença com características predominantes apresentadas pela ocorrência de proliferação celular anormal e de forma desordenada, onde a doença pode acometer várias partes do corpo e, em consequência disso, passa a prejudicar sua capacidade funcional. As células de características mutadas e de formas indiferenciadas passam a ser amplamente capazes de disseminar-se por outros tecidos, o que com frequência passa a associar- se à maioria das mortes ocorridas divido o câncer (TONETI et al., 2019).

Dentre os principais tipos de câncer, pode-se citar o câncer de mama (CM), reconhecido de forma mundial como sendo uma das doenças com características de maior prevalência e também alta taxa de incidência dentre os tumores de origem maligna nas mulheres e, considerado também, como o segundo tipo de câncer que ocorre com mais frequência, sendo que o mesmo pode ser dividido em subtipos, e apresenta os seus fatores de risco. De acordo com estatísticas de ordem mundial, são diagnosticados por ano por volta de 1,2 milhões de novos casos, sendo que a sobrevida é de 5 anos em pelo menos cerca de 4,5 milhões desses pacientes, passando a representar uma taxa de mortalidade em torno e 15% de todas as mortes ocorridas por câncer em mulheres, tornando-se assim, a principal causa de morte de mulheres (PAREDES et al., 2012).

Segundo Gazola et al. (2017), o carcinoma de mama pode ser considerado pouco ocorrente em mulheres jovens, que apresentam menos de 35 anos de idade, passando a representar em média 5% a 7% dos casos em algumas séries, porém pode ser percebido a ocorrência de um aumento de sua incidência em faixas etárias de ordem mais jovem. O câncer da mama (CM) é considerado como a segunda neoplasia maligna mais comum presente na população, onde nas mulheres é considerado o mais frequente câncer diagnosticado e ainda, a principal causa de morte por câncer, representando 23%, sendo 1,38 milhões do total de novos casos por ano.

Configurando os métodos para o diagnóstico precoce, preconiza-se a realização de mamografia, sendo esta considerada a mais eficaz, observação da sintomatologia e sinais que podem vir a ser apresentados. A mamografia é considerada uma radiografia da mama, onde consegue detectar lesões iniciais. A

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mesma, pode ser indicada para mulheres assintomáticas para rastrear a neoplasia, assim como também para mulheres sintomáticas, quando se busca casos suspeitos de câncer mamário. Assim, a mamografia permite que a doença seja detectada de forma precoce, contribuindo assim para um tratamento mais eficiente, promovendo menor dano estético e consequentemente, diminuição da morbidade (SANTOS;

CHUBACI, 2011). Já a ressonância magnética (RM) também apresenta a sua importância, pois tem sido cada vez mais empregada em pacientes com câncer de mama. O estadiamento locorregional pré-operatório é considerado um dos principais fatores para a implementação do uso de RM das mamas, pois o exame apresenta alta sensibilidade para a avaliação da extensão do tumor e também para detectar tumores de origem multifocais e multicêntricos (FRANÇA et al., 2017).

Sobre o uso da ultrassonografia (US), Nastri; Martins; Lenharte (2011), afirmam que a US é considerada um método diagnóstico importante e difundido, podendo ser empregado como adjuvante à mamografia para auxilio diagnóstico quando ocorre achados clínicos ou mesmo mamográficos de ordem anormal, ou até mesmo em situações especiais, como ocorre na gravidez, lactantes, jovens ou quando há inflamação da mama. Quando há lesões, a US ajuda na caracterização e também coleta de biópsias, conseguindo também identificar lesões consideradas adicionais em cerca de 14% das mulheres com densidade mamária.

Como medidas de tratamento, pode-se fazer uma abordagem múltipla, onde se configura a utilização da radioterapia, da quimioterapia, da hormonioterapia, e a importante cirurgia de mastectomia (SANTOS SÁ et al., 2020). Enfatizando sobre a cirurgia de mastectomia, a mesma é considerada como um dos métodos mais utilizados para o tratamento do câncer de mama, sendo uma cirurgia que visa à retirada de toda a mama e responsável por diversas alterações que as pacientes vivenciam devido o surgimento de um processo cirúrgico agressivo que pode trazer determinadas consequências traumáticas para a vida e, também para a saúde da mulher (GAZOLA et al., 2017). Sendo assim, segundo Paredes et al. (2012), diz que o tratamento irá depender do tipo do tumor, e também do seu estádio, sendo que a cirurgia continua sendo a principal opção para a terapêutica, enfatizando sobre a ressecção parcial ou total de apenas uma ou de, até mesmo, ambas as mamas.

Com relação ao tratamento cirúrgico, pode ocorrer uma série de complicações, como alterações nos movimentos do membro superior (MMSS), a presença de edema e demais afecções. A articulação do ombro é a mais prejudicada após a mastectomia

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por causa da imobilização prolongada, provocando limitação dos movimentos (TACANI et al., 2013). Segundo Stallbaum et al. (2019), o tratamento do CA poder trazer comprometimentos físicos e ainda psicológicos que desencadeiam perdas funcionais como a presença de dor, ocorrência de linfedema e parestesia, com ainda redução da força muscular, presença de cicatrizes e diminuição da amplitude de movimento (ADM) do ombro que foi feita a cirurgia, e essas complicações podem trazer prejuízos quanto ao retorno das atividades cotidianas, e consequentemente implicando na qualidade de vida das pacientes.

