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MEDIDAS DE COMBATE AO BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS E AO FINANCIAMENTO

Branqueamento traduz-se na ação ou efeito de branquear156. Ensina-nos Gonçalo Sopas de Melo Bandeira que o branqueamento é “um processo de transformação por meio do qual o resultado de atividades criminosas ilícitas é investido em operações, que parecem lícitas, através da despistagem da proveniência dessas mesmas

ações”.157

O Supremo Tribunal de Justiça, no acórdão n.º 14/07.0TRLSB.S1158, de 11 de junho de 2014, definiu o crime de branqueamento como um procedimento através do qual o produto de operações criminosas ilícitas é investido em atividades aparentemente lícitas, mediante dissimulação da origem dessas operações; traduz-se no desenvolvimento de atividades em resultado das quais um aumento de valor, que não é comunicado às autoridades legítimas, adquire uma aparência de origem legal, sendo, no fundo, um processo de transformação.

Este crime, de branqueamento de capitais, tem vindo, a ganhar relevância, o que provocou, quer a nível nacional quer internacional, a necessidade de nova legislação, com controlos mais alargados, mais apertados e sofisticados.

Daí, surgir em Portugal, a Lei n.º 83/2017, de 18 de agosto, que estabelece medidas de combate ao bran-queamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, transpõe parcialmente as Diretivas 2015/849/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de maio de 2015, e 2016/2258/UE, do Conselho, de 6 de dezembro de 2016, altera o Código Penal e o Código da Propriedade Industrial e revoga a Lei n.º 25/2008, de 5 de junho, e o Decreto-Lei n.º 125/2008, de 21 de julho.

Assim, esta lei estabelece medidas de natureza preventiva e repressiva e alarga o âmbito de aplicação do regime de prevenção e repressão do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo.

Nesta nova lei, a noção de branqueamento de capitais encontra-se prevista na alínea j) do artigo 2.º e compreende não só as condutas previstas e punidas pelo artigo 368.º-A do Código Penal, mas ainda: a) a aqui-sição, a detenção ou a utilização de bens, com conhecimento, no momento da sua receção, de que provêm de uma atividade criminosa ou da participação numa atividade dessa natureza; e b) a participação num dos atos a que se referem as alíneas anteriores, a associação para praticar o referido ato, a tentativa e a cumplicidade na sua prática, bem como o facto de facilitar a sua execução ou de aconselhar alguém a praticá-lo.

Esta nova lei neutraliza muitas das normas que já vigoravam no âmbito da Lei n.º 25/2008, de 5 de junho, pela mesma revogada. É, contudo, bastante mais extensa que a anterior e apresenta, entre outras, as seguintes novidades: a) Tendo em vista a sua aplicação, contém um conjunto alargado de definições, designadamente a definição de agentes, auditores, autoridades policiais, autoridades setoriais, bens, branqueamento de capitais, Comissão de Coordenação, contas correspondentes de transferência, direção de topo, distribuidores, financia-mento ao terrorismo, grupo, indicadores de controlo, instituição financeira, moeda eletrónica, ordens profis-sionais, organização sem fins lucrativos, órgão de administração, países terceiros de risco elevado, pessoas

156 LAROUSSE, Enciclopédia Moderna, 2009, p. 1229

157 BANDEIRA, Gonçalo Nicolau Cerqueira Sopas de Melo, O crime de “Branqueamento” e a Criminalidade Organizada no Ordena-mento Jurídico Português, Ciências Jurídicas, 2005, p. 274.

158 http://www.dgsi.pt/jstj.nsf/954f0ce6ad9dd8b980256b5f003fa814/e22652275680718b80257d15004292f6?OpenDocument, consultado no dia 9 de abril de 2018, pelas 19:30 horas.

