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A relevância da contabilidade gerencial na gestão de uma loja de confecções

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DECON - DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

A RELEVÂNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL NA GESTÃO DE

UMA LOJA DE CONFECÇÕES

(Trabalho de Conclusão de Curso)

JHONATTAN FERREIRA MORAIS

IJUÍ (RS) 2011

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UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DECON - DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

A RELEVÂNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL NA GESTÃO DE

UMA LOJA DE CONFECÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado no curso de Ciências Contábeis da UNIJUI, como requisito para aprovação do componente curricular Trabalho de Conclusão de Curso. JHONATTAN FERREIRA MORAIS

Profa. Orientadora: Eusélia Paveglio Vieira

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AGRADECIMENTOS

Todo caminho trilhado é agregador de experiências, de conhecimento e no fim de tudo um aprendizado. E com esse trabalho não foi diferente, nesse contexto de construção de conhecimento são muitas pessoas merecedoras de agradecimentos.

Primeiramente agradeço a Deus por iluminar o meu caminho e pela dádiva da vida.

A minha mãe Ivanir por todo incentivo, apoio, perseverança e por não medir esforços para que eu pudesse alcançar esta etapa da minha vida.

A minha irmã Thays e toda minha família, que de uma forma ou outra contribuíram para que eu pudesse realizar o meu sonho.

A minha noiva Fernanda que sempre esteve ao meu lado e quando precisou muitas vezes abdicar de minha presença, foi compreensiva.

Aos proprietários da empresa que disponibilizaram todas as informações para que eu pudesse realizar o trabalho.

A todos os professores que contribuíram para minha formação e principalmente a professora, orientadora e amiga Eusélia Paveglio Vieira, por todo o apoio, compreensão dedicação e paciência na orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão deste trabalho.

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SUMARIO LISTA DE FIGURAS...06 LISTA DE GRÁFICOS...07 LISTA DE QUADROS...08 INTRODUÇÃO ... 10 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 11 1.1 Definição do Tema ... 11 1.2 Caracterização da Organização ... 11 1.3 Problematização do Tema ... 13 1.4 Objetivos ... 14 1.4.1 Objetivo Geral ... 14 1.4.2 Objetivos Específicos ... 14 1.5 Justificativa ... 14 1.6 Metodologia ... 15 1.6.1 Classificação da Pesquisa ... 15

1.6.1.1 Do Ponto de Vista de sua Natureza ... 15

1.6.1.2 Do Ponto de Vista de Seus Objetivos ... 16

1.6.1.3 Do Ponto de Vista da Forma de Abordagem do Problema ... 17

1.6.1.4 Do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos ... 17

1.6.2 Plano de Coleta de Dados ... 19

1.6.2.1 Instrumentos de Coleta de Dados ... 19

1.6.4 Plano de Análise e Interpretação de Dados ... 20

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 21 2.1 Contabilidade ... 21 2.1.1 Conceito ... 21 2.1.2 Finalidade ... 22 2.1.3 Campos de Atuação ... 23 2.2 Contabilidade Gerencial ... 23 2.2.1 Conceito ... 23 2.2.2 Aplicação e Finalidade ... 24

2.2.3 Contabilidade Gerencial e Contabilidade Financeira ... 25

2.3 Contabilidade de Custos ... 27

2.3.1 Conceito e Finalidade ... 27

2.3.2 Custos na Atividade Comercial ... 28

2.3.2.1 Conceito e Finalidade ... 28

2.3.2.2 Custos Relativos à Aquisição das Mercadorias ... 29

2.3.2.3 Despesas Relativas à Venda de Mercadorias ... 30

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2.3.3.1 Despesas Operacionais ... 31

2.3.3.2 Despesas Administrativas ... 31

2.3.3.3 Depreciação ... 32

2.3.3.4 Custos com Pessoal... 32

2.3.3.5 O Sistema de Custeio Variável Aplicado no Comércio ... 32

2.3.4 Formação do Preço de Venda ... 33

2.3.4.1 Análise Custo Volume Lucro ... 35

2.3.4.2 Margem de Contribuição ... 36 2.3.4.3 Ponto de Equilíbrio ... 37 2.3.4.4 Margem de Segurança ... 38 2.4 Fluxo de Caixa ... 39 2.4.1 Conceito ... 39 2.4.2 Finalidade ... 40 2.4.3 Método Direto ... 41 2.4.4 Método Indireto ... 41

2.5 Sistemas de Informações Gerenciais ... 42

2.5.1 Conceito ... 43

2.5.2 Sistema Operacional ... 45

2.5.3 Sistema Gestão ... 45

2.5.4 Níveis do Sistema de Informações Gerenciais ... 45

2.5.5 Tecnologia da Informação (TI) ... 47

2.5.6 Qualidade da Informação ... 48

3 A RELEVANCIA DA CONTABILDIADE GERENCIAL NA GESTÃO DE UMA LOJA DE CONFECÇÕES: ESTUDO DE CASO ... 50

3.1 Estrutura da Empresa ... 50

3.1.1 Atividade de Compras ... 50

3.1.2 Atividade de Vendas ... 51

3.1.3 Atividade de Controle de Estoques ... 52

3.1.4 Controle Financeiro ... 53

3.2 Custo de Aquisição dos Produtos ... 56

3.2.1 Cálculo do Custo de Aquisição dos Produtos ... 56

3.3 Apuração das Despesas Mensais da Empresa ... 57

3.3.1 Custo com Salários e Encargos Sociais Trabalhistas ... 57

3.3.2 Cálculo do custo com Depreciação/mês ... 59

3.3.3 Levantamento das Despesas Mensais ... 59

3.4 Faturamento mensal dos produtos em estudo ... 61

3.4.1 Total das Despesas Mensais Proporcionais aos Produtos em Estudo ... 63

3.5 Apuração da Margem de Contribuição das Mercadorias em Estudo ... 64

3.5.1 Mark-up Preço de Venda Orientativo e Preço de Venda Mínimo ... 64

3.5.2 Formação do Preço de Venda ... 66

3.5.3 Preço de Venda Praticado x Preço de Venda Orientativo ... 67

3.5.4 Margem de Contribuição Unitária (MCU) e Margem de Contribuição Total (MCT) ... 69

3.6 Cálculo do Ponto de Equilíbrio (PE) ... 78

3.6.1 Ponto de Equilíbrio Baseado no Preço Praticado ... 78

3.6.2 Ponto de Equilíbrio Baseado no Preço Orientativo ... 81

3.6.3 Comparativo PE Preço Praticado e PE Preço Orientativo ... 83

3.7 Margem de Segurança Operacional (MSO) ... 84

(6)

3.7.2 Margem de Segurança Operacional Preço Orientativo ... 86

3.7.3 Comparativo MSO Preço Praticado x MSO Preço Orientativo ... 87

3.8 Apuração do Resultado dos Produtos em Estudo ... 88

3.8.1 Resultado com base no Preço Praticado ... 88

3.8.2 Resultado com base no Preço Orientativo ... 91

3.8.3 Comparativo Resultado Pv Praticado x Pv Orientativo ... 92

3.8.4 Comparativo Receita Total x Resultado ... 93

3.8.4.1 Receita Total x Resultado Pv Praticado ... 93

3.8.4.2 Receita Total x Resultado Pv Orientativo ... 94

3.9 Fluxo de Caixa ... 95

3.9.1 Método Direto ... 96

3.9.3 Rotatividade de Estoques ... 98

3.10 Sistemas de Informações Gerenciais ... 102

3.10.1 Informações Gerenciais ... 102

3.10.2 Níveis e Periodicidade das Informações ... 104

3.10.3 Sistemas de Informações na Contabilidade Gerencial ... 109

CONCLUSÃO ... 110

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Organograma da loja de confecções ... 12

