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Maria Cristina Gobb

No documento PORTCOM (páginas 89-119)

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Livre docente em História da Comunicação e da Cultura midiática da América Latina, Líder do Grupo de Pesquisa PCLA (Pensamento Comunicacional Latino-Americano) e professora dos programas de pós-graduação em Comunicação e em Mídia e Tecnologia da UNESP – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – EMAIL: mcgobbi@terra.com.br

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Atualmente a investigação vem mapeando a produção comunicativa na América Latina, mais especificamente no tema: 45 anos da Chasqui na difusão do Pensamento Comunicacional Latino-Americano. Assim, a amostra selecionada, não por acaso, privilegiou as edições da Chasqui: “Diálogo de saberes: giro decolonial y comunicología latinoamericana”, dos meses de abril-julho; “Cine, Política audiovisual y comunicación”, meses agosto-novembro e “Capitalismo Cognitivo y Comunicología la subsunción del trabajo intelectual” de dezembro 2016 a março de 2017, contemplando a perspectiva ad-extra.

Para entender o cenário no ponto de vista “ad-intra” a opção foi seleção das edições números: 39 (1), 39 (2) e 39 (3), da RBCC, que compreendiam o ano de 2016. A seleção permitiu que os períodos de análise fossem os mesmos para as duas publicações. A revista não trabalha com edições temáticas.

Entendendo as escolhas

O surgimento de espaços de reflexão e de pesquisa na América Latina, na verdade, vem ao encontro à confirmação dos processos de institucionalização que têm se desenvolvido em toda região. A partir do final da Segunda Guerra Mundial, pode-se afirmar que uma nova batalha pela hegemonia política, econômica e cultural foi travada pelas duas grandes potências vencedoras. Esse embate, chamado de Guerra Fria, “[...] condicionaria o destino de gerações de seres humanos nos mais diversos pontos do globo durante as quatro décadas seguintes [...], e seus efeitos e desdobramentos foram muito grandes, principalmente em áreas estratégicas [...] como a área da comunicação social” (MEDITSCH, 2000, p. 129). Para o pesquisador, houve a perda do objeto de estudos da comunicação e como consequência uma ruptura entre a teoria e sua aplicabilidade. As duas grandes potências, afirma Meditsch, “[...] ideologizaram o nosso campo de conhecimento de tal maneira que até

hoje não conseguimos nos livrar da confusão que isso provocou” (2000, p. 129).

Por outro lado, Marques de Melo (1998) garante que, embora sofrendo pela escassez de recursos econômicos e pela instabilidade política da época, os pesquisadores latino-americanos assumiram uma postura que ultrapassou a fronteira do nacional. Desenvolvendo mecanismos capazes de consolidar a ELACOM (Escola Latino-Americana de Pesquisa em Comunicação), com a criação de entidades como a Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação), em 1977, considerada a instituição que congrega o maior número de pesquisadores da área da comunicação no Brasil; a ALAIC (Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación), em 1978, preocupada em resgatar o conhecimento comunicacional, criando bases documentais em diversos países latino-americanos, o ILET (Instituto Latino-Americano de Estudos Transnacionais), fundado no México e atualmente com sub-sedes no Chile e na Argentina; ILCE (Instituto Latinoamericano de Comunicación Educativa), México, entre outros. Além de novos espaços universitários como a Universidad Javeriana, na Colômbia; a Universidade Metodista de São Paulo, a Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, no Brasil; e a Universidad Nacional de La Plata, na Argentina, para citar algumas instituições (GOBBI, 2008). Igualmente, nessa mesma linha, há grupos que atualmente trabalham no sentido de sistematizar, produzir e divulgar o pensamento comunicacional latino-americano, como o PCLA, da Unesp e o GP América Latina, Mídia, Cultura e Tecnologias Digitais, da Intercom.