Reconhecendo todos os problemas enfrentados pelas mulheres com CM, é necessário conotar sobre as alterações psicológicas enfrentadas pelas mesmas. De acordo com Santos; Souza (2019), as mudanças que ocorrem devido ao tratamento realizado para o câncer, destaca-se a mudança na aparência física e principalmente, alterações psicossociais, sendo elas: ocorrência de ansiedade, fatores de depressão, redução da libido, e demais problemas físicos e sociais e ainda financeiros. De acordo com Balbino; Rocha; Siviero (2019), o câncer é considerado uma das principais doenças que tem maior prevalência para a ocorrência de depressão, principalmente no que tange a gravidade da doença e, seus efeitos colaterais advindos do tratamento.

Pensando nos fatores psicológicos, onde a mulher depois da mastectomia apresenta queda de autoestima, as técnicas cirúrgicas oncoplásticas e seus avanços promovem a reconstrução mamária, podendo ser imediata ou até mesmo tardia. A reconstrução mamária carrega consigo o objetivo de promover melhora da qualidade de vida (QV), podendo esse procedimento diminuir o impacto emocional e físico provocado pela mutilação (LEITE et al., 2019).

Pensando na contribuição da fisioterapia, a mesma trabalha com a utilização de variados recursos terapêuticos que fornecem condutas e técnicas a respeito da prevenção e, também reabilitação das complicações apresentadas após a cirurgia, bem como nas limitações funcionais originadas devido a todo processo.

Reconhecendo essas informações, os recursos fisioterapêuticos tornam-se a forma considerada mais eficiente de tratamento para as disfunções apresentadas devido a mastectomia, sendo extremamente importante para a manutenção cinético-funcional da região da cintura escapular e promover recuperação dos movimentos dos MMSS (SANTOS SÁ et al., 2020).

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Considerando-se as informações acima supracitadas, de que forma a fisioterapia pode atuar no que diz respeito à melhora da funcionalidade de mulheres que estão no processo de pós mastectomia?

Assim, esta pesquisa apresenta como objetivo geral abordar sobre a atuação fisioterapêutica no que tange a promoção de melhora da funcionalidade de mulheres com câncer de mama, destacando as pacientes que passaram pelo processo de mastectomia, enfatizando a necessidade de melhorara da funcionalidade de acordo com as perdas funcionais apresentadas, e como objetivos específicos apresentar e entender a anatomia da mama, assim como abordar sobre os principais tipos, sintomatologia e fatores de risco do câncer de mama, bem como compreender a sua epidemiologia e fisiopatologia, apresentar a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética como fatores importantes para o diagnóstico da doença, discutir sobre o tratamento cirúrgico, com ênfase na mastectomia e entender os principais tipos de mastectomia, saber as alterações psicológicas desenvolvidas no decorrer do tratamento, bem como identificar os prejuízos funcionais apresentados pelas mulheres depois da cirurgia e reconhecer as intervenções fisioterapêuticas que são empregadas após a realização da mastectomia no que diz respeito às perdas funcionais como forma de melhorar a qualidade de vida.

Contudo, a presente pesquisa trata-se de uma revisão integrativa da literatura científica, que possui relevância extremamente importante, na vida acadêmica, científica e também pessoal, pois a mesma fornece informações que até então são desconhecidas por muitos, no que diz respeito à atuação do profissional de fisioterapia no tratamento de mulheres com câncer de mama que passaram por mastectomia, como profissional capacitado para promover melhora da funcionalidade, e consequentemente, melhora da qualidade de vida.

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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Referencial Teórico

2.1.1 Anatomia da Mama

As mamas são importantes para a fisiologia feminina e apresentam papéis importantes no que tange à sexualidade. A estrutura mamária está situada entre o esterno e a região da axila lateralmente abaixo da região infraclavicular, onde ocupa os espaços da segunda até a sexta costela, onde a mama está situada sobre a fáscia que recobre a região do peitoral maior, do serrátil anterior, do oblíquo externo abdominal e ainda, da bainha do reto abdominal (BARACHO, 2012).

Quando adulta, a mama é constituída de tecido glandular imerso em estroma, onde constitui-se de tecido conjuntivo e também de tecido adiposo. O estroma desempenha papel importante na no funcionamento mamário, onde o mesmo desempenha função de conduzir os vasos sanguíneos, dos nervos e também dos vasos linfáticos. O tecido glandular é apresentado como um sistema ductal arborizado que apresenta capacidade de drenar grupos alveolares ou ácinos, formando assim a unidade básica do secretor. Os ligamentos suspensores que são denominados ligamentos de cooper são responsáveis por sustentar a fáscia superior (BARACHO, 2012).

