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Durante a infância, viveu na cidade que nasceu, e estudou em uma pequena escola. Nesta época, Mary Ellen não se interessou por Matemática e, de acordo com Henrion (1997), nunca imaginou que se tornaria uma matemática.

Em 1941, ingressou na Universidade do Texas e, segundo O’Connor e Robertson (2002), quase por acidente, foi cursar Matemática. Nesta universidade, conheceu o professor R. L. Moore, que apesar de utilizar um método de ensino muito criticado, que incentivava a autonomia e competitividade, teve uma importância singular em sua carreira matemática. Afinal, ele percebeu o talento matemático de Mary Ellen e, desde o início, a incentivou. Segundo ela, “[...] eu sou matemática porque Moore escolheu-me e exigiu que eu tornasse uma matemática”. (HENRION, 1997: 88, tradução nossa).

Em 1944, concluiu o Bacharelado e iniciou as pesquisas de seu Doutorado em Topologia sob a supervisão de Moore. Segundo Henrion (1997), durante todo o Doutorado, Mary não leu nenhum artigo matemático. Ao concluir o Doutorado, em 1949, foi indicada por Moore, para trabalhar como professora na escola feminina da Mary Ellen Estill nasceu em uma família presbiteriana, no dia 7 de dezembro de 1924, na cidade Hillsboro no Texas, nos Estados Unidos da América. Seus pais, Joe Jefferson Estill, engenheiro civil, e Irene Shook, professora de inglês de uma Escola Secundária, valorizavam muito a educação de seus filhos1.

Universidade de Duke em Durham, na Carolina do Norte. Foi aceita e iniciou suas atividades neste mesmo ano.

Na Universidade de Duke, conheceu um aluno chamado Walter Rudin, que, em 1953, tornou-se seu marido. Após a conclusão da Graduação, Walter foi designado professor na Universidade de Rochester e Mary abdicou seu cargo de professora em Duke e o acompanhou. Nesta Universidade, ela assumiu o cargo de professora em período parcial.

Em 1954, nasceu sua primeira filha, Catherine e, no ano seguinte, Eleanor. A família se mudou novamente, em 1958, pois Walter foi designado para trabalhar na Universidade de Wisconsin. Após um ano, ela começou a trabalhar nesta universidade como professora conferencista, em tempo parcial. Em 1961 e 1964, nasceram, respectivamente, seus outros dois filhos Jefferson e Charles Michael.

Mary Ellen, de acordo com Carr (2000), apesar da sua importante produção, nunca deixou a carreira afetar sua grande devoção à casa e à família. Ela possuía uma excelente babá, Lilá Hilgendorf, que a ajudava a cuidar das crianças, mesmo assim, trabalhava em casa para poder, caso necessário, resolver os problemas domésticos. Segundo ela:

Eu nunca me importei de fazer Matemática no sofá no meio da sala de estar com as crianças escalando ao meu redor. Eu gosto de saber, mesmo quando eu estou trabalhando em Matemática, o que está acontecendo. Eu gosto de ser o centro das coisas, então a casa serve perfeitamente para minha Matemática [...] Eu me sinto mais confortável e confiante quando eu estou no meio das coisas, e para fazer Matemática você tem que sentir confortável e confiante. (HENRION, 1997: 93, tradução nossa)

Ela começou a publicar artigos matemáticos após a conclusão do seu Doutorado. Em 1950, publicou o artigo Concerning Abstract Spaces no Duke Mathematical

Journal, este abordou espaços que satisfazem um subconjunto dos axiomas de R. L. Moore. Continuou abordando temas relativos às implicações dos sistemas de Axiomas de R. L. Moore e publicou as seguintes obras: em 1951, Separation in non-separable

spaces e em 1952, A primitive Dispersion set of the plane e Concerning a Problem of

Souslin e, em 1955, publicou, já com o nome de casada, Countable paracompactness na

Soulin’s problem. Mary Ellen ficou muito conhecida na comunidade matemática pela

Em 1974, ela proferiu uma série de conferências sobre Topologia Geral na Universidade de Wyoming, Laramie. As notas destas conferências foram publicadas pela Sociedade Americana de Matemática (American Mathematical Society) no ano seguinte.

Durante sua carreira Mary publicou mais de oitenta artigos sobre Topologia Geral e, nos últimos anos, produziu artigos muito profundos. Ela é reconhecida internacionalmente como uma matemática de primeira classe. Sua reputação na comunidade matemática tornou-se tão grande que, em 1971, a Universidade de Wisconsin sentiu a necessidade de promovê-la de professora conferencista à professora de tempo integral. Em 1981, tornou-se a primeira proprietária de Grace Chisholm Young Professorship em Wisconsin. Permaneceu nesta universidade até o final de sua carreira e, tornou-se professora emérita. Também foi professora visitante na Nova Zelândia, México e China.

Mary Ellen, durante sua carreira, segundo uma biografia publicada pela Associação das Mulheres na Matemática (AWM), em 2005, mostrou-se uma excelente professora e orientou diversos Doutorados. Além disto, foi vice-presidente da Sociedade de Matemática Americana em 1980-1981, governadora da Associação de Matemática da América, foi eleita membro da Academia Americana de Artes e Ciência, Academia Húngara de Ciências e da Associação de Lógica Simbólica. Participou como conferencista na Associação das Mulheres na Matemática. Além disso, pertenceu ao Comitê da Academia Nacional de Ciências da Europa Oriental e do Conselho Nacional de Pesquisa, na área de Ciências Matemáticas.

Em 1963, a Sociedade de Matemática dos Países Baixos (Society of the Netherlands) lhe concedeu o Prêmio de Nieuwe Archief voor Wiskunk. Segundo Carr (2000), Mary Ellen já recebeu inúmeras honrarias, como doutorados honorários, e pela qualidade de seus trabalhos matemáticos ainda receberá muitas outras.

Mary Ellen é um excelente exemplo de determinação no trabalho matemático e uma mulher que conseguiu conciliar perfeitamente o casamento, a maternidade e a carreira acadêmica em Matemática, mas, em muitos momentos, ela sentiu a necessidade de abdicar empregos em tempo integral.