Assim sendo, é importante reforçar que a pesquisa sobre e na América Latina deve “[...] construir novos modelos de produção e distribuição das riquezas de criação e reprodução da cultura” (MARQUES DE MELO, 1998 p. 100). Desta maneira, serão possíveis os desenvolvimentos de investigações calcadas nas próprias necessidades e realidades latino- americanas, considerando sempre os estímulos externos, mas não os priorizando. (GOBBI, 2008)

Apresentada esta breve justificativa, o artigo evidencia, a partir de duas revistas científicas importantes RBCC – Intercom e Chasqui - Ciespal, ambas Qualis A2, um panorama da produção científica na área. Assim, foram analisadas:

Tabela 1 – Síntese geral das edições analisadas - RBCC

Fonte: elaborado pela autora, 2017.

Tabela 2 – Síntese geral das edições analisadas - Chasqui

Fonte: elaborado pela autora, 2017.

É importante alertar que os resultados das três edições de 2016 de cada uma das revistas analisadas, não podem ser considerados conclusivos, mas acenam, certamente, para um delinear de temas, pesquisadores, metodologias, referências etc., que vem sendo utilizados para tratar das investigações no campo comunicativo em nossa região.

Editorias da Revista 39-1 39-2 39-3 Totais de textos 10 10 9 29 1 1 1 3 0 0 1 1

Edição Artigos Entrevista Arena Totais 11 11 11 33 Editorias da Revista 131 132 133 Totais de textos 1 1 1 3 1 1 1 3 11 11 11 33

Edição Editorial Tribuna Monográfico Ensaio Informes Totais 23 10 -- 23 5 5 23 5 5 69 20 10

Breve perfil das duas entidades e de suas publicações

A RBCC é uma publicação quadrimestral, editada pela Intercom, dirigida ao campo da Comunicação. Seu conteúdo é preenchido em sua maior parte por artigos científicos, respeitando a interdisciplinaridade e a abrangência temática características da área do conhecimento. Tem como missão a de contribuir para a difusão do conhecimento científico e a reflexão pluralista sobre a Comunicação, como explanado em seu site.

Desde cedo, as publicações se constituíram como uma das principais frentes de trabalho da Intercom. Sua primeira experiência foi, notadamente, o Boletim Intercom, publicado pela primeira vez em março de 1978, tamanho ofício, 10 páginas, dividido em nove editorias: 1) ensino; 2) pesquisa; 3) profissão; 4) veículos; 5) bibliografia; 6) eventos; 7) serviço; 8) noticiário geral; 9) notícias dos sócios. Tratava-se de periódico mensal destinado à divulgação dos trabalhos da entidade recém-criada, tendo caráter mais informativo do que científico, não obstante também apresentasse pesquisas de associados e, em algumas edições, oferecesse aos leitores material de apoio ao desenvolvimento de investigações, como é o caso do suplemento “Bibliografia Corrente da Comunicação”, organizado por José Marques de Melo e anexado à edição nº 3.

O Boletim Intercom era, inicialmente, editado por Carlos Eduardo Lins da Silva, que também era redator, junto com José Marques de Melo. Posteriormente, a equipe de editores passou a ser alternada a cada edição, sendo que foi fundamental o apoio de alguns sócios, além dos já citados, conforme registra Tyciane Vaz (2007, p. 233): Alice Mitika Koshiyama, Anamaria Fadul, Anna Mae Barbosa, Carlos Alberto Adi Vieira, Edilson Francisco Braga, Edvaldo Pereira Lima, Gaudêncio Torquato, Jomar Moraes, José Salvador Faro, Luiz Fernando Santoro, Manolo Morán, Margarida Kunsch, Mário Erbolato, Ricardo Holanda, Roberto Queiroz, Rogério Candengue, Valdenízio Petrolli e Wilson Bueno.

