• Nenhum resultado encontrado

PROJECT LIVE2WORK: EVALUATION OF THE IMPLEMENTATION OF FOUR PEDAGOGICAL TOOLS WITH YOUNG ADULTS IN SITUATION OF PROFESSIONAL

METODOLOGIA / CONTEXTO / PARTICIPANTES

O presente estudo foi desenvolvido com duas turmas de formandos do pólo de jovens, do Centro de Educação, Formação e Certificação (CEFC) Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). Este pólo tem como ofertas modulares certificadas para aquisição do 9º ano, com a parte técnológica de qualificação de nível 2. Também oferece um curso de equivalência ao 12º ano, com qualificação na parte tecnológica de nível 4 (SCML, 2013). Os cursos do CEFC compreendem vários módulos, um dos quais é o “Desenvolvimento Pessoal e Social” (DPS), e tem como objetivo desenvolver ou melhorar/ampliar as competências pessoais e sociais dos formandos. Foi no âmbito destas sessões que foram aplicadas as atividades e materiais da toolbox em dois cursos, aqui designados como curso A e curso B por questões de confidencialidade. O curso A, o único curso com jovens adultos e adultos presente no pólo de jovens, era constituído por 13 formandos com idades compreendidas entre os 19 e os 58 anos. Quando foram administradas as atividades, o curso já se encontrava no final e todos os formandos conseguiram terminar com a certificação equivalente ao 9º ano de escolaridade. No que se refere ao curso B, este era constituído por 16 formando e estava ainda a decorrer, com previsão de terminar em 2019.

124 ATIVIDADES ADMINISTRADAS

“Os meus valores – jogo de cartas”

Visa motivar os participantes para a identificação, análise e reflexão em torno dos seus valores de vida, com a finalidade de apoiar a definição de objetivos para o futuro. Para a sua realização os técnicos podem imprimir, cortar e laminar um conjunto de 64 cartas (imagens) previamente selecionadas pela equipa do projeto e disponíveis em www.goo.gl/G1gjmn2. Além disso, os

técnicos devem imprimir uma ficha de atividade para cada participante, onde será feito o registo dos valores de vida mais importantes. A atividade inicia-se com a introdução ao conceito de valor de vida, assegurando que todos os participantes o compreendem e estão capazes de identificar e definir valores. Distribui-se junto de cada participante a ficha de atividade e divide-se o grupo em pares. As cartas dos valores de vida são espalhadas em cima de uma mesa de modo a que todos os participantes as vejam bem. É solicitado a cada participante para selecionar duas cartas que representem uma experiência positiva do seu passado. De seguida, dá-se algum tempo aos pares para refletirem e partilharem informação sobre as experiências positivas que estiveram na origem da seleção das suas cartas, bem como para registar na ficha de atividade algumas dessas informações. Depois, os participantes devolvem todas as suas cartas à mesa, e selecionam duas que sejam representativas de experiências positivas que estejam a vivenciar no momento presente. Novamente dá-se algum tempo aos pares para refletirem e partilharem informação sobre as experiências positivas que estiveram na origem da seleção das suas cartas, bem como para registar na ficha de atividade algumas dessas informações. Neste momento, procura efetuar-se uma ligação entre a seleção dos valores do passado e do presente. Finalmente, os participantes devolvem todas as suas cartas à mesa, e selecionam uma carta que seja representativa do que pretendem alcançar na sua vida futura. Novamente dá-se algum tempo aos pares para refletirem e partilharem informação acerca da seleção da carta. Para concluir, cada participante apresenta ao grupo o resultado da sua atividade.

“As minhas forças – jogo do solitário”

Visa apoiar os participantes na identificação e exploração das suas forças pessoais. Para a realização desta atividade, os técnicos podem imprimir, cortar e laminar, para cada participante, um conjunto de 24 cartas (imagens) previamente selecionadas pela equipa do projeto e disponíveis em www.goo.gl/QKtZ4k. Além disso, devem imprimir uma ficha de atividade para cada participante, onde será feito o registo das forças. A atividade inicia-se com a introdução ao conceito de força e apresentam-se as diferentes forças que estão presentes nas cartas, de modo a assegurar a sua compreensão por todos. Distribui-se a ficha de atividade e divide-se o grupo em pares. Dá-se a cada participante um conjunto de cartas e pede-se que organizem essas cartas/forças desde “muito como eu” até “pouco como eu”. Todos devem, pelos menos, identificar e ordenar 5 a 7 forças pessoais, na medida em que isto lhes permite aumentar a consciência sobre si próprios e criar narrativas pessoais de carreira mais positivas em relação ao futuro. Dá-se algum tempo aos pares para refletirem e partilharem informação sobre a ordenação das suas forças, bem como para registar na ficha de atividade essas informações. Para concluir, cada participante apresenta ao grupo o resultado da sua atividade.

