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Houve uma transição suave, sem rupturas no intercâmbio de informações, em 2005, ano em que a acção comum de 1997 foi substituída pela nova decisão do Conselho (2005/387/JAI). Foram oficialmente notificadas, pela primeira vez, 14 novas substâncias psicoactivas, no total, ao OEDT e à Europol. Todas elas são drogas psicotrópicas (sintéticas), semelhantes às que constam das Listas I e II da Convenção das Nações Unidas de 1971 sobre Substâncias Psicotrópicas. As substâncias recém-notificadas pertenciam aos três principais grupos de substâncias químicas — fenetilaminas, triptaminas e piperazinas. Várias substâncias destes grupos foram anteriormente notificadas pelo sistema de alerta precoce (EWS) e estão a ser monitorizadas por ele (132).

A evolução mais significativa ocorrida em 2005 foi o aparecimento e a rápida expansão da nova substância psicoactiva 1-(3-clorofenil) piperazina (mCPP). A mCPP é uma piperazina substituível pelo aril, tal como a benzilpiperazina (BZP), uma substância monitorizada pelo EWS desde 1999. As primeiras notificações oficiais da detecção de mCPP foram recebidas pelo OEDT e pela Europol em Fevereiro/Março de 2005, e referiam-se a amostras colhidas em França e na Suécia. Em finais de

(131) Informações do sistema de alerta precoce. É provável que o número relativamente elevado de mortes relacionadas com o consumo de GHB no presente relatório reflicta o interesse do laboratório do hospital pela investigação do GHB.

(132) Das nove drogas sintéticas novas sujeitas a avaliação dos riscos, entre 1997 e 2004, ao abrigo da acção comum, foram subsequentemente controladas seis substâncias a nível da UE, todas elas pertencentes ao grupo das fenetilaminas.

Decisão do Conselho sobre as novas substâncias psicoactivas

A Decisão 2005/387/JAI do Conselho, de 10 de Maio de 2005, relativa ao intercâmbio de informações, avaliação de riscos e controlo de novas substâncias psicoactivas (1)

institui um mecanismo de intercâmbio rápido de informações sobre novas substâncias psicoactivas que possam constituir uma ameaça social e para a saúde pública, permitindo, assim, que as instituições da UE e os Estados-Membros tomem medidas em relação aos novos estupefacientes e drogas psicotrópicas que surgem no mercado de droga europeu. Ao OEDT e à Europol, em estreita cooperação com as suas redes — os pontos focais nacionais da Reitox (PFN) e as unidades nacionais da Europol (ENU), respectivamente — foi atribuído um papel central na detecção e na notifi cação das novas substâncias psicoactivas. A decisão também prevê uma avaliação dos riscos associados a estas novas substâncias, a fi m de permitir que as medidas aplicáveis nos Estados-Membros aos estupefacientes e substâncias psicotrópicas (2) sejam igualmente aplicáveis às novas

substâncias psicoactivas, se for caso disso. A decisão alarga o âmbito da Acção Comum de 1997 (3), exclusivamente

consagrada às novas drogas sintéticas, e substitui-a, embora mantenha a abordagem em três fases introduzida pela acção comum: intercâmbio de informações/alerta rápido, avaliação dos riscos e tomada de decisões.

(1) A Decisão 2005/387/JAI do Conselho relativa ao intercâmbio

de informações, avaliação de riscos e controlo de novas substâncias psicoactivas foi publicada no Jornal Ofi cial da União Europeia em 20 de Maio de 2005 (JO L 127, p. 32 a 37) e entrou em vigor em 21 de Maio de 2005. A decisão é aplicável a substâncias que não estão actualmente incluídas nas listas das convenções das Nações Unidas de 1961 e 1971 sobre o controlo da droga.

(2) Em conformidade com as disposições da Convenção Única das

Nações Unidas de 1961 sobre os estupefacientes e da Convenção Única das Nações Unidas de 1971 sobre substâncias psicotrópicas. (3) Acção comum de 16 de Junho de 1997 relativa ao intercâmbio de

informações, avaliação de risco e controlo das novas drogas sintéticas (JO L 167 de 25.6.1997).

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Relatório Anual 2006: A Evolução do Fenómeno da Droga na Europa

2005, as autoridades de aplicação da lei apreenderam comprimidos com mCPP, ou detectaram-nos no contexto de várias actividades recreativas (dança ao ar livre/festivais de música, clubes de dança, etc.), em quase todos os Estados-Membros. Estes comprimidos são quase sempre desenhados de modo a assemelhar-se e, presumivelmente, a serem comercializados como ecstasy. A droga está principalmente disponível em comprimidos, sendo os efeitos subjectivos da mCPP e do MDMA parcialmente comparáveis (Bossong et al., 2005). Além disso, a mCPP é frequentemente encontrada em combinação com o MDMA. Dado ser improvável que esta situação resulte de uma contaminação acidental, afigura-se que a adição deliberada de mCPP se poderá destinar a potenciar ou alterar os efeitos do MDMA. Na UE parece existir pouca procura específica, ou um mercado específico, para a mCPP propriamente dita.

A mCPP tem sido mais amplamente identificada pelos Estados-Membros do que qualquer outra nova substância psicoactiva desde que o EWS começou a monitorizar as novas drogas (sintéticas) em 1997. No espaço de um ano, foi identificada em 20 Estados-Membros, bem como na Roménia e na Noruega.

Num relatório conjunto, o OEDT e a Europol recomendaram, de acordo com as disposições da decisão do Conselho, que não fosse realizada uma avaliação formal dos riscos, uma vez que existem provas de que a mCPP é utilizada no fabrico de, pelo menos, um medicamento. No entanto, também foi assinalado que, apesar de existirem poucos indícios de que a mCPP gere riscos significativos a nível social ou de saúde pública, esta questão deverá manter-se em aberto enquanto não se efectuar uma avaliação científica aprofundada dos riscos.

Evolução do consumo de droga em contextos recreativos, Relatório anual OEDT 2006: temas específi cos

O consumo de droga e as actividades recreativas dos jovens estão frequentemente interligados. Os estudos sobre os jovens frequentadores de eventos de música e dança, em especial, comunicam unanimemente estimativas da prevalência do consumo de droga muito superiores às encontradas nos inquéritos à população em geral, sendo frequente a referência a níveis particularmente elevados de consumo de estimulantes. Poderão as diferenças entre países ser explicadas pela variedade de locais de vida nocturna disponíveis, cultura musical, disponibilidade de droga e existência de rendimentos disponíveis para a adquirir? Estas questões são analisadas neste tema específi co.

A evolução da promoção de drogas recreativas através da Internet e do próprio consumo recreativo de drogas gera novos desafi os nos domínios da política, da prevenção e da redução dos riscos. Estes desafi os são investigados neste tema específi co, que também analisa pormenorizadamente as iniciativas inovadoras de prevenção da toxicodependência e redução dos riscos, introduzidas na UE ao longo da última década, em resposta ao complexo problema da interacção das actividades de lazer com o consumo de droga juvenil.

Este tema específi co está disponível em versão impressa («Developments in drug use within recreational settings», in

EMCDDA annual report 2006: selected issues) e na Internet

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Capítulo 5