Em 1983, ao completar cinco anos, o boletim foi transformado em

Caderno Intercom (a partir da edição nº 37). A principal característica

tornar mais crítico, com a publicação de artigos dos sócios. A ideia era justamente que a publicação acompanhasse o próprio crescimento da Intercom e que servisse de tribuna para a crítica dos meios de comunicação e para a divulgação de textos com natureza ensaística, como sugeriam os títulos das seções: “Fórum de Debates”, “Reportagens”, “Ensaios”, “Resenhas” e “Ideias em Confronto”.

O caderno não teve “vida longa”. Já no ano seguinte ao seu surgimento, nova mudança o transformou em Revista Brasileira de

Comunicação, formato “[...] mais bem aceito na academia” e que

contribui para a publicação “ganhar mais projeção, com a difusão de trabalhos importantes do campo da comunicação” (VAZ, 2007, p. 235). Em 1984, a partir da edição nº 51, deu-se início à terceira fase do principal periódico da Intercom, que passou a contar com apoio do CNPq e da Finep, bem como de empresas de informática. Além disso, foram abertos espaços para anunciantes, uma maneira que a diretoria encontrou para garantir a autonomia financeira da revista, uma vez que a associação não tinha condições de arcar com as despesas de confecção e impressão do material.

Ao assumir o título de revista, a publicação passou a ser semestral.

Todavia, manteve a numeração somada desde o Boletim Intercom.

Somente em 1992 é que se começa nova contagem, para atender às exigências acadêmicas e para integrar o periódico ao circuito internacional das revistas em comunicação. A etapa é iniciada pelo volume XV.

Nova denominação foi atribuída em 1998, marcando uma postura mais científica e comprometida, primordialmente, com a divulgação de

novas pesquisas: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação

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(também identificada pelo próprio nome da entidade ou, então, pela sigla RBCC). Desta maneira, passou a ter forma e escopo adequados a um

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É interessante notar como o nome “Intercom” passou, ao longo dos anos, a ser utilizado para diferentes situações. O Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, por exemplo, é popularmente chamado de “congresso Intercom”. Além disso, a revista da entidade é impressa, atualmente, com o nome Intercom – Revista Brasileira de Ciências da Comunicação.

periódico de sua natureza, conquistando reconhecimento nacional, com

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o Qualis A2 , conferido, atualmente, pela Capes.

Ainda como vestígio da fase anterior, a Revista Brasileira de Ciências

da Comunicação foi publicada, até 2006, com edições temáticas (muito

embora também abrisse espaço, em cada número, para artigos que não fossem atrelados ao eixo central). Naquele ano, porém, além de apresentar projeto gráfico renovado, a escolha desses temas foi deixada de lado. A justificativa para a mudança foi expressa no primeiro número do volume XXIX: “Trata-se de uma estratégia que reflete sua postura editorial de trabalhar com textos espontaneamente enviados e submetidos ao Conselho Editorial, cuja seleção final leva em conta o mérito do estudo, e não mais do tema. Nesses moldes, evita-se também a

necessidade de 'encomendar' artigos” (PERUZZO; REBOUÇAS apud ASSIS;

GOBBI 2012, p. 254).

A Chasqui, por sua vez, é uma publicação pioneira no que tange aos estudos em comunicação na América Latina. Lançada em 1972, editada pelo Ciespal , a publicação vem “[...] participando activamente del debate 5 científico y social sobre políticas y estructura de la comunicación, periodismo, comunicación popular, nuevas tecnologías, entre otras temáticas”. No final de 1970, resultado das crises instaladas em toda a região a Revista deixou de ser editada, retornando em 1981.

A partir do ano de 2015 ocorreu uma mudança editorial, com a ampliação dos espaços de diálogo e trazendo a “[…] expectativa de establecer un campo fértil en favor de una Comunicación comprometida, crítica y latinoamericana”. (CIESPAL, 2017, web)

A título de curiosidade o nome Chasqui é proveniente da “[…] figura histórica del portador de noticias en el imperio Inca. El chasqui era el corredor encargado de llevar y traer la información, las encomiendas y, sobre todo, el portador del saber ancestral”. (CIESPAL, 2017, web)

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Qualis é um conjunto de procedimentos adotados pela Capes para atestar a qualidade das revistas científicas 5

publicadas no Brasil e no mundo. Os “estratos indicativos” são A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C. Centro Internacional de Estudios Superiores de Comunicación para América Latina.