“Passos para identificar possibilidades de carreira”

Visa permitir aos participantes identificar, considerar ou confirmar sugestões de ocupações/

2 Em alternativa podem usar revistas ou computadores com acesso à internet e deixar que cada participante selecione as suas próprias imagens representativas dos seus valores.

125 ambientes vocacionais a partir da identificação do seu perfil de personalidade predominante.

Os técnicos devem imprimir uma ficha de atividade para cada participante, onde consta um questionário organizado em quatro passos. A atividade inicia-se com a introdução do conceito de interesse aos participantes e da ligação existente entre interesses e competências. Seguidamente explicitam-se as instruções de preenchimento. No primeiro passo os participantes devem ordenar cronologicamente todas as ocupações em que já pensaram ou já concretizaram. No segundo passo e terceiro passos, para cada afirmação/ocupação, os participantes devem indicar com uma “X” (cruz) a resposta que mais se adequada. Finalmente, no passo 4 devem somar as pontuações alcançadas nos passos 2 e 3, de forma a identificar o seu perfil vocacional. Existem seis diferentes resultados de personalidade vocacional, e devem ser selecionados os 3 com pontuação mais elevada. Assim que cada participante obtém o seu perfil, deve ser apoiado na sua interpretação através da ficha de suporte.

“A árvore de competências”

Visa apoiar os participantes na identificação das suas competências no que respeita um percurso educativo, formativo ou profissional preferido, permitindo-os identificar também as que necessitam de ser adquiridas ou desenvolvidas e quais as estratégias a implementar nesse sentido. Para a realização desta atividade cada participante deve ter acesso a papel de cenário (ou folhas A0), post-its de diferentes cores e canetas de feltro coloridas. A atividade inicia-se com a introdução ao conceito de competência, de modo a assegurar a sua compreensão por todos. Para o efeito, solicita-se que nomeiem tantas competências quantas as que conseguem recordar e escrevem-se num quadro. Em grupo discute-se o significado de cada uma delas. Distribuem-se as folhas de papel branco por cada participante e solicita-se o desenho de uma árvore com tantos troncos (até um máximo de três) quantas as ocupações que estão a considerar. Em cada tronco os participantes desenham entre um a seis ramos. Em cada ramo escrevem as competências que possuem e de que forma estas estão relacionadas com a ocupação. Junto a cada ramo adicionam um post-it colorido (e.g., amarelo) onde indicam as situações do passado em que foram bem-sucedidos a utilizar essas competências. Seguidamente, adicionam um novo post-it colorido (e.g.,verde) onde indicam as situações do futuro em que essas mesmas competências lhes poderão ser úteis. Na base de cada tronco adicionam mais dois novos ramos (mais pequenos) onde indicam duas competências que consideram que necessitam de desenvolver ou melhorar para ser bem-sucedidos na concretização daquela ocupação. E, finalmente, adicionam um novo post-it colorido (e.g.,laranja) onde escrevem como planeiam adquirir/treinar essas mesmas competências. Para concluir, cada participante apresenta ao grupo a sua árvore de competências.

RESULTADOS

“Os meus valores – jogo de cartas”

Esta atividade foi aplicada em ambos os cursos, com o objetivo de identificar, explorar e desenvolver os valores de vida. Houve necessidade de se proceder a uma adaptação face à atividade originalmente proposta. Os valores relativos ao passado não foram solicitados aos participantes, tendo em conta as suas histórias de vida passadas difíceis e também para não os expor demasiado uma vez que se encontravam numa fase inicial do percurso formativo (curso A), sem terem ainda estabelecido a confiança tanto com os colegas como com o formador. Outra alteração introduzida na atividade, foi a escolha de duas cartas em relação aos valores de futuro, isto para os levar a querer alcançar mais que um objetivo no futuro. Em ambos os

126 cursos os formandos sentiram-se confortáveis em partilhar as suas escolhas e mostraram-se

empenhados e motivados. Esta atividade contribuiu não só para o conhecimento e contacto com os vários valores de vida, mas também para que os formandos se conhecessem um pouco mais entre si. Particularmente no curso A, em que os participantes estavam a iniciar o estágio, foi possível dar continuidade a esta atividade e à temática dos valores com outra atividade que remete para a consciencialização dos participantes em relação aos valores do trabalho e à importância da carreira.

