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2.3 Contabilidade de Custos

2.3.4 Formação do Preço de Venda

2.3.4.2 Margem de Contribuição

A margem de contribuição contribui para a formação do lucro.

De acordo com Leone (2008, p. 380),

A margem de contribuição é a diferença entre as receitas e os custos diretos e variáveis identificados a um produto, linha de produtos, serviços, processos, segmentos, enfim, a cada um dos objetos em que se pode dividir a atividade de uma empresa.

Segundo Padoveze,

Representa o lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade de produto. Significa que em cada unidade vendida a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa. (PADOVEZE, 2000, p. 269).

Para a obtenção da margem de contribuição, utiliza-se a seguinte fórmula: MC = PV – (CV+DV)

MC = Margem de Contribuição PV = Preço de Venda

CV = Custos Variáveis DV = Despesas Variáveis

Na mesma linha, Warren, Reeve e Fess (2001, p. 96) “A margem de contribuição é a relação entre custo, volume e lucro. É o excesso da receita de vendas sobre os custos variáveis”. Ainda Warren, Reeve e Fess (2001) salienta a importância da margem de contribuição para o planejamento empresarial, uma vez que esta possibilita conhecer informações sobre o potencial de lucro da empresa.

Segundo Wernke (2001, p. 42) “a margem de contribuição é o valor resultante da venda de uma unidade, após deduzidos os custos e despesas variáveis associados ao produto comercializado. Tal valor contribuirá para pagar os custos fixos da empresa e gerar o lucro”.

Ainda Wernke, identifica as seguintes vantagens e limitações da margem de contribuição,

a) É um instrumento para avaliar a viabilidade de aceitação de pedidos em condições especiais. Por exemplo: quando existem restrições de matéria-prima ou horas de trabalho disponíveis ou por preços e quantidades diferentes dos praticados;

b) Ajudam a administração a decidir que produtos devem merecer maior esforço de venda ou colocados em planos secundários ou simplesmente tolerados pelos benefícios de vendas que possam trazer a outros produtos;

c) São essenciais para auxiliar os administradores a decidirem se um segmento produtivo (ou de comercialização) deve ser abandonado ou não;

d) Podem ser usadas para avaliar alternativas quanto a reduções de preços, descontos especiais, campanhas publicitárias especiais e uso de prêmios para aumentar o volume de vendas. As decisões desse tipo são determinadas por uma comparação dos custos adicionais, visando ao aumento da receita de venda. Quanto maior for o índice de margem de contribuição, melhor é a oportunidade de promover vendas. Quanto mais baixo o índice, maior será o aumento do volume de vendas necessário para recuperar os compromissos de promover vendas adicionais;

e)A margem de contribuição auxilia os gerentes a entenderem a relação entre custos, volume, preços e lucros, fundamentando tecnicamente as decisões de venda; f)Basear o cálculo dos preços de venda somente com dados da margem de contribuição pode resultar em valores que não cubram todos os custos necessários para manter as atividades a longo prazo;

g)É útil para a tomada de decisões de curto prazo, mas pode levar o administrador a menosprezar a importância dos custos fixos, (WERNKE, 2001, p. 44).

Enfim, a margem de contribuição embasa as decisões em relação a execução de uma venda e suas vantagens ou não para a empresa.

2.3.4.3 Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio indica a quantidade mínima de venda da empresa para seu resultado ser igual a zero.

Para Warren, Reeve e Fess (2001, p. 98) “O ponto de equilíbrio é o nível de operações no qual as receitas e os custos de uma empresa são exatamente iguais”. Já para Vieira, Kelm e Clebsch (2006, p. 26) “é o ponto em que o lucro operacional é igual a zero, ou seja, no qual o total das receitas operacionais e o total dos custos e despesas operacionais se igualam”.

Segundo Padoveze, o ponto de equilíbrio,

Evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para fabricar\vender o produto. No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros, (PADOVEZE, 2000, p. 269).

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O ponto de equilíbrio representa o nível de vendas em que a empresa opera sem lucro ou prejuízo. Ou seja, número de unidades vendidas no ponto de equilíbrio é o suficiente para a empresa pagar seus custos fixos e variáveis, sem gerar lucro.