De acordo com Barbosa et al. (2020), as mamas derivam de glândulas sudoríparas modificadas e apresentam-se normalmente sendo pares e assimétricas e, sua forma pode variar de acordo com as fases da vida, sendo semiesférica.

Apresentam também variação de volume, onde essa variação é individual e está relacionada com as diferentes fases da vida, e ainda, a mama de uma mesma mulher pode apresentar volumes diferentes uma comparada à outra, onde geralmente a esquerda é menor que a direita.

A mama conta com estruturas como os lóbulos, que são formados quando o ducto intralobular terminal e os ductos apresentam revestimento especial, e perdem tecido conectivo; o ducto terminal forma-se quando o ducto extralobular é revestido

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por tecido elástico, e é coberto por células calmares; os ductos lactíferos são um Sistema de canais que apresentam a capacidade de conduzir o leite até a papila, onde se exterioriza através do orifício ductal; o mamilo é uma proeminência de forma arredondada localizada no centro da aréola, e possui as aberturas dos ductos lactíferos. Durante a gravidez o mamilo aumenta de tamanho e a auréola tende ficar mais escura. A aréola é uma parte de cor pigmentada situada no entorno do mamilo- papila mamária, e sua cor varia de acordo com o tom de pele específico de cada mulher. O ácino é conhecido como porção terminal da “árvore” mamária, onde ficam as células secretoras que permitem a produção do leite. O seio lactífero está localizado atrás da aréola onde o leite é liberado por meio da sucção que o bebê faz, é conhecido como depósito de leite (BARBOSA et al., 2020).

Na estrutura externa da mama pode-se contar com a presença da aréola mamária que é uma área de formato circular presente em volta do mamilo, onde a sua coloração vai do róseo ao marrom escuro, com diâmetro por volta de 5 cm. Na região que possui pigmentação, é observada a presença de pequenas elevações chamadas de glândulas areolares, que representam glândulas sebáceas de forma isoladas que desempenham papel de lubrificação durante o processo da lactação; e o mamilo é uma elevação no centro da aréola mamária (MORANO, 2012).

A estrutura interna conta com o tecido celular subcutâneo localizado logo abaixo da pele, onde são encontrados todos os elementos de origem glandular da mama. Doze a vinte lóbulos formam o parênquima secretor da mama, onde estes irradiam do mamilo e cada um possui ducto próprio, onde um pequeno canal apresenta uma dilatação pequena, que é o seio lactífero. Esses lactíferos estão envoltos por uma camada de tecido conjuntivo, onde fornece prolongamentos que se juntam à pele, sendo ligamentos suspensores da mama (MORANO, 2012).

Figura 1: Demonstração anatômica da mama feminina de forma externa e interna.

Fonte: BERNARDES (2011).

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O volume das mamas femininas apresenta variação individual, e variam também de acordo com as fases da vida. Pode-se considerar uma média de 12-13 cm de largura, sendo 10-11 cm de altura e aproximadamente 5-6 cm em sua espessura.

A quantidade de tecido adiposo que envolve o tecido glandular é o que determina o volume e o contorno arredondado das mamas. As dimensões apresentam-se desiguais entre uma mama e outra, onde geralmente a esquerda apresenta-se menor do que a direita. Na infância, apresenta tamanho rudimentar, que aumenta no período da puberdade por causa da ocorrência de desenvolvimento glandular e por causa do aumento da deposição de gordura (BERNARDES, 2011).

Segundo Stephenson; O’Connor (2004), o tecido fibroso tem capacidade de conectar 15 a 20 lobos, onde são formados por lóbulos ou alvéolos que são unidos pelo tecido areolar, pelos vasos sanguíneos e também pelos ductos lactíferos, onde passam a drenar em seios lactíferos. Os ductos formam-se a partir de tecido elástico, que se estreitam de acordo com a entrada na papila ou mamilo, onde são circundados pela aréola que é pigmentada e pelas glândulas areolares.

Durante o processo de gravidez, as mamas passam por alterações devido a ação de hormônios que passam a ser liberados no organismo da mulher, onde faz com que aconteça crescimento e desenvolvimento da mama. Esse processo é necessário para que haja preparação para a produção e armazenamento de leite. O meio endócrino influencia a inervação sensorial da pele periférica. Assim, a inervação do mamilo é importante no que tange a lactação, passando a mediar a ativação dos reflexos neuro-hormonais, onde os mesmos são responsáveis pela retirada do leite da glândula, fazendo liberação da prolactina que é essencial para o processo de manutenção do aleitamento (BARACHO, 2012).

A mama conta em sua estrutura com tecido glandular epitelial, glândula propriamente dita ou mesmo parênquima, tem ainda celuloadiposo e também tecido fibroso. Sendo proveniente de algumas artérias, sendo elas: artéria torácica superior, têm-se ainda a torácica lateral e toraco-acromial, torácica interna e intercostais posteriores. Assim, a torácica superior juntamente com o toraco-acromial posicionam- se pelo bordo superior da mama. Já a torácica lateral desce ao longo do pequeno peitoral pela sua lateral, originando os ramos mamários laterais, alcançando a mama pela borda lateral. Na torácica interna, desce atrás das cartilagens costais, com ramos que atravessam de trás para frente nos espaços intercostais dois, três e quatro, dando origem às artérias mamárias mediais. As artérias intercostais posteriores emitem

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ramos cutâneos de forma lateral que originam as artérias mamárias laterais (BERNARDES, 2011).