Figura 01: Fluxograma do setor de compras ... 51

Figura 02: Fluxograma de vendas ... 52

Figura 03: Fluxograma de Estoques ... 53

Figura 04: Fluxograma de Contas a Pagar ... 54

Figura 05: Fluxograma de Contas a Receber ... 55

(8)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Despesas mensais da loja ... 60

Gráfico 02: Comparativo MCT Pv Praticado x Pv Orientativo ... 77

Gráfico 03: Comparativo Qt Vendida e Qt no PE ... 81

Gráfico 04: Comparativo Qt Vendida e Qt no PE ... 83

Gráfico 05: Comparativo MSO Pv Praticado x Pv Orientativo – Linha Masculina ... 87

Gráfico 06: MSO Pv Praticado x Pv Orientativo – Linha Feminina ... 88

Gráfico 07: Receita Total x Resultado Pv Praticado ... 94

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Comparação entre a Contabilidade Gerencial e Contabilidade Financeira. ... 26

Quadro 01: Custo de Aquisição de Mercadorias ... 56

Quadro 02: Despesas com Pessoal (R$) ... 58

Quadro 03: Gastos com pessoal ... 58

Quadro 04: Depreciação mensal da loja ... 59

Quadro 05: Despesas Mensais da Loja ... 60

Quadro 06: Faturamento Mensal dos Produtos em Estudo ... 61

Quadro 07: Faturamento dos Produtos em Estudo ... 62

Quadro 08: Despesas Mensais Proporcionais aos Produtos em Estudo ... 63

Quadro 09: Mark-up PV Orientativo ... 65

Quadro 10: Mark-up PV Mínimo ... 66

Quadro 11: Preço de Venda Calculado ... 67

Quadro 12: PV Praticado x PV Orientativo ... 68

Quadro 13: MCU e MCT PV Praticado ... 69

Quadro 14: MCT sobre Faturamento Bruto ... 71

Quadro 15: Resultado dos Produtos ... 72

Quadro 16: MCU e MCT PV Orientativo ... 73

Quadro 17: MCT sobre Faturamento Bruto ... 74

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Quadro 19: Resultado dos produtos ... 76

Quadro 20: Ponto de Equilíbrio Pv Praticado ... 78

Quadro 21: Ponto de Equilibrio Pv Orientativo ... 81

Quadro 22: Comparativo PE do Pv Praticado x Pv orientativo ... 84

Quadro 23: MSO Pv Praticado ... 85

Quadro 24: MSO Pv Orientativo ... 86

Quadro 25: Resultado Pv Praticado ... 89

Quadro 26: Resultado Pv Orientativo ... 91

Quadro 27: Comparativo Resultado Pv Praticado x Pv Orientativo ... 92

Quadro 28: Fluxo de Caixa Projetado para três meses ... 96

Quadro 29: Rotatividade de Estoques ... 99

Quadro 30: Análise rotatividade e valoração do estoque... 100

Quadro 31: Subsistema de Compras ... 104

Quadro 32: Subsistema de Estoque ... 105

Quadro 33: Subsistema de Vendas ... 106

Quadro 34: Subsistema Financeiro – Contas a Pagar ... 107

Quadro 35: Subsistema Financeiro – Contas a Receber ... 108

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INTRODUÇÃO

A Contabilidade Gerencial é uma das áreas de suma importância dentro do universo contábil em uma empresa, pois é um instrumento indispensável para a tomada de decisões no cotidiano das organizações.

A Contabilidade Gerencial é um processo no qual se produzem informações para diferentes áreas de uma empresa, sendo assim fornece subsídios para que as decisões tomadas obtenham maior êxito, maior segurança, tornando a organização mais competitiva.

As organizações de pequeno porte geralmente não possuem um controle gerencial que forneça de maneira satisfatória as informações contábeis necessárias para a tomada de decisão. Dessa forma esse estudo foi realizado em um estabelecimento comercial no ramo de confecções que não possui nenhum tipo de instrumento gerencial, podendo através de este estudo contribuir para gestão da empresa.

Para a concretização deste trabalho, desenvolveu-se no capítulo um a contextualização do estudo, sendo definido o tema de estudo a ser contemplado, a caracterização da empresa, a problematização, os objetivos, a justificativa, seguidos da metodologia.

No capítulo dois consta a revisão bibliográfica, onde foram aprofundados temas como contabilidade financeira, contabilidade gerencial, custos, análise de balanços e sistemas de informações.

O capítulo três apresenta o estudo prático da organização e abrange a estrutura da empresa, a composição e análise de seus custos, o seu método de fluxo de caixa, bem como a proposição de um sistema de informações para a mesma.

Para finalizar, o relatório apresenta a conclusão e a bibliografia consultada durante a sua realização.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Este capítulo aborda a contextualização do estudo, apresentando a definição do tema de estudo que foi contemplado, a caracterização da organização, a problematização, os objetivos, a justificativa e a metodologia de do trabalho.

1.1 Definição do Tema

A contabilidade é uma área de conhecimento que tem por finalidade estudar, registrar e interpretar os fatos ocorridos no patrimônio de um ente. A contabilidade envolve diferentes subáreas, as quais são campo de atuação de um profissional, dentre elas a contabilidade gerencial. Neste sentido, a contabilidade gerencial tem como propósito gerar informações baseadas nos dados da contabilidade financeira, analisando e interpretando esses dados gerando informações para os gestores subsidiando a tomada de decisões com maior segurança.

Baseado nesses comentários, o presente estudo se propõe a desenvolver uma contabilidade gerencial para uma loja de confecções que proporcione as informações gerenciais para a gestão do negócio.

1.2 Caracterização da Organização

A organização em estudo é uma loja de confecções que iniciou suas atividades em 01 de Setembro de 1993, na cidade de Ijuí-RS. Esta é constituída por dois sócios, ambos possuem 50% de participação e sendo um sócio administrador. Além dos dois sócios, a organização possui quatro atendentes responsáveis pelo atendimento ao público. O prédio onde a mesma está localizada é próprio e sua contabilidade é realizada fora da empresa, em um escritório de contabilidade.

O enquadramento fiscal dessa loja de confecções é de Empresa de Pequeno Porte, seu faturamento mensal é aproximadamente R$ 30.000,00 sendo optante pelo Simples Nacional. As mercadorias comercializadas são confecções masculinas, femininas, linha intima, social, esportiva e passeio, além de acessórios como bolsas, cintos e carteiras. A sua principal receita de venda provém dos artigos femininos. Os clientes estão concentrados em grande parte nas

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cidades de Ijuí, Augusto Pestana, Ajuricaba e Coronel Barros e seus principais fornecedores são Pitt, Individual, Highstill, Cobra D’água, SKS e Miravest.

A loja de confecções possui uma estrutura organizacional que está representada no organograma a seguir:

Figura 1: Organograma da loja de confecções

Fonte: Dados conforme pesquisa

De acordo com o organograma exposto na figura 1 pode-se identificar que o nível estratégico e tático abrange os sócios, pois esta organização não possui um gerente específico e o nível operacional são as atendentes.

Sócio Adm. 50%

Sócio Geral 50 %

Atendentes Atendentes Atendentes Atendentes

Roupas Femininas

Roupas Masculinas

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1.3 Problematização do Tema

A contabilidade gerencial, cada vez mais se torna um instrumento indispensável para a gestão de uma organização, pois fornece um suporte essencial para a tomada de decisões.

Esse ramo da contabilidade tem por objetivo produzir informações qualificadas, úteis, em tempo hábil e visionando o futuro, para subsidiar a tomada de decisões com maior segurança e exatidão. Dessa forma a contabilidade gerencial analisa e filtra os dados recebidos da contabilidade financeira e de custos, transformando-os em informações extremamente úteis para o gestor. Essas informações referem-se à lucratividade e rentabilidade dos produtos ou serviços, desempenho de gerentes e unidades de negócio, análise das condições de mercado, desempenho econômico-financeiro e avanço tecnológico.

