• Nenhum resultado encontrado

Um dos aspetos com maior importância para otimizar a quantidade e a qualidade dos pintos recém-nascidos está relacionado com o maneio do ovo para incubar (Llobet, 2003 b).

Para que os ovos a incubar mantenham a sua fertilidade e originem uma elevada quantidade de pintos após a eclosão, as condições ambientais existentes no aviário e as práticas de maneio nele adotadas devem ser as melhores. Estes ovos devem manter-se limpos e com a casca intacta, sem qualquer fenda e devem ser armazenados a menos de 20ºC (Mourão, 2005 b).

5.1

Recolha dos ovos

Os ovos devem ser recolhidos pelo menos 4 vezes por dia, podendo chegar a 5 vezes no pico de postura. Como a maior parte dos ovos é posta durante a manhã, é aconselhável fazer pelo menos duas recolhas nesta parte do dia (Llobet, 2003 b). Tatum Farms (1984), citado por Llobet (2013), recomenda que a 1ª recolha seja feita às 8.30h, a 2ª recolha às 11.00h, a 3ª às 14.00h e por fim, a 4ª recolha deve ser feita por volta das 16.30h.

A colocação dos ovos nos tabuleiros deve ser feita de modo a que a pólo mais larga do ovo fique virada para cima. O facto de a câmara-de-ar estar numa posição superior ajuda a melhorar a incubabilidade ao evitar um mau posicionamento do embrião (Llobet, 2003 b).

Nem todos os ovos postos pelas galinhas são adequados para incubação. São rejeitados ovos:

 Partidos

 Casca defeituosa  Sujos

 Com dupla gema

 Pequenos (<52g) - associados a uma mortalidade elevada dos embriões durante o período de incubação, a aberrações cromossómicas e à produção de pintos pequenos pouco vigorosos (Mourão, 2005 b).

26

5.2

Ovos do chão

Um dos principais problemas de um aviário de reprodutores é a postura de ovos no chão. Estes ovos contaminam-se mais rapidamente que os postos no ninho porque o chão está mais sujo e porque os ovos postos no chão arrefecem mais rapidamente (em geral a temperatura ambiente no chão é inferior à do ninho), provocando assim uma maior aspiração de microrganismos que se encontram na sua casca (Mourão, 2005 b).

Os produtores querem ovos limpos para as incubadoras, livres de bactérias, e sem humidade. Na maioria dos casos, os ovos postos no ninho têm mais hipóteses de chegar à incubadora limpos e livres de contaminação excessiva. Se não houver postura no chão não é necessário tanto trabalho para apanhar os ovos do chão e são produzidos mais ovos limpos para incubação. Os ovos do ninho, como já foi referido, têm menos contaminação à superfície, ou seja, têm uma incubabilidade superior e produzem pintos saudáveis (Sbanotto, 2007). Para os produtores de frango de carne, o resultado são pintos mais saudáveis e mais fortes entregues na sua exploração. Para a empresa de produção, ovos postos no ninho significam o aumento do retorno devido a uma maior produção de pintos viáveis (Sbanotto, 2007)

Em termos de objetivos, seria desejável não haver mais de 2-3%, mas em certos pavilhões pode verificar-se 20 a 30% de postura no chão. Isto faz com que cheguem às incubadoras mais ovos sujos do que é aconselhável, prejudicando tanto o nascimento como a qualidade do pinto do dia (Moreno, 2003 b). Não é, no entanto, possível resolver este problema apenas com a recolha dos ovos, sendo também necessárias mudanças no maneio.

Hulzebosch (2006) citado por Oliveira et al., (2010) realizou um teste de campo, com 62 explorações avícolas com reprodutoras de frango de carne. A menor percentagem de ovos postos no chão encontrado foi 0,1% e o maior foi 18%. Isso indica que é possível ter uma larga variação, mas também mostra que é possível alcançar uma postura de ovos no chão quase nula.

Depois da transferência, tanto a percentagem de machos como o seu estado de desenvolvimento, pode influenciar negativamente a postura no solo. Quando há uma percentagem elevada de machos, as galinhas tendem a mover-se pouco e a fazer grupos, aumentando então a postura no chão. Se os machos estão menos desenvolvidos que as fêmeas, estas tendem a ocupar a área onde estão os machos (em redor dos comedouros dos mesmos) e aumentam a postura no chão onde encontram mais alimento (Moreno, 2003 b).