Figura 2: Apresentação anatômica da vascularização das artérias presentes na mama.

Fonte: BERNARDES (2011).

A mama conta ainda com a presença de veias que são a axilar, a torácica interna, a cefálica e também superficiais do abdômen. Possuindo também veias localizadas mais profundamente, onde saem da face profunda da mama, conseguem passar pelo músculo grande peitoral e conseguem drenar para as veias denominadas de intercostais. Abordando sobre a linfa, a mesma é proveniente dos lobos onde passa de forma inicial da profundidade para a superfície por canais chamados de canais interlobares. Esses canais prosseguem para os canais interductais e seguem para o plexo subareolar, onde esse plexo comunica-se à duas redes linfáticas denominadas de plexo areolar e o plexo circumareolar (BERNARDES, 2011).

A circulação linfática da mama ocorre da parte profunda para superficial e do centro para a periferia, ocorrendo acúmulo de linfa na região do plexo subareolar, que este se comunica com o plexo areolar, e ainda os linfáticos do parênquima entram em contato com linfáticos cutâneos na área subareolar, onde uma quantidade de linfa considerada pequena é drenada para trás pelos vasos transmurais e subpeitorais. A linfa deixa a mama por meio de vasos principais e acessórios, e grande parte da linfa, compreendendo em média mais de 75%, é drenada para os gânglios axilares. Com relação à inervação da mama, ocorre chegada de nervos simpáticos na glândula com as artérias que ocorre revascularização, há a presença de nervos cutâneos nos nervos

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intercostais, e presença de ramos supraclaviculares do plexo cervical e ramos torácicos do plexo braquial (BERNARDES, 2011).

Figura 3: Vasos linfáticos e ganglionares presentes na estrutura mamária.

Fonte: BERNARDES (2011).

2.1.2 Principais Tipos, Sintomatologia e Fatores de Risco do Câncer de Mama

O câncer é caracterizado como uma doença, onde a mesma surge a partir da ocorrência da proliferação celular de caráter anormal e desordenada, podendo acometer várias partes do corpo e em decorrência desse acometimento passa a prejudicar a capacidade funcional. As células que passam a se apresentar de forma mutadas e ainda indiferenciadas possuem altíssima capacidade e complexidade para se disseminar por outros tecidos (TONETI et al., 2019).

O câncer de mama pode ser configurado como sendo uma neoplasia apresentada por uma grande variação nos quesitos histopatológico e molecular, considerado como o tipo de câncer que mais acomete as mulheres. A patologia apresenta alguns subtipos caracterizados como histopatológicos e apresenta as suas diferenças entre si. O tipo caracterizado como carcinoma ductal invasivo (CDI) da mama é considerado como o mais comum, onde o mesmo é considerado como uma variante infiltrativa onde as células neoplásicas passam a se desenvolver e se proliferar além da camada basal da região dos ductos mamários, passando assim a ter o poder de disseminação para demais locais do corpo. O carcinoma caracterizado

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como ductal invasivo é o subtipo de caráter histológico mais comumente apresentado por mulheres que possuem neoplasia mamária invasiva, onde o mesmo corresponde em média a 84% dos carcinomas invasivos que são diagnosticados (KAMEO et al., 2021).

Outro subtipo do câncer de mama é o carcinoma lobular invasivo (CLI), este consegue atingir em média de 5 a 15% dos casos diagnosticados de cancro invasivo da mama, onde sua incidência se apresenta de maneira crescente. O CLI é diferente do carcinoma ductal invasivo (CDI) que é o tumor invasivo que apresenta maior incidência nas mamas, onde se diferencia tanto na forma de apresentação clínica, como nos aspectos imagiológicos e também histológicos, assim como também no que tange o padrão de metastização. Assim, pode-se conotar as diferenças entre ambos, pois o CDI consegue metastizar em maior frequência para o fígado, pulmão, pleura e também sistema nervoso central. Já o CLI consegue metastizar para a região do trato gastrointestinal, para o peritoneu, para o retroperitoneu, para o ovário, para as leptomeninges e também para a região orbitária (PINTO et al., 2014).

O CLI é considerado uma patologia maligna caracterizada histopatologicamente como a ocorrência de uma neoplasia epitelial lobular invasora, que conta com a presença de células consideradas pequenas e uniformes e que possuem alta relação no que tange a questão de núcleo e também citoplasmática, conseguindo infiltrar o tecido mamário com a forma de fila indiana ou até mesmo como agrupamentos lineares, passando a apresentar algumas variantes como a trabecular, a sólida, a alveolar, a pleomórfica, a mista e ainda a tubulolobular. É considerado o segundo tipo histológico de câncer de mama, e na sua forma clássica, consegue acometer as mulheres mais jovens, destacando também a ocorrência maior na pré- menopausa, mas apresenta um prognóstico melhor quando relacionado ao CDI (OLIVEIRA; FERNANDES; CHAVES, 2015).