A competitividade empresarial aumenta constantemente e as organizações precisam ser diferenciadas em seu negócio e estar sempre atualizadas, abertas a inovações e mudanças que o mercado proporciona. Isto posto, as organizações, para manter um nível de competitividade elevado necessitam de uma contabilidade gerencial pró ativa que forneça as informações confiáveis, seguras e em tempo hábil, embasando a tomada de decisões.

Neste sentido a empresa em estudo tem dificuldade em obter as informações necessárias para uma boa gestão, em função de não possuir uma contabilidade gerencial e pessoas qualificadas para gerar essas informações. Na atualidade a empresa é gerida por um sócio que possui certa experiência neste ramo de negócio, porém sente a necessidade desses instrumentos gerenciais em função da concorrência, exigindo uma atualização constante e conhecimento da área gerencial.

Diante do exposto, questiona-se: Quais as informações que a contabilidade gerencial pode proporcionar aos gestores da empresa no sentido de qualificar a gestão e a tomada de decisão?

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1.4 Objetivos

Os objetivos definem o tipo de pesquisa realizada, delimita a área de investigação e serve de referência para o desenvolvimento da indagação levantada na problematização do tema. Os objetivos são divididos em objetivo geral e objetivos específicos.

1.4.1 Objetivo Geral

Propor uma contabilidade gerencial aplicada a uma loja de confecções que instrumentalize os gestores no gerenciamento da mesma.

1.4.2 Objetivos Específicos

- Revisar a bibliografia referente à contabilidade gerencial, custos na atividade comercial, análise das demonstrações contábeis e sistemas de informações.

- Descrever as atividades da empresa.

- Apurar o custo de aquisição das mercadorias. - Levantar as despesas mensais.

- Comparar os preços praticados x preços ideais. - Analisar a relação custo, volume e resultado. - Analisar o fluxo de caixa.

- Propor um sistema de informações gerenciais.

1.5 Justificativa

As atualizações e inovações constantes do mercado impõem as empresas um alto nível de competitividade. Dessa forma as empresas necessitam de uma contabilidade gerencial eficiente, eficaz e confiável que forneça as informações necessárias para a tomada de decisões, para que assim a empresa possua um diferencial e consiga manter-se no mercado.

A loja de confecções objeto de estudo não possui um sistema gerencial que forneça as informações necessárias para a gestão da mesma, neste sentido o presente estudo é importante para que a empresa obtenha estas informações e tome as decisões com maior segurança, tornando-se mais competitiva.

(16)

Como futuro Contador, este estudo é muito importante, pois ampliou os conhecimentos em contabilidade, com ênfase nas áreas de custos, análise de demonstrações contábeis e sistemas de informações. Este estudo proporcionou uma abordagem mais ampla em relação à contabilidade gerencial, bem como esclarece dúvidas, necessidades e dificuldades que encontrarei no âmbito profissional.

Em relação ao curso de Ciências Contábeis e para universidade, como para outros usuários, este trabalho pode servir como fonte de pesquisa e estímulo para outros trabalhos nesta área de conhecimento.

1.6 Metodologia

A metodologia define a maneira que o trabalho foi realizado, ou seja, na etapa de elaboração da metodologia são definidos os caminhos e os instrumentos para coletar e analisar os dados da pesquisa. Neste sentido o presente trabalho desenvolveu-se através de estudo de caso e aprofundamento de temas específicos da contabilidade gerencial, envolvendo a análise de custos, análise de balanços e sistemas de informações. De acordo com Vergara (2004, p. 12) “método é um caminho, uma forma, uma lógica de pensamento”.

1.6.1 Classificação da Pesquisa

Este item tem a finalidade de demonstrar a classificação da pesquisa quanto ao ponto de vista de sua natureza, de seus objetivos, a forma, abordagem, problema e de seus procedimentos técnicos.

1.6.1.1 Do Ponto de Vista de sua Natureza

Do ponto de vista de sua natureza, a pesquisa se classifica como pesquisa aplicada. De acordo com Vergara (2004, p. 47) “é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto finalidade prática”.

Na mesma linha, segundo Roesch (2006, p. 60) “a pesquisa aplicada refere-se à discussão de problemas, utilizando um referencial teórico de determinada disciplina, e à apresentação de soluções alternativas”.

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Sendo assim, o estudo realizado se classifica como aplicado porque avaliou um caso concreto, aplicando na prática conceitos e definições na busca de responder ao problema do estudo.

1.6.1.2 Do Ponto de Vista de Seus Objetivos

A pesquisa, do ponto de vista de seus objetivos pode ser classificada como exploratória, descritiva e explicativa.

Segundo Gil (2002, p. 41) “as pesquisas exploratórias têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, tendo em vista torná-los mais explícitos ou a constituir hipóteses”. Estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias. Habitualmente, essas pesquisas envolvem levantamento bibliográfico e estudo de caso.

De acordo com Andrade (2003, p. 124),

A pesquisa exploratória é o primeiro passo de todo o trabalho cientifico. São finalidades de uma pesquisa exploratória, sobretudo quando bibliográfica, proporcionar maiores informações sobre determinado assunto; facilitar a delimitação de um tema de trabalho, definir os objetivos ou formular as hipóteses de uma pesquisa ou descobrir novo tipo de enfoque para o trabalho que se tem em mente.

A pesquisa descritiva, de acordo com Gil (2002, p. 42) “tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. Uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.

Segundo Vergara (2004, p. 47) “a pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou fenômeno, e pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza”.

A pesquisa explicativa segundo Gil (2002, p. 42) “tem como preocupação identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos, explica a razão e o porquê das coisas”.

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Já para Vergara (2004, p. 47) “a pesquisa explicativa tem como objetivo principal tornar algo inteligível, justificar-lhe os motivos, ou seja, evidenciar os fatores que contribuem para que ocorram determinados fenômenos”.

Nesse estudo, em relação à pesquisa exploratória, foi realizado um estudo de caso e um levantamento bibliográfico. Através destes, buscou-se aprimorar o conhecimento de determinados conceitos e evidenciar maiores informações sobre um modelo de contabilidade gerencial mais adequado para a organização em estudo.

A pesquisa descritiva no estudo realizado coletou dados que caracterizavam a organização, com o intuito de descrever seus processos gerenciais e as variações que neles ocorrem. O estudo explicativo evidenciou os fatores contábeis e gerenciais que fazem parte do cotidiano da empresa e que interferem na sua gestão.

1.6.1.3 Do Ponto de Vista da Forma de Abordagem do Problema

Do ponto de vista da forma de abordagem do problema a pesquisa pode ser classificada como qualitativa.

Segundo Gil (2002, p. 133),

A análise qualitativa é a seqüência de atividades, que engloba a redução dos dados, a categorização dos mesmos, sua interpretação e a elaboração do relatório. E esta depende de muitos fatores, como a natureza dos dados coletados, a extensão da amostra, instrumentos de pesquisa e o referencial teórico que embasaram a pesquisa.

Dessa forma, no estudo realizado, a análise qualitativa se deu através de um referencial teórico contábil-gerencial e da coleta, classificação e interpretação de dados que embasaram a idéia de propor uma contabilidade gerencial para a empresa em estudo.

1.6.1.4 Do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos

Este estudo se classifica como pesquisa bibliográfica, documental, levantamento e estudo de caso.

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Segundo Gil (2002, p. 44) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida baseada em material já elaborado, principalmente livros e artigos científicos”.

Já para Vergara (2004, p. 48) “pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado com base em material publicado em livros, revistas, jornais e redes eletrônicas (internet)”.

Sendo assim, no estudo desenvolvido, realizaram-se pesquisas em livros cujos temas foram contabilidade geral, gerencial, análise de custos, fluxo de caixa, sistemas de informações, além de artigos científicos sobre contabilidade, bem como coleta de material oficial da internet.

