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Material de campanha

No documento Internet nas eleições de 2006 (páginas 106-109)

A homepage de Lula deu mais destaque e apresentou maior quantidade e variedade de material de campanha do que os demais candidatos. Com a exceção do site de Heloísa Helena, todos dispunham do programa de governo do candidato, com grande diferença na data de lançamento. O programa de governo de Lula foi lançado em 29 de agosto, apontando a educação como prioridade máxima do próximo governo. A apresentação do programa de governo petista trazia imagens de livros, plantações, médicos, uma plataforma de petróleo,

trabalhador, casas e do próprio Lula, sombreados por uma bandeira do Brasil. Também com a educação como principal meta, o programa de governo de Cristovam Buarque foi lançado apenas em 12 de setembro, com a colocação da íntegra no site. Dedicado a “Brizola e Darcy, que deram os primeiros passos deste caminho”, o programa é apresentado como a continuidade de movimentos e campanhas nacionais de mobilização. A apresentação no site utilizava uma animação, que começa com um muro recebendo pichações de slogans políticos de várias épocas, com a indicação do ano respectivo - "O petróleo é nosso" (1950), "Viva o socialismo" (1961), "Abaixo a ditadura" (1968), "Diretas já" (1984), "Impeachment" (1992), até chegar ao lema "Educação já" (2006). Segundo informação fornecida pela campanha de Cristovam Buarque, o programa de governo era uma das áreas mais acessadas do site. Já o programa de Geraldo Alckmin foi lançado apenas em 20 de setembro. Apesar do atraso em relação aos outros candidatos, o documento era muito mais detalhista: tinha 216 páginas, contra 142 de Cristovam Buarque e 34 de Lula. Deve-se lembrar que Alckmin havia lançado antes programas específicos para micro e pequenas empresas (20 de agosto), para a saúde (23 de agosto) e contra a corrupção (14 de setembro).

Todos os candidatos ofereciam material de campanha para impressão ou uso na Internet. Entre o material de campanha de Lula, destacou-se uma cartilha com as realizações do governo. A cartilha estava dividida em quatro grandes capítulos: “Retrato do Brasil até 2002”, que mostra como estava o País quando Lula assumiu; “Novo Modelo de Desenvolvimento”, com os avanços econômicos e de infra-estrutura; “Redução da Desigualdade”, com dados sobre o crescimento de emprego, programas sociais, de educação e saúde, além de segurança, combate à corrupção e política internacional; e “Estratégia de Campanha”, texto dirigido às coordenações de campanhas estaduais. Lula também oferecia balanço de governo, com prestação de contas e comparação entre as gestões de Lula e de Fernando Henrique Cardoso. Entre os downloads, era possível baixar arquivos com adesivo para carro, bandeira, cartaz, cartilhas, bottons, imagens para uso em programas de mensagem instantânea (MSN) e comunidades virtuais (Orkut), ringtone da campanha para celular, videoclipe de campanha, carta aos vereadores, jingle "Eu quero Lula de novo", adesivo, bandeira, santinho e folheto.

Assim, como o site de Lula, o material de campanha oferecido no site de Geraldo Alckmin incluía arquivos para impressão de adesivos, bandeiras, faixas, folhetos, logotipos e placas. Atento à legislação eleitoral, o site avisava que o material deve ser de uso exclusivo e

pessoal do eleitor, proibindo a "impressão em escala industrial". Ainda era possível fazer o download da foto oficial do candidato e de papel de parede para a tela do computador.

Perto das eleições, o site de Lula ainda ofereceu uma ferramenta de “Cola Eleitoral”, na qual o eleitor encontrava o número do candidato e ainda poderia anotar os nomes e números de quem decidira apoiar para a eleição dos outros cargos – governador, senador e deputados federal e estadual. No final, a lista era impressa para levar ao local de votação.

No hotsite de mobilização de Cristovam Buarque, o internauta encontrava um "kit mobilização", que oferecia o download de arquivos para impressão de cartazes, adesivos para o carro e bandeiras. Também era possível acessar manifestos da campanha, para reenvio por e-mail aos contatos pessoais, e obter arquivos de imagens de Cristovam Buarque, que poderiam ser utilizadas como uma espécie de “adesivo” em ambientes digitais, como comunidades virtuais (Orkut) e salas de mensagens instantâneas (MSN e ICQ). Entre essas imagens estava a de um "selo para e-mail", no qual uma figura do candidato recebia um carimbo dos Correios com a inscrição "Eu voto 12". Os internautas poderiam copiar essa imagem e reproduzi-la em seus e-mails pessoais. Assim, cada mensagem enviada a contatos, amigos ou familiares iria manifestar o apoio à candidatura de Cristovam Buarque.

Lula e Alckmin ofereciam os jingles de campanha no site. Além dos arquivos de áudio, Lula oferecia clipes com o jingle de campanha, incluindo versões em ritmos regionais, como samba e axé. No site de Alckmin, era possível ouvir e fazer o download de seis diferentes temas da campanha, que apareciam também com a letra. A homepage destacava o jingle sobre o escândalo do mensalão29.

Nos sites de Geraldo Alckmin e Lula, o internauta encontrava ferramentas para enviar por e-mail as notícias sobre o candidato e a campanha. Se o internauta estivesse em uma página dos sites e considerasse a notícia interessante ou com potencial para influenciar o voto de alguém, bastaria acessar um link e inscrever o e-mail do amigo, familiar ou conhecido para que essa informação fosse enviada. Outro serviço disponível na página de Lula era o Really Simple Syndication (RSS), que permitia a reprodução automática das notícias sobre a campanha em outros sites e blogs, por meio da replicação do conteúdo e dos links. Assim, a rede de colaboradores e simpatizantes, que mantinham sites e blogs para defender a candidatura à reeleição, poderia ser alimentada automaticamente com informações da campanha em suas páginas. Com a ferramenta, os textos também podiam ser recuperados por programas "agregadores de RSS", que possibilitam o acompanhamento imediato das notícias

publicadas. Dessa maneira, o usuário poderia permanecer informado das atualizações automaticamente, sem precisar visitar o site.

No documento Internet nas eleições de 2006 (páginas 106-109)

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