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O manejo da irrigação com a quantificação da lâmina de irrigação a ser aplicada e a determinação da evapotranspiração nos tratamentos foi realizada pela metodologia da lisimetria de pesagem direta descrita por Lena (2013) e também realizada na mesma área experimental. Essa metodologia consiste na utilização de tanques de metal preenchidos com

solo da própria área experimental e que são apoiados sobre um sistema de pesagem de alta precisão. Basicamente o sistema de lisimetria proporciona a medição das entradas e saídas de água do sistema. Foram utilizados dois lisímetros por área, totalizando, portanto, quatro lisímetros no experimento que foram previamente dimensionados para que sua superfície respeitasse o espaçamento das plantas e o pleno desenvolvimento do sistema radicular e da parte aérea da cultura. Cada lisímetro é cilíndrico e apresenta 3,91 m de diâmetro interno (12 m2 de área) por 1,3 m de profundidade útil do solo. O sistema ainda apresenta um sistema de drenagem que é composto por reservatórios de armazenamento de água constituídos de tubos de PVC, os quais possibilitam o armazenamento da água drenada através do perfil do solo. O detalhamento da calibração e das instalações dos lisímetros utilizados na área experimental é descrita por Flumignan (2012). Na Figura 6 é apresentado um esquema sobre o balanço de água no solo feito pelos lisímetros.

Figura 6 - Balanço hídrico do sistema de lisímetro de pesagem com as entradas e saídas de água do sistema, sendo ET a evapotranspiração, E a evaporação, T a transpiração, I a irrigação, R o escoamento superficial e P a precipitação. Fonte: Lena (2013)

A determinação da quantidade de água necessária para repor a evapotranspiração foi calculada semanalmente para a área irrigada por pivô central. A irrigação foi realizada de maneira manual, ajustando o percentímetro da velocidade de deslocamento circular (caminhamento) do pivô a cada irrigação, de forma que fosse aplicada a lâmina de água desejada. Um dia anterior à irrigação, os dados dos lisímetros foram coletados e analisados, sendo possível verificar a lâmina de água que foi necessária para repor na semana, colocando o armazenamento de água no solo na condição de capacidade de campo para os tratamentos

irrigados. A determinação da evapotranspiração da cultura (ETc) para o posterior manejo da lâmina a ser reposta pela irrigação foi determinada pela contabilidade das entradas, saídas e armazenamento de água nos lisímetros (LENA, 2013).

A profundidade efetiva do sistema radicular considerada foi de 50 cm, baseado principalmente nos trabalhos de Krishnamurthy et al. (2012) e Alves Júnior et al. (2014) que apresentam que o sistema é capaz de atingir profundidades maiores que 1 metro; porém, apresenta a maioria das raízes, principalmente as responsáveis pela absorção de água, nas camadas mais superficiais. A capacidade de água disponível (CAD) foi determinada a partir dos valores de umidade volumétrica do solo no ponto de murcha permanente e na capacidade de campo obtidas para cada área de manejo hídrico adotado.

Devido à alta escassez hídrica ocasionada pela baixa pluviosidade ocorrida durante o ano agrícola de 2014 em toda a região Sudeste e no município de Piracicaba-SP e com a drástica redução do nível do reservatório localizado na Fazenda Areão, as práticas de irrigação e o seu manejo foram realizados apenas no primeiro ciclo de avaliação (3º ano de cultivo) sendo suspensas no ciclo seguinte, devido a sua impossibilidade pelo baixo nível do reservatório no local e para que o mesmo pudesse se reestabelecer em um menor período de tempo. Com o cessamento das irrigações na área de cultivo sob o pivô central a partir do segundo ciclo de avaliação, todas as coletas e análises realizadas nos tratamentos de adubação localizados na área antes irrigada por pivô central passaram a ser consideradas como medições dos tratamentos em uma área com histórico de irrigação, visto que, desde a sua implantação o local fora irrigado tendo o seu manejo adequado de irrigação de forma a suplementar o déficit hídrico nos períodos mais secos do ano, onde o regime de chuvas não era capaz de suprir a demanda evapotranspirométrica da cultura em determinado período.

Mesmo a localização da área experimental irrigada estando próxima da região dos dois lisímetros de pesagem, de forma que os tratamentos recebidos com as diferentes doses de irrigação apresentassem condições de textura do solo e relevo semelhantes ao das plantas localizadas nos dois lisímetros, não foi realizado um manejo quanto à quantificação das lâminas de água requeridas por cada tratamento, visto que, com as diferentes doses de adubação nitrogenada o crescimento e consequentemente a evapotranspiração das parcelas irrigadas são diferentes. Assumiu-se para este estudo, um manejo da irrigação a partir dos dados coletados de plantas inseridas nos lisímetros e que estavam em plenas condições de desenvolvimento e sem restrição de nutrientes, onde a prática de irrigação serviu-se apenas para complementar a falta de água nos períodos mais secos do ano que é ocasionado pela diminuição das chuvas, comparando com uma área onde não se fez o uso da irrigação.

Possibilidades como a variação da lâmina de irrigação no equipamento de pivô central com a substituição de diferentes tipos de bocais com as mais variadas vazões e dispondo os tratamentos em linhas curvilíneas no sentido de rotação do pivô chegaram a ser pensadas; entretanto, foram rapidamente descartadas, já que esse sistema de irrigação comporta uma área total de 10,5 ha na Fazenda Areão, e além de atender a área cultivada por pinhão-manso de 1,0 ha que corresponde apenas a 9,5% da área atendida pelo pivô central, o mesmo equipamento atende à necessidade hídrica de outras áreas de cultivo, incluindo áreas de experimentos de outros projetos de pesquisa.