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Problemas na oferta de conteúdo dos sites

No documento Internet nas eleições de 2006 (páginas 144-196)

As conclusões gerais deste capítulo são que os sites de campanha eleitoral para a Presidência apresentaram problemas quanto à oferta de informações e à predisposição dos candidatos em interagir com o eleitor. Em relação às informações, o principal problema foi a pouca variedade de temas. Apesar das diferenças no uso de recursos interativos entre cada candidato, os eleitores puderam encontrar pelo menos a ferramenta mais básica de interação virtual, o uso de e-mails para o envio de mensagens aos candidatos – o que será tema do próximo capítulo. A grosso modo, os sites de aspirantes à Presidência abriram mão de poucos recursos de interação – no que se nota a falta de uso de chats e fóruns. Em geral, os recursos interativos foram mais utilizados quando a eleição já estava praticamente definida, a exemplo do bate-papo com Cristovam Buarque às vésperas da votação. Pondere-se, no entanto, que algumas ferramentas de interação de grande importância, como as doações de campanha on- line, só poderão ser mais utilizadas com uma legislação eleitoral mais clara e eficiente.

Se o site de Geraldo Alckmin apresentou maior interatividade, o de Lula soube unir melhor a campanha virtual à mobilização nas ruas, destacando as informações sobre a agenda do candidato, eventos e apoios recebidos por políticos, grupos e redes sociais. O site de Cristovam Buarque também teve alta interatividade, mas pecou principalmente pela baixa quantidade e variedade de informações, que muitas vezes não eram renovadas e permaneciam na homepage por dias seguidos. A campanha on-line de Heloísa Helena também procurou interagir com as ações off-line e destacar a agenda da candidata, mas trouxe poucas informações sobre políticas passadas e futuras – em que se destaca a ausência de programa de governo. A maioria das notícias reproduzia reportagens publicadas na imprensa. Heloísa Helena também foi, junto com Alckmin, a maior responsável pela propaganda negativa virtual. Note-se, porém, que o candidato do PT não foi exatamente o “Lulinha paz e amor” na campanha on-line e, mesmo apresentando uma quantidade bem inferior de ataques a seu principal adversário, Geraldo Alckmin, usou desse recurso mesmo quando as projeções dos institutos de pesquisa indicavam a vitória no primeiro turno.

A observação dos temas da campanha eleitoral da Internet também ajuda a entender o sucesso de Lula no segundo turno. No final, o confronto entre os candidatos do PT e do PSDB se definiu entre duas políticas distintas: a economia e a ética. O resultado não significa necessariamente que o eleitorado tenha feito uma forte opção contra as privatizações. Pode-se

argumentar, com razão, que há muita semelhança na condução da política econômica do governo atual e da oposição. Na teoria, se a política da oposição é idêntica à da situação, eleitor avalia positiva ou negativamente o desempenho da atual situação com predecessores no cargo (DOWNS, 1957). Se os ganhos de utilidade são altos, o eleitor teme que uma mudança possa prejudicá-los e vota na situação. Nesse sentido, o resultado da economia no Governo Lula fora melhor do que no Governo Fernando Henrique, cujo segundo mandato passou por sucessivas crises econômicas, do primeiro ao último ano.

Assim, para que o petista fosse bem sucedido na campanha, bastaria estimular o eleitor a buscar essa comparação na área econômica, após identificar as privatizações como ponto comum entre o governo Fernando Henrique e o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Este tentou evitar as comparações, sem defender a administração Fernando Henrique e também sem destacar seu apoio na campanha. Ao mesmo tempo, Lula procurou desbastar o discurso oposicionista fundado na ética, lançando para isso suspeitas no processo de privatizações. Enquanto o tucano lhe perguntava a origem do dinheiro do dossiê contra Serra, o petista o respondia questionando o destino do dinheiro das privatizações.

