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Metodologia para Análise de

No documento Apostilas Petrobras - Seguranca Industrial (páginas 45-47)

1.11 Fontes de Acidentes / Incidentes

1.11.2 Metodologia para Análise de

A análise de acidentes/incidentes deverá ser sistemática e usada para qualquer aciden- te, seja ele com lesão ou não. Não se pode fi- car esperando acontecer um acidente sério ou de grandes proporções para só então aplicar uma metodologia de análise.

A análise do acidente deve ser iniciada com levantamento de todos os fatos que tenham con- tribuído direta ou indiretamente para o aciden- te. Deve-se ter o cuidado nesta fase de evitar julgamento de culpa ou responsabilidades.

A preocupação em conhecer todos os fa- tos é importante para que, de uma maneira ló- gica e objetiva, seja possível restabelecer toda a seqüência do acidente. Desta forma, a pro- babilidade de erros de avaliação é bem menor e elimina-se também o "achismo", que é a aná- lise sem conhecimento técnico.

Tanto a empresa como os empregados de- vem dar uma grande importância à análise de acidentes já que o seu objetivo é identificar as causas dos acidentes para evitar a sua repetição.

O Decreto nº 2.172, de 05 de março de 1997, seção III, fala da comunicação do aci- dente nos artigos:

– art. 134 – A empresa deverá comuni- car o acidente do trabalho à Previdên- cia Social até o 1º dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa.

Receberão cópia fiel, da comunicação a que se refere este artigo, o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que cor- responde a sua categoria.

Na falta de comunicação por parte da em- presa, podem formalizá-la: o próprio aciden- tado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qual- quer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.

– art. 135 – O acidente de trabalho de- verá ser caracterizado:

– administrativamente – pelo setor de benefícios do INSS, que estabelece- rá a relação entre o trabalho exerci- do e o acidente;

– tecnicamente – pela Perícia Médica do INSS, que estabelecerá a relação de causa e efeito entre: o acidente e a lesão; a doença e o trabalho; a cau- sa mortis e o acidente.

Existem diversas técnicas e metodologias de análise de acidentes que contribuem para a identificação de suas causas.

Todas essas técnicas exigem a participa- ção de um grupo que, geralmente, é formado pelo acidentado, quando possível; pessoas que presenciaram o acidente; chefe direto; super- visor; o pessoal técnico e um membro da CIPA.

Atenção! A liderança pela condução da

análise do acidente deve ser do pessoal técnico. Como já foi apresentado, a análise de aci- dentes busca identificar as causas imediatas, as causas básicas e as causas administrativas sem apontar culpados, isso é muito importan- te repetir, que nenhuma técnica de análise de acidentes visa encontrar um culpado pelo ocor- rido e sim descobrir todas as possíveis causas para com isso tomar as atitudes necessárias para impedir que voltem a acontecer.

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Segurança Industrial

Um acontecimento semelhante, ocorrido há um ano atrás, nesta mesma empresa, deter- minava o uso de óculos de segurança na exe- cução desta tarefa.

Os óculos que o soldador deveria estar usando estavam sujos e quebrados, pendura- dos na parede.

Segundo o supervisor, não ocorrera ne- nhum acidente nos últimos meses e o pessoal não gostava de usar óculos. Logo, ele não se preocupava em recomendar o uso dos mesmos nestas operações porque tinham coisas mais importantes a fazer”.

A metodologia usada para a análise deste acidente é o Método da Árvore de Causas. Uma de suas características principais é a ob- jetividade de análise. Tem as propriedades de diminuir a culpa e de esgotar totalmente os as- pectos relativos ao acidente.

Uma outra vantagem deste método com relação a outros é fazer com que apareça para cada acidente um número elevado de elemen- tos para serem analisados, o que vai dar a opor- tunidade de escolher formas de prevenção de uma maneira mais precisa e racional. Como fica, então, o caso do soldador.

Primeiro passo

– Recolher todos os fatos, tais como: falta de manutenção, broca sem fio, pressão excessiva, falta de isolamento no fio, faíscas no olho, inclinação da broca, quebra da broca, não usou óculos, le- são no olho, equilibrar-se em cima de caixas, óculos sujos e quebrados, não gostar de usar óculos, o supervisor não obrigava o uso dos óculos.

Método da Árvore de Causas do caso do soldador

É a partir desta árvore que se pode, ao listar cada antecedente como objetivo, determinar as medidas corretivas ou preventivas, a fim de evi- tar que acidentes parecidos tornem a acontecer. Quando acontece o acidente, toma-se a

consciência de que os esforços e recursos empregados na sua prevenção não foram suficien- tes para evitá-lo. Pode-se dizer também que o trabalho de prevenção não termina nunca.

Após o fato ocorrido, é necessário tomar medidas para garantir que o acidente não volte a se repetir. Existem diversas metodologias para a análise de acidentes. São quatro as fases que são mencionadas em qualquer uma delas:

– recolher os fatos que se relacionam com o acidente;

– elaborar um plano dinâmico a partir do último fato do acidente, voltando atrás no tempo, analisando tudo cronologi- camente;

– procurar todas as prevenções que se- jam capazes de evitar o acidente em questão;

– definir as prevenções mais eficazes e aplicá-las.

A seguir, é apresentado um caso de aná- lise de acidente para se compreender melhor a técnica.

O caso do soldador

“Um soldador estava furando um cano com uma furadeira elétrica portátil. Para trabalhar, equilibrou-se em cima de umas caixas. Como a broca estava com o fio gasto e ele já havia feito vários furos, começou a forçar a penetra- ção da broca para continuar a executar a tarefa. Por um momento, distraiu-se com algu- mas faíscas que saíam do cabo de extensão por causa de um rompimento que deixava des- coberto os fios condutores da eletricidade.

Ao desviar a atenção, ele torceu o corpo, forçando a broca no furo. Com a pressão, ela se quebrou e, neste instante, ele, ao voltar o rosto para ver o que acontecia, foi atingido por um estilhaço de broca em um dos olhos. Com um grito, largou a furadeira, pôs as mãos no rosto, perdeu o equilíbrio e caiu.

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47 E também fica muito mais fácil determi-

nar as causas do acidente pela seqüência do dominó.

1.11.3 A Importância da Análise do Incidente

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