“As minhas forças – jogo do solitário”

Esta atividade foi aplicada em ambos os cursos. Antes de iniciar, os formandos visualizaram o filme “The pursuit of happiness” de Gabriele Muccino (2006). Posteriormente, realizaram uma ficha que remetia para a temática das forças, composta por três partes: (i) as forças que identificaram no filme; (ii) o porquê dessas forças serem essenciais para a personagem principal ultrapassar os vários obstáculos, dando exemplos; e, (iii) quais das forças que tinham identificado previamente eles poderiam desenvolver para atingir os seus objetivos. Seguidamente deu-se início à atividade do projeto, ainda que adaptada ao tipo de população. Das 24 forças da atividade original foram apenas utilizadas 153. Esta opção teve em conta que estas forças teriam conceitos mais fáceis de abordar para as primeiras sessões com esta população. Outra das modificações que foi feita em relação à atividade original, é que os participantes trabalharam individualmente, existindo no fim uma partilha com o grupo. A última adaptação/complementação da atividade original consistiu na elaboração de uma ficha, denominada “As minhas forças e o meu objetivo”, que ia ao encontro do objetivo da atividade, porém era focada no contexto dos participantes e nos seus objetivos para a formação. Nesta ficha, os participantes tinham de inicialmente organizar as 15 forças por ordem de importância. Posteriormente, tinham de selecionar 10 que valorizavam mesmo que não estivessem presentes em si. Dessas forças identificavam as 6 que consideravam ter, ordenando-as de acordo com a importância para si. Em seguida, selecionavam 3 forças que estavam presentes em si e que eram essenciais para a concretização do seu objetivo e, ao mesmo tempo, também refletiam sobre as forças que tinham dispensado e identificavam 3 que era importante desenvolver para o seu objetivo. Por último, de modo a reforçar o trabalho em grupo, escolhiam uma força para o grupo. Ambas as turmas gostaram de desenvolver a atividade proposta, nomeadamente manusear as cartas quando estavam as fazer as suas escolhas. A visualização do filme antes das atividades fez com que os participantes se mostrassem mais motivados e, consequentemente, que fossem mais participativos.

“Passos para identificar possibilidades de carreira”

Esta atividade foi aplicada apenas no curso A, dado que este se encontrava no final do seu percurso na formação. Na sua realização foram seguidas as instruções apresentadas na toolbox do projeto Live2Work, e anteriormente explicitadas. No fim da atividade houve uma partilha em grupo sobre se as suas opções profissionais para o futuro se tinham mantido (ou não) após a realização da ficha de atividade. Os formandos sentiram que reforçaram a ideia daquilo que queriam fazer em relação ao seu futuro, mas também foram confrontados com outras opções de percurso distintas das tinham pensado previamente. Esta foi uma das atividades que os formandos consideraram ter mais utilidade, uma vez que os direcionava para um conjunto de possibilidades relativas ao seu futuro profissional, estando cada uma dessas possibilidades

3 Amor, humor, gratidão, generosidade, curiosidade, gosto pela aprendizagem, trabalho em equipa, bravura, humildade, autocontrolo, perdão, esperança, justiça, liderança e apreço pela beleza e pela experiência.

127 devidamente alicerçada nas suas características de personalidade, interesses, competências e

ambientes de trabalho desejados. “A árvore de competências”

Esta atividade foi aplicada apenas no curso B, constituído por público mais jovem. Neste sentido, procurou-se dinamizar esta atividade de forma criativa, tendo por este motivo existido uma adaptação da atividade original. Os formandos tinham 2 folhas A4, uma onde construiam a sua árvore e outra com uma lista de várias competências, de forma a ajudá-los na realização da atividade. Previamente foi feita uma introdução da temática das competências. Em seguida procedeu-se à elaboração da árvore. Esta foi feita a partir de cartolinas de diferentes cores: castanha (onde recortavam os troncos e os ramos), verde (as folhas) e azul (as gotas). Tinham de escolher 6 ramos e colá-los no tronco; em cada ramo inseriam as suas competências (até cinco); depois, as folhas eram coladas em cada ramo, onde escreviam o que é que essas competências lhes tinham permitido alcançar (sucessos/concretizações). De seguida, os formandos tinham de escolher três competências da lista que ainda não possuíam, mas que pretendiam desenvolver, e escrevê-las nas gotas. Quando concluída a atividade, cada elemento do grupo apresentava a sua árvore, sendo discutidas as estratégias que podiam utilizar para desenvolver essas competências. Esta atividade foi complementada com outra que remetia para o objetivo dos formandos, onde estes tinham de escolher quais as competências mais importantes para a formação que estavam a frequentar e o que estas lhes permitiriam alcançar.