O ponto de equilíbrio contábil pode ser calculado da seguinte maneira:

PE = CF + DF MC PE = Ponto de equilíbrio

CF = Custos Fixos DF = Despesas fixas

Nessa linha, Vieira, Rossi e Pocai (2003, p. 45) destacam,

Dentre as vantagens proporcionadas pela utilização do cálculo de ponto de equilíbrio, está o fato de que a partir dele o gestor poderá ter uma noção de quantas unidades deverão ser vendidas para se obter determinado montante de lucro, bem como os reflexos que terá no resultado da empresa se aumentar os custos fixos, além de poder analisar qual seria a conseqüência de um determinado desconto no preço de venda, e ainda, com um aumento ou diminuição no preço de venda, saber como ficar o resultado.

Dessa forma, o ponto de equilíbrio apresenta-se como instrumento importante de gestão, pois informa a quantidade mínima a ser vendida, evidenciando a situação dos negócios da empresa.

2.3.4.4 Margem de Segurança

A margem de segurança fornece informações sobre quais quantidades e valores a empresa pode operar.

Segundo Wernke (2001, p. 62) “A margem de segurança é o volume de vendas que supera as vendas calculadas no ponto de equilíbrio. Ou seja, representa o quanto as vendas podem cair sem que haja prejuízo para a empresa”.

Já para Warren, Reeve e Fess (2001, p. 109) “A diferença entre a receita de vendas atuais e as vendas no ponto de equilíbrio é chamada de margem de segurança, que indica o decréscimo nas vendas que pode ocorrer antes de atingir um prejuízo operacional”.

Corroborando, Vieira, Kelm e Clebsch (2006, p. 27) “A margem de segurança é a relação entre o volume de vendas previsto (ou volume de vendas orçado) e o volume de vendas no ponto de equilíbrio”.

Da mesma forma, salienta Padoveze,

Margem de segurança pode ser definida como o volume de vendas que excede às vendas calculadas no ponto de equilíbrio. O volume de vendas excedente para analisar a margem de segurança pode ser tanto o valor das vendas orçadas como o valor real das vendas, (PADOVEZE, 2000, p. 287).

Ainda, segundo Padoveze (2000, p. 287), a fórmula para cálculo da margem de segurança é a seguinte:

Margem de segurança (MS) = Vendas reais/orçadas (–) Vendas no PE

Em virtude da margem de segurança, as empresas obtêm a quantidade a ser vendida acima do ponto de equilíbrio. Dessa forma consegue saber o quanto tem que ser vendido após as vendas para cobrir as despesas fixas e os custos de compra das mercadorias.

2.4 Fluxo de Caixa

O Fluxo de Caixa contribui para a tomada de decisões em uma organização. Em relação a este, foi estudado o método direto e indireto, bem como a importância desse instrumento como auxiliar de gestão.

2.4.1 Conceito

Há vários conceitos sobre fluxo de caixa, dentre eles, de acordo com Zdanowicz (1995, p. 24) “Fluxo de Caixa é o instrumento que relaciona o conjunto de ingressos e de desembolsos de recursos financeiros pela empresa em determinado período”. Ainda segundo Zdanowicz,

O fluxo de caixa pode ser também conceituado como: o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar o somatório de ingressos e de desembolsos financeiros da empresa, em determinado momento, prognosticando

assim se haverá excedentes ou escassez de caixa, em função do nível desejado de caixa pela empresa. (ZDANOWICZ, 1995, p. 24).

2.4.2 Finalidade

O fluxo de caixa tem a finalidade de produzir informações sobre a situação do caixa da empresa. Segundo Frezatti (1997, p. 27),

Geração de caixa é algo fundamental na organização, em seu estágio inicial, em seu desenvolvimento e mesmo no momento de sua extinção. Toda a teoria de finanças leva em conta isto. Afinal, as decisões empresariais buscam, de alguma forma, demonstrar a geração de caixa que possam trazer, seja um projeto de investimento isolado, tendo seu mérito avaliado, ou um caso de fusões e aquisições em que o EVA (Economic Vale Added) seja identificado.

Para Zdanowicz,

O fluxo de caixa é o instrumento mais importante para o administrador financeiro, pois através dele, planeja as necessidades ou não de recursos financeiros a serem captados pela empresa. De acordo com a situação econômico-financeira da empresa ele irá diagnosticar e prognosticar os objetivos máximos de liquidez e de rentabilidade para o período de apreciação, de forma quantificada em função das metas propostas, (ZDANOWICZ, 1995, p. 28).