reconhecidas como estreitamente associadas, relação de correspondência, titulares de outros cargos políticos ou públicos, e transferências de fundos; b) o arrendamento passa a integrar as atividades imobiliárias; c) integra no conceito de pessoas politicamente expostas, os Representantes da República e outras entidades que ocupam cargos em órgãos de soberania; c) inclui no leque de entidades não financeiras, os concessionários de explora-ção de salas de jogo do bingo, os operadores económicos que exerçam a atividade leiloeira, os advogados, solicitadores, notários e outros profissionais independentes; d) Diminui de 15.000,00€ para 10.000,00€ o mon-tante a partir do qual os comerciantes estão sujeitos aos deveres gerais e deveres específicos das entidades não financeiras; e) determina as entidades equiparadas e entidades obrigadas; f) considera os conservadores e os oficiais de registo auxiliares na prevenção e combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terro-rismo, sujeitando-os a um conjunto de deveres; g) impõe às entidades obrigadas o dever de se absterem de celebrar ou de algum modo participar em quaisquer negócios de que, no âmbito da sua atividade profissional, resulte a violação dos limites à utilização de numerário previstos na Lei Geral Tributária; h) o dever de identi-ficação e diligência é unificado, deixando de constituir dois deveres autónomos; i) passam a ser enumerados os elementos identificativos dos clientes das entidades obrigadas mediante apresentação dos meios comprova-tivos desses mesmos elementos; j) a verificação da identidade passa a efetuar-se sempre antes do estabeleci-mento da relação de negócio; l) as entidades obrigadas passam a ter o dever de conhecer os beneficiários efe-tivos dos clientes que sejam pessoas coletivas ou centros de interesses; m) as entidades obrigadas passam a comunicar as operações suspeitas ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) da Procu-radoria-Geral da República, mantendo-se a obrigação de comunicação à Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária (UIF).

A prevenção do crime de branqueamento de capitais constitui um dos principais objetivos da atual lei. Para tal, ficam sujeitas às disposições da Lei um conjunto alargado de entidades, singulares e coletivas, a quem se exige a prática de atos muito próximos dos atos típicos de investigação criminal.

A saber: entidades financeiras (artigo 3.º), não financeiras (artigo 4.º) e, ainda, entidades equiparadas a entidades obrigadas (artigo 5.º). Entidades obrigadas são as referidas nos artigos 3.º e 4.º, como resulta da alínea r) do artigo 2.º.

Nos termos da alínea f) do artigo 4.º, os advogados, solicitadores e notários são considerados entidades não financeiras e, como já referido, entidades obrigadas. Estão sujeitas às disposições da lei quando interve-nham ou assistam, por conta de um cliente ou noutras circunstâncias à realização de qualquer ato contidos nas alíneas a) a f), do n.º 2, do artigo 4.º.

É no artigo 11.º da Lei que se encontra o catálogo dos deveres a que estão sujeitas as entidades obrigadas. Da lista dos deveres destacamos, pela sua relevância prática, os deveres de identificação e diligência (ar-tigo 23.º), de comunicação (ar(ar-tigo 43.º), abstenção (50.º), conservação (ar(ar-tigo 51.º), colaboração (ar(ar-tigo 53.º) e não divulgação (artigo 54.º).

Na Lei n.º 25/2008, presentemente revogada, os conservadores eram considerados entidades não financei-ras, conjuntamente com notários, advogados e solicitadores. Todavia, esta lei veio considerar os conservadores e oficiais de registo entidades auxiliares na prevenção e combate ao branqueamento de capitais e ao financia-mento do terrorismo, como consta do artigo 7.º, enquanto os advogados, notários e solicitadores, são conside-rados, como já referimos, entidades não financeiras.

Assim, os conservadores e oficiais dos registos estão sujeitos, no exercício das respetivas funções: a) ao dever de comunicação previsto no artigo 43.º; b) Ao dever de colaboração previsto no artigo 53.º; c) Ao dever de não divulgação previsto no artigo 54.º, quanto às comunicações efetuadas ao abrigo das alíneas anteriores. Além do mais, sempre que estejam em causa atos de titulação159, os conservadores e os oficiais dos registos estão ainda sujeitos aos deveres de exame e de abstenção previstos na presente lei.

Acreditamos que esta alteração se baseia no facto dos conservadores e oficiais de registo, no exercício da sua função, estarem obrigados ao cumprimento do princípio da legalidade e consequentemente, estão obrigados a verificar a validade formal e substantiva dos atos praticados por outras entidades, designadamente, por advo-gados e solicitadores.