A pesquisa documental de acordo com Gil (2002, p. 45) “vale-se de material que ainda não recebeu tratamento analítico, que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa”.

Já Vergara (2004, p. 48) “diz que pesquisa documental é a realizada em documentos conservados em órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas sendo: registros, regulamentos, ofícios, memorandos, balancetes, fotografias, microfilmes”.

Nesse sentido, o estudo se utilizou de demonstrações contábeis como fluxo de caixa, balanços patrimoniais e outros documentos úteis para elaboração do trabalho.

A pesquisa de levantamento segundo Gil (2002, p. 50) “caracteriza-se pela interrogação de forma direta das pessoas, as quais o comportamento se deseja conhecer”.

O estudo de caso de acordo com Vergara (2004, p. 49) “é limitado a uma ou poucas unidades, sendo essas pessoas, família, produto, empresa, comunidade ou país”.

Já de acordo com Gil (2002, p. 54) “estudo de caso consiste em um estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, buscando seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa que é praticamente impossível em virtude de outros delineamentos considerados”. Na mesma linha o conceito de Yin apud Gil (2002, p. 54) “o estudo de caso é a maneira de investigação de um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto de realidade, onde a fronteira entre o fenômeno e o contexto não são facilmente evidenciadas”.

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Dessa maneira, o estudo de caso foi baseado nas atividades comerciais de uma loja de confecções, sendo realizado um estudo aprofundado sobre os processos gerenciais da organização.

1.6.2 Plano de Coleta de Dados

O plano de coleta de dados caracteriza-se como, segundo Roesch (2006, p. 128),

Um estudo pode combinar técnicas desenvolvidas em um ou outro paradigma. Refere-se a coleta de dados primários, por meio de entrevistas, questionários, observação ou testes, é importante especificar a fonte dos dados (a população a ser entrevistada e os documentos que serão analisados), quando estes serão levantados por meio de qual instrumentos (anexar os instrumentos, como roteiro de entrevistas ou questionário).

Neste trabalho referente à contabilidade gerencial evidenciaram-se a origem dos dados em relação ao custo dos produtos, as informações das demonstrações contábeis e do sistema de informações. A obtenção desses dados se deu através de documentos, relatórios e das informações fornecidas pelos sócios da loja de confecções objeto deste estudo.

1.6.2.1 Instrumentos de Coleta de Dados

Na pesquisa, foram utilizadas a observação e a entrevista despadronizada como instrumentos de coleta de dados.

Segundo Vergara (2004, p. 54),

A observação pode ser simples ou participante. Na observação simples, você mantém uma distancia da situação que se deseja estudar, sem interação. Já na observação participante, o pesquisador se envolve na situação estudada, sendo um espectador interativo.

Já para Markoni & Lakatos (1990, p.79) “observação é uma técnica de coleta de dados que visa conseguir as informações usando os sentidos para alcançar alguns aspectos da realidade”.

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No estudo a observação foi feita in loco acompanhando as atividades operacionais da empresa de perto, onde se coletou o máximo de dados possíveis, ou seja, uma observação participante.

Em relação à entrevista Vergara (2004, p. 55) “afirma que esta é um processo no qual o entrevistador faz as perguntas e o entrevistado as responde oralmente”. No sentido da entrevista informal a autora menciona como sendo aberta e com o objetivo de coletar os dados necessários para o desenvolvimento do trabalho.

De acordo com Markoni & Lakatos (1990, p. 84) “entrevista caracteriza-se em um encontro no qual duas pessoas conversam, onde uma visa obter informações sobre determinado assunto”... as mesmas autoras definem entrevista despadronizada, como sendo, “aquela na qual o entrevistado possui maior liberdade para condução da entrevista na direção que julgar mais adequada, as perguntas são abertas e informais”.

No estudo foi realizada uma entrevista despadronizada com perguntas abertas e informais. Os sócios da empresa foram entrevistados visando obter as informações necessárias para a realização do trabalho.

1.6.4 Plano de Análise e Interpretação de Dados

Este estudo foi realizado na área contábil gerencial de uma loja de confecções, baseado em:

- Consolidações teóricas

- Levantamento dos dados necessários para o desenvolvimento do estudo - Apuração dos indicadores gerenciais

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O presente estudo abordou a revisão bibliográfica de acordo com o tema abordado nesse estudo. A revisão abrangeu a área da contabilidade gerencial, englobando a análise de custos, análise de balanços e sistemas de informações. A pesquisa foi ampla e realizada em livros, revistas, artigos e internet.

2.1 Contabilidade

A seguir apresentam-se um estudo bibliográfico sobre Contabilidade, enfatizando o conceito, finalidade e campos de atuação. Os autores Franco, Basso e Lopes de Sá foram citados na presente pesquisa.

2.1.1 Conceito

A contabilidade como ciência social visa estudar as variações do patrimônio de determinada entidade e suas relações com os demais patrimônios. De acordo com Franco a contabilidade,

É a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação – necessárias à tomada de decisões – sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial, (FRANCO, 1996, p 21.)

Já para Basso,

Entendemos que Contabilidade, como conjunto ordenado de conhecimentos, leis, princípios e método de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir e revelar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômico-financeira, (BASSO, 2005, p. 22).

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Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio sob o ponto de vista econômico-financeira, observando e registrando seus aspectos quantitativos e qualitativos e as variações por ele sofridas, (BASSO, 2005, p. 22).

Para Sá (1998, p. 42) “contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos patrimoniais, preocupando-se com realidades, evidências e comportamentos dos mesmos, em relação à eficácia funcional das células sociais”.

Nesse foco, a ciência contábil registra e fornece informações sobre o patrimônio, suas variações e seu estado econômico-financeiro.

2.1.2 Finalidade

A contabilidade apresenta como objeto principal de estudo o patrimônio e em torno deste são focadas as ações do profissional contábil. Nesse sentido, a contabilidade tem por finalidade, segundo Franco (1996, p.21) “garantir o controle do patrimônio da entidade, fornecendo informações e orientando sobre as variações patrimoniais, as atividades econômicas e assim subsidiando à tomada de decisões”. Ainda Franco diz que,

Sua função é registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando fornecer informações, interpretações e orientação sobre a composição e as variações desse patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores, (FRANCO, 1996, p. 19).

Para Sá (1998, p. 89) “as finalidades principais da contabilidade são fornecer informações que orientem investidores, credores e instituição de crédito; orientações sociais, trabalhistas; controles de fiscalização, perícia contábil; análises contábeis e pesquisa social e econômica”.

Corroborando o entendimento, Basso (2005, p. 24) “a finalidade fundamental da Contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e planejamento”.

A contabilidade é de extrema importância para a saúde financeira da empresa, e principalmente para manter a continuidade da mesma.

(24)

2.1.3 Campos de Atuação

Um profissional contábil possui diversas áreas de atuação, como entidades privadas, entidades públicas, cooperativas, condomínios, associações, fundações, instituições financeiras, entre outras. Nesse sentido Franco (1996, p. 36) “o campo de aplicação da Contabilidade é o das entidades econômico-administrativas, às quais ela presta colaboração imprescindível [...]”.

Segundo Basso,

[...] pode-se afirmar que o campo da Contabilidade é o mais amplo possível, pois onde existir um patrimônio definido e perfeitamente delimitado, pode também estar aí se definindo um campo de aplicação da Contabilidade: micros, pequenas, médias e grandes empresas públicas e privadas, entidades de fins ideais (sociais, culturais, recreativas, desportivas e outras), propriedades rurais e pessoas físicas em geral [...] (BASSO, 2005, p. 27).

Enfim, observa-se que há diversos campos de atuação da Contabilidade. Dessa forma a Contabilidade Gerencial possui um elo com esses campos de atuação da Contabilidade, pois fornece informações importantes e fundamentais, que subsidiam á tomada de decisões dos gestores dessas empresas.