Ainda de acordo com Zdanowicz (1995, p. 5-6) “O fluxo de caixa busca, ainda, o equilíbrio financeiro entre as entradas e saídas de dinheiro da empresa e dimensiona o capital de giro necessário para que a empresa possa autofinanciar o seu ciclo operacional de caixa”.

Para a contabilidade gerencial o fluxo de caixa segundo Frezatti (1997, p. 28),

Com o fortalecimento dos relatórios gerenciais gerados pela contabilidade se pretende aliar a potencialidade do fluxo de caixa para melhor gerenciar suas decisões. Trata-se de considerar que o fluxo de caixa também deva ser arrolado como instrumento que traga subsídios para o processo de tomada de decisões.

Em relação à elaboração do fluxo de caixa foi abordado o método direto e indireto, que demonstram as duas formas utilizadas na elaboração de um fluxo de caixa e suas respectivas vantagens e desvantagens.

2.4.3 Método Direto

O método direto identifica toda a movimentação que ocorreu diretamente nas disponibilidades, evidenciando suas entradas e saídas de caixa. Segundo Campos Filho (1999, p. 29-30) “O Método Direto consiste em classificar os recebimentos e pagamentos de uma empresa utilizando as partidas dobradas”. Para Zdanowicz,

Este método consistirá nas projeções de ingressos e de desembolsos operacionais ou não, resultante de vendas ou compras estimadas de itens do ativo imobilizado, assim como parcelas indicativas de aumentos ou reduções de contas credoras ou devedoras da empresa, (ZDANOWICZ, 1995, p. 138).

Em relação às vantagens deste método de acordo com Campos Filho (1999, p. 30) “a vantagem desse método é que permite gerar as informações com base em critérios técnicos, eliminando, assim, qualquer interferência da legislação fiscal”.

Ainda, sobre as vantagens desse método Campos Filho,

- Cria condições favoráveis para que a classificação dos recebimentos e pagamentos siga critérios técnicos e não fiscais;

- Permite que a cultura de administrar pelo caixa seja introduzida mais rapidamente nas empresas;

- As informações de caixa podem estar disponíveis diariamente. (CAMPOS FILHO, 1999, p. 48).

Já sobre as desvantagens do método direto, cita o mesmo autor,

- O custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos;

- A falta de experiência dos profissionais das áreas contábil e financeira em usar as partidas dobradas para classificar os recebimentos e pagamentos. (CAMPOS FILHO, 1999, p. 48).

O método direto é um importante instrumento de gestão a fornece as informações com maior rapidez.

2.4.4 Método Indireto

No método indireto, utiliza-se o lucro líquido para ajuste de fluxo de caixa. De acordo com o FAS apud Campos Filho (1999, p. 40),

As empresas que decidirem não mostrar os recebimentos e pagamentos operacionais deverão relatar a mesma importância de fluxo de caixa líquido das atividades operacionais indiretamente, ajustando o lucro líquido para reconciliá-lo ao fluxo de caixa líquido das atividades operacionais (método indireto).

Este processo tem por objetivo eliminar os efeitos, ainda, segundo a FAS apud Campos Filho (1999, p. 40),

- De todos os diferimentos de recebimentos e pagamentos operacionais passados e de todas as provisões de recebimentos e pagamentos operacionais futuros; e

- De todos os itens que são incluídos no lucro líquido que não afetam recebimentos e pagamentos operacionais.

Em relação às vantagens desse método, segundo Campos Filho,

- Apresenta baixo custo. Basta utilizar dois balanços patrimoniais (o do início e o do final do período), a demonstração de resultados e algumas informações adicionais obtidas na contabilidade;

- Concilia lucro contábil com fluxo de caixa operacional líquido, mostrando como se compõe a diferença. (CAMPOS FILHO, 1999, p. 48).

Já em relação às desvantagens, cita o mesmo autor,

- O tempo necessário para gerar as informações pelo regime de competência e só depois convertê-las para regime de caixa. Se isso for feito uma vez por ano, por exemplo, podemos ter surpresas desagradáveis e tardiamente;

- Se há interferência da legislação fiscal na contabilidade oficial, e geralmente há, o método indireto irá eliminar somente parte dessas distorções. (CAMPOS FILHO, 1999, p. 48).

O fluxo de caixa pelo método indireto não é muito usado pelas pequenas e médias empresas, em virtude da complexidade para sua elaboração e também devido às desvantagens já citadas.

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