• Nenhum resultado encontrado

3 COMPOSIÇÃO QUÍMICA E VALORES DE ENERGIA

3.2 Material e métodos

Os procedimentos experimentais utilizados foram submetidos e aprovados pela Comissão de Ética em Pesquisa Animal (CEPA) da Universidade Federal do Ceará (UFC) e estão de acordo com os princípios éticos adotados pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA).

3.2.1 Local e período experimental

O estudo foi conduzido nas dependências do Departamento de Zootecnia (DZ) do Centro de Ciências Agrarias (CCA) da UFC, localizada na cidade de Fortaleza - Ce, no período de março a abril de 2016.

3.2.2 Obtenção da torta de girassol

As sementes de girassol, de uma variedade que possui casca da cor preto-estriada e classificadas como sementes oleosas (casca bem aderida a amêndoa e usadas para extração de óleo e produção de farelo) segundo Leite et al. (2005), foram adquiridas, limpas através da retirada das impurezas presentes, expostas ao sol para redução da umidade e aquecimento e submetidas a prensagem em prensa mecânica da marca Scott tech (modelo ERT 40 - V1, Brasil) com potência e capacidade nominal de 0,75 kW e 6 kg de semente de girassol/hora,

respectivamente, com fuso extrator regulado para maior extração possível de óleo sem o entupimento da matriz extratora ao longo do processamento. Para cada kg de semente processada foi obtido 29,20% de óleo e 70,80% de TG.

3.2.3 Determinação da composição química e energia bruta da TG

Uma amostra da TG foi enviada ao Laboratório de Nutrição Animal (LANA) do DZ/CCA/UFC, para a determinação da matéria seca (MS), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), matéria mineral (MM), fibra em detergente ácido (FDA) e fibra em detergente neutro (FDN), segundo metodologia descrita por Silva e Queiroz (2002) e energia bruta (EB), determinada em bomba calorimétrica (IKA C200).

A quantificação do ácido clorogênico foi realizada no Laboratório de Produtos Naturais (LPN) do Departamento de Química da UFC, onde 10 gramas de TG foram submetidos à extração a quente com 200 mL de hexano por três horas (2 vezes) em um aparelho Soxhlet para remoção de lipídeos. Após evaporação do hexano, o material foi extraído por três horas com 200 mL de metanol (3 vezes). O solvente foi evaporado a pressão reduzida em evaporador rotatório a 40°C e os extratos obtidos foram secados em banho-maria e submetidos ao processo de cromatografia líquida de alta eficiência. Para obter a quantidade de ácido clorogênico, foi construída uma curva de calibração a partir de composto autêntico puro (ácido clorogênico), obtidos da Sigma-Aldrich e feito cálculos comparativos com as curvas de calibração da TG.

3.2.4 Determinação da energia metabolizável da TG

Para determinar os valores de EMA e EMAn, foram conduzidos, no Setor de avicultura do DZ/CCA/UFC, três ensaios de metabolismo com frangos de corte em diferentes idades, usando o método tradicional de coleta total de excretas.

No primeiro ensaio foram utilizados 300 pintos machos no período de 11 a 18 dias de idade e no segundo 180 frangos no período de 28 a 35 dias, da linhagem Cobb. Já o terceiro ensaio foi realizado com 18 galos da raça Rhode Island Red no período de 189 a 196 dias de idade.

Em cada ensaio, as aves foram alojadas em baterias com gaiolas metálicas e distribuídas em delineamento experimental inteiramente casualizado com três tratamentos e seis repetições de seis aves no primeiro ensaio, quatro no segundo e uma no terceiro. As parcelas

experimentais foram formadas mediante seleção com base no peso corporal, conforme recomendações propostas por Sakomura e Rostagno (2016).

Os tratamentos consistiram em uma ração referência (RR) formulada à base de milho e farelo de soja e duas rações testes, uma composta por 80% de RR e 20% de TG e a outra por 60% de RR e 40 % de TG. As RR utilizadas em cada idade (Tabela 1) foram formuladas segundo recomendações nutricionais e valores de composição dos alimentos propostos por Rostagno et al. (2011).