2.2 Contabilidade Gerencial

A contabilidade gerencial é um dos diversos ramos da Contabilidade, sendo a que mais contribui na geração de informações relevantes à gestão. Atualmente a contabilidade gerencial é uma grande ferramenta de gestão, manutenção e continuidade das organizações.

2.2.1 Conceito

Na atualidade têm se dado grande ênfase à contabilidade gerencial, houve maior interesse e estudos nessa área. Nesse sentido, de acordo com Iudícibus,

A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação

(25)

diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório, (IUDÍCIBUS, 1998, p. 21).

De acordo com Padoveze (2000) “a contabilidade gerencial é uma área contábil que possui autonomia devido ao tratamento da informação contábil ser focalizado em planejamento, controle e tomada de decisão.”

Já na concepção de Crepaldi (1998, p. 18) “Contabilidade Gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais”.

Sendo assim, observa-se o quão fundamental é a contabilidade gerencial para uma gestão financeira de grande êxito na empresa.

2.2.2 Aplicação e Finalidade

A aplicação da contabilidade gerencial ocorre em todos os níveis organizacionais da empresa, pois fornece informações relevantes a fim operacional, tático e estratégico.

A contabilidade gerencial segundo Crepaldi (1998, p. 18) “É voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de informação gerencial”.

Segundo Padoveze,

A Contabilidade Gerencial deve suprir, através do sistema de informação contábil gerencial, todas as áreas da companhia. Como cada nível de administração dentro da empresa utiliza a informação contábil de maneira diversa, cada qual com um nível de agregação diferente, o sistema de informação contábil gerencial deverá providenciar que a informação contábil seja trabalhada de forma específica para cada segmento hierárquico da companhia, (PADOVEZE, 2000, p. 34).

Já na opinião de Iudícibus (1998, p.21),

A contabilidade gerencial, num sentido mais profundo, está voltada única e exclusivamente para a administração da empresa, procurando suprir informações que se “encaixem” de maneira válida e efetiva no modelo decisório do administrador.

(26)

De acordo com Santos et al (2002, p. 5),

Auxiliar a gerência na tomada de decisões é o objetivo precípuo da contabilidade gerencial, a identificação dos fatos contábeis e sua quantificação para estabelecer as diretrizes a serem adotadas pelos administradores devem acompanhar passo a passo o cotidiano empresarial. Neste particular compete ao contador gerencial evidenciar aquilo que é relevante ou irrelevante para ser objeto de análise, aliás, a simples aglomeração de dados é algo extremamente simples de se obter através dos atuais sistemas de informações computacionais, a relevância da contabilidade gerencial reside na identificação daquilo que realmente vai fazer a diferença na decisão de fabricar um bem ou adquirir de terceiros, deixar de produzir uma linha de produtos, terceirizar, enfim, cabe ao contador atuar para subsidiar o modelo para a decisão entre diferentes linhas de ação.

Observa-se que a contabilidade gerencial está presente no dia a dia de todos os setores da empresa, e suas informações devem atender as necessidades específicas de cada nível organizacional, entretanto seu foco principal é gerar informações relevantes para a tomada de decisão da administração da empresa.

2.2.3 Contabilidade Gerencial e Contabilidade Financeira

Contabilidade gerencial e contabilidade financeira possuem algumas semelhanças, entretanto, seus métodos possuem finalidades diferentes. Nesse sentido, de acordo com Padoveze (2000, p. 31) “A contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os administradores – isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis pela direção e controle de suas operações”. O mesmo autor cita ainda “que contabilidade financeira está relacionada com o fornecimento de informações para acionistas, credores, e demais usuários externos à organização”.

Ainda, para uma melhor compreensão, Padoveze (2000, p. 31), traz um comparativo entre os dois modelos de contabilidade.

(27)

Quadro 1: Comparação entre a Contabilidade Gerencial e Contabilidade Financeira.

Fator Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial

Usuários dos relatórios Externos e Internos Internos

Objetivo dos relatórios Facilitar a análise financeira para as necessidades dos usuários externos.

Objetivo especial de facilitar o planejamento, controle, avaliação de desempenho e tomada de decisão internamente.

Forma dos relatórios Balanço Patrimonial,

Demonstração dos

Resultados, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

Orçamentos, contabilidade por responsabilidade, relatórios de desempenho, relatórios de custos, relatórios especiais não rotineiros para facilitar a tomada de decisão.

Frequência dos relatórios Anual, trimestral, e ocasionalmente mensal.

Quando necessário pela administração.

Custos ou valores utilizados Primariamente históricos (passados).

Históricos e esperados (previstos).

Bases de mensuração usadas para quantificar os dados

Moeda corrente. Várias bases (moeda

corrente, moeda estrangeira – moeda forte, medidas físicas, índices, etc.).

Restrições nas informações fornecidas

Princípios Contábeis Geralmente aceitos.

Nenhuma restrição, exceto as

determinadas pela

administração.

Arcabouço teórico e técnico Ciência Contábil Utilização pesada de outras disciplinas, como economia, finanças, estatística, pesquisa operacional e comportamento organizacional.

Característica da informação fornecida

Deve ser objetiva (sem viés), verificável, relevante e a tempo.

Deve ser relevante e a tempo, podendo ser subjetiva,

possuindo menos

verificabilidade e menos precisão.

Perspectiva dos relatórios Orientação histórica Orientada para o futuro para facilitar o planejamento, controle e avaliação de desempenho antes do fato (para impor metas), acoplada com uma orientação histórica para avaliar os resultados reais (para o controle posterior do fato).

(28)

O quadro apresenta a diferença entre as finalidades e a utilização dos relatórios pela contabilidade financeira e a gerencial.

Ainda, diferencia-se contabilidade financeira da gerencial de acordo com Warren, Reeve e Fess (2001), pois as informações produzidas pela contabilidade financeira estão voltadas e são úteis para usuários externos da organização, já as informações da contabilidade gerencial são utilizadas com maior frequência pela administração, ou seja, voltado a usuários internos e que contribuem para o planejamento e gestão dos negócios presentes e futuros da organização.

Observa-se certa diferença de finalidades e propósitos entre os dois modelos de contabilidade, sendo uma mais voltada para os usuários externos (financeira); e outra para usuários internos (gerencial). Entretanto na atualidade verifica-se que cada vez mais as informações gerenciais são compartilhadas com fornecedores e clientes que estão integrados à organização.

2.3 Contabilidade de Custos

A contabilidade de custos é ferramenta essencial para a realização da contabilidade gerencial. Uma vez que a contabilidade de custos informa o preço mínimo de venda, o preço orientativo visando à margem de lucro desejada, o ponto de equilíbrio, bem como a margem de segurança operacional. Dessa forma no decorrer deste trabalho foram abordadas ferramentas da contabilidade de custos com enfoque no gerenciamento de uma empresa comercial.

2.3.1 Conceito e Finalidade

Dentre alguns conceitos de custos, segundo Berto e Beulke apud Vieira (2010, p. 6) “custo é uma expressão monetária que deve ter uma menor quantidade final, boa, vendável de produtos/serviços para repor fisicamente, ao término de cada ciclo operacional, uma maior quantidade inicial de insumos e consumos do próximo ciclo”.

(29)

Já para Warren, Reeve e Fess (2001, p. 5) “custo é o desembolso de caixa, ou seu equivalente, ou o compromisso de pagar em espécie no futuro, com o propósito de gerar receita”.

Segundo Leone,

A contabilidade de custos é uma atividade que se assemelha a um centro processador de informações, que recebe (ou obtém) dados, acumula-os de forma organizada, analisa-os e interpreta-os, produzindo informações de custos para os diversos níveis gerenciais,(LEONE, 2008, p.21).

