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3 Maneio de aves reprodutoras

3.1 Período de crescimento das aves reprodutoras

A fase de crescimento das aves reprodutoras tem como objetivo preparar os machos e fêmeas para a maturidade sexual (Aviagen, 2013 a). Para tal, machos e as fêmeas são criados separadamente desde o primeiro dia de idade até serem transferidos para os pavilhões de produção. No entanto, neste período de crescimento, os fundamentos do maneio são os mesmos para ambos os sexos, excetuando as diferenças de pesos corporais e os programas de alimentação (Aviagen, 2013 a).

3.1.1

Maneio geral das aves em crescimento

No período de cria, que corresponde às primeiras semanas de vida das aves, procura-se assegurar o bom desenvolvimento inicial do pinto e a uniformidade do peso corporal. Os pintos devem ter acesso adequado à luz, calor, alimento e água (Garmon

et al., 2010).

Os comedouros devem ficar cheios de alimento durante os primeiros 7 a 10 dias para promover a ingestão. Tanto os comedouros dos pavilhões, como comedouros adicionais, colocados para incentivar a alimentação dos pintos, devem estar colocados dentro da zona de conforto da fonte de calor. Pode ser também utilizado papel, onde o alimento é colocado diretamente, para estimular a ingestão dos animais.

É, igualmente importante fornecer água limpa, fresca e prontamente disponível. O consumo inadequado de água pode levar à desidratação e provocar a mortalidade, assim como problemas com a uniformidade.

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Uma temperatura ótima é essencial para o desenvolvimento do apetite e da saúde dos pintos. Como a ave não regula eficazmente a sua temperatura até aos 12 a 14 dias de idade, é fundamental fornecer aos animais uma temperatura ambiente adequada e que sejam feitos os ajustes necessários de acordo com o comportamento observado (Aviagen, 2013 a). O calor pode ser proporcionado por fontes variadas (campânulas, aquecedores radiantes, aquecedores de ar forçado ou aquecedores tubulares radiantes). A Tabela 3-1e a Figura 3-1mostram as temperaturas adequadas quando se utiliza o sistema convencional de campânulas e os espaços do pavilhão correspondentes às mesmas.

Tabela 3-1 – Temperatura ideal utilizando o sistema convencional de campânulas num pavilhão de crescimento (Aviagen,2008).

Sistema convencional (Campânulas) Idade (dias) Temperatura (ºC) A B C 1 30 27 25 3 29 26 24 6 28 25 23 9 27 25 23 12 26 25 22 15 25 24 22 18 24 24 22 21 23 23 22 24 22 22 21 27 21 21 21

Figura 3-1 – Zonas correspondestes à temperatura ideal num pavilhão de crescimento (Aviagen, 2008).

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A distribuição adequada de luz durante o período de cria é fundamental para assegurar que os pintos possam comer e beber. O objetivo é estimular o apetite e a atividade o mais cedo possível (Garmon et al., 2010).

Em geral, os machos seguem o mesmo programa de luz que as fêmeas. As aves devem ser criadas sob um fotoperíodo constante de 8 a 9 horas até às 20 a 21 semanas de idade (Infiesta, 2003). Em alternativa, Winchell (2005) recomenda que nos primeiros 4 dias as aves devem receber 23 horas de luz diária com uma intensidade de 20 lux. A fase de crescimento é dividida em dois períodos: entre o 4º dia e a 3ª semana de idade os animais devem receber 15 horas de luz diária com intensidade de 5 lux; a partir da 3ª semana de idade até à 19ª é aconselhável uma redução do fotoperíodo para 11 horas diárias, com a mesma intensidade de 5 lux (Winchell, 2005).

No período entre as 15 semanas de idade até ao momento da foto-estimulação o objetivo é aumentar a uniformidade das aves para o início da maturidade sexual do bando e prepará-las para as exigências fisiológicas da etapa inicial da reprodução. Os aumentos de peso corporal adequados durante este período garantem uma transição suave e uniforme nas fêmeas para a maturidade sexual e produção de ovos e, nos machos, reforçará uma condição física ótima e uniforme, bem como sua fertilidade (Aviagen, 2013 a). O objetivo é manter um bando uniforme de aves que se encontrem dentro dos objetivos de peso corporal, de maneira que a transição para a maturidade sexual ocorra uniformemente e na idade desejada, como já foi referindo anteriormente. (Aviagen, 2013 a)

Como já foi igualmente referido, é uma prática comum transferir as aves do pavilhão de recria para pavilhão de produção. Esta transferência não deve ser feita antes das 18 semanas nem depois das 23 semanas de idade (Aviagen, 2013 a). É também recomendável que os machos sejam transferidos antes das fêmeas para permitir que estes encontrem os comedouros e bebedouros (Aviagen, 2013 a). Os comedouros devem estar completamente cheios, de maneira que as aves tenham acesso imediato ao alimento ao chegarem ao pavilhão de produção.

3.1.2

Alimentação no período de crescimento

Na fase do crescimento, a alimentação dos machos e fêmeas deve ter como objetivo obter um crescimento adequado de modo a atingir a maturidade sexual a uma idade correta, com um peso corporal correto e bandos uniformes. A maturidade sexual deve ser atingida às 24 semanas de idade pesando os machos cerca de 3,2 kg e as fêmeas 2,4 kg. Uma vez que os reprodutores têm um elevado apetite e um grande

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potencial de crescimento, se forem alimentadas ad libitum adquirem pesos excessivos e atingem a maturidade sexual muito cedo. Isto origina, no período de reprodução fêmeas com menor persistência na postura, menor produção de ovos incubáveis e maior ingestão de alimento (Mourão, 2005 b).

Durante o período de crescimento devem ser atingidos os objetivos semanais definidos anteriormente para as aves reprodutoras em crescimento. O não cumprimento destes objetivos pode originar:

• Atraso no início da postura;

• Maior percentagem de ovos deformados; • Maior quantidade de ovos inférteis; • Aumento do choco;

• Perda de uniformidade de pesos corporais e maturidade sexual; • Menor pico de produção;

• Perda de sincronização sexual entre machos e fêmeas (Aviagen, 2013 a) Nos machos, o excesso de peso leva a menores produções de sémen e consequentemente diminui a taxa de fertilidade. Assim, é essencial controlar a ingestão de alimento nesta fase de crescimento (Mourão, 2005 b).

Em relação aos machos, considerando que são responsáveis por 50% da fertilidade do bando, e, consequentemente pela produção de pintos, as práticas de maneio devem receber a mesma, ou mais, atenção que é dada às fêmeas. O maneio dos machos, focado no controlo do desenvolvimento, peso corporal e alimentação, produzirá machos de boa qualidade suficientes para manter a fertilidade e a eclodibilidade durante toda a vida reprodutiva do bando (Garmon et al., 2010).

Uma vez que os machos têm maior potencial de crescimento que as fêmeas, e que as consequências negativas de uma engorda excessiva são também mais acentuadas nos machos, estes devem ser criados com programas de alimentação específicos (Mourão, 2005 b).

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