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Tradicionalmente, os inquéritos à população têm revelado que, a seguir à cannabis, as anfetaminas e o ecstasy são as substâncias ilegais mais consumidas, apesar de a prevalência global do seu consumo ser inferior à da

cannabis. O consumo de ecstasy popularizou-se na década

de 90, enquanto as anfetaminas são consumidas há muito mais tempo.

Entre os Estados-Membros da UE, o consumo de anfetaminas (113) e de ecstasy apenas parece ser

relativamente elevado em alguns países, nomeadamente na República Checa, Estónia e Reino Unido.

(107) O projecto Synergy resultou da fusão dos projectos CASE e Genesis, que começaram em 2002.

(108) A Collaborative Harmonised Anfetaminas INitiative (CHAIN) (iniciativa harmonizada de cooperação no domínio das anfetaminas) é uma iniciativa de caracterização forense que substituiu o projecto-piloto CASE.

(109) Todas enumeradas no quadro I da Convenção de 1988.

(110) Os dados das apreensões não incluem as quantidades envolvidas nos carregamentos interceptados. (111) Os dados das apreensões não incluem as quantidades envolvidas nos carregamentos interceptados. (112) Os dados das apreensões não incluem as quantidades envolvidas nos carregamentos interceptados.

(113) No âmbito dos inquéritos à população, os dados relativos ao «consumo de anfetaminas» incluem o consumo de «anfetaminas» e o de «metanfetaminas» numa única categoria.

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Capítulo 4: Anfetaminas, ecstasy e outras drogas psicotrópicas

Alguns inquéritos recentemente realizados entre a população adulta (15-64 anos) mostram que a prevalência do consumo de anfetaminas ao longo da vida, na Europa, oscila entre 0,1% e 5,9%, excepto no Reino Unido (Inglaterra e País de Gales), onde atinge 11,2%. Em média, cerca de 3,1% dos adultos europeus consumiram anfetaminas pelo menos uma vez. A seguir ao Reino Unido, os países com valores mais elevados são a Dinamarca (5,9%), a Noruega (3,6%) e a Alemanha (3,4%). O consumo no último ano é muito inferior: 0,6% em média (variação 0%-1,4%). Com base nos inquéritos à população em geral, estima-se que quase 10 milhões de europeus experimentaram esta substância e mais de 2 milhões terão consumido anfetaminas nos 12 meses anteriores (114).

Entre os jovens adultos (15-34 anos) o consumo experimental de anfetaminas varia, segundo os dados fornecidos, entre 0,1% e 9,6%, mencionando o Reino Unido (Inglaterra e País de Gales) uma taxa de prevalência ao longo da vida de 16,5% (a qual poderá reflectir um fenómeno histórico, ver infra). Metade dos países que forneceram dados tem taxas de prevalência inferiores a 4%, sendo as taxas mais elevadas, a seguir à do Reino Unido, referidas pela Dinamarca

(9,6%), Noruega (5,9%) e Alemanha (5,4%). Uma média de 4,8% dos jovens europeus experimentou anfetaminas. A Dinamarca (3,1%) e a Estónia (2,9%) são os países que comunicam taxas de prevalência mais elevadas para o último ano (115). Estima-se que, em média, 1,4% dos jovens europeus

consumiram anfetaminas no último ano (ver também figura 4). O ecstasy foi consumido a título experimental por 0,2% a 7,1% dos adultos (2,6% em média). Metade dos países menciona taxas de prevalência de 1,8% ou menos, sendo as taxas de prevalência mais elevadas comunicadas pela República Checa (7,1%) e pelo Reino Unido (6,7%). A prevalência do consumo de ecstasy no último ano varia entre 0,2% e 3,5%, mas metade dos países refere taxas de prevalência de 0,5% ou menos. Estima-se que quase 8,5 milhões de europeus experimentaram ecstasy, e quase 3 milhões consumiram-no no último ano.

Entre os jovens adultos dos diversos países europeus, a prevalência do consumo de ecstasy ao longo da vida é de 5,2%, variando entre 0,5% e 14,6%, embora metade dos países refira taxas inferiores a 3,6%. A República Checa (14,6%), o Reino Unido (12,7%) e a Espanha (8,3%) são os

(114) Ver método de cálculo na nota de rodapé (53).

(115) Ver figuras GPS-15 e GPS-16 no Boletim Estatístico de 2006.

Figura 4: Prevalência no último ano do consumo de anfetaminas entre os jovens adultos (15-34 anos)

NB: Os dados provêm dos inquéritos nacionais mais recentes disponíveis em cada país quando os relatórios foram elaborados. Ver quadros GPS-8 e GPS-11 no Boletim

Estatístico de 2006 para mais informações.

Fontes: Relatórios nacionais Reitox (2005), extraídos de inquéritos à população, relatórios ou artigos científicos.

Malta

1,2

< 1% 1 < 2% ≥ 2%

Dados não disponíveis

0,8 2,7 2,0 1,3 2,9 2,4 0,7 3,1 2,2 1,6 0,0 1,6 0,1 0,4 1,5 1,5 0,5 1,9 0,9 0,1

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Relatório Anual 2006: A Evolução do Fenómeno da Droga na Europa

Estados-Membros que mencionam as taxas de prevalência mais elevadas.