Uma demostração de que os conservadores e oficias de registo desempenham um papel fundamental no combate ao branqueamento de capitais e combate ao terrorismo, verifica-se pelo disposto no n.º 5, do artigo 7.º. De facto, as obrigações e deveres, que lhes foram atribuídos, integram o vínculo de trabalho em funções públicas, o que vale por dizer que em caso de incumprimento, as sanções a aplicar são, para além das previstas neste diploma, as que estão previstas na Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, que aprovou a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas.

No âmbito deste combate, o Instituto dos Registos e Notariado foi equiparado a autoridade setorial, a que respeita a alínea f), do artigo 2.º, sujeito à fiscalização da Inspeção Geral da Justiça.

Além das medidas preventivas que constam desta lei, a mesma levou à alteração de outros diplomas, de forma a completar a prevenção do combate do crime de branqueamento de capitais e financiamento do terro-rismo. Destacam-se, desde 23 de agosto de 2017, a proibição de pagamento, em numerário, acima de determi-nados montantes, quer em transações de qualquer natureza, quer no pagamento de impostos e, desde 31 de dezembro de 2017, a forma como passou a ser feita a identificação dos cidadãos. O controlo preventivo moti-vou, ainda, a alteração dos Códigos dos Registo Predial, Comercial e Código do Notariado, que se refletiu na prática a partir de 20 de novembro de 2017160.

O artigo 10.º da Lei n.º 83/2017, veio impor limites à utilização de numerário, determinando que as enti-dades obrigadas se abstenham de celebrar ou de algum modo participar em quaisquer negócios de que, no âmbito da sua atividade profissional, resulte a violação dos limites à utilização de numerário previstos em lei específica.

A lei a que se refere esta norma é a Lei Geral Tributária, à qual, pela Lei n.º 92/2017, de 22 de agosto, que entrou em vigor no dia seguinte ao da sua publicação, foi aditado o artigo 63.º-E, com a epígrafe “proibição de pagamento em numerário”. Assim, desde aquela data, de 23 de agosto de 2017, é proibido pagar ou receber em numerário em transações de qualquer natureza que envolvam montantes iguais ou superiores a 3.000,00 euros, ou o seu equivalente em moeda estrangeira. Sempre que o pagamento seja realizado por pessoas singulares não residentes em território português e desde que não atuem na qualidade de empresários ou comerciantes, este limite é de 10.000,00 euros, ou o seu equivalente em moeda estrangeira. No caso de pagamentos realizados

159 São atos de titulação aqueles em que se confira forma legal a um determinado ato ou negócio jurídico, designadamente, através da elaboração de títulos nos termos de lei especial (procedimentos realizados no âmbito da “Casa Pronta” e do BHDP), da autenticação de documentos particulares ou do reconhecimento de assinaturas.

pelos sujeitos passivos de IRC e IRS, que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, respeitan-tes a faturas ou documentos equivalenrespeitan-tes de valor igual ou superior a 1.000,00 euros, ou o seu equivalente em moeda estrangeira, devem ser efetuados através de meio de pagamento que permita a identificação do respetivo destinatário, designadamente transferência bancária, cheque nominativo ou débito direto.

O n.º 4 deste preceito determina que para efeitos de cálculo dos limites referidos nos números anteriores, são considerados de forma agregada todos os pagamentos associados à venda de bens ou prestação de serviços, ainda que não excedam aquele limite se considerados de forma fracionada161. Nesta estipulação, o legislador, tem da nossa parte uma merecida vénia, uma vez que rasou a pretensão de evitar esta obrigação.

O pagamento de impostos, cujo montante exceda 500,00 euros, será proibido em numerário. A violação destas obrigações é punível com coima de 180,00 euros a 4.500,00 euros.162

A Lei n.º 32/2017, de 1 de junho, procedeu à segunda alteração da Lei n.º 7/2007, de 5 de fevereiro, que criou o cartão de cidadão e rege a sua emissão e utilização e veio determinar, que desde 31 de dezembro de 2017, o cartão de cidadão é o único documento de identificação dos cidadãos nacionais, residentes em Portugal ou no estrangeiro, a partir dos 20 dias após o registo do nascimento, abrindo apenas uma exceção para os cidadãos que tenham bilhetes de identidade válidos naquela data.