Deve-se reconhecer que o próprio Alckmin perdeu parte de sua sustentação na ética ao firmar alianças no segundo turno com políticos acusados de corrupção. De nada adiantava acusar o petista de ter aliados semelhantes ou piores, já que o próprio Lula havia abandonado o discurso da ética e poucas vezes fizera uso dele durante a campanha. Era Alckmin quem deveria demonstrar um comportamento ético, já que essa era a base de sua campanha. Supõe- se que Alckmin não conseguiu convencer o eleitorado de que poderia ter no poder um governo diferente do petista no campo ético. Isso ocorre em parte porque os escândalos atingiram uma ampla parcela de políticos, incluindo da oposição. Outra razão é que Alckmin não tinha políticas passadas de combate à corrupção para mostrar, nem destacou projetos convincentes sobre o tema. A teoria política oferece uma pista na direção dessas hipóteses: se o eleitor esperar um ganho de utilidade do partido de oposição semelhante ao esperado do governista, vai se abster da votação. Essa pode ser parte da explicação para a queda na votação de Alckmin de quase 40 milhões no primeiro turno para 37,5 milhões no segundo31. Ou seja, o eleitor da oposição não conseguiu estabelecer diferenças claras entre os diferenciais dos dois candidatos no campo da ética, mas o governista percebeu um ganho de utilidade maior na economia no Governo Lula.

31 Uma outra explicação é que os eleitores tendem a votar mais quando seu voto pode representar um impacto

maior na decisão. Com isso, as informações de que a eleição já estava praticamente definida a favor de Lula podem ter desestimulado o voto em Alckmin.

A maioria dos trabalhos e artigos sobre o uso da Internet no Brasil cita a preocupação com os problemas de demanda da nova tecnologia e pede, com razão, a universalização do acesso.32 A pesquisa alerta que também há problemas na oferta, tanto na quantidade de sites oferecidos pelos candidatos (conforme indica o capítulo anterior), como na variedade de informações e nas opções de ferramentas interativas.

Deve-se elogiar, é claro, a quantidade de informações encontradas sobre políticas públicas, em especial as de caráter programático. Mesmo assim, as outras dimensões da rede não devem ficar de lado. O passo corajoso para abrir mais a interação com o eleitor – e não apenas comunicar-lhe o que deseja – pode ser decisivo na construção das redes e comunidades virtuais que vão se mobilizar na defesa do candidato (tema do capítulo 8). A melhoria na quantidade e na qualidade interativa da oferta da campanha on-line pode mesmo servir de estímulo para aumentar a demanda pelos sites de candidatos. O inverso também é verdadeiro: encontrou-se uma correlação entre a oferta de sites de candidatos e o acesso da população à Internet, especialmente na comparação entre as diferenças regionais. A luta pelo desenvolvimento da campanha eleitoral on-line deve atuar nessas duas frentes.

32 Os problemas de exclusão digital impõem um limite à participação na campanha pela Internet, conforme foi

demonstrado ao se observar a alta correlação entre o número de mobilizadores da candidatura de Cristovam Buarque e a população conectada nos estados, ou mesmo a correlação entre taxas regionais de acesso de eleitores e candidatos com sites.

7 Interação: e-mails para os candidatos a presidente

Os e-mails são a ferramenta interativa mais popular da Internet, sendo utilizados regularmente por 65% dos internautas, segundo dados da pesquisa TIC Domicílios e Usuários 2006, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Conforme foi visto no capítulo anterior, os sites dos quatro principais candidatos a presidente ofereciam a opção aos usuários. Diante da ausência de chats ou outras ferramentas semelhantes – com a exceção já citada do candidato Cristovam Buarque –, as mensagens eletrônicas representaram o meio principal, senão o único, para que o eleitor entrasse em contato com os presidenciáveis na Internet.

Em outro sentido, os e-mails também foram utilizados por colaboradores, grupos de interesse e redes sociais para divulgar informações sobre a campanha e os candidatos, buscando influenciar o voto do eleitor. Oficialmente, a equipe de campanha só poderia enviar as mensagens aos usuários cadastrados a receber os boletins eletrônicos. Os comitês de Lula e Alckmin não informaram quantos e-mails conseguiram reunir, mas Cristovam chegou a contar com até 49 mil inscritos. Considerando que o pedetista não alcançou o segundo turno e teve um número de votos inferior, os dois principais candidatos devem ter obtido um número bem maior de e-mails. Presume-se ainda que as mensagens recebidas pelos internautas poderiam ser repassadas a seus contatos, suas ramificações e assim por diante. A campanha virtual também utilizaria as redes para repassar mensagens criadas pelos próprios internautas, com apoio ou ataque aos candidatos. Essas mensagens também foram repassadas aos comitês, como será observado a seguir.