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Dividida por períodos, podemos dizer que de 1972 a 1978 foram editadas 21 publicações, que trazem um panorama geral das inquietudes temáticas da época, bem como as fontes e as metodologias que eram utilizadas. Em sua reinauguração em 1981, a Nova Ordem Internacional de Informação (NOII), resultante do Informe MacBride, direcionou os focos para uma investigação mais crítica sobre a democratização, as políticas de Comunicação e os direitos sociais, que estavam comprometidos por conta dos “estados de exceção” vividos em quase toda região.

A partir da década de 1990, afirma o site da Revista , “[…] se consolida 6 la presencia latinoamericana con autores que reivindican un fuerte compromiso social con la democracia y la comunicación, provenientes de Brasil, Argentina, México, Colombia, Uruguay, Paraguay, Bolivia, Perú, Ecuador, Venezuela, Cuba y otros”, incluindo neste mote as tecnologias da informação e da comunicação, novas práticas profissionais, comunicação popular, história da Comunicação, entre outros temas, dentro de uma “[…] perspectivas inter y trans disciplinarias, como respuesta epistémica a la colonialidad del saber, del poder y del ser”. (CIESPAL, 2017, web)

As duas publicações escolhidas para análise são revistas importantes para a área e que têm contribuído de forma sistemática para uma reflexão crítica sobre a pesquisa na região.

A seguir estão disponibilizados alguns pontos que foram analisados das duas publicações. Não foi possível, no espaço do artigo, trazer todas as análises realizadas. Deste modo, mais uma vez, optamos por disponibilizar alguns quesitos que foram considerados importantes para a compreensão das concepções ad-intra e ad-extra, conforme mencionado anteriormente, possibilitando o desenho de um cenário mais direcionado de cada uma das publicações.

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Quem e de onde SOMOS

Considerando o número de autores, a RBCC recebeu 37 contribuições no total, no período analisado. O Brasil respondeu por 67% das autorias das 3 edições. Ou seja, há um subsídio significativo de autores brasileiros. Isto é muito interessante, pois sinaliza a participação da comunidade acadêmica nacional na publicação. O quadro 1 mostra essa distribuição.

a

Quadro 1 - Países dos autores publicados na RBCC

Fonte: elaborado pela autora, 2017.

* A variação em relação ao número total de textos (33) se dá pelo fato de que aqui foi considerado o número de autores em textos em que há mais de um autor (contado pelo número de autores).

Em relação à Revista Chasqui, os dados estão demonstrados a seguir, no quadro 2, evidenciam os países dos autores dos textos.

a

Totais 12 13 12 37*

Edição/Países 39-1 39-2 39-3 Totais

Revista Intercom

País do pesquisador do texto

Edição/Países Argentina Brasil EUA Espanha Portugal México 39-1 1 8 1 (entrevista) 2 - - 39-2 - 8 - 1 (entrevista) 3 1 39-3 2 9 - - 1 (entrevista) - Totais 3 25 1 3 4 1 Totais 12 13 12 37*

Quadro 2 - Países dos autores publicados na Chasqui

Fonte: elaborado pela autora, 2017.

* A variação em relação ao número total de textos (33) se dá pelo fato de que aqui foi considerado o número de autores em textos em que há mais de um autor (contado pelo número de autores).

É importante observar que o Equador (país sede da publicação), embora tenha uma quantidade considerável de pesquisadores, não é o de maior representatividade. O Brasil, a Argentina e a Espanha foram os países dos autores que mais apresentaram contribuições.