Todavia, o artigo 48.º do Código do Notariado, que alude à verificação da identidade, não foi alterado, nem revogado (pelo menos expressamente), e ali refere-se, entre outras formas, que a verificação da identidade pode ser feita, designadamente pelo conhecimento pessoal do notário, pela exibição do passaporte, pela decla-ração de dois abonadores.

Nitidamente há aqui um conflito de normas especiais, mas que quanto a nós pode estar resolvido pelo n.º 5, do artigo 18.º daquela Lei n.º 32/2017163, pois tacitamente revogou aquela (ou parte) da norma do Código do Notariado. E a dúvida reside nisto, aquela norma transitória refere que o cartão de cidadão é o único docu-mento de identificação, mas não faz referência à forma de verificar a identidade.

Bem sabemos, que atualmente é possível obter o cartão de cidadão com urgência e tê-lo no próprio dia do pedido (com um custo acrescido), que o prazo normal de emissão é de menos de uma semana, que o seu prazo de validade é de dez anos para cidadãos com idade superior a vinte e cinco anos (deste outubro de 2017), que o cidadão é alertado para a sua renovação com um mês de antecedência do terminus do prazo, que contém um conjunto alargado de informações que os outros não têm, pois inclui uma zona específica destinada a leitura ótica e incorpora um ou mais circuitos integrados. Mas, não vemos com desagrado, antes muito útil, a inter-venção de dois abonadores, portadores de cartões de cidadão válidos, como forma de verificação da identidade dos outorgantes ou ainda pelo conhecimento pessoal do notário.164 Estas são soluções válidas àquela restrição,

161 Observemos o exemplo de uma compra e venda de um prédio rústico. Valor do contrato: 29.000,00 euros. Pagamento em 10 prestações, nos montantes 2.900,00 euros, cada uma. O valor da prestação é inferior ao limite de 3.000,00 euros, logo o pagamento pode ser feito em numerário. Porém, atendendo ao previsto no n.º 4, este pagamento é proibido, uma vez que a final o montante a pagar é de 29.000,00. 162 Artigo 129.º, n.º 3, do Regime Geral das Infrações Tributárias, aprovado pela Lei n.º 15/2001, de 5 de junho.

163 “Artigo 8.º Norma transitória

1 - A partir de 31 de dezembro de 2017, o cartão de cidadão é o único documento de identificação dos cidadãos referidos no n.º 1 do artigo 3.º da Lei n.º 7/2007, de 5 de fevereiro, na redação dada pela presente lei, sem prejuízo do disposto no n.º 3. (…)

5 - O disposto nos números anteriores prevalece sobre todas as normas gerais e especiais que o contrariem.”

164 Ficcione-se um testamento – ato unilateral e revogável, pelo qual uma pessoa dispõe para depois da morte, de todos os seus bens ou de parte deles (artigo 2179.º do CC). Há urgência no testamento e o testador não tem cartão de cidadão. Logo, fica impedido de fazer esta disposição de última vontade. Pela lei notarial há lugar à intervenção de duas testemunhas instrumentárias (artigo 67.º, n.º 1, a) e 3 do CN),

que pode pôr em causa a realização de negócios lícitos. Basta pensar que se alguém perde o cartão de cidadão ou se expira o prazo de validade, momentaneamente fica inibido para a prática de alguns negócios jurídicos, como seja a compra ou venda de imóveis.

Outras das medidas, foram concretizadas pela Lei n.º 89/2017, de 21 de Agosto, que aprovou o Regime Jurídico do Registo Central do Beneficiário Efetivo, transpôs o capítulo III da Diretiva (UE) 2015/849, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de maio de 2015, e procedeu à alteração de Códigos e outros diplo-mas legais.