De acordo com Iudícibus (1998, p. 113) “o sentido original da palavra custo, aplicada à contabilidade, refere-se claramente à fase em que os fatores de produção são retirados do estoque e colocados no processo produtivo”.

Já para Crepaldi (1998, p. 53) “custo é uma despesa que se faz a fim de obter um rendimento”.

Dessa forma pode-se dizer que a contabilidade de custos fornece informações referentes ao custo de bens e serviços que servem de base à tomada de decisões.

2.3.2 Custos na Atividade Comercial

A competitividade do comércio volta os gestores a uma análise mais atenta em relação à área de custos. Dessa forma a importância para os gestores de uma boa análise de custos dá-se também na área comercial e não somente no âmbito industrial.

2.3.2.1 Conceito e Finalidade

De acordo com Bomfim e Passarelli (2008, p. 160) “Entende-se por custo comercial o total dos dispêndios monetários (imediatos ou futuros) nos quais a empresa incorre para obtenção de uma mercadoria ou de um serviço”.

(30)

Ainda para Bomfim e Passarelli (2008, p. 161) “sendo atividade comercial caracterizada pela compra e venda de mercadorias com objetivo de lucro, o custo comercial deverá ser apurado de forma a evidenciar o custo, a receita e o lucro das mercadorias”.

Segundo Vieira, Kelm e Clebsch (2006, p. 17),

Nas empresas comerciais, ou seja, aquelas que se dedicam à compra e revenda de mercadorias, o custo da mercadoria é o valor de compra, menos o valor do ICMS e, eventualmente, mais o valor do IPI e do frete e seguro, quando estes ocorrem por conta da empresa compradora.

Para Bomfim e Passarelli (2008, p. 161) “o custo comercial é composto do custo contábil acrescidos dos denominados custos complementares (despesas administrativas, de vendas e financeiras)”.

Já para Berto e Beulke (2005) os custos comerciais podem ser divididos em dois grupos: Custos relativos à aquisição das mercadorias e Despesas relativas à venda das mercadorias.

2.3.2.2 Custos Relativos à Aquisição das Mercadorias

Os Custos de aquisição de mercadorias são os gastos que a empresa tem para a mercadoria chegar desde o fornecedor até estar a sua disposição.

De acordo com Bomfim e Passarelli,

Na atividade comercial o preço de aquisição do produto influi direta e poderosamente no preço de venda, constituindo o aspecto básico do custo total da mercadoria, apenas acrescidos pelos valores provenientes das despesas diretamente relacionadas com a atividade comercial e pelo mark-up, (BOMFIM E PASSARELLI, 2008 p. 160).

Segundo Wernke (2001, p. 128) “todos os esforços despendidos para a aquisição das mercadorias, materiais ou serviços até o momento de sua utilização participam do custo de compra”.

Dessa forma, verifica-se que o custo de aquisição das mercadorias são os gastos incorridos para obtê-las quando destinadas à revenda.

(31)

2.3.2.3 Despesas Relativas à Venda de Mercadorias

As despesas relativas à venda de mercadorias são as despesas realizadas para que ocorra a venda do produto.

Segundo Vieira, Kelm e Clebsch (2006, p. 17), essas despesas podem ser assim desdobradas:

- Despesas com o Custo das mercadorias Vendidas: valor das mercadorias vendidas que são transferidas dos estoques pelo custo, para a Despesa;

- Despesas Comerciais: comissões e salários de vendedores, viagens e estadias, propaganda, promoção e outras;

- Despesas Financeiras: juros compensatórios e moratórios, despesas bancárias, Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), comissões e outras.

Ainda, segundo Vieira, Kelm e Clebsch,

- Despesas Operacionais Variáveis – Custos Diretos com Vendas (CDV): Representam despesas que estão em função das vendas. São gastos em que a empresa somente incorre quando vende (fatura), por isso freqüentemente citados como Custos Diretos de Vendas (CDV), pois variam diretamente com o valor das vendas. Abrangem comissão sobre vendas, fretes de entrega, despesas com cobranças, (VIEIRA, KELM e CLEBSCH, 2006 p. 19).

Há também as despesas tributárias que segundo Bertó e Beulke (2005) dividem-se em dois grupos: sendo as despesas tributárias não vinculadas diretamente ao valor da venda, que são as despesas de natureza indireta e as despesas tributárias relacionadas diretamente com o valor e o volume de vendas.

2.3.3 Os Componentes Fixos do Custo no Comércio

Esses custos referem-se aos gastos que a empresa necessita para manter seu funcionamento, independente do volume de vendas. Para Bertó e Beulke (2005, p. 46),

A rigor, as despesas fixas existem em todas as áreas das organizações comerciais. São despesas necessárias ao funcionamento da estrutura, e a sua ocorrência está mais atrelada a um período de tempo do que ao volume de vendas. Constituem exemplos típicos das despesas fixas os aluguéis (em sua forma convencional), os seguros, os honorários administrativos, a depreciação etc.

(32)

Os componentes fixos no comércio podem ser desdobrados basicamente, em Despesas operacionais e Despesas Administrativas.

2.3.3.1 Despesas Operacionais

As despesas operacionais são aquelas necessárias para a manutenção das atividades de uma organização.

De acordo com Gouveia apud Leone (2008, p. 53) “despesas de uma companhia são os gastos, desembolsados ou previstos pela mesma, necessários ao desenvolvimento de suas operações”.

Para Bertó e Beulke,

Despesas operacionais são todas as despesas incorridas para dar, direta ou indiretamente, sustentação estrutural com vistas à realização das operações inerentes ao alcance dos objetivos das organizações comerciais (fundamentalmente a compra e a venda de mercadorias). No comércio, ao contrário de outros setores da economia, essas despesas são fixas, (BERTÓ E BEULKE, 2005, p.46).

Segundo Vieira, Kelm e Clebsch,

- Despesas operacionais fixas: Representam despesas que não estão em função das vendas e sim, do período de tempo decorrido. São as que não se alteram com o volume de vendas, ou seja, são gastos em que a empresa incorre ainda que nada venda (fature). Exemplo: salário dos funcionários mais encargos sociais, pró-labore dos sócios, aluguel do prédio, IPTU, (VIEIRA, KELM e CLEBSCH, 2006 p. 19).

As despesas operacionais no âmbito comercial serão sempre fixas, independendo do montante de vendas.

2.3.3.2 Despesas Administrativas

Essas despesas são referentes às atividades de planejar, organizar e controlar a organização e suas atividades.

(33)

As despesas administrativas compreendem todas as despesas relativas à atividade de administrar a organização comercial no seu mais amplo sentido. Essas despesas, em sua maioria, costumam ter uma natureza fixa em qualquer setor da economia, (BERTÓ e BEULKE, 2005 p. 46).

Classificam-se como despesas administrativas segundo Vieira, Kelm e Clebsch (2006, p. 17), “aluguel, salários administrativos, honorários de diretores, telefone, água, luz material de expediente, leasing de equipamentos de escritório e outros”.

Sendo assim, despesas administrativas são aquelas realizadas pela administração da empresa, necessárias para cumprir suas atividades.

2.3.3.3 Depreciação

A depreciação do imobilizado constitui-se no desgaste do valor contábil de um bem. Ocorrerá a depreciação, segundo Basso (2005, p. 226) “quando corresponder à perda de valor dos direitos que tem por objeto bens físicos, sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência”.

A depreciação ocorrerá devido ao desgaste do bem e será feita até o valor contábil do bem chegar à zero.

2.3.3.4 Custos com Pessoal

Os custos com pessoal segundo Bomfim e Passarelli (2008, p. 55) “é composto por todo o trabalho aplicado diretamente na execução do produto, ou de suas partes e componentes, seja esse trabalho especializado ou não”.