O consumo de ecstasy é um fenómeno predominantemente juvenil. Na faixa etária dos 15 aos 24 anos, o consumo ao longo da vida varia entre 0,4% e 18,7%, sendo os valores mais elevados mencionados pela República Checa (18,7%) (116) e o Reino Unido (10,7%), com taxas superiores

entre os jovens do sexo masculino (0,3%-23,2%) do que entre os do sexo feminino (0,4%-13,9%). O consumo no último ano varia entre 0,3% e 12%, sendo os valores mais elevados comunicados pela República Checa (12%) e pela Estónia (6,1%) (figura 5). Sete países comunicam taxas de prevalência no último mês inferiores a 3%. As taxas de prevalência são habitualmente mais elevadas nas zonas urbanas e, em especial, entre os frequentadores de discotecas, clubes ou eventos de dança (ver tema específico relativo ao consumo de droga em contextos recreativos). Os inquéritos mostram que a prevalência global do consumo de ecstasy ao longo da vida entre os estudantes

de 15 e 16 anos aumentou no período de 1995 a 2003, registando-se os maiores aumentos na República Checa e na maior parte dos novos Estados-Membros da UE (117).

Os inquéritos escolares ESPAD realizados em 2003 (Hibell et al., 2004) mostraram que as estimativas da prevalência do consumo de anfetaminas ao longo da vida continuaram a ser 1% a 3% mais elevadas do que as do consumo de

ecstasy em seis Estados-Membros (Alemanha, Dinamarca,

Estónia, Lituânia, Áustria e Polónia) (118).

Como elemento de comparação, no inquérito nacional sobre o consumo de droga a saúde realizado em 2004 nos Estados Unidos, 4,6% dos adultos (pessoas a partir dos 12 anos) comunicaram ter experimentado ecstasy ao longo da vida e 0,8% tê-lo consumido no último ano (comparativamente, os valores correspondentes para a UE são de 2,6% e 0,9%). Entre os jovens adultos de idades compreendidas entre 16 e 34 anos, a experiência ao longo da vida era de 11,3%, e o consumo no último ano de 2,2% (5,2% e 1,9%, respectivamente, na Europa) (119).

(116) Na República Checa, foi inquirida a faixa etária dos 18 aos 24 anos. (117) Ver figura EYE-2 (part i) no Boletim Estatístico de 2006.

(118) Ver figura EYE-2 (part vi) no Boletim Estatístico de 2006.

(119) Fonte: SAMHSA, Office of Applied Studies, 2004 National Survey on Drug Use and Health (http://oas.samhsa.gov/nsduh.htm#nsduhinfo). Note-se que a faixa etária para «todos os adultos» no inquérito dos EUA (a partir dos 12 anos) é mais ampla do que a faixa etária comunicada pelo OEDT para os inquéritos realizados na UE (15-64 anos). Os valores relativos aos «jovens adultos» (16-34 anos) no inquérito dos EUA foram recalculados pelo OEDT.

Figura 5: Prevalência no último ano do consumo de ecstasy entre os jovens adultos (15-34 anos)

NB: Os dados provêm dos inquéritos nacionais mais recentes disponíveis em cada país quando os relatórios foram elaborados. Ver quadros GPS-8 e GPS-11 no Boletim

Estatístico de 2006 para mais informações.

Fontes: Relatórios nacionais Reitox (2005), extraídos dos inquéritos à população, relatórios ou artigos científicos.

Malta

3,2

< 1% 1 < 2,5% ≥ 2,5%

Dados não disponíveis

2,2 3,7 1,2 1,5 3,7 1,9 0,9 1,2 1,9 0,5 0,8 2,9 0,8 0,7 7,7 1,7 2,4 2,6 1,1 0,4

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Capítulo 4: Anfetaminas, ecstasy e outras drogas psicotrópicas

A experiência de consumo de LSD ao longo da vida entre a população adulta varia entre 0,2% e 5,9%, com dois terços dos países a comunicarem taxas de prevalência entre 0,4% e 1,7%. Entre os jovens adultos (15-34 anos), a prevalência do consumo de LSD ao longo da vida varia entre 0,3% e 9%, e na faixa etária 15-24 anos não ultrapassa 4,5%. A prevalência do consumo desta droga no último ano na faixa etária dos 15 aos 24 anos só é superior a 1% na República Checa, Estónia, Letónia, Hungria, Polónia e Bulgária.

Tendências

Os novos inquéritos à população produziram indícios de que o consumo de anfetaminas e de ecstasy, que tem revelado uma tendência crescente nos últimos anos, poderá estar a estabilizar ou mesmo a diminuir. No Reino Unido, bem como em dois outros Estados-Membros, onde o consumo destas drogas tem sido relativamente elevado (República Checa e Espanha), o consumo de anfetaminas no último ano, entre os jovens adultos, está alegadamente a estabilizar ou mesmo a diminuir (120). Do mesmo modo,

o consumo de ecstasy parece estar a estabilizar ou até a sofrer um declínio em dois países de prevalência elevada, Espanha e Reino Unido, embora o mesmo não aconteça na República Checa (121).