Dois dos códigos alterados são o Código do Notariado e o Código do Registo Predial. A ambos os códigos foram aditadas normas idênticas que se prendem com o facto de estar em causa o pagamento de uma quantia. Ao Código do Notariado foram aditados os n.ºs 5 e 6, ao artigo 47.º165e ao Código do Registo Predial foram aditados a al. g), ao n.º 1 e o n.º 5, ao artigo 44.º166. Estas alterações geraram obrigações para os titula-dores e para os conservatitula-dores. Para os titulatitula-dores, que têm que consignar no instrumento destinado a titular atos sujeitos a registo a indicação do momento em que tal ocorre e do meio de pagamento utilizado. Sendo, em numerário, a moeda utilizada (tendo sempre em conta os limites permitidos); por cheque, o seu número e a entidade sacada; através da realização de uma transferência de fundos: i) A identificação da conta do ordenante e da conta do beneficiário, mediante a menção dos respetivos números e prestadores de serviços de pagamento; ii) Quando o ordenante ou o beneficiário não realize a transferência por intermédio de uma conta de pagamento, mediante a menção do identificador único da transação ou do número do instrumento de pagamento utilizado e do respetivo emitente. Para os conservadores, que têm que verificar se aquelas menções obrigatórias constam dos atos notariais, sob pena de qualificar o registo como provisório por dúvidas nos termos do artigo 70.º do CRPred.

que podem ser dispensadas pelo notário, no caso de haver urgência e dificuldade, em as conseguir. No entanto, estas testemunhas instru-mentárias podem ser a solução para verificar a identidade do testador, uma vez que elas podem servir de abonadores (artigo 48.º, n.º 1, d) e 4 do CN). Em alternativa, pelo conhecimento pessoal do notário, mas que só beneficiaria quem o notário conhecesse, pondo em causa o princípio da igualdade, constitucionalmente consagrado. Porém, se estas formas não são admitidas e como desde 31 de dezembro de 2017, o cartão de cidadão é o único documento de identificação dos cidadãos, este testador fica impedido de dispor dos seus bens para depois da morte, pois o notário deixa de ter como verificar a sua identidade.

165 “Artigo 47.º Menções especiais

(…) O instrumento destinado a titular atos sujeitos a registo deve ainda conter, sempre que esteja em causa o pagamento de uma quantia, a indicação do momento em que tal ocorre e do meio de pagamento utilizado.

6 - Para o cumprimento do disposto no número anterior, caso o pagamento ocorra antes ou no momento da celebração do ato, deve ser consignado no instrumento:

a) Tratando-se de pagamento em numerário, a moeda utilizada;

b) Tratando-se de pagamento por cheque, o seu número e a entidade sacada; c) Tratando-se de pagamento através da realização de uma transferência de fundos:

i) A identificação da conta do ordenante e da conta do beneficiário, mediante a menção dos respetivos números e prestadores de serviços de pagamento;

ii) Quando o ordenante ou o beneficiário não realize a transferência por intermédio de uma conta de pagamento, mediante a menção do identificador único da transação ou do número do instrumento de pagamento utilizado e do respetivo emitente.”

166 Artigo 44.º Menções obrigatórias

1 - Dos atos notariais, processuais ou outros que contenham factos sujeitos a registo devem constar:

(…) g) Sempre que esteja em causa o pagamento de uma quantia, a indicação do momento em que tal ocorre e do meio de pagamento utilizado.

(…) 5 - Para o cumprimento do disposto na alínea g) do n.º 1, caso o pagamento ocorra antes ou no momento da celebração do ato, deve ser consignado no instrumento:

a) Tratando-se de pagamento em numerário, a moeda utilizada;

b) Tratando-se de pagamento por cheque, o seu número e a entidade sacada; c) Tratando-se de pagamento através da realização de uma transferência de fundos:

i) A identificação da conta do ordenante e da conta do beneficiário, mediante a menção dos respetivos números e prestadores de serviços de pagamento;

ii) Quando o ordenante ou o beneficiário não realize a transferência por intermédio de uma conta de pagamento, mediante a menção do identificador único da transação ou do número do instrumento de pagamento utilizado e do respetivo emitente.”

6. A TITULAÇÃO DE ALGUNSFACTOS: ASPETOS REGISTAIS E FISCAIS