Deve se considerar para cálculo dos custos com pessoal, o salário base, os adicionais, provisão de 13º, provisão de férias, provisão de 1/3 de férias, o FGTS e o INSS.

2.3.3.5 O Sistema de Custeio Variável Aplicado no Comércio

O custeio variável de acordo com Leone (2008, p. 390) “é um critério usado para acumular os custos de qualquer objeto ou segmento da empresa”.

(34)

Para Crepaldi,

O sistema de custeio direto é útil para a tomada de decisões administrativas ligadas a fixação de preços, decisão de compra ou fabricação, determinação do mix de produtos e, ainda, para possibilitar a determinação imediata do comportamento dos lucros em face das oscilações de vendas, (CREPALDI, 1998, p. 120).

Já Padoveze (2000, p. 259), cita algumas vantagens desse sistema,

a) O custo dos produtos são mensuráveis objetivamente, pois não sofrerão processos arbitrários ou subjetivos de distribuição dos custos comuns;

b) O lucro líquido não é afetado por mudanças de incremento ou diminuição de inventários;

c) Os dados necessários para a análise das relações custo – volume - lucro são rapidamente obtidas do sistema de informação contábil;

d) É mais fácil para os gerentes industriais entenderem o custeamento dos produtos sob o custeio direto, pois os dados são próximos da fábrica e de sua responsabilidade, possibilitando a correta avaliação de desempenho setorial; e) O custeamento direto é totalmente integrado com custo-padrão e orçamento flexível, possibilitando o correto controle de custos;

f) O custeamento direto constitui um conceito de custeamento de inventário que corresponde diretamente com os dispêndios necessários para manufaturar os produtos;

g) O custeamento direto possibilita mais clareza no planejamento do lucro e na tomada de decisões.

O sistema de custeio variável é o método que fornece as informações necessárias para o processo de tomada de decisões, principalmente em relação à margem de contribuição. Entretanto para usuários externos, este sistema não é aceito, pois não está de acordo com um dos princípios contábeis e também a legislação do imposto de renda não aceita os demonstrativos baseados nesse sistema.

2.3.4 Formação do Preço de Venda

A formação do preço de venda de um produto é essencial para a competitividade mercadológica e desenvolvimento da empresa. Uma análise completa de custos é importante para elaboração do preço de venda.

Segundo Dornelas (2001, p. 150),

O preço talvez seja a maneira mais tangível de se agir no mercado, pois pela política de preços a empresa pode criar demanda para o produto, segmentar o mercado, definir a lucratividade da empresa, mudar a penetração do produto no mercado,

(35)

sempre tendo como referência o valor que o consumidor vê no produto e não o preço que a empresa acha que ele deva ter.

De acordo com Warren, Reeve e Fess,

O preço de venda de um produto, portanto, deve ser pelo menos igual ao custo variável de fabricá-lo e vendê-lo. Qualquer preço acima do preço de venda mínimo contribui com uma quantia para cobrir os custos fixos e gerar lucro, (WARREN, REEVE e FESS, 2001, p. 145).

Segundo Crepaldi (1998, p. 211), quatro são os objetivos básicos para a formação de preços,

1-um adequado retorno sobre o investimento; 2- uma determinada participação no mercado; 3- uma capacidade de enfrentar a concorrência; 4- a obtenção de uma lucratividade global compatível.

Já para Padoveze,

a- estudos de engenharia e mercadologia para introdução de novos produtos; b- acompanhamento dos preços e custos dos produtos atuais;

c- novas oportunidades de negócios; d- negócios ou pedidos especiais

e- faturamento de produtos por encomenda;

f- análise de preços de produtos de concorrentes e outros, (PADOVEZE, 2000, p. 310).

Dentre as maneiras utilizadas para formar preço, segundo Bomfim e Passarelli (2008, p.504) “a maneira mais utilizada, na área comercial, de determinar o preço de um produto baseia-se no princípio do mark-up (sobremarcação) - o preço é determinado adicionando-se uma margem de lucro ao custo do produto”.

De acordo com Wernke,

A taxa de marcação ou mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para formação do preço de venda. Tem por finalidade cobrir os fatores, como tributação sobre vendas (ICMS, IPI, PIS, Cofins ou Simples), percentuais incidentes sobre o preço de venda (comissões sobre vendas, franquias, comissão da administradora do cartão de crédito etc.), despesas administrativas fixas, despesas de vendas fixas, custos indiretos de produção fixos e margem de lucro, (WERNKE, 2001, p. 130).

(36)

Para Padoveze (2000, p. 312) “todos os componentes do mark-up são determinados através de relações percentuais médias sobre preços de vendas e, a seguir, aplicados sobre o custo dos produtos.

Mark-up = custos + despesas + impostos + margem de lucro

Sendo assim, observa-se que o mark-up quando bem elaborado, possibilita a empresa praticar um preço adequado, pois o mark-up tem a finalidade de cobrir os custos, as despesas e os impostos e com a diferença gerar o lucro desejado.

2.3.4.1 Análise Custo Volume Lucro

A análise custo-volume-lucro segundo Warren, Reeve e Fess (2001, p. 95) “é um exame sistemático das relações entre preços de venda, volumes de venda e de produção, custos, despesas e lucros”.

Segundo Vieira, Kelm e Clebsch (2006, p. 21),

A análise do custo, volume e do lucro proporciona respostas a questões relacionadas ao que acontecerá com o lucro da empresa se ocorrer: a) aumento ou diminuição do custo (variável ou fixo); b) diminuição ou aumento do volume de vendas; ou c) redução ou majoração dos preços de venda.

Para Padoveze (2000, p. 269) “a análise de custo/volume/lucro conduz a três importantes conceitos: margem de contribuição, ponto de equilíbrio e alavancagem operacional”.

De acordo com Bomfim e Passarelli,

A análise de custo-volume-lucro é relativa à forma pela qual os lucros e gastos se alteram com a mudança do volume. Ela examina o impacto nos lucros de alterações nos custos variáveis, custos e despesas fixas, preço de venda, volume e diversidade de produtos, e dessa forma, ajuda no processo de planejamento, (BOMFIM e PASSARELLI, 2008, p. 273).

Essa análise contribui para o gestor tomar as decisões em tempo hábil e fornece informações fidedignas da situação da empresa.

(37)

2.3.4.2 Margem de Contribuição

A margem de contribuição contribui para a formação do lucro.

De acordo com Leone (2008, p. 380),

A margem de contribuição é a diferença entre as receitas e os custos diretos e variáveis identificados a um produto, linha de produtos, serviços, processos, segmentos, enfim, a cada um dos objetos em que se pode dividir a atividade de uma empresa.

Segundo Padoveze,

Representa o lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade de produto. Significa que em cada unidade vendida a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa. (PADOVEZE, 2000, p. 269).

Para a obtenção da margem de contribuição, utiliza-se a seguinte fórmula: MC = PV – (CV+DV)

MC = Margem de Contribuição PV = Preço de Venda

CV = Custos Variáveis DV = Despesas Variáveis

Na mesma linha, Warren, Reeve e Fess (2001, p. 96) “A margem de contribuição é a relação entre custo, volume e lucro. É o excesso da receita de vendas sobre os custos variáveis”. Ainda Warren, Reeve e Fess (2001) salienta a importância da margem de contribuição para o planejamento empresarial, uma vez que esta possibilita conhecer informações sobre o potencial de lucro da empresa.

Segundo Wernke (2001, p. 42) “a margem de contribuição é o valor resultante da venda de uma unidade, após deduzidos os custos e despesas variáveis associados ao produto comercializado. Tal valor contribuirá para pagar os custos fixos da empresa e gerar o lucro”.