O que se pode observar, mirando a análise para as duas publicações, é que a contribuição dos pesquisadores brasileiros é bastante relevante. Talvez, fruto das cobranças que vem sendo feitas pelos programas de pós- graduação em torno não somente de uma produção quantificada, mas

Edição/Países Revista Chasqui

País do pesquisador do texto

Edição/Países Alemanha Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Cuba Equador Espanha França Itália México 131 131 - 3 - 8 1 1 4 3 2 2 4 - - 132 132 - 3 1 1 3 6 1 3 - 3 - - 133 133 1 6 - 3 - Totais Totais 1 12 1 17 5 7 2 10 11 1 1 5 1 1 1 1 4 6 Totais Totais 2727 2323 2323 73*73*

também, e principalmente, que esta seja qualificada, sendo divulgada em revistas de impacto tanto nacional, como internacional.

Também é possível verificar que na Revista Chasqui há uma diversidade maior de autores de países da América Latina e Europa e o Brasil ocupa igualmente a primeira posição em contribuições.

Exceção apenas para um pesquisador que tem três textos na Chaqui, nas duas publicações não há repetição de autores.

Com QUEM dialogamos

Outra verificação interessante diz respeito aos diálogos entre pesquisadores das e nas várias instituições. Observou-se a co-autoria dos textos e a instituições de vínculo, em especial na editoria das entrevistas, visando observar com quem os diálogos são estabelecidos.

No caso da RBCC (Intercom-Brasil), dos 29 artigos e um texto da editoria Arena, somente 1 foi feito em parceria internacional (Portugal / Brasil): “LUZ, Lia Hecker; GICO, Vânia de Vasconcelos - Blogs como canais alternativos de comunicação para o renascimento do parto”. Igualmente, as três entrevistas tiveram a conjunção com a Espanha (SCOLARI, Carlos Alberto), EUA (JENKINS, Henry) e Portugal (SOUSA, Jorge Pedro), mas todos os entrevistadores são pesquisadores do Brasil, evidenciando uma relação de parceria com os entrevistados.

Do total de textos, 11 foram escritos por mais de um autor brasileiro, sendo a maioria da mesma instituição (entre docente/discente ou docente/docente), perfazendo o total de 38%.

No período de análise foram encontrados 27 pesquisadores de

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instituições públicas, sendo 21 ligados a PPG (como estudante ou docente); 10 pesquisadores de IES (Instituição de Ensino Superior) particulares, sendo 6 com vínculos a PPGs (particulares), 10 pesquisadores de outros países e somente 1 pesquisador de um instituto (Centro de Pesquisa e Editoração da Fundação Biblioteca Nacional (FBN-MinC).

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Assim, dos 38 pesquisadores brasileiros que tiveram os textos publicados (parcerias ou individuais), 71% estão em IES Públicas e ligados a PPG (públicos ou privados).

Com relação à Revista Chasqui, somente 4 textos (5%), do total de 73 (contados por autoria e co-autoria), são resultados de parcerias entre pesquisadores de países diferentes. São eles: GARCÍA LEIVA, María Trinidad; MASTRINI Guillermo (Espanha/Argentina); GOMES-FRANCO E SILVA, Flavia; COLUSSI, Juliana (Espanha e Brasil); HERRERA HUÉRFANO, Eliana; SIERRA CABALLERO, Francisco; DEL VALLE ROJAS, Carlos (Espanha e Equador) e MANIGLIO, Francesco; BARBOZA DA SILVA, Rosimeire (Itália e Brasil). Entre as parcerias de mesmos países estão disponibilizados 17 textos, perfazendo o total de pouco mais de 21%.

Assim, no caso das duas revistas, talvez por proximidade geográfica ou pela língua, as parcerias ocorrem de forma predominante dentro do mesmo país e, em grande parte, da mesma instituição.

Outra análise que foi considerada importante faz relação às palavras- chave, visando entender como se dá a indexação na área comunicativa.

