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Meios Mobilizados pelos Profissionais de Saúde na Prática Clínica na Obtenção

CAPÍTULO III – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

1.2. Meios Mobilizados pelos Profissionais de Saúde na Prática Clínica na Obtenção

O Testamento Vital é um direito de todo o cidadão maior de idade, em que pode manifestar que tipo de tratamento e de cuidados de saúde pretende ou não receber, quando estiver incapaz de expressar a sua vontade.

Os profissionais de saúde, designadamente médicos e enfermeiros, que integram a equipa de saúde responsável pela prestação de cuidados de saúde a pessoa incapaz de expressar de forma livre e autónoma a sua vontade, devem consultar o Portal Profissional da Plataforma de Dados da Saúde, de forma a confirmar se existe um documento de DAV, e /ou procuração de cuidados de Saúde registados no RENTEV.

Assim sendo, torna-se importante identificar os recursos que os profissionais de saúde utilizam para saber da existência do Testamento Vital.

Deste modo, na área temática “Meios mobilizados pelos profissionais de saúde na prática clínica na obtenção de informação acerca do Testamento Vital do doente” foram identificadas oito categorias: Consulta dos registos da informação na avaliação inicial;

Consulta do portal do Sistema Nacional de Saúde; Consulta do processo do doente; Não mobiliza; Consulta na Direção Geral de Saúde; Auscultação do doente e família; Redes de comunicação social; Consulta do RSE.

Figura n.º 2 - Meios mobilizados pelos profissionais de saúde na prática clínica na obtenção de informação acerca do Testamento Vital do doente

De forma a ter uma melhor perceção das categorias que emergiram, é importante apresentar e analisar as unidades de análise inerentes à temática – “Meios mobilizados

pelos profissionais de saúde na prática clínica na obtenção de informação acerca do Testamento Vital do doente.”

Um enfermeiro verbaliza que a obtenção de informação sobre a existência de um Testamento Vital é efetuada através da consulta dos registos da informação na avaliação inicial.

“(…) com a ideia de estarmos a informatizar os registos e acabar com o suporte de papel, criamos também um espaço, nos nossos registos, onde ir buscar essa mesma informação. Então, o que estamos a fazer é registar na própria avaliação inicial essa informação, quer o doente tenha alguma coisa decidido e a informação exista, quer não. Caso, não haja nada, escrevemos lá, que não temos conhecimento dessa informação (…)” EI1 Meios mobilizados pelos profissionais de saúde na

prática clínica na obtenção de informação acerca do Testamento Vital do doente

Consulta dos registos da informação na avaliação inicial

Consulta do portal do Sistema Nacional de Saúde Consulta do processo doente

Não mobiliza

Consulta na DGS Auscultação do doente e

família

Redes de comunicação social

A consulta do portal do sistema nacional de saúde foi outro meio mobilizado por um enfermeiro, na prática clínica, na obtenção de informação acerca do Testamento Vital do doente.

“(…) procuro ir ao SNS ao Portal, (…)” EI2

A consulta do processo do doente foi outro meio identificado por um enfermeiro, como forma de obtenção de informação acerca do Testamento Vital do doente.

“(…) por norma nós pesquisamos no processo, mas não existe nenhum espaço onde esteja registado, não é, de todo, uma prática comum pesquisarmos (…)” EP4

Cinco profissionais de saúde, nomeadamente três enfermeiros e dois médicos não mobiliza qualquer meio na obtenção de informação acerca do Testamento Vital do doente.

“(…) não, sei que há uma forma de verificar isso, mas sinceramente não sei como se faz, e nem o fazemos habitualmente (…)” EI3 “(…) não tenho essa prática de procurar, nem vejo nos serviços isso como uma preocupação primeira, é a avaliação do doente, é a informação, é a validação do conhecimento sobre o que se vai dizer, é o contacto com os familiares, se também for o caso. Mas esta prática de saber se o doente tem manifesto uma vontade para o fim de vida, não é uma prática comum. Não me parece que esteja enraizado, mesmo nos profissionais esta necessidade de saber, ou de procurar ou de perguntar (…)” EP3

A consulta na DGS também foi outro meio na obtenção de informação acerca do Testamento Vital do doente, sendo referido por um enfermeiro.

“(…) na prática não temos meios para obter conhecimentos, o que temos são as indicações da Direção Geral de Saúde, os meios de informação da comunicação social. No site da Direção Geral de Saúde, basta colocar Testamento Vital e aparece acho que o link que dá acesso, diz os dados, como é que se faz para validá-lo e submete-los, quais as questões. Internamente não sei se existe, mas acho que na página oficial do hospital, penso que há qualquer coisa do Testamento Vital para entrar e pesquisar (…)” EI4

A auscultação do doente e família também foi referida por sete profissionais de saúde (quatro médicos e três enfermeiros) como forma de obtenção de informação acerca do Testamento Vital do doente.

“Através do próprio doente, se estiver capaz de o fazer, através dos familiares do doente, ou eventualmente, (…)” EI5

“(…) perguntando ao doente ou familiar, se sabem da sua existência, (…)” MP1; EP4

Redes de comunicação social foi outro meio identificado por um enfermeiro, como forma de obtenção de informação sobre o Testamento Vital do doente.

“(…) através da Internet, Mídea (…)” EI8

A consulta do RSE foi um meio mobilizado por dois médicos e dois enfermeiros como forma de obtenção de informação acerca da existência de um Testamento Vital num doente.

“(…) ainda não é muito comum, mas agora iniciamos a pesquisa através do RSE do doente, com recurso ao computador, à ligação em rede. Nós enfermeiros, também já fazemos essa pesquisa (…)” EI10

“(…) a nível do sistema informático RSE, consigo aceder à Diretiva Antecipada de Vontade de cada doente, se tiverem descritas (…)” EI8

1.3. Aspetos Potenciados pela Diretiva Antecipada de Vontade, no Cuidar da