O CLI, com relação à questão histológica, é o tipo histológico que apresenta maiores taxas de multicentricidade e ainda bilateralidade. Ressaltando que, é inexistente as diferenças na recidiva local e na cirurgia conservadora entre os Carcinomas Ductais e Lobulares. Já a apresentação clínica é caracterizada por apresentar uma lesão de baixo grau e ainda positividade para receptores de estrogênio, passando a apresentar aumento da consistência de tecido mamário, ocorrência de densidade assimétrica sem definição de margem, presença de massa densa espiculada, assim como também mama densa sem tumor distinto e ainda uma

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discreta massa arredondada presente na mamografia (OLIVEIRA; FERNANDES;

CHAVES, 2015).

Segundo Nunes et al., (2011), o CDI e o CLI são considerados os tipos de câncer de mama que acometem com maiores frequências, considerando-se que sua morfologia tende a seguir um padrão internacional.

Outro subtipo de CM é o carcinoma ductal in situ (CDIS), o mesmo é descrito como a ocorrência de uma lesão precursora do câncer invasivo, onde as células neoplásicas mesmo sem ultrapassarem a região da membrana basal, consegue ter uma forte tendência para a progressão para uma forma invasiva. Dados mostram que o CDIS corresponde em média a 20% do total de novos casos que são diagnosticados de carcinomas mamários (HASSAN et al., 2017).

O CDIS é considerado como uma lesão heterogênea compreendendo uma forma pré-invasiva do câncer de mama, sendo citado como o mais comum entre os tipos não invasivos. Esse subtipo possui um potencial amplamente alto no que tange a evolução para a doença invasiva em pelo menos de 30% a 50% dos casos, principalmente no que diz respeito os subtipos que apresentam alto grau nuclear, que podem progredir para câncer invasivo. O CDIS é assintomático em grande parte das pacientes, onde é encontrado muitas vezes de forma incidental em imagem nos exames de rotina, principalmente pelas microcalcificações presentes na mamografia (TAJIMA et al., 2019).

Com os avanços dos programas de rastreamento por meio do uso da mamografia associada à melhoria da qualidade dos exames de imagem, a detecção precoce aumentou em cerca de 20%. A classificação morfológica do CDIS em grau nuclear é dividida em grupos sendo diferenciadas por baixo grau, grau intermediário e alto grau. Os tumores classificados como baixo grau são diferenciados e não possuem necrose, já os de grau intermediário são moderadamente diferenciados e possuem pequenas áreas de necrose, e os de alto grau nuclear são pouco diferenciados, apresentam áreas de necrose e ainda um alto índice para proliferação celular (TAJIMA et al., 2019).

Outro subtipo de CM é o carcinoma lobular in situ (CLIS), determinado como clássico e é diagnosticado quando se encontra a presença de pelo menos mais da metade dos ácinos de um lóbulo com expansão e ainda distorcidos pelas células proliferadas que, as células do CLIS clássico tendem a apresentar atipia do tipo nuclear de leve a moderada, referidas como tipos A e B. Porém, outras variantes de

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CLIS foram reconhecidas por causa da associação existente com presença de microcalcificações, onde as mesmas são detectadas na mamografia e as mesmas são referidas como variantes pleomórficas (GOBBI, 2012).

Essas variantes pleomórficas incluem lesões que apresentam características de CLIS clássico, apresentando perda de coesão celular e ainda com presença de áreas que fornecem informações da existência de necrose do tipo comedo, apresentando também lesões com pleomorfismo nuclear de forma acentuada, conseguindo adquirir semelhança com o CDIS com as características de alto grau, sendo que podem ou não apresentar características apócrinas. Pesquisas feitas por meio de análises moleculares de neoplasias do tipo lobulares sincrônicas, com as do tipo carcinoma lobular invasor, podendo ser do tipo clássico ou também da variante pleomórfica, conseguem demonstrar concordância no perfil genômico e demonstram que os CLIS são considerados lesões precursoras. Mas, não são obrigatórias dos carcinomas lobulares invasores (GOBBI, 2012).

Os sintomas do CM são considerados importantes e por isso é preciso sempre estar atenuados quanto à aparição dos mesmos para a sua detecção precoce, nos casos sintomáticos, bem como também são importantes os exames de rotina, para detecção precoce nos casos assintomáticos. De acordo com Fayer et al., (2020), o diagnóstico precoce é considerado aquele que é realizado ainda na fase inicial da doença, onde abrange àquelas mulheres que são sintomáticas. Já o rastreamento, é feito por meio do uso de exames, onde o mesmo pode identificar neoplasia em mulheres que são assintomáticas, geralmente é identificado por meio do exame de mamografia.