27

Como foi referido anteriormente, os ninhos têm uma extrema importância na postura, pois se estes não forem confortáveis ou em quantidade suficiente, a galinha irá pôr os ovos nos cantos mais escuros ou debaixo dos comedouros. (ISA, s.d.) No momento da postura, a galinha irá procurar por um lugar sossegado onde possa pôr sem risco de agressão. Lugares mais escuros e isolados promovem a postura no chão e devem ser eliminados. Muitas vezes o produtor faz um trabalho excelente ao fornecer o que a galinha requer para que esta ponha os ovos no ninho, mas a galinha vai continuar a pôr ovos no chão (Sbanotto, 2007).

Existem vários itens que precisam ser considerados na redução do número de ovos do chão, incluindo a fase de recria dos animais, relação macho:fêmea, iluminação, ventilação e equipamento (Sbanotto, 2007).

Geralmente os ovos do chão não incubam bem e, por esta razão, não é recomendável usá-los como ovos incubáveis (ISA, s.d.). Os ovos sujos devem ser eliminados e não devem ser armazenados junto dos ovos limpos que são para incubar (ISA, s.d.). No entanto, devido a restrições económicas, se estes forem recolhidos e limpos rapidamente após a postura, podem ser usados na incubação. É importante recolher os ovos do chão o mais frequentemente possível, uma vez que a sua presença estimula outras galinhas a pôr o ovo ao lado. Ao deixar acumular ovos no chão o problema piora (Moreno, 2003 b).

5.3

Desinfeção de ovos incubáveis

No pavilhão de produção os ovos devem ser fumigados com formaldeído e só depois devem ser transportados para o local de armazenamento do centro de incubação (Mourão, 2005 b).

Existem vários métodos para a desinfeção dos ovos mas o formol continua a ser a melhor técnica. Numa sala de fumigação, deve-se juntar o formol com permanganato e, em 20 minutos, a desinfeção está completa (ISA, s.d.).

5.4

Preparação e conservação dos ovos para incubar

Os resultados da incubação dependem em grande parte da fertilidade do bando de reprodução, sendo, no entanto, o armazenamento dos ovos para incubar também um fator muito determinante. Prevenir a morte embrionária é o objetivo principal, e isso depende de vários fatores (Reijrink, 2010).

Se os ovos forem corretamente armazenados e se entre a postura e o início da incubação decorrerem poucos dias, a viabilidade dos embriões e, consequentemente,

28

a incubabilidade são pouco afetadas. As condições de temperatura e a humidade devem ser adequadas à duração do armazenamento e é recomendado que este seja inferior a 8 dias (Mourão, 2005 b). Manter os ovos armazenados por mais de 7 dias provoca um atraso no tempo de incubação, bem como uma diminuição da taxa de nascimentos e da qualidade do pinto. Durante o armazenamento, ocorrem alterações no embrião que provocam a sua morte. Este facto tem um efeito negativo na viabilidade do embrião e, consequentemente, aumentar a mortalidade embrionária (Reijrink, 2010). Moyle (2012) recomenda que os ovos férteis não devem ser armazenados por mais de 10 a 14 dias dado que, após 14 dias de armazenamento, a eclodibilidade começa a diminuir significativamente.

A ISA (s. d) recomenda que, para períodos de armazenamento inferiores a 6 dias, a temperatura da sala de armazenamento de ovos seja mantida entre os 15ºC e os 18ºC, com uma humidade relativa de 80%.

5.4.1

Pré-aquecimento

Um fator de maneio dos ovos para incubação a ter em conta é o pré- aquecimento dos mesmo. Este evita o choque térmico resultante das diferenças de temperatura de armazenamento e de incubação e consequente deposição de humidade nos ovos armazenados, mais frios, quando entram na incubadora. Este pré- aquecimento pode ser obtido mantendo os ovos a temperaturas elevadas durante umas horas antes da introdução na incubadora, por exemplo a 23ºC durante as 12 horas se o período de armazenamento for inferior a 8 dias ou durante as 18 horas se o período de armazenamento for superior a 8 dias. Com esta técnica obtém-se um arranque mais rápido e homogéneo do desenvolvimento embrionário e evitam-se oscilações da temperatura na incubadora (Mourão, 2005 b).

29

Documentos relacionados