Para que uma mensagem ganhasse a rede em correntes de e-mails, ela não precisaria ser necessariamente negativa (BROWNING, 2002). O único quesito recomendável era que fosse uma novidade para a pessoa no momento em que a recebeu. A Internet ainda dimensiona a tendência natural de repassar informações novas e interessantes por causa do fenômeno do “forwarding”. A transmissão de mensagens para amigos on-line é uma marca da etiqueta da rede desde seu princípio. A Arpanet, rede pioneira da Internet, foi desenhada originalmente para divulgar informações simultaneamente para múltiplas localidades (BROWNING, 2002). Assim, a pessoa pode transmitir uma mensagem para várias outras simultaneamente, em pouco tempo.

Para analisar o uso de e-mails na campanha virtual em 2006, a pesquisa toma como objeto as mensagens recebidas pelos comitês de campanha de Alckmin e Lula, entre agosto e outubro de 2006. A base de dados inclui 1.141 mensagens para Geraldo Alckmin e 2.090 para Lula. O comitê de Cristovam Buarque forneceu apenas 30 e-mails, que não servirão para uma análise quantitativa, mas poderão ajudar a entender melhor o tratamento que os comitês eleitorais deram às expectativas de interação dos eleitores.

A obtenção dos dados foi prejudicada pela falta de cuidado dos comitês de campanha em armazenar as mensagens, fazendo com que muitos e-mails fossem perdidos depois de respondidos. Também se nota na base de dados uma falta de organização do material, seja de acordo com os temas ou objetivos das mensagens ou pela origem dos remetentes. Nesse sentido, a base de dados fornecida pelas comitês é totalmente aleatória. Os organizadores da campanha forneceram estimativas informais com relação à quantidade total de e-mails recebidos – uma média de até 5 mil mensagens ao dia, no caso de Alckmin; e de 500 a 1.300, no de Lula. Esses números estão indicados na tabela 7.1.

No entanto, não se pode considerar que o levantamento tenha relevância estatística diante das condições em que as mensagens foram obtidas e da falta de acesso à totalidade das informações. Ressalte-se que a amostra não foi prejudicada por uma seleção prévia dos e- mails pelos comitês, o que pode ser comprovado pela incidência de mensagens negativas aos candidatos, especialmente no caso de Lula.

Tabela 7.1 Estimativa de e-mails recebidos pelos comitês de campanha dos candidatos a presidente e amostra - 2006 Candidato Estimativa de e-mailsrecebidos por dia Estimativa total de1° ago. a 29 out. Amostra Lula 500 no primeiro turnoe 1 300 no segundo 67 400 2 090

Alckmin 5 000 450 000 1 141

Fonte: Levantamento do autor a partir de dados dos comitês de campanha dos candidatos

Os e-mails enviados para Alckmin foram analisados entre junho e julho de 2007, na sede do PSDB, em Brasília. As mensagens estavam dispostas em cinco caixas de mensagem diferentes. Entre essas caixas de mensagem estava a do próprio candidato Geraldo Alckmin, na qual se pôde observar os padrões para o tratamento das informações recebidas de eleitores on-line. As mensagens enviadas a Lula foram entregues pelos comitê de campanha em arquivos de dados condensados para leitura em programas de gerenciamento de e-mails.

As variáveis observadas nos e-mails levam em consideração a interatividade, de acordo com o objetivo e comprometimento do eleitor: crítica ao candidato, apoio a outro candidato, dúvida sobre o programa, declaração de apoio ou voto, pedido de material de campanha digital ou outras formas de participação on-line; pedido de participação na campanha off-line, dúvida sobre a campanha, crítica à campanha, sugestão de campanha, crítica do programa e sugestão de programa. Também se analisam os atributos do candidato percebidos pelo eleitor, os ataques feitos a outros candidatos, à mídia e aos institutos de pesquisa e os temas das mensagens (15 categorias, além da metacampanha). Ainda será verificada a quantidade de mensagens com anexos (imagens, áudios, vídeos, documentos) e com links (de blogs, sites de notícias, sites de campanha ou outros).

7.1 Perfil dos internautas que enviaram e-mails

Ao enviar a mensagem no site dos candidatos, o internauta deveria identificar-se. A homepage de Lula pedia apenas o nome e o e-mail do remetente. No site de Geraldo Alckmin, o formulário requisitava também a cidade e o estado de origem, além do tema da mensagem. Na página de Cristovam Buarque, o eleitor também era convidado a responder qual o grau de comprometimento com a campanha – e, conforme será visto mais adiante, o comitê dava maior atenção àqueles que declaravam maior apoio ao candidato. De acordo com o site, o internauta poderia optar por não responder alguns desses quesitos. Entre os e-mails enviados a Lula e analisados na amostragem, 10% não tinham identificação do nome do remetente.