Com relação à sintomatologia, muitas vezes a identificação do câncer de mama é dada por meio da presença de determinado nódulo no local, podendo ocorrer também na região da axila, com presente alteração na pele, podendo estar associada à dor mamária. A dor mamária é considerada como o principal sinal que ocorre com maior frequência pelas mulheres que desenvolvem o câncer de mama, atingindo uma porcentagem de 60% dos casos. Vale-se ressaltar que esta condição é resultado de uma alteração funcional benigna da mama. A ocorrência de dor é explicada pela ação dos hormônios, onde a mesma apresenta-se de forma intensificada durante o período pré-menstrual. Os sinais e sintomas considerados mais importantes e que ocorrem com muita frequência são alterações nas mamas, aumento da sensibilidade, presença de dor e nódulos, ocorrência de inflamações, e ainda observação de retrações da pele

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e mamilos, assim como também erosões do mamilo e auréola. Outros sinais que são considerados importantes do câncer de mama são a presença de inchaço, alterações observadas na forma da mama, ínguas frequentes na região axilar, notável endurecimento do mamilo, coceira, formação de feridas e liberação de líquidos (OLIVEIRA; SILVA; CARVALHO, 2020).

A idade é considerada fator importante no que tange nos fatores de risco para o desenvolvimento do CM, sendo assim considerado como o segundo principal fator de risco, onde perde somente para o sexo feminino, que é considerado como o principal fator. Pode-se destacar demais fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento desta patologia, sendo eles: a terapia de reposição hormonal (TRH), a densidade mamográfica, fatores do tipo genéticos, doença benigna da mama, a ocorrência de menarca precoce, a nuliparidade, gestação retardada, o não aleitamento materno, a menopausa tardia, fatores associados à prática de atividade física, a estatura e distribuição de gordura corporal, fatores alimentares, a ingestão de álcool e tabagismo, fator étnico e socioeconômico (BELLINI; SANTOS; OSELAME, 2013).

Sabendo-se da existência de fatores de risco associados ao desenvolvimento do CM, faz-se necessário abordar sobre os mesmos. Conforme aponta Batiston et al.

(2011), a idade é considerada o fator mais importante, com exceção do sexo feminino.

Para Bellini; Santos; Oselame, (2013), estudos mostram que os progestagênicos usados na composição de Terapia de Reposição Hormonal (TRH) e também nos contraceptivos orais podem fornecer desequilíbrios da relação estrogênio/androgênio, tendo então como resultado estrogênios não antagonizados, onde esse hormônio circulante trabalharia numa indução maior de proliferação mamária, e assim aumentando o risco para o desenvolvimento da neoplasia. A menarca precoce e a menopausa tardia podem ser consideradas como fator de risco porque aumentam a vida reprodutiva da mulher promovendo considerável estimulação ovariana hormonal contínua, passando a aumentar a chance para ocorrência de deformação celular, tornando-as mais suscetíveis à ação de substâncias carcinogênicas.

Com relação ao aleitamento materno, o mesmo é evidenciado no quesito de proteção, que pode estar associada no que abrange a diferenciação celular, a curta exposição a hormônios sexuais provocada pelo período da amenorreia. Assim as células que tenham passado por algum dano no seu DNA sofrem apoptose epitelial, por causa da intensa esfoliação do tecido mamário que ocorre no período de

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amamentação. Sobre a influência dos fatores genéticos, é perceptível e evidenciado que filhas de mães portadoras de CM apresentam um risco elevado de desenvolver a doença quando são comparadas às mulheres que não possuem relato de história familiar (BELLINI; SANTOS; OSELAME, 2013).

No que diz respeito aos fatores ligados à alimentação, pode-se considerar por meio de estudos científicos que os nutrientes que são encontrados nos alimentos podem promover proteção ou até mesmo risco para a ocorrência de câncer de mama e também outras doenças. O elevado consumo de gordura é considerado como fator de risco para ocorrência de neoplasia de mama e a redução de ingestão de ômega 3, de fibras alimentares e também de carboidratos complexos estão relacionados aos fatores protetores e isso decorre da industrialização da sociedade. Sobre o ganho de peso adquirido na fase de pós-menopausa, com o aumento da espessura da região da hipoderme ocorre aumento dos níveis de estrogênio livres, aumento de insulina e ainda elevação do fator de crescimento. Esses quesitos mencionados quando associados aos fatores pró-inflamatórios conseguem estimular a progressão do ciclo celular e assim inibem a apoptose (BELLINI; SANTOS; OSELAME, 2013).

Com relação à nuliparidade e gravidez com idade mais avançada, nas mulheres com gestação precoce, as células da mama se tornam maduras e assim ficam mais protegidas contra os agentes cancerígenos. Estas características de reprodução estão relacionadas à exposição endógena acumulativa de estrógenos. Já a ingestão de bebidas alcoólicas é apresentada como um grande fator de risco no que tange a indução da neoplasia por se tratar de uma substância cocarcinogênica, quando se relaciona às mulheres que pouco fizeram a ingestão de etanol. Também como fator de risco, têm-se as mulheres que possuem um menor poder aquisitivo, onde as mesmas possuem dificuldade quanto ao acesso gratuito aos exames preventivos de mama, tornando-se assim um fator de risco socioeconômico (BELLINI; SANTOS;

OSELAME, 2013).