Ainda Wernke, identifica as seguintes vantagens e limitações da margem de contribuição,

(38)

a) É um instrumento para avaliar a viabilidade de aceitação de pedidos em condições especiais. Por exemplo: quando existem restrições de matéria-prima ou horas de trabalho disponíveis ou por preços e quantidades diferentes dos praticados;

b) Ajudam a administração a decidir que produtos devem merecer maior esforço de venda ou colocados em planos secundários ou simplesmente tolerados pelos benefícios de vendas que possam trazer a outros produtos;

c) São essenciais para auxiliar os administradores a decidirem se um segmento produtivo (ou de comercialização) deve ser abandonado ou não;

d) Podem ser usadas para avaliar alternativas quanto a reduções de preços, descontos especiais, campanhas publicitárias especiais e uso de prêmios para aumentar o volume de vendas. As decisões desse tipo são determinadas por uma comparação dos custos adicionais, visando ao aumento da receita de venda. Quanto maior for o índice de margem de contribuição, melhor é a oportunidade de promover vendas. Quanto mais baixo o índice, maior será o aumento do volume de vendas necessário para recuperar os compromissos de promover vendas adicionais;

e)A margem de contribuição auxilia os gerentes a entenderem a relação entre custos, volume, preços e lucros, fundamentando tecnicamente as decisões de venda; f)Basear o cálculo dos preços de venda somente com dados da margem de contribuição pode resultar em valores que não cubram todos os custos necessários para manter as atividades a longo prazo;

g)É útil para a tomada de decisões de curto prazo, mas pode levar o administrador a menosprezar a importância dos custos fixos, (WERNKE, 2001, p. 44).

Enfim, a margem de contribuição embasa as decisões em relação a execução de uma venda e suas vantagens ou não para a empresa.

2.3.4.3 Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio indica a quantidade mínima de venda da empresa para seu resultado ser igual a zero.

Para Warren, Reeve e Fess (2001, p. 98) “O ponto de equilíbrio é o nível de operações no qual as receitas e os custos de uma empresa são exatamente iguais”. Já para Vieira, Kelm e Clebsch (2006, p. 26) “é o ponto em que o lucro operacional é igual a zero, ou seja, no qual o total das receitas operacionais e o total dos custos e despesas operacionais se igualam”.

Segundo Padoveze, o ponto de equilíbrio,

Evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para fabricar\vender o produto. No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros, (PADOVEZE, 2000, p. 269).

(39)

38

O ponto de equilíbrio representa o nível de vendas em que a empresa opera sem lucro ou prejuízo. Ou seja, número de unidades vendidas no ponto de equilíbrio é o suficiente para a empresa pagar seus custos fixos e variáveis, sem gerar lucro.

O ponto de equilíbrio contábil pode ser calculado da seguinte maneira:

PE = CF + DF MC PE = Ponto de equilíbrio

CF = Custos Fixos DF = Despesas fixas

Nessa linha, Vieira, Rossi e Pocai (2003, p. 45) destacam,

Dentre as vantagens proporcionadas pela utilização do cálculo de ponto de equilíbrio, está o fato de que a partir dele o gestor poderá ter uma noção de quantas unidades deverão ser vendidas para se obter determinado montante de lucro, bem como os reflexos que terá no resultado da empresa se aumentar os custos fixos, além de poder analisar qual seria a conseqüência de um determinado desconto no preço de venda, e ainda, com um aumento ou diminuição no preço de venda, saber como ficar o resultado.

Dessa forma, o ponto de equilíbrio apresenta-se como instrumento importante de gestão, pois informa a quantidade mínima a ser vendida, evidenciando a situação dos negócios da empresa.

2.3.4.4 Margem de Segurança

A margem de segurança fornece informações sobre quais quantidades e valores a empresa pode operar.

Segundo Wernke (2001, p. 62) “A margem de segurança é o volume de vendas que supera as vendas calculadas no ponto de equilíbrio. Ou seja, representa o quanto as vendas podem cair sem que haja prejuízo para a empresa”.

Já para Warren, Reeve e Fess (2001, p. 109) “A diferença entre a receita de vendas atuais e as vendas no ponto de equilíbrio é chamada de margem de segurança, que indica o decréscimo nas vendas que pode ocorrer antes de atingir um prejuízo operacional”.

(40)

Corroborando, Vieira, Kelm e Clebsch (2006, p. 27) “A margem de segurança é a relação entre o volume de vendas previsto (ou volume de vendas orçado) e o volume de vendas no ponto de equilíbrio”.

Da mesma forma, salienta Padoveze,

Margem de segurança pode ser definida como o volume de vendas que excede às vendas calculadas no ponto de equilíbrio. O volume de vendas excedente para analisar a margem de segurança pode ser tanto o valor das vendas orçadas como o valor real das vendas, (PADOVEZE, 2000, p. 287).

Ainda, segundo Padoveze (2000, p. 287), a fórmula para cálculo da margem de segurança é a seguinte:

Margem de segurança (MS) = Vendas reais/orçadas (–) Vendas no PE

Em virtude da margem de segurança, as empresas obtêm a quantidade a ser vendida acima do ponto de equilíbrio. Dessa forma consegue saber o quanto tem que ser vendido após as vendas para cobrir as despesas fixas e os custos de compra das mercadorias.

2.4 Fluxo de Caixa

O Fluxo de Caixa contribui para a tomada de decisões em uma organização. Em relação a este, foi estudado o método direto e indireto, bem como a importância desse instrumento como auxiliar de gestão.

2.4.1 Conceito

Há vários conceitos sobre fluxo de caixa, dentre eles, de acordo com Zdanowicz (1995, p. 24) “Fluxo de Caixa é o instrumento que relaciona o conjunto de ingressos e de desembolsos de recursos financeiros pela empresa em determinado período”. Ainda segundo Zdanowicz,

O fluxo de caixa pode ser também conceituado como: o instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar o somatório de ingressos e de desembolsos financeiros da empresa, em determinado momento, prognosticando

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assim se haverá excedentes ou escassez de caixa, em função do nível desejado de caixa pela empresa. (ZDANOWICZ, 1995, p. 24).

2.4.2 Finalidade

O fluxo de caixa tem a finalidade de produzir informações sobre a situação do caixa da empresa. Segundo Frezatti (1997, p. 27),

Geração de caixa é algo fundamental na organização, em seu estágio inicial, em seu desenvolvimento e mesmo no momento de sua extinção. Toda a teoria de finanças leva em conta isto. Afinal, as decisões empresariais buscam, de alguma forma, demonstrar a geração de caixa que possam trazer, seja um projeto de investimento isolado, tendo seu mérito avaliado, ou um caso de fusões e aquisições em que o EVA (Economic Vale Added) seja identificado.

Para Zdanowicz,

O fluxo de caixa é o instrumento mais importante para o administrador financeiro, pois através dele, planeja as necessidades ou não de recursos financeiros a serem captados pela empresa. De acordo com a situação econômico-financeira da empresa ele irá diagnosticar e prognosticar os objetivos máximos de liquidez e de rentabilidade para o período de apreciação, de forma quantificada em função das metas propostas, (ZDANOWICZ, 1995, p. 28).

Ainda de acordo com Zdanowicz (1995, p. 5-6) “O fluxo de caixa busca, ainda, o equilíbrio financeiro entre as entradas e saídas de dinheiro da empresa e dimensiona o capital de giro necessário para que a empresa possa autofinanciar o seu ciclo operacional de caixa”.

Para a contabilidade gerencial o fluxo de caixa segundo Frezatti (1997, p. 28),

Com o fortalecimento dos relatórios gerenciais gerados pela contabilidade se pretende aliar a potencialidade do fluxo de caixa para melhor gerenciar suas decisões. Trata-se de considerar que o fluxo de caixa também deva ser arrolado como instrumento que traga subsídios para o processo de tomada de decisões.

Em relação à elaboração do fluxo de caixa foi abordado o método direto e indireto, que demonstram as duas formas utilizadas na elaboração de um fluxo de caixa e suas respectivas vantagens e desvantagens.

Referências

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