Tabela 3 - Composição, níveis nutricionais e energéticos das rações referência para as aves nas diferentes idades. Ingredientes (kg) Idade (dias) 14 - 21 28 - 35 189 a 196 Milho 54,41 56,87 59,85 Farelo de soja (45%) 38,79 35,94 32,35 Óleo de soja 2,44 3,31 4,24 Fosfato bicálcico 1,90 1,55 1,33 Calcário calcítico 0,88 0,92 0,87 Sal comum 0,51 0,48 0,46

Suplemento mineral e vitaminico¹ 0,20 0,20 0,20

DL - Metionina 0,36 0,31 0,29 L - Lisina HCL 0,29 0,24 0,24 L - Treonina 0,12 0,08 0,07 Cloreto de colina 0,05 0,05 0,05 Salinomicina 0,05 0,05 0,05 TOTAL 100,00 100,00 100,00

Nível nutricional e energético calculado

Energia metabolizável (kcal/kg) 2.960 3.050 3.150

Proteína bruta (%) 22,40 21,20 19,80 Matéria seca (%) 88,58 88,64 88,67 Extrato etéreo (%) 5,07 5,98 6,92 Cálcio (%) 0,92 0,84 0,76 Fósforo disponível (%) 0,47 0,40 0,35 Sódio (%) 0,22 0,21 0,20 Lisina digestível (%) 1,32 1,22 1,13

Metionina + cistina digestível (%) 0,95 0,88 0,83

Metionina digestível (%) 0,65 0,59 0,55

Treonina digestível (%) 0,86 0,79 0,74

1Composição por kg do produto: Vitamina A 5.500.000 U.I., Vitamina D3 1.000.000 U.I, Vitamina E 6.500 mg,

Vitamina K3 1.250 mg, Vitamina B1 500 mg, Vitamina B2 2.500 mg, Vitamina B6 750 mg, Vitamina B12 7.500 mcg, Pantotenato de Cálcio 6.500 mg, Niacina 17.500 mg, Biotina 25 mg, Ácido Fólico 250 mg, Manganês 32.500 mg, Ferro 25.000 mg, Cobre 3.000 mg, Iodo 500 mg, Zinco 22.500 mg, Cobalto 50 mg, Selênio 100 mg, Antioxidante 2.000 mg, Veículo q.s.p. 1.000 g.

Cada ensaio teve duração de oito dias, sendo quatro dias para adaptação às rações experimentais e às gaiolas e quatro dias para a coleta das excretas. Durante todo o período experimental, água e ração foram fornecidas à vontade, sendo os comedouros abastecidos com ração três vezes ao dia para evitar desperdícios. As aves foram submetidas a um programa de luz de 24 horas durante todo o período experimental.

Para a coleta das excretas, foram instaladas sob as gaiolas, bandejas de alumínio previamente revestidas com plástico para evitar perdas do conteúdo excretado. A identificação das excretas provenientes das rações em avaliação foi realizada com a adição de 1% de óxido férrico (cor vermelha) nas rações, no primeiro e no último dia de coleta, sendo desprezadas as excretas que não estavam marcadas na primeira coleta e as marcadas na última coleta do período de avaliação. Realizou-se duas coletas de excretas diárias, no início da manhã (08h00min) e no final da tarde (16h00min). Uma vez coletadas, as excretas foram pesadas, acondicionadas em sacos plásticos, identificadas por repetição e congeladas.

No final de cada período experimental, determinou-se a quantidade de ração consumida, pela diferença entre a quantidade de ração fornecida e a sobra, e o total de excretas produzidas, ao longo do período de coleta.

Para realização das análises laboratoriais, após o descongelamento à temperatura ambiente, as excretas de cada repetição foram homogeneizadas e posteriormente foi retirada e pesada uma amostra, sendo encaminhada para estufa de ventilação forçada a 55°C por 72 horas, para promover a pré-secagem e determinação do peso da amostra seca ao ar.

Em seguida, as amostras foram moídas em moinho tipo faca, com peneira de 16 mash com crivos de 1mm e encaminhadas ao LANA-UFC, junto com amostras das rações experimentais, para a determinação da MS e nitrogênio, seguindo a metodologia descrita por Silva e Queiroz (2002). A energia bruta foi determinada em bomba calorimétrica adiabática (IKA C200). Com base nos resultados laboratoriais, foram calculados os valores de EMA e EMAn do alimento teste, utilizando as equações propostas por Materson et al. (1965).

3.2.5 Análise estatística

As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa computacional Statistical Analyses System. Os dados foram submetidos à análise de variância segundo um modelo fatorial 3x2 (3 idades das aves x 2 níveis de substituição da RR pela TG) e comparação de médias feita pelo teste de SNK (5%).

Documentos relacionados