PALAVRAS-CHAVE mais utilizadas

Na Revista RBCC foram encontradas 155 palavras-chave (com repetição), nas mais variadas nuances (sendo 140 palavras diferentes). Especificamente, a palavra comunicação e seus componentes como: alternativa, cidadã, móvel etc., apareceu 8 vezes. Mídia e meios de comunicação, MCM, foram assinalados 5 vezes. A palavra Jornalismo (da terra, e literatura, entre outros), 4 vezes. Jornalismo, gêneros e formatos jornalísticos, história do jornalismo e fotojornalismo, 12 vezes. Em contrapartida, a palavra televisão foi assinalada 7 vezes. Desta forma, é possível distinguir que no campo da comunicação o jornalismo ocupa um lugar de destaque na produção científica, no Brasil e a mídia televisiva é foco de parte dos estudos.

Na Revista Chasqui foram encontradas nas publicações analisadas 309 palavras-chave (com repetição), sendo 264 sem repetição. Os dados demonstram que não há nenhuma palavra que apareça de maneira mais destacada. Aquelas que foram assinaladas em maior número são: Audiovisual e cinema, com 4 cada uma; Comunicação, Epistemologia, Estudos culturais, big data, Economia Política, Neoliberalismo, poder e tecnologia com 3 inserções cada. As outras aparecem com 1 ou 2 entradas.

Ficou evidente, nas duas publicações, a grande diversidade e amplitude de focos das pesquisas realizadas.

QUAIS MEDIA ESTUDAMOS (meios de comunicação)?

Na RBCC (Intercom-Brasil) a perspectiva de mostrar quais meios de comunicação são objetos de análise nos textos demonstrou que a televisão ocupa o lugar central. Foram encontradas 47 denominações diferentes para definir as mídias estudadas, com repetição, sendo televisão (6), MCM (5), Facebook e Cinema (3), como os mais citados.

É importante assinalar, porém, que há uma variedade bastante significativa de denominação, muitas podendo ser consideradas como sinônimos, como o caso de facebook, web ou internet que direcionam para análises sobre e/ou de uma rede social. O mesmo pode ser observado com relação ao cinema, audiovisual, rádio e televisão. Igualmente, nem sempre a mídia estudada integra o rol de palavras-chave, por isso algumas diferenças quantitativas ficaram evidentes.

Ilustração 1 – Meios de comunicação citados – RBCC

Fonte: elaborado pela autora, 2017

Na Revista Chasqui foram encontradas 110 denominações, com repetição, sendo Audiovisual (12), Televisão (11), Cinema (10), Tecnologias (7), Rádio (6), MCM (5) e web (3). Houve uma boa incidência de textos que não trazem como mote uma mídia específica (16). Ou seja, são estudos que tratam de temáticas mais focalizadas em acontecimentos ou mais generalizadas. Por exemplo, um movimento social (não focaliza uma mídia).

Há também palavras que são utilizadas como sinônimos para expressar a mídia em estudo, conforme mencionado anteriormente. Da mesma forma, nem sempre a mídia foco do estudo integrou o rol de palavras-chave, objetivando algumas diferenças quantitativas. A ilustração 2 demonstra os resultados.

Ilustração 2 – Meios de comunicação citados - Chasqui

Fonte: elaborado pela autora, 2017

Com referência a uma apreciação conjunta das duas publicações é possível verificar uma diferença interessante entre os meios de comunicação assinalados. No Brasil a televisão ocupa um lugar importante, acompanhada de perto pela expressão mais genérica de meios de comunicação de massa (MCM). No caso da Chasqui o audiovisual, televisão e cinema ocuparam lugares de destaque nos textos analisados.

DE QUAIS PAÍSES falamos?

Dando prosseguimos as análises, outro ponto de interesse foi o de verificar nos textos quais países eram mencionados nos textos. A ideia era compreender quais localidades têm despertado a atenção dos pesquisadores na perspectiva da proposta do encontro da Intercom (ad- extra e ad-intra). É importante mencionar que não foi aprofundada a

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