A variável mais facilmente identificada foi o gênero, com a predominância masculina, conforme pode ser percebido no gráfico 7.1. Deve-se notar que, segundo a pesquisa TIC Domicílios e Usuários 2006, o acesso geral dos homens à Internet também é superior ao das mulheres: 30,3% contra 25,6% da população com 10 anos ou mais. No entanto, essa diferença é bem menos significativa do que a demonstrada na base de internautas que enviaram e-mails aos dois candidatos. Isso indica que, neste caso, a Internet não pôde superar as desigualdades na participação com base no gênero. Essas diferenças podem ter sido muito mais provocadas pela ausência de temas de interesse feminino durante a campanha. Note-se que o percentual de mulheres foi maior entre as mensagens encaminhadas a Lula.

Gráfico 7.1 Distribuição dos percentuais de internautas que

enviaram e-mails aos candidatos a presidente, segundo o gênero - 2006

Fonte: Levantamento do autor a partir de e-mails fornecidos pelos comitês de campanha

Outras variáveis, como idade, estado de origem e profissão do eleitor, foram bem menos identificadas nas mensagens. O ambiente da Internet favorece muitas vezes o anonimato – e esse pode ser até mesmo um estímulo à participação. No entanto, a identificação mais precisa do remetente era desejável quando o internauta esperava uma resposta do candidato. Muitos chegaram a inscrever seu telefone e endereço de contato – informações que não eram solicitadas nos sites. As mensagens com esse nível de especificação chegavam a quase 4% dos e-mails para Alckmin e 5% dos para Lula. A maioria das mensagens sem identificação do nome foi enviada por eleitores adversários, com ataques diretos ao petista33. Esses eleitores não buscavam com isso uma resposta, mas apenas queriam declarar uma opção já definida contra o candidato.

33 Verificou-se também que parte das mensagens não estava identificada por causa de uma falha técnica no

formulário do site de campanha, que foi posteriormente consertada. Com relação ao formulário, os eleitores de Lula também se queixaram do limite de tamanho das mensagens, que foi mais tarde ampliado.

20,0 0,0 62,5 10,1 80,0 27,3 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Masculino Feminino Sem referência

Percen

tu

ais

No caso da idade, o número de e-mails sem referência é tão elevado que impede qualquer análise comparativa. Com relação ao estado de origem, somente 32,5% dos eleitores de Alckmin e 16,6% dos de Lula informaram esse dado. O percentual maior de identificação nos e-mails para Alckmin é explicado pelo formulário de envio da mensagem no site, que pedia essa informação. Entre os eleitores que enviaram mensagens ao tucano, 18,5% são da Região Sudeste; 5,7% do Sul; 4,1% do Centro-Oeste; 2,8% no Nordeste; e 1,4% no Norte. A maior base dos eleitores que se comunicaram por e-mail com Lula também está nas Regiões Sudeste (7%) e Sul (4,1%), mas também há uma proporção relativa no Nordeste (3,3%), seguido do Centro-Oeste (1,1%) e do Norte (0,8%). Na comparação com o número total de eleitores conectados na Internet, nota-se que essa base foi fortemente influenciada pelas taxas de acesso em cada região. Os índices de correlação de Pearson entre os percentuais de eleitores com acesso à Internet e os que enviaram e-mails a Alckmin e a Lula chegam a 0,84 e 0,92, respectivamente. O coeficiente de Lula foi maior por causa da representatividade maior do candidato no Nordeste.

Deve-se ponderar, no entanto, que os internautas trabalharam para vencer os limites de acesso. É comum encontrar nas mensagens voltadas à campanha indicações para que os e- mails não apenas fossem reenviados pela Internet, mas também impressos para distribuição fora da rede. Da mesma forma, alguns usuários retransmitiram aos candidatos mensagens de pessoas que não estavam ligadas na rede, entre eles pedidos, sugestões ou declarações de incentivo à campanha.

A observação dos e-mails mostra que parte dos internautas usou caixas de mensagem corporativas – incluindo de órgãos públicos – para escrever mensagens aos candidatos. Deve- se lembrar que, durante a campanha, Alckmin denunciou a divulgação de boatos na Internet sobre supostos planos de que iria privatizar empresas públicas. Segundo a denúncia, essas mensagens eram divulgadas pelos próprios servidores públicos nas redes internas dessas empresas. Note-se que o comitê de Lula tratava com cautela os e-mails que recebia de caixas de mensagem corporativas, já que a lei eleitoral proíbe ao servidor usar bens da administração pública em benefício do candidato34. Como norma, a equipe questionava se o eleitor tinha um endereço eletrônico pessoal, para então encaminhar a resposta a esta caixa de mensagem.