Sobre o tabagismo, o hábito de fumar liga-se à mutação no gene TP53, onde essa mutação está associada a uma taxa de menor sobrevida, pois este gene é mencionado como alvo mais comum no que diz respeito às alterações genéticas no processo da neoplasia, estando presente em cerca de 50% dos cânceres humanos.

Já sobre o aumento da densidade, o mesmo está bastante associado ao aumento do tecido glandular e também do estromal, e quando o tecido gorduroso é encontrado em menores quantidades, ocorre aumento de risco para o câncer de mama. E ainda, o

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ligeiro ganho de estatura até atingir a idade adulta, e mulheres mais altas, existe possibilidades que condizem relação ao aumento do risco desta doença. É abordada a possibilidade da exposição precoce do tecido mamário aos hormônios do crescimento e também ao fator do crescimento semelhante à insulina, sendo encontradas no rápido crescimento, podem assim contribuir para o desenvolvimento de doença. E, o exercício físico apresenta-se como um fator de efeito protetor para as mulheres, sem depender de condições da menopausa (BELLINI; SANTOS;

OSELAME, 2013).

2.1.3 Epidemiologia e Fisiopatologia

As neoplasias mamárias são doenças que apresentam alto grau de letalidade para as mulheres, sendo uma das principais causas de mortalidade para esta população, provocando até 23% das mortes por câncer no mundo. O avanço da idade aumenta o risco para o desenvolvimento do câncer de mama, considerando que após os 50 anos, a incidência desta neoplasia é de cerca de dois novos casos para um número de 1.000 mulheres. Assim, é esperado que em 2021 a incidência consiga chegar à marca de 85 novos casos a cada 100.000 mulheres (KAMEO et al., 2021).

Segundo Paredes et al. (2012), o câncer de mama é estabelecido de forma mundial como uma das doenças que apresenta maior prevalência e incidência dentre os tumores malignos que atingem as mulheres, sendo ainda o segundo tipo de câncer mais frequente, sem considerar os tumores de pele não-melanoma. De acordo com uma estatística mundial, a cada ano são diagnosticados cerca de 1,2 milhão de novos casos de CM, apresentando uma sobrevida em média de 5 anos em pelo menos 4,5 milhões de pacientes, promovendo uma taxa de mortalidade de 15% de todas as mortes por câncer que acomete as mulheres, caracterizando-se como o principal fator causador de morte nesse grupo.

De acordo com Santos; Souza (2019), o Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostra que é importante investir em novos conhecimentos sobre essa doença para que se possa estabelecer prioridades, adquirir e fornecer recursos para modificar o cenário observado na população brasileira. Pois, em 2016, eram esperados 57.960 casos novos de câncer de mama no país, com estimativas de 14388 mortes,

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estimando-se um risco de 56,20 casos a cada 100 mil mulheres. Onde, segundo Omobini et al., (2011), é o maior causador de óbitos por câncer na população feminina, principalmente no que tange a faixa etária entre os 40 e 69 anos.

O câncer de mama é considerado o mais incidente, de maior prevalência e com maior taxa de mortalidade entre as neoplasias que acometem mulheres em todo o mundo, com exceção dos tumores de pele não melanoma. Com relação a um contexto global no ano de 2012, apresentava estimativa de aproximadamente 1,7 milhão de novos casos e 0,5 milhão de mortes causadas pela patologia. O Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil estimou-se 56,33 casos em 2018 (FAYER et al., 2020).

É uma das patologias mais temidas entre o público feminino, onde atinge com maior frequência mulheres com faixa etária superior aos 35 anos de idade, onde essa incidência aumenta de forma rápida e progressiva (GONÇALVES et al., 2012). Já de acordo com Gazola et al., (2017), câncer de mama é considerado pouco comum em mulheres mais jovens, com idade inferior a 35 anos, representando em média 5% a 7% dos casos em algumas séries, porém tem sido observada ocorrência de aumento de sua incidência em faixas etárias mais jovens. E segundo Batiston et al., (2011), a incidência da doença cresce de forma rápida até atingir os 50 anos de idade, e após isso, essa elevação passa a ocorrer de maneira mais lenta.

Segundo Bellini; Santos; Oselame (2013), a patologia passa a acometer mulheres, chegando a ser dito como uma patologia comumente apresentada na faixa etária de 45 a 65 anos, onde passa a ter sua curva de incidência apresentada em dois picos, sendo aos 50 e aos 70 anos. Ressaltando também que quando a patologia é apresentada em mulheres com uma faixa etária mais baixa, o grau de agressividade é considerado maior, e ainda, as taxas de ocorrência de metástases e recorrência local são consideradas bastante elevadas.

Os carcinomas caracterizados como invasivos ductais e lobulares são consideradas as formas mais comuns de câncer de mama que atingem com maior frequência, tornando-se evidentes com os dados de prevalência, onde esses dados mostram que o CDI varia entre 50 a 75% e, a do CLI varia entre 5 a 15% de todas as neoplasias invasivas que atingem a mama. São considerados os demais tipos de câncer de mama mais raros os seguintes: o carcinoma medular, o carcinoma mucinoso, o carcinoma papilífero e o carcinoma inflamatório (GONÇALVES et al., 2012).