Apenas 5% das mensagens para Lula e 5% das para Alckmin identificavam a profissão ou ocupação do remetente. Por causa desse baixo índice, a referência não tem relevância

34 A senadora Heloísa Helena (PSOL) chegou a demitir um funcionário de seu gabinete depois de o jornal

Correio Braziliense ter divulgado que ele utilizava um computador do Senado para enviar mensagens eletrônicas

comparativa. Mesmo assim, note-se que a maioria ocupava profissões com nível superior ou se enquadrava como servidor público. Na metodologia das classes e ramos de atividade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 25% dos internautas identificados que enviaram mensagens a Lula estão na categoria social, que inclui professores e profissionais da área médica. Em seguida vêm os servidores públicos (20%) e os serviços auxiliares das atividades econômicas (17%), que correspondem basicamente às profissões liberais. Também com forte incidência estão os estudantes (9%) e os empresários. Já os usuários identificados que entraram em contato com Alckmin eram formados na maior parte por servidores públicos (27%), seguidos dos profissionais de serviços auxiliares (25%) e da área social (24%).

Entre os e-mails para Lula, foram identificados servidores públicos (19 manifestações), professores (11), estudantes (10), empresários (8), advogados (6), agricultores (3), aposentados (4), arquiteto (3), engenheiro (3), bancário (4), comerciante (2), contador (2), diretores de escola (2), educadoras (2), médicos (2), policial (2), radialistas (2), ambientalista (1), analista de sistemas (1), auxiliar administrativo (1), desempregado (1), diretor de associação filantrópica (1), dona-de-casa (1), dramaturgo (1), gerente (1), instrutor de trânsito (1), jornalista (1), massoterapeuta (1), militar (1), padre (1), pescador (1), profissional da saúde (1), profissional de informática (1), psicanalista (1), psicólogo (1), publicitária (1), sindicalista (1), socióloga (1), supervisor de vendas (1), técnico (1), técnico de segurança do trabalho (1), terapeuta holístico (1), vereadora (1), veterinária (1), webdesigner (1).

Entre as mensagens para Alckmin, foram identificados servidores públicos (8 manifestações), advogados (7), dentistas (6), médicos (5), estudantes (4), empresários (3), administradores (2), aposentados (2), engenheiros (2), jornalistas (2), policiais (2), agricultor (1), arquiteta (1), banqueiro (1), comerciante (1), desembargador (1), economista (1) magistrada (1), militar (1), nutricionista (1), oficial de justiça (1), pescador (1), pesquisadora (1), prefeito (1), professora (1), promotor público (1), técnico de informática (1).

Deve-se observar que as mensagens não se restringem à área de especialidade do profissional – o médico não falava apenas de saúde, o agricultor não tratava somente de problemas ou sugestões para produção rural, e assim por diante. No entanto, há alguns casos específicos em que o e-mail está diretamente relacionada à ocupação da pessoa, como o empresário que se queixa do aumento de impostos no Governo Lula e o aposentado que lamenta o reajuste baixo dos benefícios ou denuncia a alta aposentadoria do presidente Lula como anistiado político. Em outra mensagem, um médico pergunta a opinião de Alckmin sobre o aborto legal e destaca: “Sua opinião é muito importante para nós médicos.”

7.2 Como os candidatos respondiam os e-mails

O oferecimento de uma ferramenta de mensagem para o candidato nos sites oficiais de campanha pressupõe que os partidos ou coligações deveriam oferecer uma estrutura para responder às demandas dos eleitores. Os comitês de Alckmin e Lula trabalhavam com uma equipe de auxiliares, com número não informado – mas possivelmente pequeno, como se pode concluir a partir da observação das mensagens. O comitê de Cristovam Buarque dispunha no início de apenas duas pessoas, trabalhando das 8 às 18 horas, para responder de 200 a 400 mensagens por dia. Depois, a equipe foi ampliada com mais cinco voluntários.

Diante do volume de demanda, as respostas podiam demorar para chegar. Algumas mensagens enviadas a Alckmin reclamavam da falta de informações sobre outros e-mails passados anteriormente. Pôde-se observar que alguns e-mails enviados a Lula foram

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