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As características de caráter epidemiológico e clínico destacadas por Kameo et al., (2021), no que diz respeito aos tumores mamários permitem entender as particularidades das diversas formas de apresentações que acometem as populações ao redor do mundo, originando subsídios para abordagens de forma individualizadas em diversas localidades, com a finalidade de implementação de medidas preventivas e detecção precoce desse problema de saúde pública. Em muitos países em desenvolvimento e também no Brasil, mesmo com o aumento das ações nas formas de prevenção e incorporação de novas evidências e avanços de tecnologias no diagnóstico e tratamento do câncer de mama, a incidência desta neoplasia vêm crescendo nos últimos anos.

Os dados epidemiológicos que estão relacionados ao câncer de mama estão bastante associados às características clínicas que contemplem desde o diagnóstico histopatológico/molecular até os tratamentos utilizados. No que diz respeito às possíveis apresentações de ordem clínica, abordando os carcinomas invasivos, o considerado subtipo ductal é o que acomete com maior prevalência em diversos estudos, onde varia entre 50 a 80%, considerando uma progressão clínica do carcinoma tipo ductal in situ em 10 a 30% das pacientes (KAMEO et al., 2021).

Conforme Nastri; Martins; Lenharte (2011), pode-se considerar que as mulheres que apresentam pelo menos 75% ou mais de tecido fibroglandular, passam a apresentar um risco de em média quatro a seis vezes maior para desenvolvimento do câncer de mama, quando relacionadas às mulheres da mesma idade, mas que apresentam menos de 10% de tecido fibroglandular.

A incidência de câncer de mama apresenta-se de forma elevada em todo o mundo por causa do aumento da expectativa de vida, do aumento da urbanização e também da adoção de hábitos de vida ocidentais. É considerado como o segundo tipo de câncer mais comum de forma mundial e o mais comum no sexo feminino. Em média, mais de 80% das neoplasias de mama são originários do epitélio ductal.

Ressaltando que a sobrevida vem aumentando em países desenvolvidos, onde atualmente atinge em média 85% em 5 anos, e nos países em desenvolvimento atinge entre 50 a 60% em 5 anos (DIAS et al., 2017).

Rodrigues; Cruz; Paixão, (2015), afirmam que câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que apresentam em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que passam a invadir os tecidos e órgãos, tendo a capacidade de se espalhar (metástase) para demais regiões do corpo. Abordando

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sobre o câncer de mama, é um tumor maligno que passa a se desenvolver no tecido da mama. Segundo Inumaru; Silveira; Naves (2011), o câncer é uma enfermidade crônica, que se caracteriza pelo crescimento celular de forma desordenada, o qual resulta de alterações no código genético. De acordo com Castro Filha et al. (2016), o câncer pode ser designado também como neoplasia, que se caracteriza por proliferação do tecido de forma anormal, seja parcial, ou total do controle do organismo, com tendência à autonomia e perpetuação, possuindo efeitos agressivos sobre o corpo.

Os carcinomas de mama são tumores malignos, geralmente caracterizados como adenocarcinomas, onde originam-se das células epiteliais dos ductos lactíferos nos lóbulos das glândulas mamárias, que passam a se disseminar através dos vasos linfáticos, e assim as células cancerígenas passam a ser conduzidas da mama para os linfonodos, sendo geralmente aqueles que se situam na axila, em que se alojam, passando a produzir metástase. Em grande maioria dos casos, podem ser originados a partir de mutações de genes celulares, que são chamados de oncogênese, passando a controlar o crescimento e a mitose celular (OLIVEIRA et al., 2016).

Segundo Dias et al. (2017), a patologia se origina a partir de uma proliferação que se instala de forma incontrolável das células atípicas ou anormais, onde são derivadas de alterações genéticas hereditárias ou mesmo são adquiridas devido à exposição aos fatores de risco ambientais ou fisiológicos. Dessa forma, as alterações genéticas passam a provocar mudanças tanto no crescimento celular, como na morte celular programada, conduzindo assim à formação do tumor.

O crescimento das células cancerosas acontece de forma diferente do crescimento das células normais, pois as células cancerosas não morrem e continuam a crescer de forma descontrolada, passando a formar demais células anormais. As células passam a se dividir rapidamente, apresentando-se agressivas e incontroladas, tendo a capacidade de se espalhar para demais regiões do corpo, originando o câncer (INCA, 2011).

De acordo com Santana; Borges, (2015), o câncer de mama apresenta estágios e estes são denominados de acordo com a sua progressão. Cada estágio é conferido baseado no local da mama em que foi descoberto e também de acordo com a proporção da mama e demais partes do corpo que foram acometidas pela doença. O estágio 0 é identificado quando a doença está exatamente no local onde começou, como é o caso dos carcinomas in situ. O estágio 1 é considerado quando a doença

Referências

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